A política do Partido Comunista da Rússia de “extinção total das superstições religiosas", fixada no programa do seu VIII Congresso em Março de 1919, teve consequências tenebrosas para a Igreja Ortodoxa. Entre Fevereiro de 1919 e Março de 1920, foram profanados 63 túmulos de santos ortodoxos. Entre 1918 e 1921, foram encerrados 1113 asilos e 772 dos 1253 mosteiros, tendo os restantes sido extintos até 1934. Durante a guerra civil, foram assassinados cerca de 10 mil clérigos ortodoxos. (16)
Depois da morte do Patriarca Tikhon, a direcção da Igreja Ortodoxa Russa passa para as mãos do Metropolita Serguei (1867-1944), que dá um novo passo para a aproximação ao regime comunista. Em 29 de Julho de 1927, publica um documento de extrema importância que se tornou conhecido por “Declaração do Metropolita Serguei”: “Não precisamos de provar em palavras, mas na prática que cidadãos fiéis da União Soviética, leais ao Poder Soviético, podem ser não só as pessoas que olham para a Ortodoxia com indiferença, não só os que traíram, mas também os seus crentes mais fervorosos, para os quais ela é cara como verdade, como vida, com todos os seus dogmas e tradições, com toda a sua bagagem canónica e teológica. Queremos ser ortodoxos e, ao mesmo tempo, ter consciência da União Soviética como nossa Pátria cívica, cujas alegrias e êxitos são as nossas alegrias e êxitos, enquanto que os fracassos são os nossos fracassos”(17).
A Declaração do Metropolita Serguei provocou uma profunda cisão na Igreja Ortodoxa Russa. O clero e os crentes que conseguiram fugir da Rússia Soviética não acataram essa decisão e formaram a Igreja Ortodoxa Russa no Estrangeiro. Parte do rebanho ortodoxo no interior do país passou à clandestinidade e criou a Igreja das Catacumbas.
As cedências do chefe da Igreja Ortodoxa Russa não foram suficientes para inverter a política realizada face à religião por José Estaline, que sucedeu a Vladimir Lénine à frente do Estado Soviético a partir de 1924.
O princípio ideológico: “a luta de classes aumenta à medida que o socialismo avança”, criado por José Estaline, justificou as mais cruéis atrocidades cometidas contra todas as camadas sociais, incluindo clero e crentes ortodoxos.
O ponto de partido foi o relatório político apresentado por ele ao XV Congresso do Partido Comunista da Rússia, realizado nos finais de 1927. Então, José Estaline afirmou: “Temos ainda mais um aspecto negativo como o abrandamento da luta anti-religiosa.
O plano estalinista de luta contra a religião começou a ser energicamente realizado no ano seguinte e, a partir do início de 1930, tornou-se num verdadeiro programa nacional. A 2 de Janeiro desse ano, um decreto governamental privava o clero de parte dos seus direitos cívicos, levando à expulsão dos sacerdotes e suas famílias de suas casas, à privação de senhas de racionamente e de assistência médica.(18)
Outro decreto secreto do Presidium do Comité Executivo Central “Sobre o lançamento de impostos sobre os actuais e antigos servidores do culto durante 1930-1931” foi mais um potente instrumento para obrigar o clero e os seus familiares a renunciarem a Deus. O clero foi sujeito ao pagamento de pesados impostos e, caso não fossem pagos, os padres e membros da direcção das paróquias eram presos e os templos encerrados. (19)
Depois da morte do Patriarca Tikhon, a direcção da Igreja Ortodoxa Russa passa para as mãos do Metropolita Serguei (1867-1944), que dá um novo passo para a aproximação ao regime comunista. Em 29 de Julho de 1927, publica um documento de extrema importância que se tornou conhecido por “Declaração do Metropolita Serguei”: “Não precisamos de provar em palavras, mas na prática que cidadãos fiéis da União Soviética, leais ao Poder Soviético, podem ser não só as pessoas que olham para a Ortodoxia com indiferença, não só os que traíram, mas também os seus crentes mais fervorosos, para os quais ela é cara como verdade, como vida, com todos os seus dogmas e tradições, com toda a sua bagagem canónica e teológica. Queremos ser ortodoxos e, ao mesmo tempo, ter consciência da União Soviética como nossa Pátria cívica, cujas alegrias e êxitos são as nossas alegrias e êxitos, enquanto que os fracassos são os nossos fracassos”(17).
