Os russos já deixaram de contar os recordes batidos pela actual onda de calor que se instalou há mais de duas semanas e continuará nos próximos quinze dias nas regiões centrais da parte europeia da Rússia. Em 130 anos de observações metereológicas que estas regiões não viam o mercúrio a subir nos termómetros até além dos 30 e 40 graus centígrados.
Em algumas regiões, nomeadamente em Moscovo, o calor é acompanhado pelo fumo explido para a atmosfera pelos muitos incêndios florestais, que faz subir os índices de poluição atmosférica (na capital russo, o indíce é duas vezes superior ao permitido) e o número de chamadas para os serviços médicos de emergência da parte de pessoas que sofrem de males respiratórios e cardíacos.
Segundo o último balanço oficial, os incêndios florestais nas regiões centrais da Rússia provocaram 40 mortos e 323 feridos, tendo sido hospitalizadas 62 pessoas. As chamas devoraram 1 875 casas, deixando sem tecto mais de 2200 pessoas.
As autoridades reconhecem que, este ano, já arderam mais de 500 mil hectares, mas os ecólogos da organização Greenpeace da Rússia falam em mais de três milhões. Um quarto das colheitas já foi destruído pela longa seca. Os prejuízos materiais rondam os 4 500 mil euros.
O primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, exigiu que os dirigentes locais que não conseguiram travar o avanço das chamas se devem demitir dos cargos, mas apenas um lhe deu ouvidos.
“O Governo Federal mostrou não estar preparado para a luta contra os incêndios. Os poderes locais, com os seus orçamentos miseráveis, também não estão. A vitória da centralização e da “vertical do poder” (criada por Putin) cheira a queimado”, escreve o jornal Novaia Gazeta.
Hoje, Serguei Choigu, ministro para Situações de Emergência da Rússia, reconheceu a falta de meios nos orçamentos regionais e explicou-a assim: “Os incêndios de grandes dimensões conduziram a que tenham acabado os meios e exigem mais dinheiro. Mas nem todas as autoridades preencheram correctamente os documentos, em conformidade com os quais se concedem mais meios. Isto atrasou o apoio ao financiamento das autoridades locais”.
Choigu afirmou que decuplicou o número de bombeiros no terreno, para 130 mil, aos quais se juntaram mais de dois mil militares e um número desconhecido de voluntários.
Os especialistas em provocar chuvas artificiais, em que na Rússia existe grande experiência, reconhecem a sua impotência no combate às chamas.
“Para provocar precipitações artificiais é necessário que a humidade do ar seja superior a 95 por cento. Ou seja, a chuva está quase a começar a cair e nós apenas apressamos esses processo”, declarou Alexei Liakhov, director do Serviço de Meteorologia de Moscovo.
Quando os meios técnicos e humanos são insuficientes, nada mais resta do que olhar para os Céus.
“Peço a todos os filhos e filhas fiéis da Igreja Ortodoxa Russa que se unam numa oração a Deus, que Ele mande chuva à nossa terra queimada”, disse Kirill.
O Patriarca sugeriu que as orações fossem feitas com particular zelo no dia 2 de Agosto, dia do Profeta Elias no calendário litúrgico ortodoxo, a quem já é hábito rezar por chuva.
O Patriarca sugeriu que as orações fossem feitas com particular zelo no dia 2 de Agosto, dia do Profeta Elias no calendário litúrgico ortodoxo, a quem já é hábito rezar por chuva.
Mas, por enquanto, a chuva não chega e os meteorólicos prometam ainda mais calor.
5 comentários:
De facto, a famosa centralização de Putin tem também estes resultados inesperados. Quando o dinheiro é todo controlado a partir de Moscovo, alguma coisa tem que correr mal.
Algo me diz que as coisas não vão melhorar. A crer nas últimas declarações de Medvedev em Sochi, de que "a concorrência entre duas forças próximas /ele e Putin/ não trará vantagem ao país" e que "não sei quem se candidatará em 2012, se será Medvedev, se Putin, se uma terceira pessoa" e que "....isso deverá pensar a pessoa que vier depois de mim", o actual presidente muito provavelmente está disposto a ceder o seu lugar a Putin.
Por isso, amigos, o futuro promete ser interessante.
De modo relativo, o que se passa em Portugal com os incêndios é ainda mais grave do que se está a passar na Rússia.
Aqui também hectares de floresta desaparecem, casas ficam destruídas, morrem pessoas.
So o habito de ver o mesmo todos os anos é que explica que o fenómeno dos incêndios não seja considerado uma catástrofe num país pequeno de 10 milhões de pessoas.
Leitor Nuno, isso só mostra que os dirigentes dos países devem tomar medidas sérias para prevenir e travar estas desgraças.
No distrito Kolomenskoe, província de Moscovo, em resultado de fogos florestais ardeu a base da aviação da frota militar russa. Página russa Life News informa que arderam cerca de 200 aviões e helicópteros avaliados em 20 biliões de rublos:
http://www.gazeta.ru/news/lastnews/2010/08/03/n_1528982.shtml
Estou preocupado com a mãe – pátria, como ela se poderá defender no caso do 2° ataque repentino da Geórgia?
Eu acredito que nao apenas as mudanças climaticas sejam a responsavel pelos danos causados na Russia, mas por governos que tem interesse em sabotar o regime de Vladimir Putin. Ja pensaram na Haarp como agente causador? Afinal de contas, esta tecnologia tem esta finalidade, a de alterar o clima para fins militares e estrategicos.
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