sábado, junho 16, 2012

Rússia não realiza conversações sobre demissão de Bashar Assad


A Rússia não está a realizar conversações sobre a demissão do Presidente da Síria, Bashar Assad, declarou o ministro russo dos Negócios Estrangeiros russo depois de um encontro com o homólogo iraniano.
“Se isso realmente foi dito, então não é verdade. Semelhantes discussões não se realizam, nem se irão realizar, porque isso contradiz totalmente a nossa posição”, disse Serguei Lavrov, comentando notícias da imprensa.
“Podem repetir a afirmação de que realizamos conversações sobre o destino da Síria depois de Bashar Assad, mas isso é falso. Não nos dedicamos ao derrube de regimes nem através da aprovação de ações unilaterais no CS da ONU, nem participamos em conluios políticos”, acrescentou.
Lavrov revelou também que não tem informações de que os Estados Unidos falem a sério do emprego da força contra a Síria.
“Eu não ouvir dizer que a administração dos Estados Unidos fale a sério do emprego de força contra a Síria”,  afirmou.
Moscovo espera que o Conselho de Segurança da ONU não sancione uma operação com o objetivo de derrubar o regime na Síria e que os Estados Unidos não atuem à margem do CS.
“Esperamos muito que os Estados Unidos não atuem mais à margem do CS, porque ele não vai sancionar a mudança do regime”, precisou.
Moscovo insiste em que o plano Annan é a única via de solução pacífica para o conflito sírio.
O ministro russo também disse que continua aberta a questão da data e do lugar da conferência internacional sobre a Síria.
Kofi Annan propôs a realização da conferência a 30 de junho em Genebra, mas a diplomacia propõe Moscovo.
Além disso, a Rússia quer ver o Irão entre os participantes da conferência, proposta não apoiada por países ocidentais.
“Consideramos absolutamente indispensável o convite de todos os potenciais participantes, incluindo o Irão, se todos estivermos de acordo em nos orientar pela importância do assunto, pelos interesses da mobilização de todas as forças da comunidade internacional para pôr fim à violência na Síria e levar a situação para uma solução política”, explicou Lavrov.
Moscovo considera que na conferência devem participar todos os membros permanentes do CS da ONU, todos os vizinhos da Síria: Iraque, Turquia, Jordânia, Líbano, bem como países importantes da região como Arábia Saudita, Qatar e Irão.
Além destes países, deverão participar a Liga Árabe e União Europeia.
O homólogo iraniano, Hoshiar Zibari, apoiou esta posição de Moscovo.
P.S. A situação em torno da Síria faz-nos voltar aos piores tempos da guerra fria, com campanhas de desinformação que há muito não se viam. 
Isto torna muito difícil fazer análises objectivas deste conflito, mas parece já evidente que a desestabilização nessa país poderá ter sérias consequências para todo o Médio Oriente, podendo depois alastrar-se ao Cáucaso, etc., etc.
E mais uma vez a ONU mostra ser uma organização incapaz de resolver conflitos internacionais.  

11 comentários:

PortugueseMan disse...

E mais uma vez a ONU mostra ser uma organização incapaz de resolver conflitos internacionais.

Vejo muita gente a fazer este tipo de afirmações.

Eu não posso concordar com esta crítica negativa em torno da ONU.

A ONU não consegue resolver este tipo de situações, e nenhuma outra organização que se crie o consegue resolver.

A ONU representa uma série de forças com interesses opostos e a ONU tenta mediar cada situação de modo a impedir conflitos mais sérios.

A alternativa a não existir a ONU é a medição de forças no terreno.

Os interesses em tornos destes países, não passam pela preocupação pelos mortos, se assim fosse, haveria muito país africano que ao fim de tantos anos de guerras, massacres, miséria, já mereciam um "tratamento" como foi feito a estes últimos.

E se formos olhar para os últimos "tratamentos", o que é que está melhor no Iraque, Afeganistão ou Líbia?

A diferença é que agora a imprensa já não fica chocada com as mortes que lá ocorrem diáriamente.

Bruno disse...

A ONU mostra-se incapaz de resolver conflitos internacionais porque pura e simplesmente não foi criada para esse objectivo

Wandard disse...

