O antigo internacional português Luís Figo, bem como outras ex-estrelas do futebol mundial, irá atuar no jogo de inauguração do novo estádio de Grozni, capital da Chechénia.
O jogo, que está marcado para 11 de Maio, faz parte do programa de inauguração do Estádio de Akhmat-Hadji Kadirov, antigo presidente checheno assassinado à bomba pela guerrilha separatista.
Na equipa internacional, além de Figo, deverão jogar, Diego Maradona, Franco Baresi, Alessandro Costacurta, Steve Macmanaman, Jean-Pierre Pain, Cristian Vieri, Ivan Samorano e Fabien Barthez, segundo anunciou a organização da encontro..
Esta equipa irá enfrentar a equipa Kavkaz (Cáucaso), onde irão alinhar conhecidos internacionais soviéticos e russos como Rinat Dassaev, Dmitrin Alenitchev e Nikolai Pissariev.
Além deles, nessa equipa jogarão também Ramzan Kadirov, dirigente da Chechénia, Alexandre Khloponin, representante do Presidente russo no Cáucaso do Norte, e outros funcionários públicos.
Numa das regiões mais pobres e menos desenvolvidas da Rússia, Ramzan Kadirov, dirigente checheno acusado por organizações nacionais e internacionais de defesa dos direitos humanos de dirigir a Chechénia com braço de ferro, não olha a meios financeiros para organizar espetáculos desportivos.
Kadirov contratou Rudd Gullit, antiga glória do futebol holandês, para treinar o Terek de Grozni. Além disso, segundo a imprensa, ele pagou cerca de um milhão de dólares para ver a seleção brasileira de 2002 a jogar em Grozni, em Março passado.
Alguns dos jogadores brasileiros acabaram por pedir desculpa por terem ido a uma terra dirigida por um homem como Kadirov.
O internacional Raí escreveu no seu blog que aceitar o convite foi uma “imbecilidade”. O médio mostrou-se insatisfeito com a ditadura implantada pelo presidente Ramzan Kadirov, que está no poder desde 2007 e foi reeleito para mais cinco anos de mandato dias antes da partida. O governante, inclusive, disputou o confronto e marcou dois golos.
Para Raí, foi um evento político e populista para exaltar a imagem de Kadirov.
Porém, Cafu tem outra opinião: "O futebol é capaz de parar guerras. Fomos lá para dar um pouquinho de paz para aquelas pessoas, para que elas pudessem ver os ídolos. Não tenho nada a reclamar do governo da Chechénia”.
A Confederação Brasileira de Futebol considerou que essa seleção “não tem legitimidade”.
Tendo em conta esta experiência da “seleção brasileira”, pode-se perguntar: qual a razão que leva o famoso médio português a participar numa iniciativa desse tipo? Oportunidade de ganhar dinheiro, não acredito. Falta de informação, talvez...
14 comentários:
O capital é que manda! Todas as celebridades estão à venda... É tudo uma questão de preço...
Falta de informação, principalmente.
No caso dos jogadores brasileiros, a maioria não tem a mínima noção do que ocorreu ou ocorre na Chechênia.
Não fizeram por mal.
Vou mais pela ignorâcia, do que pelo dinheiro, isto em relação ao e outras estrelas do mesmo calibre, alguns pode ser que sejam ambas as coisa.
Afinal o que tem de tão ruim assim em realizar um jogo festiva apra um povo sofrido como o checheno? Acho que o ocidente gostava era quando eles viviam no caaos (1994 a 1999), quando Moscou os deixou em paz e a republica se tornou um caos total, sem lei ou ordem.
Não sou um grande fa dos tchetchenos, mas o que de mau fizeram esses futebolistas?
E esses palavras falsas da "ditadura", essas citações dos "defensores" dos direitos humanos são, como sempre, um jogo politico. Há tantas injustiças no mundo, mas os "defensores" e outros "grandes democratas" atuam com uma grande efetividade só nos lugares onde há petróleo ou outras riquezas naturais ou nos lugares dum interesse estrategico elevado. Porque seria?
Anónimo russo, sabe perfeitamente que o problema não está nos chechenos, mas nos seus dirigentes. Grandes riquezas naturais na Chechénia? Quais, se o petróleo já está a acabar?
Blogger Jose Milhazes disse...
"Anónimo russo, sabe perfeitamente que o problema não está nos chechenos, mas nos seus dirigentes. Grandes riquezas naturais na Chechénia? Quais, se o petróleo já está a acabar?"
Falei da situação no mundo em geral. A tchetchenia é antes um lugar interessante para alguns por causa da sua posição geografica. O caucaso em geral é uma zona comoda para desestabilizar a situação na Rússia e enfraquece-la de certo modo (pelo menos tentar fazer isso). De onde tantos "professores" barbudos de origem árabe e não só que "ensinam" o "islão verdadeiro"? Ouvi até que alguns deles foram libertados à pressa das prisões inglesas, guando isso foi preciso para alguem.
...Quais, se o petróleo já está a acabar?...
Caro JM,
A que se está a referir?
Caro PM, refiro-me ao petróleo na Chechénia.
Mas meu caro,
Que eu saiba não existe petróleo aí. Que indicações tem de que o petróleo está a acabar?
Caro PM, na era soviética foram exploradas reservas significativas de petróleo na Chechénia, mas estão a chegar ao fim. No entanto, como você sabe, trata-se de uma zona estratégica para a Rússia.
Blogger Jose Milhazes disse...
"Anónimo russo, sabe perfeitamente que o problema não está nos chechenos, mas nos seus dirigentes."
Por sinal. Não conheço muito de perto os tchetchenos, mas parece-me que Kadirov é um representante típico deles. E, alem de convidar estrelas de futebol, parece, que grandes meios financeiros vão realmente para o setor de construção. Inclusive, que eu saiba, eles compram alguns materiais de construção aqui, na região onde moro, nas empresas onde eu tambem compro esses materiais devido às minhas atividades professionais.
Segundo eu sei, há realmente algumas reservas de petróleo lá. Até não sabia que estão a chegar ao fim. Mas, comparando com aquilo que o resto da Rússia tem, não acho que fossem lá tão significativas.
Caro JM,
Nunca associei que houvesse petróleo em quantidades significativas na Chechénia. Talvez pelo os valores de produção existentes na Rússia.
Além de ser uma zona estratégica, é uma zona de confluência energetica, por onde passa muito petróleo e isto é que acho que tem maior destaque, não o facto de possuir reservas, mas sim pela passagem de energia.
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