segunda-feira, maio 27, 2013

Rússia continua a fornecer armas de defesa antiaérea S-300 a Damasco

  
A Rússia continua a fornecer à Síria os complexos de defesa antiaérea S-300 e não fez qualquer alteração na esfera da cooperação militar com Damasco, declarou o embaixador sírio na capital russa.
"Todos os acordos assinados entre a Síria e a Rússia estão a ser realizados sem alterações", disse Riad Khaddad, respondendo à pergunta se a Rússia tinha congelado o fornecimento dos complexos S-300 à Síria a pedido de Israel.
Numa conferência de imprensa em Moscovo, o diplomata sírio afirmou também que Damasco não se renderá perante as ameaças dos Estados Unidos e que, por isso, a guerra dura há mais de dois anos.
"O problema da Síria consiste em que ela recusa dançar ao som da flauta dos Estados Unidos. A Síria defende a sua soberania e não se rende a qualquer ameaça", frisou.
Segundo ele, o exército sírio teria praticamente exterminado todos os grupos terroristas no território do país, mas "os recentes bombardeamentos de Israel suspenderam essa operação".
Riad Khaddad saudou a aproximação de posições dos Estados Unidos e da Rússia na busca de vias para solucionar o conflito.
Moscovo e Washington lançaram a proposta de realização de uma nova conferência internacional sobre a Síria e o embaixador confirmou que o regime de Damasco irá participar nela, mas precisou que "a solução da crise está no interior do país".
O embaixador sírio considerou que os "numerosos grupelhos da dita oposição" não conseguem chegar a acordo sobre a participação na conferência.

25 comentários:

PortugueseMan disse...

Custa-me a acreditar que este sistema esteja a ser entregue à Síria.

Gostaria de ver esta pergunta agora feita a um responsável russo.

A possibilidade de entrega deste armamento joga a favor da Rússia para pressões diplomáticas.

Eles não precisam de entregar, basta anunciar que o pretendem fazer se...

Agora o treino de sírios, no uso deste armamento, isso faz todo o sentido. O sistema pode não ir para lá, mas a ir, terá que haver pessoal preparado para usá-lo.

Agora quem já recebeu este sistema foi a Venezuela, que nos dias de hoje até passa despercebido dado o foco jornalistico noutras àreas...

Anónimo disse...

A Grécia também comprou o S-300.
Mas está a apanhar ferrugem.

Anónimo disse...

E porque não há-de continuar?

FM

Pippo disse...

A jogada da Rússia parece consistir na entrega de material bélico às forças de Bashar al-Assad de forma a permitir a este continuar no poder, sem ter força para esmagar a oposição e, como tal, mantendo-se dependente de terceiros.
Os EUA não estarão minimamente interessados em intervir (bastou-lhe o Iraque e o Afeganistão), e além disso devem ter ficado assustados ao ver que parte da oposição é composta por fanáticos islamitas.
A UE... enfim, ela que resolva a sua crise ecoómico-financeira.

Só o Irão, o Hezbollah e alguns países árabes é que quererão intervir (e já intervêem). E claro, teremos agora a Turquia, que quer alterar o panorama regional mas não quer arriscar a sua imagem enviando soldados.

PortugueseMan disse...

...A jogada da Rússia parece consistir na entrega de material bélico às forças de Bashar al-Assad de forma a permitir a este continuar no poder, sem ter força para esmagar a oposição e, como tal, mantendo-se dependente de terceiros...

Caro Pippo,

Que tipo de material está a Rússia a entregar exactamente?

Eu não vejo grande necessídade da Rússia enviar material para combater uma guerra civil, onde o que é mais necessário é a componente humana, ou seja militares que defendam o regime. A Síria tem material suficiente para uma guerra deste tipo.

A meu ver, apesar da Rússia não querer perder um aliado, não quer ser vista como um interveniente directo de modo a alterar o desfecho do conflito a seu favor.

O que eu vejo sim é uma Rússia a enviar sinais fortes que não quer ver intervenções externas "libertadoras" de países.

O que é mesmo que dizer, não quer ver forças aéreas e marinhas estrangeiras a intervir.

Anónimo disse...

- Faz a Rússia muito bem em reforçar a defesa da Síria contra a agressão externa, que é o que de facto se passa na Síria - Os chamados rebeldes não passam de agentes ao serviço de poderes estrangeiros e estranhos aos interesses do Povo Sírio.
-Além de a Rússia necessitar de defender o seu flanco sul. - Se a Síria cair nas mãos da Al-Qaeda & associados -> braço armado da Nato - A Rússia pagará caro esse erro estratégico pois isto seria como manteiga no focinho do cão Turco .../...a Rússia terá gravíssimos problemas no Cáucaso. Além e outras perdas. – Ivan, Lembra-te do que te aconteceu em 1941 - desta vez o Cão Turco será a ponta de lança da agressão ele saliva quando olha e fareja toda aquela região, que considera sua- tanto do ponto de vista geográfico como étnico/religioso etc,etc estando o seu interesse dentro da estratégica política/militar e económica norte americana no seu objectivo de controle dos recursos naturais e biodiversidade etc,etc ...

aferreira



PortugueseMan disse...

