Recebi o convite de Zita Seabra para participar na cerimónia de lançamento do seu livro "Foi assim", convite que aceitei imediatamente. Obriga-me a deixar Moscovo por uns dias, mas faço-o de boa vontade, pois não duvido que vai valer a pena.
Primeiro, porque já tive a felicidade de ler a obra e considero que se trata de um livro importante para todos aqueles que se interessam pela história em geral e pelo funcionamento em particular do Partido Comunista Português. É uma visão de uma pessoa que dedicou grande parte da sua vida à causa comunista e, por conseguinte, sabe muito bem sobre o que escreve.
Além disso, tendo em conta a forma ignóbil como foi tratada por essa força política (que não foi surpresa para os que conhecem o funcionamento de partidos marxistas-leninistas-estalinistas), devo constatar que Zita Seabra não se deixou cair na tentação de fazer um ajuste de contas com o PCP, antes fez uma exposição extremamente humana, não mitológica, dos militantes e das actividades desse partido. Os relatos da clandestinidade feitos por ela estão desprovidos de realismo socialista patético, mas cheios de vida, simplicidade e calor humano.
Este livro é tanto mais importante quanto se trata de uma das primeiras obras do género publicadas em Portugal. Não se trata de uma análise académica, exterior, da história do Partido Comunista Português, mas de um relato que nos introduz na atmosfera dos meandros dessa organização política. Contendo factos históricos, muitos deles desconhecidos até hoje, o "Foi assim" não é um relato frio de acontecimentos, mas antes a revelação de sentimentos humanos. Afinal, os comunistas também têm sentimentos como saudades dos pais, amor, compaixão...
E para terminar, lanço um apelo. Caros leitores, avaliem a obra, façam considerações só e apenas depois de a terem lido. Não funcionem segundo o modo de actuar soviético. Um exemplo, quando o romance de Boris Pasternak "Doutor Jivago" recebeu o Prémio Nobel de Literatura, os trabalhadores soviéticos "reuniram-se" para condenar essa "obra contra-revolucionária" e o discurso dos "trabalhadores" começava assim: "Eu não li essa obra, mas..." o resto do texto já imaginam qual era.
Eu li o livro e fico à espera de considerações depois de os leitores o terem lido também.
Primeiro, porque já tive a felicidade de ler a obra e considero que se trata de um livro importante para todos aqueles que se interessam pela história em geral e pelo funcionamento em particular do Partido Comunista Português. É uma visão de uma pessoa que dedicou grande parte da sua vida à causa comunista e, por conseguinte, sabe muito bem sobre o que escreve.
Além disso, tendo em conta a forma ignóbil como foi tratada por essa força política (que não foi surpresa para os que conhecem o funcionamento de partidos marxistas-leninistas-estalinistas), devo constatar que Zita Seabra não se deixou cair na tentação de fazer um ajuste de contas com o PCP, antes fez uma exposição extremamente humana, não mitológica, dos militantes e das actividades desse partido. Os relatos da clandestinidade feitos por ela estão desprovidos de realismo socialista patético, mas cheios de vida, simplicidade e calor humano.
Este livro é tanto mais importante quanto se trata de uma das primeiras obras do género publicadas em Portugal. Não se trata de uma análise académica, exterior, da história do Partido Comunista Português, mas de um relato que nos introduz na atmosfera dos meandros dessa organização política. Contendo factos históricos, muitos deles desconhecidos até hoje, o "Foi assim" não é um relato frio de acontecimentos, mas antes a revelação de sentimentos humanos. Afinal, os comunistas também têm sentimentos como saudades dos pais, amor, compaixão...
E para terminar, lanço um apelo. Caros leitores, avaliem a obra, façam considerações só e apenas depois de a terem lido. Não funcionem segundo o modo de actuar soviético. Um exemplo, quando o romance de Boris Pasternak "Doutor Jivago" recebeu o Prémio Nobel de Literatura, os trabalhadores soviéticos "reuniram-se" para condenar essa "obra contra-revolucionária" e o discurso dos "trabalhadores" começava assim: "Eu não li essa obra, mas..." o resto do texto já imaginam qual era.