A Declaração do Metropolita Serguei provocou uma profunda cisão na Igreja Ortodoxa Russa. O clero e os crentes que conseguiram fugir da Rússia Soviética não acataram essa decisão e formaram a Igreja Ortodoxa Russa no Estrangeiro. Parte do rebanho ortodoxo no interior do país passou à clandestinidade e criou a Igreja das Catacumbas.
As cedências do chefe da Igreja Ortodoxa Russa não foram suficientes para inverter a política realizada face à religião por José Estaline, que sucedeu a Vladimir Lénine à frente do Estado Soviético a partir de 1924.
O princípio ideológico: “a luta de classes aumenta à medida que o socialismo avança”, criado por José Estaline, justificou as mais cruéis atrocidades cometidas contra todas as camadas sociais, incluindo clero e crentes ortodoxos.
O ponto de partido foi o relatório político apresentado por ele ao XV Congresso do Partido Comunista da Rússia, realizado nos finais de 1927. Então, José Estaline afirmou: “Temos ainda mais um aspecto negativo como o abrandamento da luta anti-religiosa.
O plano estalinista de luta contra a religião começou a ser energicamente realizado no ano seguinte e, a partir do início de 1930, tornou-se num verdadeiro programa nacional. A 2 de Janeiro desse ano, um decreto governamental privava o clero de parte dos seus direitos cívicos, levando à expulsão dos sacerdotes e suas famílias de suas casas, à privação de senhas de racionamente e de assistência médica.(18)
Outro decreto secreto do Presidium do Comité Executivo Central “Sobre o lançamento de impostos sobre os actuais e antigos servidores do culto durante 1930-1931” foi mais um potente instrumento para obrigar o clero e os seus familiares a renunciarem a Deus. O clero foi sujeito ao pagamento de pesados impostos e, caso não fossem pagos, os padres e membros da direcção das paróquias eram presos e os templos encerrados. (19)
6 comentários:
Entendo que faltou ao texto dizer os motivos que levaram a essa perseguição, seguramente ela foi feita em virtude do comportamento pregresso da religião e dos religiosos.
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Veja o Brasil de hoje: aqui temos numerosos crentes, são pessoas sem acesso a educação de qualidade e sem condições economicas de acesso a saúde, o que faz com que convivam com a doença. Ganham quantias irrisórias pelo seu trabalho, mal podem se alimentar, são subnutridas, percebe-se isso facilmente pela fisionomia sempre triste e pelas marcas da subnutrição. Não vivem como gente, vivem pior que muitos animais.
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O que fazem essas igrejas de culto evangélico com essas pessoas ? Criam uma religião que prega a prosperidade da seguinte forma: quanto mais dinheiro der a título de dízimo, mais o Senhor lhe ajudará. Vemos assim pessoas sem as menores condições economicas serem enganadas por essas igrejas da prosperidade. O cidadão não tem dinheiro para pagar uma consulta médica, mas entrega suas economias na sacola da igreja. Algumas delas já foram proibidas no Chile e na França.
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Por hipótese, se um político brasileiro agisse da mesma forma como agiu Stálin; ele estaria cometendo atrocidades ou fazendo justiça ?
Leitor Jacob, espere até que seja publicado o artigo todo. Lá estarão os motivos das perseguições, mas digo-lhe, desde já, que nenhum regresso, nem reaccionarismo chega para explicar o animalismo da repressão estalinista.
Quanto às "igrejas" de que fala, as autoridades devem tomar medidas para travar os seus negócios escuros.
A laicização do Estado chegou muito tarde à Rússia, o que a tornou mais facturante e violenta. No resto da Europa esse movimento já tinha começado no século anterior. Em Portugal teve duas fases. Em 1834 com a extinção e confiscação das ordens religiosas e em 1910 com a separação oficial da Igreja e do Estado. Mesmo em Portugal isto também não se fez sem repressão (à escala do país obviamente).
Leitor José Manuel, não há justificação nenhuma para crimes como os que foram praticados por Estaline. Leia o meu artigo até ao fim, se tiver paciência, e tire as conclusões no fim, mas posso dizer-lhe desde já: se justificarmos os crimes de Estaline, Hitler acabará também por ser justificado. Cuidado!
Eu não estava a querer justificar nada.
Leitor homónimo meu, ainda bem
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