Senador dos EUA encontra-se com rebeldes na Síria

O senador republicano John McCain atravessou hoje a fronteira entre a Turquia e a Síria, onde se encontrou com líderes das forças rebeldes, informou um porta-voz do político dos Estados Unidos...


http://sicnoticias.sapo.pt/mundo/2013/05/27/senador-dos-eua-encontra-se-com-rebeldes-na-siria


Sem consenso, UE decide não prorrogar embargo de armas à Síria
Proibição de dar armamentos a rebeldes expira na sexta-feira e, na falta de um acordo em Bruxelas, países-membros terão que decidir por conta própria se ajudam ou não na guerra contra Assad.


A nova tentativa da União Europeia de buscar uma postura comum para lidar com a questão de armar ou não os rebeldes sírios terminou nesta segunda-feira (27/05), em reunião de ministros em Bruxelas, novamente sem sucesso – e acirrou as divisões do bloco na política externa.

Sem acordo, o embargo de armas à Síria aplicado pelo bloco europeu, que expira na próxima sexta-feira, não será renovado...


http://www.dw.de/sem-consenso-ue-decide-n%C3%A3o-prorrogar-embargo-de-armas-%C3%A0-s%C3%ADria/a-16841156

Portas critica posição "desajeitada" da UE face à Síria

O ministro português considera "politicamente desajeitada" a ausência de posição comum da UE face ao fim do embargo de armas aos rebeldes sírios.

O ministro dos Negócios Estrangeiros lamentou hoje a ausência de uma posição comum da União Europeia sobre a Síria, considerando que a "renacionalização" da decisão da entrega de armas é "politicamente desajeitada" e "diminui a credibilidade da política externa europeia"...

..."é politicamente desajeitado que os europeus, quando está em preparação uma conferência de paz para a Síria, em vez de se empenharem em ter um papel central nessa conferência, optem por relaxar um embargo de armamento".


http://economico.sapo.pt/noticias/portas-critica-posicao-desajeitada-da-ue-face-a-siria_170131.html

PortugueseMan disse...

Bom, com a UE a deixar cair o embargo de uma forma curiosa, afinal não tomam posição e a coisa morre por si, temos a porta aberta para um apoio mais às claras aos rebeldes.

Vai tornar a coisa ainda mais sangrenta, mas fica sempre a questão, conseguem os rebeldes vencer? Muito possivelmente não chegará e depois disto, terá que haver uma participação mais activa por parte dos apoiantes dos rebeldes.

A situação agrava-se, mas ainda não se justifica a entrega de sistemas S-300. E não deverá haver até se ver o que sai do encontro EUA-Rússia.

A haver entrega dum sistema destes, implica que a Rússia esgotou os meios de pressão de que dispõe e que o desfecho desta guerra implica grandes perdas para o seu lado, não estando salvaguardado os seus interesses.

Se os Ingleses/Franceses decidirem agir por sua conta, isto pode ficar feio porque a Rússia também pode subir de tom, afinal a Rússia sempre tem dado sinais que não tolera uma intervenção externa na Síria, e ao não reagir a uma intervenção externa, enfraquece a sua posição/credibilidade.

PortugueseMan disse...

Syria opposition at risk of losing support

Istanbul - Diplomatic efforts intensified on Tuesday to solve a crisis in Syria's opposition which threatens to derail a planned peace conference and rob the Islamist-dominated alliance of international support.

After six days of talks in Istanbul, the 60-member Syrian National Coalition has failed to agree on the wider involvement of a liberal opposition bloc, to the dismay of Western and some Arab backers keen to reduce the influence of Islamists.

More than two years after the uprising against President Bashar Assad began, the disarray raises questions about the opposition's ability to agree any sort of inclusive transitional government and could strengthen Assad's hand ahead of a US and Russian-backed peace conference planned for the coming weeks...


http://www.news24.com/World/News/Syria-opposition-at-risk-of-losing-support-20130528

Com toda esta confusão, interrogo-me a que rebeldes é que vão entregar armas??

Da Rússia, de Portugal e do Mundo disse...

Caro PM, quanto ao fornecimento dos S 300, a situação está muito indefinida.
Quanto ao fornecimento de armas à oposição, estou de acordo consigo.

Da Rússia, de Portugal e do Mundo disse...

Caro PM, quanto ao fornecimento dos S 300, a situação está muito indefinida.
Quanto ao fornecimento de armas à oposição, estou de acordo consigo.