Eu li o livro e fico à espera de considerações depois de os leitores o terem lido também.
18 comentários:
Não li o livro… nem sei se irei ler… Contudo, toda a gente que interessa por estes assuntos, sabe mais ou menos, como ocorreu a dissidência de Zita Seabra e o seu posterior caminho, que levou à sua adesão ao PSD, partido nitidamente à direita no arco político português, ou seja, claramente opositor ao PCP.
José Milhazes afirma que o PCP tratou Zita Seabra de «forma ignóbil».
Ficaria grato que José Milhazes explicasse claramente onde o PCP se portou da forma que afirma.
Caro leitor Antonio, nao consigo entender qual e o problema de passar do PCP para o PSD. Este ultimo partido e menos democratico do que o primeiro? E opositor, por exemplo, no sentido em que reconhece as eleicoes como unica forma de manifestacao da vontade popular? Saindo-se do PCP para onde se deve ir?
Quanto a forma ignobil, so quem nao acompanhou o processo de ostracismo e expulsao de Zita Seabra do PCP e que nao tera dado conta disso. Eu acompanhei.
Se o leitor nao acompanhou, mais um argumento a favor da leitura do livro.
Peco desculpa aos leitores pelo comentario nao ter todos os acentos necessarios, mas este e o unico computador que tenho agora a mao.
José Milhazes
Sinceramente esperava que fosse mais objectivo e que emitisse uma opinião mais clara sobre a «forma ignóbil» do PCP.
Contudo, constato, que não tem nada a dizer.
Aquilo que se me oferece dizer é que, se alguém, de boa fé, teve dúvidas da atitude do PCP aquando da expulsão da dita senhora, a sua posterior adesão a um partido de direita, defensor do capitalismo, apoiante da invasão de outros países, acabou por demonstrar na prática que o Partido Comunista tinha razão em proceder como procedeu.
Admiro-me que um historiador não ache estranho que uma pessoa com altas responsabilidades políticas adormeça a um dia a defender uma sociedade socialista e acorde no dia seguinte a defender precisamente a sociedade antagónica.
Não se pode defender uma coisa e ao mesmo tempo precisamente o oposto.
Apesar de tudo ser possível, ainda há quer exija coerência.
Caro Antonio, nao se precipite e leia o livro, la encontrara a resposta a muitas das suas perguntas. Sair de um partido que defendeu e defende a existencia de campos de concentracao, espizinhamento dos direitos humanos em nome dos direitos de classe, etc, para um partido que, estando longe de ser perfeito e nao constituindo o meu ideal, respeita as regras democraticas, sera andar para traz? Quanto ao partido defensor da invasao de outros paises, essa acusacao e curiosa, no minimo!!!
Quanto a expulsao da Zita Seabra do PCP, garanto-lhe que e uma das paginas mais tristes dessa forca politica, que nao admite a minima critica. Mas leia o livro e vera como se comportaram realmente os "camaradas", lancando, nomeadamente, boatos absurdos, caluniosos.
José Milhazes
Tal como no «post» anterior você não acrescenta nada de novo.
Não vou ler o livro porque o que essa senhora escreve não me merece o mínimo de credibilidade.
Caro leitor,cai no mesmo erro do "trabalhador soviético": "eu não li esse livro... mas". É pena, mas tem toda a liberdade.
Fico a aguardar com expectativa e curiosidade a publicação do livro e aproveito para deixar uma sugestão a editora, que aos cidadãos que apresentem o cartão de militante do PCP o livro seja entregue de graça ou então que o dinheiro por si pago pela obra reverta para alguma obra de caridade, para que não haja desculpas do tipo: "não vou comprar o livro para não dar dinheiro a essa cambada pequeno-burguesa"!
Caro Antonio
Realmente, acusar um partido de apoiar a invasão de outros países sendo apoiante do PCP, é ter muuuuuitos telhados de vidro. Inacreditável.
Estou cheio de curiosidade para ler o referido livro.
Zita Seabra é um excelente exemplo, aliás, reconhecido por quase toda a gente como paradigma da incoerência e da total ausência de credibilidade política.
