segunda-feira, junho 18, 2012

Conversações entre "5+1" e Irão decorrem com grande dificuldade



Michael Mann, porta-voz da delegação europeia, declarou que os representantes do “5+1” estão dispostos a prolongar as conversações em Moscovo além dos prazos previstos se for conseguido progresso.
Segundo o programa, o fim da conferência de Moscovo sobre o programa nuclear iraniano está previsto para terça-feira.
Em declarações à rádio Voz da América, Mann frisou que por enquanto o “5+1” não recebeu sinais claros de que o Irão está disposto a cooperar.
Porém, ele considerou que as conversações em Moscovo foram mais concretas que as de Bagdade.
“As conversações foram intensivas, elas decorreram numa atmosfera de trabalho, mas não foram simples… Não foi a repetição das conversações de Bagdade. Houve uma troca de opiniões, embora elas divergissem. Desta vez a discussão foi mais produtiva”, acrescentou.
Mann revelou que ainda não foi marcada a data da próxima conferência sobre o programa nuclear iraniano.
“Por enquanto não se fala nisso. É preciso esperar o fim das conversações em Moscovo e ver os resultados da discussão de amanhã para marcar um novo encontro”, frisou.
Ali Bageri, vice-secretário do Conselho Supremo da Segurança Nacional do Irão, considerou as conversações “construtivas” e “sérias”, sublinhando que Teerão deu uma resposta pormenorizada às propostas do “sexteto” apresentadas em Bagdade.
“Hoje realizámos duas voltas de conversações construtivas… Elas continuarão amanhã, depois das 12 horas (9 horas em Lisboa)”, acrescentou.
Bageri frisou que o programa nuclear iraniano é “transparente” e que Teerão está pronto a dar os “passos propostos para a normalização da situação”.
O dirigente iraniano considerou “ilegítima” a aprovação de novas resoluções contra Teerão.
Serguei Riabkov, diplomata russo que participa nas conversações, considerou que “a principal dificuldade consiste na difícil compatibilidade das posições de ambas as partes”.
Na reunião de Moscovo sobre o programa nuclear iraniano, além de representantes do Irão e União Europeia, participam também diretores políticos do “5+1”: Rússia, China, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha e Alemanha.
O Presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, afirmou hoje que o seu país está pronto para abandonar o enriquecimento de urânio a 20 por cento, se receber das grandes potências a “garantia” de que lhe será fornecido o combustível nuclear que precisa.
“A República Islâmica do Irão sempre disse que se os países europeus venderem ao Irão o combustível a 20 por cento, o Irão não fará o enriquecimento a esse nível. Hoje mesmo, se nos derem a garantia que nos fornecerão combustível a 20 por cento para os reatores, não haverá problema” em parar, declarou o líder, segundo a transcrição de uma entrevista publicada no portal eletrónico da presidência.
O enriquecimento de urânio a 20 por cento deixa receios por ser uma atividade que aproxima o país do nível de enriquecimento necessário ao fabrico da bomba atómica (90 por cento).

1 comentário:

Pippo disse...

"O Presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, afirmou hoje que o seu país está pronto para abandonar o enriquecimento de urânio a 20 por cento, se receber das grandes potências a “garantia” de que lhe será fornecido o combustível nuclear que precisa."

Isso é uma estratégia para ganhar tempo pois a Rússia já se oferecera para fornecer urânio enriquecido ao Irão.