A bailarina clássica, Anastassia Volotchkova (na fotomontagem), acusa o Kremlin de ter impedido o seu acesso aos ecrãs televisivos por ter abandonado o Partido Rússia Unida, dirigido pelo primeiro-ministro, Vladimir Putin.
Na véspera, dois canais públicos de televisão: ORT e NTV, não exibiram programas com a participação da bailarina, que tinham sido anteriormente gravados e anunciados.
Anastassia Volotchkova acusa Vladislav Surkov, vice-chefe da Administração Presidencial da Rússia, de ter sido o autor das proibições.
“O meu diretor comunicou-me que o programa “Que falem”, dedicado ao meu aniversário, foi retirado da grelha por ordem pessoal de Vladislav Surkov... Esse programa era muito importante para mim, pois nele participaram a minha mãe, filha, os meus pares bailarinos Rinat Arifulin e Nikolai Tsiskaridzé, muitos amigos”, escreve a bairalina no seu blog.
“Trata-se de um golpe muito baixo”, sublinhou.
A bailarina escreve que, no final de um espetáculo seu em Togliatti, cidade do sul da Rússia, na sexta-feira, o público aplaudiu efusivamente quando ela anunciou a saída do Partido Rússia Unida e assobiou quando ela revelou a proibição dos programas televisivos com a sua participação.
“Estou convencida de que os espetadores me apoiam”, escreve ela.
Na NTV, Volotchoka participou num programa gravado sobre a relação entre a Igreja Ortodoxa e a sociedade civil, onde polemizou com o sacerdote Vselovod Chaplin, chefe do Departamento da Igreja Ortodoxa para relações com a sociedade civil. A bailarina fez duras críticas às tentativas do clero ortodoxo impor limitações à forma como as mulheres russas se vestem.
“Estou abalada. No país há tantos problemas, mas Surkov e os gatos anafados da Rússia Unida pensam em como manchar Volotchkova! Vergonha!”, comenta ela no seu blog.
Anastassia Volotchkova revelou que a Rússia Unida conseguiu, de forma enganosa, que ela assinasse uma carta a condenar Mikhail Khodorkovski, antigo patrão da petrolífera YUKOS, em 2005, sublinhando que essa foi uma das razões que a levou a bandonar o partido que detém a maioria absoluta no Parlamento.
6 comentários:
Ninguém tem nada a dizer sobre este tema? Ou ninguém gosta de bailarinas clássicas (mesmo na piscina)?
Já que ninguém comenta, faço eu as honras (em repetição do Facebbok, sorry)
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Desde os tempos do PCUS que abandonar o partido governante significa trair. E as traições implicam sempre um castigo. Aliás, a bailarina não é a única. Muitos outros artistas russos que, de uma ou de outra forma criticaram o Governo viram-se impedidos de actuar na TV. Temos o caso do Zadornov, um humorista muito curioso, que deixou de ser convidado, temos o Andrei Danilko e muitos outros. Muitos deles emigraram para a Ucrânia onde prosseguiram a carreira. O mesmo se passou com alguns conhecidos jornalistas mais críticos.
Por lapso, o meu comentário anterior saiu com o autor trocado.
Condeno os métodos utilizados pelas autoridades, mas pensando bem, a bailarina não parece ter muitas preocupações quanto ao que os outros possam pensar da sua seriedade. Ora vejam:
http://style.rbc.ru/events/2011/01/12/143632.shtml
Independente das fotos que ela fez, acredito que esse tipo de repressão que o partido faz com quem o abandona, é muito preocupante para os cidadãos em geral.
Um novo blog sobre a vida artistca da bailarina Anastassia Volotchkova em francês - http://volotchkova-fr.livejournal.com/
Um novo blog sobre a vida artistca da bailarina Anastassia Volotchkova em francês - http://volotchkova-fr.livejournal.com/
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