PortugueseMan disse...

Caro JM,

O fornecimento de um sistema S300 à Síria não ajuda em nada Assad. O sistema de nada serve contra os rebeldes.

Quem se preocupa com este sistema são exactamente as potências estrangeiras que equacionam um envolvimento no conflito por meios aéreos.

Numa altura destas a Rússia entregar esta arma, seria cilindrada na imprensa/opinião pública. Não ajuda em nada na luta contra os rebeldes, mas é um claro apoio a Assad, e pode-se dizer à boca cheia que a Rússia está a fornecer armamento ao regime.

A Rússia não mete lá o S-300, e os outros não metem lá a força aérea.

Estamos nos tempos da guerra fria.

Anónimo disse...


Esta União Europeia é uma vergonha absoluta.

Outrora o berço da civilização e do progresso deixou-se dominar for forças obscuras(protocolos dos sábios de sião) e agora anda a reboque dessas forças tal como os EUA.

Vergonha total.

Apoiam terroristas, apoiam casamentos gay, imigração em massa, degeneração moral e cultural etc etc.

Pippo disse...

"O fornecimento de um sistema S300 à Síria não ajuda em nada Assad. O sistema de nada serve contra os rebeldes."

Caro PM, a entrega do S-300 será um claríssimo sinal por parte da Rússia de que não deseja qualquer intervenção internacional na Síria. Do mesmo modo, já correram rumores acerca da entrega de material anti-navio às FA síria, ou seja, neutraliza-se a ameaça naval e aérea, restando apenas a terrestre.

Ora, neste campo, a Rússia nada precisa fazer pois o Irão, via Iraque, já está a fornecer a Assad tudo aquilo que ele precisa. Na pior das hipóteses, poderá fornecer alguns meios blindados (BMP-1, por exemplo), para manter o exército sírio na vantagem qualitativa. Ficaremos assim numa situação de status quo, em que no ar e no mar a Rússia fornece a defesa contra ameaças ou apoios externos (o que, politicamente, lhe permitirá afirmar que não apoiou o Assad contra a rebelião), e em terra, o Irão e o seu aliado Hezbollah arcarão com as responsabilidades e o ónus do apoio ao regime.

Pippo disse...

Já agora, o que têm a dizer relativamente a esta notícia?

Corpo de voluntários russo-ucraniano irá combater na Síria

http://portuguese.ruvr.ru/news/2013_05_28/corpo-de-voluntarios-russo-ucraniano-ira-a-siria-para-combater-6523/

Da Rússia, de Portugal e do Mundo disse...

Caro Pippo, quanto à ida de voluntários, é muito possível. Na Rússia e na Ucrânia há muito essa tradição de ir a ajudar a "combater o imperialismo". Quanto à sua análise da distribuição do fornecimento de armamentos, estou de acordo consigo.

PortugueseMan disse...

Caro PM, a entrega do S-300 será um claríssimo sinal por parte da Rússia de que não deseja qualquer intervenção internacional na Síria....

Verdade.

Mas o que verá dito pela comunidade internacional é que a Rússia apoia Assad enviando-lhe armas. Ninguém irá dizer que o que a Rússia fornece são sistemas defensivos de modo a impedir uma intervenção externa.

É isto que será dito, é isto que será martelado até à exaustão. Rússia apoia Assad, Rússia envia armas ao ditador.

Na minha opinião a Rússia quer evitar este tipo de "publicidade" e não quer estar associada a protecção de ditadores.

Interessante seria haver indicações de que existe militares sírios treinados a operar estes sistemas complexos, o treino só pode ser feito na Rússia, porque se não há militares treinados, de nada vale colocar um sistema destes na Síria.

Anónimo disse...

"Na minha opinião a Rússia quer evitar este tipo de "publicidade" e não quer estar associada a protecção de ditadores."


Os Americanos/Nato não se importam muito de apoiar "Ditadores".

E porque é que Assad é ditador?
Só porque sim? Porque dizem nos jornais e TVs?
Não foi uma democracia que deslargou duas bombas atómicas sobre o Japão?

Não foi uma democracia que anda a bombardear países soberanos continuadamente desde 1945 até hoje?

Nós temos cá alguma democracia?
Se o que temos é democracia vou ali e ja venho.
Que interessa se se chama "democracia"?

A Coreia do Norte chama-se "Républica DEMOCRÁTICA da Coreia do Norte". A RDA era "Republica Democrática Alemã.

Detesto a forma como algumas pessoas, políticos, comentaristas deslargam a palavra "democracia" sem o mínimo de significado.
Democracias onde os vários partidos são financiados pelo mesma elite é democracia?

Espero que a Rússia se mantenha firme na ajuda á Siria e com Assad no comando da mesma, pois a maioria dos Sírios apoia-o.

PortugueseMan disse...

Nós temos cá alguma democracia?

