O Presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, não excluiu hoje a possibilidade de se recandidatar, no futuro, a esse cargo, sublinhando, porém, que não fará isso no atual ciclo eleitoral, que terá o seu corolário nas eleições presidenciais de 04 de março.
“Eu nunca disse que não me irei recandidatar mais. Recordo que tenho apenas 46 anos. Ainda não é uma idade tão grande para renunciar a futuras batalhas políticas”, declarou ele num encontro com estudantes da Universidade de Moscovo.
“Mas, desta vez, eu decidi realmente não me recandidatar partindo de considerações de caráter político, porque considerei que duas pessoas que representam a mesma força política não devem andar às cotoveladas e deve avançar a que, hoje, tem, talvez, mais possibilidades de vencer”, acrescentou.
“As eleições de março mostrarão se as coisas são assim ou não”, frisou.
“Não sei o que ocorrerá em maio, admito o mais diverso desenrolar dos acontecimentos. Digam o que disser, Vladimir Putin deve ser eleito mais uma vez. Se conseguir isso, o que é muito provável, eu serei primeiro-ministro. Caso contrário, eu continuarei a trabalhar calmamente para o bem da Pátria”, explicou.
“Mas posso dizer-vos abertamente: não vou abandonar a política e não excluo a possibilidade de, dentro de algum tempo, me recandidatar ao cargo de Presidente, porque sinto que tenho forças e conhecimentos para isso”, sublinhou.
O Presidente da Rússia Dmitri Medvedev considerou que as eleições parlamentares de 04 de dezembro foram as “mais limpas” da história do país, mas admitiu a existência de fraudes.
“Tenho experiência de acompanhar eleições desde 1991. Por muito que critiquem estas eleições para a Duma Estatal, mesmo reconhecendo que houve fraudes e, em alguns casos, gritantes, elas foram as mais limpas em toda a nossa história”, declarou ele num encontro com estudantes da Universidade de Moscovo.
“Eu claro que sigo muito atentamente a forma como estão a ser investigadas as irregularidades… Nesse sentido, não temos uma situação esterilizada, porque temos uma democracia, um sistema político em desenvolvimento”, acrescentou.
Medvedev excluiu a possibilidade de novas revoluções na Rússia.
“Não gostaria que os acontecimentos no nosso país se desenvolvessem segundo um guião revolucionário ou extremista, mas digo-vos que não vejo premissas para isso”, explicou.
Quando lhe perguntaram de se ele não tem medo de vir a ser condenado à morte em caso de revolução na Rússia, ele respondeu: “estou pronto a morrer pelos meus ideais”.
Medvedev não excluiu que entre os participantes nas manifestações da oposição de 10 e 24 de dezembro, realizadas para protestar contra fraudes nas eleições parlamentares, estivessem “também pessoas que queriam que eu me recandidatasse”.
O Presidente russo considerou que a oposição que não está representada no Parlamento pode criar o seu partido.
“Não tenho dúvida que algum deles poderá criar o seu partido nas novas condições políticas. Isso trará alegria e, se traz alegria, será bom para todos”, frisou.
Dmitri Medvedev reconheceu que na Rússia “é exercida uma certa pressão sobre os órgãos de comunicação”, mas defendo que no país “não existe uma censura desenfreada”.
A pedido de um dos estudantes, o Presidente russo abordou o tema das relações entre o seu país e os Estados Unidos.
“As nossas relações entre Estados e pessoais não se deterioram. Eu e o meu colega temos boas relações e isso ajudou a resolver toda uma série de problemas”, frisou.
Porém, o dirigente russo aconselhou o novo embaixador norte-americano em Moscovo, Michael McFaul, a não se esquecer que exerce as suas funções na Rússia e não nos Estados Unidos.
O diplomata norte-americano encontrou-se, no passado dia 17, com representantes da oposição russa, reunião que foi duramente criticada por políticos próximos do Kremlin, que a consideraram uma “tentativa de desestabilizar o país”.
Antes da entrada do Presidente no auditório universitário, os organizadores do evento deram instruções aos estudantes sobre a forma como se comportarem.
“Desliguem os telefones, nada de provocar efeitos sonoros. Os apoiantes não devem aplaudir durante muito tempo, isso não está na moda”, precisou Vladimir Kulikov, um dos organizadores.
Kulikov apelou às jovens estudantes a “abotoarem as blusas” e a todos os presentes “não fazerem caretas, pois podem ser captados pelas câmaras a qualquer momento”.
“Avaliem as vossas possibilidades. Quem tem necessidade de ir à casa de banho que vá agora. Se alguém tiver doenças crónicas e precisar de ajuda, está aqui uma ambulância”, concluiu.
2 comentários:
Como está pronto a morrer pela Pátria, a Pàtria agradece que morra.
Palhaço criminoso!
É a representação da tal Águia das duas cabeças, da bandeira Russa.....
Uma olha para Ocidente e outra para Oriente......
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