Foto da revista The New Times
O Comité de Investigação (Ministério
Público) da Rússia acusa um dos mais sérios opositores de ter organizado
um "grupo criminoso que tencionava roubar madeira e serradura no valor
de 16 milhões de rublos (cerca de 400 mil euros)", devendo começar a ser
julgado no próximo dia 17 de abril.
Navalnii, que chamou à força
política no poder, Rússia Unida, "partido dos vigaristas e ladrões",
refuta essas acusações e acusa o Presidente Vladimir Putin e o chefe do
Comité de Investigação, Alexandre Bastrikin, de quererem obrigá-lo a
fugir do país.
"Putin e Bastrikin querem que eu fuja. Por isso, em
julho (do ano passado), quando me acusaram disso, sabiam que eu tinha
bilhetes para ir visitar Portugal, onde a minha família descansou, mas
sem mim", declarou o opositor à revista russa The New Times.
"Pois
bem, eu não vou fugir, não vou emigrar, tenho família, dois filhos,
processos-crime contra a minha mãe, pai, irmão. Tiveram lugar buscas na
casa de todos os parentes e de muitos amigos. Tudo tem um valor na
vida", acrescentou.
Navalnii, cujas publicações no seu sítio
Rospil chamam a atenção para as dimensões da corrupção no país, não
exclui que o tribunal o irá condenar a uma pena que o impeça de
candidatar-se às eleições presidenciais na Rússia em 2018.
"Por
isso existem duas variantes: pena suspensa ou prisão. A primeira priva a
minha possibilidade de ser eleito, pois serei condenado por crime
particularmente grave. Por isso surgiu a soma de 16 milhões de rublos. A
segunda variante é uma pena real até 10 anos de prisão", explicou.
O opositor acusa Putin de ser o autor da ordem de o perseguir.
"Por
que é que Putin me quer ver na prisão? Eu não duvido que é ele que dá
ordens sobre o meu processo. Parece-me que a lógica é clara: ele e a sua
corte querem conservar o poder. E para isso não têm outro meio além de
prender pessoas, o que fazem. Infelizmente, não serei o primeiro, nem o
último: deve-se estar pronto para que eles prendam muitas pessoas",
considerou.
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