Boris Berezovski, oligarca russo que encontrou refúgio político na Grã-Bretanha em 2001, faleceu aos 68 anos em Londres hoje de manhã, anunciou o seu genro Iegor Chope.
Um dos seus
advogados russos, Alexandre Dobrovinski, confirmou essa notícia em declarações
à agência Interfax.
Dobrovinski
recusou-se a pormenorizar onde foi encontrado o cadáver, mas admitiu que o
oligarca se poderia ter suicidado devido a “graves problemas financeiros”.
Em conformidade com outras fontes, ele teria falecido devido a problemas cardíacos.
A agência
Interfax informa que o cadáver teria sido encontrado na casa de banho da sua moradia em
Londres.
O Kremlin
confirmou a morte de Berezovski, sublinhando que, há uns meses atrás, ele teria
escrito uma carta ao Presidente da Rússia, Vladimir Putin, para lhe pedir
perdão pelos erros cometidos e autorização para regressar à pátria.
”Putin foi
informado da morte de Berezovski. Ao mesmo tempo, deve-se dizer que, há algum
tempo atrás, talvez há um par de meses atrás, Berezovski enviou a Putin uma
carta pessoal, onde reconheceu que cometeu muitos erros, pediu a Putin perdão
por esses erros e também pediu a Putin para poder regressar à pátria”, declarou
Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin.
Boris Berezovski
foi um dos mais influentes oligarcas e políticos na Rússia nos anos 90 do séc.
XX.
Entrou no mundo
dos negócios durante o processo de liberação da economia realizado por Mikhail
Gorbatchov, Presidente soviético, na segunda metade dos anos 80.
Este oligarca foi
um dos autores da falsificação do escrutínio eleitoral de 1996, que permitiu a
reeleição de Boris Ieltsin Presidente da Rússia.
Berezovski não se
cansou de sublinhar que foi ele o homem que propôs a Ieltsin a candidatura de
Vladimir Putin, para o substituir no Kremlin.
Porém, depois da
eleição, Putin declarou “guerra aos oligarcas”, levando à fuga de Berezovski
para Londres, de onde continuava a sua política de oposição ao Kremlin.
Condenado a
pesadas penas de prisão na Rússia por “desvio de fundos”, “branqueamento de
capitais”, a Grã-Bretanha recusou sempre a sua extradição, considerando-o o
refugiado político.
1 comentário:
Cheira-me que esteve envolvido com o que se passou em Chipre, e como isso teve consequências nas contas da Rússia talvez tenha sofrido com uma fria vingança, caso se fazem caso se pagam.
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