Uma questão é a mudança de Partido outra, mais complicada, é a mudança de opinião em questões de fundo, de princípios, de ética.
A referida senhora escreve um livro com o título Foi Assim, poderíamos escrever um texto com o título É Assim. E aquilo que a senhora é e representa é a personagem trágico-cómica, aplaudida por meia dúzia de compreensivos amigos que vão acompanhando a sua esquizofrenia política.
Foi revolucionária quando todos queriam ser revolucionários, quando a revolução estava na ordem do dia, deixou de o ser quando a moda mudou.
Julgo, sinceramente, que a sorte de pessoas como Zita é o facto de o PCP (e os que lá continuaram e continuam)não se dedicarem a escrever uns livrinhos contando umas certas histórias.
Para terminar só um reparo ao post: em Portugal existem vários livros sobre o PCP, feitos por homens ( mulheres) novos, libertos do centralismo democrático (do qual se alimentaram durante muitos anos), renascidos do pesadelo estalinista, rendidos ao capitalismo.
Estamos quase perante uma nova corrente literária, o «dissidentacialismo».
Portanto, só se não chegam à Rússia é que se pode compreender a afirmação de que é uma das primeiras obras do género em Portugal.
As vezes confunde-se a coerência, com a incapacidade de mudança... Acompanhar as alterações históricas, políticas e sociais, aprender com as experiências e com os erros, pelo contrário parece-me uma clara prova de saúde mental... E adaptar-se a essa nova realidade parece-me ainda um desafio maior...que infelizmente nem todos conseguimos...
No entanto o que entristece ainda mais é quando se é um D. Quixote a lutar contra os moinhos de vento, mas sem ideais, mas por hábito e medo de admitir que algo falhou, e que afinal os ideais não eram bem o que pensávamos...
Nesse contexto, a mudança da Zita Seabra do PCP para o PSD, não me parece incoerente... Não nutro simpatia política por nenhum dos dois partidos, mas acredito que os objectivos políticos, sociais e humanos dela não mudaram, o que mudou foi o caminho para os atingir…. Pois não podemos ver um mundo a preto e branco, maniqueísta, em que existem uns a favor e outros contra os trabalhadores….
Fico a aguardar pelo livro, para depois de lido, aí sim, possa ser debatido com frontalidade e honestidade, com base em factos concretos e não em base de “historinhas” que o Sr. Jal ou outras pessoas nos possam contar sobre a Zita Seabra.
E já agora, acho que seria interessante que os actuais militantes do PCP, se dedicassem a escrever livrinhos…quem sabe descobriríamos algo que não sabemos e que esses Srs. parecem saber?
Acabei agora mesmo de ouvir a Grande Entrevista, com Zita Seabra.
Uma vénia, pois só uma grande mulher, de uma grande verticalidade, consegue trilhar os caminhos que ela trilhou.
E o seu post a aconselhar a leitura do livro vem mesmo a calhar. Vai ser a leitura destas férias.
olhe que não! olhe que não!
Também vi a Grande Entrevista, e por esta altura o senhor António já deve compreender melhor o significado de "ignóbil".
Zita Seabra foi claríssima em tudo o que disse e fiquei ciente de como funcionava o PCP naqueles tempos.
Estou muito curioso por ler este livro.
Consigo compreender a mudança de determinados ideais políticos, a fractura ... mas há temáticas como a do aborto em que ainda me pergunto como é possível alguém mudar tão radicalmente de opinião como Zita Seabra.
Estou a ler, estou com ele de resto aqui na mão. Ainda a metade, é bom que se compreenda que me falta a idade e a experiência para sequer imaginar o que faria no lugar dela.
Uma coisa lhe digo, para além do tom comovente e sincero da escrita, do retrato de uma época pelos olhos de uma verdadeira bolchevique, existem inúmeras lições a retirar do que até agora li.
O que levaria alguém a aderir ao PC, viver na clandestinidade, defender com unhas e dentes principios e regras de conduta que deram origem a milhões de mortos neste mundo, quem foram estas pessoas que tão perto estiveram de instalar um regime comunista, como é possivel ser heroico defendendo as ideias erradas?...