Temos. Se não sabe, é melhor rever o conceito.

Espero que a Rússia se mantenha firme na ajuda á Siria e com Assad no comando da mesma, pois a maioria dos Sírios apoia-o.

Como é que você sabe que a maioria dos Sírios o apoia?

PortugueseMan disse...

...Although Moscow's declaration was a riposte to the decision in Brussels, analysts pointed out that it would take more than a year for S-300 missiles to become operational, if they were deployed at all.

"Does Russia have S-300 batteries ready to go?" said Michael Elleman, a missile expert at the International Institute for Strategic Studies in Bahrain. "I'm not sure that it does. Is it going to send engineers to integrate it with existing [air defence] architecture? Will they send trainers for the one to two years it takes to train people to use it? This seems more like an exercise in political signalling to me, saying: 'Hands off Syria.'"...



http://www.guardian.co.uk/world/2013/may/28/israel-warns-russia-against-arming-syrian-rebels#ixzz2UggEMDGF

Esta parte do artigo reflecte um pouco a minha visão sobre os S-300 para a Síria.

Eu vejo os S-300 mais como uma arma política da Rússia, uma carta no jogo de bastidores, sobre o que se fazer na Síria.

Tal como o artigo indica, sistemas complexos deste tipo exigem uma grande preparação (tempo), e para enviar nos tempos mais próximos, implica que tem que haver sírios JÁ preparados. Fala-se muito de enviar este tipo de arma, nada se fala sobre se existe alguém preparado para usá-la.

Anónimo disse...

"Temos. Se não sabe, é melhor rever o conceito."

Pois, o povo vota e um partido ganha as eleições baseado num programa eleitoral.
Depois as politicas são totalmente diferentes desse programa e o real poder que impões as politicas são organizações pouco recomendáveis como o FMI, a grande banca, os paspalhos da União Europeia etc.

Resultado:

20% de Desemprego, maior dívida publica de sempre, maior taxa de impostos de todos os tempos.... para não falar ainda de outras porcarias que a elite reinante nos tenta impingir.


Anónimo disse...

Assad tem o apoio do povo pois isso viu-se vê-se em demonstrações populares de apoio, vê-se na firmeza do seu exercito em combater os terroristas estrangeiros.
Viu-se quando o Lavrov visitou Damasco uma multidão gigantesca de apoio ao Assad e ao diplomata Russo.

PortugueseMan disse...

France calls for action against Islamists in southern Libya

France urged African nations on Tuesday to make a concerted effort to tackle a growing Islamist threat in the deserts of southern Libya.

French Foreign Minister Laurent Fabius, speaking on a visit to Niger where suicide bombers attacked a French-run uranium mine last week, said there were signs that Libya's lawless south was becoming a safe haven for Islamist groups in the Sahara....

...Fabius, who travels to Mali on Tuesday, said efforts to address the problem in southern Libya would need support from Tunisia, Algeria, Chad, Mali and Egypt...

...Libya has become a weapons smuggling route for al Qaeda militants in the Sahara since Muammar Gaddafi's fall in 2011
...

http://news.yahoo.com/france-calls-action-against-islamists-southern-libya-155157608.html;_ylt=A2KJ2UZ9C6ZRNyQAS8LQtDMD

No mínimo irónico...

PortugueseMan disse...

Pois, o povo vota e um partido ganha as eleições baseado num programa eleitoral.
Depois as politicas são totalmente diferentes desse programa...


As democracias não são perfeitas, mas ainda é o melhor que temos.

Assad tem o apoio do povo pois isso viu-se vê-se em demonstrações populares de apoio, vê-se na firmeza do seu exercito em combater os terroristas estrangeiros.

Mas você não pode fazer afirmações, dizendo que a MAIORIA apoia Assad baseado em demonstrações de apoio ao querido líder. Se as coisas tivessem assim tão bem, não estavam enfiados numa guerra civil.

Pippo disse...

Caros PM e JM, não tenho grande fé relativamente a esse grupo de voluntários ucranianos. Em primeiro lugar, porque os tempos do internacionalismo anti-capitalista já lá vão; em segundo lugar, porque se isso não me espantaria relativamente a socorrer uma Sérvia eslava, já me deixa bastante espantado no que diz respeito a socorrer uma Síria árabe, com quem não há quaisquer ligações sentimentais; e em terceiro lugar, será que estes voluntários não correm mas é atrás do dinheiro?

Em todo o caso, não sei se as autoridades deixaram o prlano seguir em frente, sob o risco, agora sim, de incorrer em bastantes chatices. É que uma coisa é fornecer mísseis AA (não afectam em nada os combates contra a rebelião, mas dissuadem ingerências externas), outra coisa é permitir a saída de soldados que irão combater os rebeldes no terreno. Isso dará mesmo má imagem. E isso é de evitar.