Infelizmente a ONU, é um organismo fantoche, que serve apenas aos interesses dos Estados Unidos e seus aliados. A própria sede da ONU(aonde está localizada já diz tudo). Lembro que Kofi Annan se tornou Secretário Geral da ONU após Boutros-Ghali ser vetado pelos EUA ao segundo mandato juntamente com quem?(Inglaterra, Polônia, Itália, Coreia do Sul):
Richard Clarke (EUA czar anti-terrorismo), Michael Sheehan , e James Rubin participaram do que eles chamavam de " Operação Orient Express ". Clarke escreveu:
Albright eu e um punhado de outros (Michael Sheehan, Jamie Rubin) haviamos entrado em um pacto juntos em 1996 para expulsar Boutros-Ghali como Secretário-Geral das Nações Unidas, um plano secreto que tinha chamado Operação Orient Express, o que reflecte a nossa esperança de que muitas nações se juntem a nós em fazer na cabeça das Nações Unidas. No final, os EUA tinham de fazê-lo sozinho (com seu poder de veto das Nações Unidas) e Sheehan e eu tinhamos que evitar que o presidente cedesse à pressão de líderes mundiais e se estendesse mandato de Boutros-Ghali, muitas vezes em nossa corrida para o Salão Oval, quando fomos alertados que um chefe de estado havia telefonado para o presidente. No final, Clinton ficou impressionado por nós termos conseguimos não só derrubar Boutros-Ghali, mas para ter Kofi Annan selecionado para substituí-lo.

Pippo disse...

"Moscovo considera que na conferência devem participar todos os membros permanentes do CS da ONU, todos os vizinhos da Síria: Iraque, Turquia, Jordânia, Líbano, bem como países importantes da região como Arábia Saudita, Qatar e Irão."

Espantosamente, parece que Israel não está incluído no plano, o que é estranho uma vez que é um país absolutamente interessado em tudo aquilo que acontece na Síria.

Anónimo disse...

"parece que Israel não está incluído no plano"

Talvez por se ter tornado num estado fascista que está a desestabilizar o médio oriente e ganhe com o caos na Síria ou com um governo fantoche.

Jest nas Wielu disse...

Se a Rússia "não está a realizar conversações sobre a demissão do Presidente da Síria", irá organizar as lamentações públicas coletivas em memória de "mais uma vítima da agressão Ocidental" lol lol

Anónimo disse...

A situação na Síria está a cada dia pior. Se em 2011 morriam 10-15 pessoas ao dia, hoje morrem 60... A Rússia pseudo poderosa, vaidosa e orgulhosa, continua a apoiar o genocida Assad.

Cristina Mestre disse...

http://portuguese.ruvr.ru/2012_06_15/franca-russia-futuro-siria/

De facto, não é fácil para nós, cidadãos, sabermos se estamos perante informação ou desinformação. Um diz que houve conversações, outro diz que não houve... Como era bom sabermos a verdade....

PortugueseMan disse...

...Um diz que houve conversações, outro diz que não houve... Como era bom sabermos a verdade....

Bom, dado que Lavrov, chamou mentiroso ao novo ministro, este só tem que se explicar e mostrar que Lavrov é que está a mentir.

Se a coisa não ficar bem explicada, este novo ministro não começa lá muito bem...

Pippo disse...

"Talvez por se ter tornado num estado fascista que está a desestabilizar o médio oriente e ganhe com o caos na Síria ou com um governo fantoche."

Lá vamos nós outra vez... Caro anónimo, se investigasse bem a História saberia que os únicos fascistas no Médio Oriente são os palestinianos e os restantes nacionalistas árabes, que inclusive tiveram apoios dos nazis. Relativamente ao seu comentário, ele é fruto de uma propaganda de "esquerda" que se popularizou a partir dos anos 80. Só lhe falta também dizer (cereja em cima do bolo) que Israel é um Estado Apartheid... :0)

De regresso à geopolítica e às conversas inteligentes, Israel é, quer queiramos quer não, um Estado do Médio Oriente directamente interessado no futuro da Síria, tão ou mais interessado do que o Líbano, a Turquia ou o Irão.

Contudo, ao contrário do Irão, Israel não tenciona usar a Síria como plataforma de projecção de poder ou de agressão a Estados terceiros.

Anónimo disse...

Off topic


Rússia envia navios de guerra à Síria:


Dos buques de guerra rusos se preparan para zarpar rumbo a Siria
18/06/2012, 13:15
EFE
"Dos grandes buques de desembarco -"Nikolái Fílchenkov" y "César Kunikov"- se preparan para zarpar en una misión no planeada hacia el puerto sirio de Tartus. Serán acompañados por un buque remolcador de rescate SB-15", apuntó el oficial de la Armada a la agencia Interfax.



http://rusiahoy.com/articles/2012/
06/18/dos_buques_de_guerra_rusos_se
_preparan_para_zarpar_rumbo_a_siria
_17547.html