Para quem não acompanha o trajecto de Zita Seabra no PSD, que nem sequer sabe quem ela é e foi, para quem quer realmente compreender a ascenção e continua queda do comunismo em Portugal, para quem quer e não tem medo de saber, este livro é fundamental.
Mail enviado pelo leitor João Graça: Procurei o que havia no seu blog sobre o livro "Foi Assim", de Zita Seabra, e apenas encontrei um post. Li os comentários a esse post e reforcei a minha ideia inicial (pré-concebida?): existe uma indiferença generalizada, quiçá comprometida, em relação não apenas ao livro em si mas, principalmente, face à (terrível) verdade histórica nele representada. De facto, a própria Zita Seabra refere - na fase final do livro, correspondente à fase de queda do império soviético - a cobertura que a intelectualidade ocidental europeia dava, deu e continua a dar ao mais gigantesco embuste político da História.
"Em todos esses serões, nas casas que visitava, surgia sempre o mesmo tema de conversa quando eu era apresentada: a acusação aos intelectuais europeus. Da Europa continental, tinham recebido mais conivência com o regime comunista do que solidariedade, ao contrário do que acontecia com os Estados Unidos e a Inglaterra." (página 424)
Pessoalmente, acho inacreditável que ainda existam PCs (organismos e pessoas), por esse mundo fora. Resulta evidente - e o testemunho de Zita é neste contexto importante - que as democracias ocidentais deveriam acrescentar qualquer coisa ao articulado das suas leis fundamentais; por exemplo, o artigo 46º da CRP está incompleto.
"4. Não são consentidas associações armadas nem de tipo militar, militarizadas ou paramilitares, nem organizações racistas ou que perfilhem a ideologia fascista."
Plural: as ideologias fascista ou comunista.
Um depoimento como o de ZS deveria, pelo menos, ao menos em Portugal, provocar uma onda de choque suficiente para derrubar quaisquer dúvidas que ainda pudessem restar em alguns espíritos mais doentiamente condicionados. E, afinal, o que se vê? Nada. No pasa nada. O PC recomenda-se (salvo seja) e continuam a proliferar grupelhos comunistóides, marxistas, leninistas, estalinistas e outros "istas", parece que são cada vez mais e mais fanáticos, e ainda por cima com o beneplácito dos esquerdistas "moderados" - os mesmos que se abstiveram ao longo de setenta anos.
Este livro levanta realmente questões absolutamente inovadoras e sem paralelo. Aquela que mais me custa a compreender é que... ZS ainda esteja viva! Como alguém lhe disse, quando se aproximava a expulsão do Partido, se fosse na URSS ela já teria "desaparecido" há muito. Será que, não fosse ZS "A" Zita Seabra, fosse ela um qualquer militante de base, teria tanta "sorte"? Não gravitasse ela em meios oligárquicos, se não gozasse de protecção de altas instâncias e individualidades, teria sequer tido a oportunidade de publicar fosse o que fosse?
Estas e muitas outras questões - que reforçam per se o carácter nada amistoso dos "amanhãs que cantam" - não são discutidas, debatidas ou sequer mencionadas. Ou, se são, são pouco e "mal" (geralmente, apenas por parte de pessoas e em organizações de direita e extrema-direita). A generalidade da "intelectualidade" nacional, a mesma que fingia que não sabia, finge agora que não leu o livro, que não conhece, que não sabe, que não lhe interessa e tem raiva a quem saiba, conheça ou se interesse.
Afinal, parece que não "Foi Assim". É assim.
Um abraço.
