Exmo. Sr. Ministro, não sei se a minha primeira carta aberta chegou às suas mãos ou às de algum dos seus assessores, mas decidi escrever-lhe uma segunda, pois só e apenas pretendo contribuir para o bem do país, que neste momento passa por um momento difícil.
As crises são momentos de sofrimento para os povos, mas, ao mesmo tempo, transportam em si oportunidades novas para resolver os problemas mais prementes do país.
Uma dessas oportunidades, de que já falei na primeira carta, é o aumento da captação de turistas russos pelo mercado português, processo que conhece, este ano, uma forte dinâmica positiva.
Porém, esta dinâmica não pode ser motivo para não se fazer melhor, para parar e esperar que os frutos caiam maduros da árvore. Como dizia Santo Agostinho, “parar é morrer”.
Talvez o seu Ministério justifique com motivos económicos e financeiros a ausência de obras no interior do Consulado de Portugal em Moscovo ou a criação de melhores condições de atendimento ao público. Permita-me que discorde, pois essa seria uma medida que daria, directa e indirectamente, lucros visíveis à economia e empresas portuguesas.
Mas se o mal está na falta de dinheiro, gostaria de chamar a atenção para pequenos pormenores, que não custam muito dinheiro, mas, se concretizados, contribuiriam para melhorar a imagem do nosso país na Rússia.
Como é sabido, tendo em conta o grande número de turistas russos que pretendem visitar o nosso país, aqueles que não o fazem através de agências de turismo (o mecanismo de cooperação entre agências turísticas e o Consulado Luso, felizmente, está a funcionar bem) têm de se inscrever previamente no Consulado de Portugal em Moscovo para puderem entregar o pedido de visto.
Isso pode ser feito de duas formas: a primeira, através de um call-center que trabalha de uma forma mais do que estranha e ultrapassada. O requerente do visto tem de ligar para esse call-center, depois vai pagar o preço da chamada a um banco e só depois entra na lista de espera.
Este ano, os turistas russos tiveram a possibilidade de se inscrever através da Internet, mas não é tarefa difícil o “site”. Isto porque a Embaixada de Portugal na Rússia deve ser a única entre os membros da EU que não tem um “site” na Net! Os russos devem fazer a inscrição através do “site” das comunidades portuguesas, cuja descoberta não é tarefa fácil.
Não há dinheiro para fazer um “site”, faça-se um blog, que é fácil e grátis, onde se coloque a informação, em português e russo, a fim de facilitar a vida dos turistas russos.
O número de turistas russos que não desejam recorrer aos serviços das agências de turismo é cada vez maior e isto deve ser levado em conta.
E mais um pequeno pedido, que não deve trazer grandes custos para Portugal. O horário de funcionamento do nosso Consulado está escrito ao lado da porta de entrada apenas em língua portuguesa. Mas será assim tão difícil e caro colocar uma placa em russo. Aí , apenas deve estar escrito o seguinte: “Консульский отдел Посольства Португалии в Москве. Oткрыт в рабочие дни с … по…”.
Senhor Ministro, peço-lhe que veja nesta missiva apenas o desejo de contribuir para o melhoramento da imagem do nosso país na Rússia, e nada mais.
Obrigado pela atenção e bom trabalho na defesa dos interesses nacionais neste mundo difícil.
3 comentários:
Não arranje trabalho ao ministro. Faça-lhe venda de uns submarinos, de certeza faz bom negócio.
É uma pena que não haja um "José Milhazes" brasileiro em Moscou.
E vida longa ao Império Portugues, suas conquistas e seus conquistadores...
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