JPG"
Estou plenamente de acordo consigo. JM
Pois é, ó Milhazes, não li o livro mas para quê ? Já desde 19e vinte tal se sabia o que a casa gastava ou seja desde o Kronstad se percebeu que tipo de ideologia era a do Partido Bolchevique. Claro que eu li O Gide e o Camus muito cedo e fiquei alertado para os "amanhãs que cantam" apesar de privar á mesas do café com muitos comunas ( e dos mais grados) que antes do 25 até eram simpáticos e me emprestavam livros interessantes. Lembro-me da Helena Neves e do Gorjão me oferecerem um Nekrassov quando me viram a ler a Nadja do Breton. Ah é bom dizer que sou de Alcantara e que debaixo da minha casa havia uma tipografia clandestina do PCP mas o meu tio que esteve 16 anos no Tarrafas por anarquismo disse-me um dia: havia guardas melhores que os maximalistas do PcP daí eu sempre à coca. Depois veio o 25 de Abril e eu regressado da Guiné sem saber bem que fazer fui parar à United Press na Pr da Alegria onde pude então como repórter acompanhar a macacada revolucionária até 1980 e como o povaréu foi enganado mas felizmente a maior parte viu o logro e deu a volta ao assobio e hoje menos bem do que seria desejável estamos menos mal.Sem comunismo, e com capitalismo que foi sempre o que quisemos salvo em dias que estávamos com uma imperiais a mais e sonhávamos com...o Bob Marley e em ir ao Jamaica. Quanto ao Cunhal assisti à sua chegada a Lisboa e falei-lhe " Como está Dr? " na Soeiro Pereira Gomes ( sempre lá fui bem recebido e só lá ia em tempo de eleições ) e vi logo o que a casa gastava. Era um émulo do Kaganovich, subiu para o chaimite no Aeroporto parecia um daqueles agentes das SS do Hitler, de trincheira assertoada de cabedal, façanhudo, e apesar de louvaminhado pelas gajas, metia medo político ao susto.Claro nunca o deixámos pôr o pé em ramo verde.Que se ficou pelo vermelhusco e assim morreu.Claro que num país que aparou o Salazar durante 48 anos o Cunhal que era o reverso dessa medalha de lata do fascismo á portuguesa ficava bem no pechiché das ideologias padrecas como é o marxismo ( apesar das análises económicas de marx e engels terem pertinência tanto mais que acho o Marx psiquiatra do capitalismo em decadência e principal responsável pela sua recuperação ) uma espécie de cristianismo sem o período barroco. Ora a Tal de Zita que tu tanto curtes só pode ser um produto das ideias desses fanáticos.
Produto subproduto etc. e claro está suposta bandeira para o PSD, um partido democrático mas com défice de figuras assim a bem dizer mediáticas no sentido do espectacular, salvo o Santana Lopes, que é um paxola um nino dos Olivais a armar ao pingarelho da aristocracia mas sem crédito junto da bimbalhada do Cavaquistão.
Bem e mais não digo sobre esta coisa. Agora pergunto eu ó Milhazes . Se a Zita é o que é não pode ser o que ela quer ser? Eu acho que não é flor que se cheire, mas prontos deixem lá a mulher editar uma livralhada fazer a vidinha dela e rezar umas Avé Marias para limpar os pecados de antanho.
Não terei seguramente um tão grande conhecimento histórico que me permita fazer juizos de valor acerca da figura de Zita Seabra como algumas pessoas nesta página, mas como alguém que tinha 2 anos quando o 25 de Abril aconteceu e que viveu sempre a sonhar um bocado com a face dourada do pcp que defende os pobrezinhos e oprimidos e que sempre tentou fechar os ohos à realidade que foi/é o comunismo, este livro ajuda a desmistificá-lo. Era miúda quando Zita Seabra foi expulsa do PC e lembro-me de sempre ter olhado para ela de lado, principalmente por depois ter ingressado no PSD. Depois de ouvir a entrevista dela fiquei a ver a coisa de outro modo e tendo amigos q pertenceram ao PCP tenho noção da falta de abertura do mesmo e não me é nada difícil acreditar nas palavras dela. O livro só pena por se repetir um pouco por vezes, mas no geral é delicioso. Vou a meio... mas até agora parece-me a história de uma grande mulher, que assume as suas escolhas e como já alguém aqui disse, o que não é natural é que vivamos a vida toda a ver as coisas com os mesmos olhos, que não tenhamos a capacidade de admitir que estavamos errados e que mudemos de opinião. Obrigado Zita por o ter escrito.
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