O
antigo campeão do mundo de xadrez, Garry Kasparov, anunciou a partir de
Genebra que não regressará por enquanto à Rússia, receando perseguições
judiciais pelas suas atividades políticas, segundo um vídeo hoje
publicado na página www.kasparov.com.
"Se regressar a Moscovo,
duvido seriamente que tenha a possibilidade de sair do país. Por
enquanto, abstenho-me de voltar à Rússia", declarou Kasparov,
acrescentando que se arrisca a ser perseguido como outros membros da
oposição russa.
Essas declarações foram tornadas públicas no dia
em que começou o julgamento de 12 opositores que podem ser condenados a
oito anos de prisão por "participação em distúrbios" na manifestação na
véspera da investidura de Vladimir Putin, há um ano atrás.
O
"processo Bolotnaia", do nome da praça no centro de Moscovo onde tiveram
lugar confrontos entre militantes da oposição e a polícia, implica um
total de 30 pessoas.
Dezenas de opositores da oposição
manifestaram-se perante o tribunal empunhando cartazes com as fotos dos
detidos e exigiram a sua libertação.
A maior parte dos acusados
são cidadãos normais que não pertencem a nenhum movimento político, tal
como Iaroslav Beloussov, estudante de ciências políticas da Universidade
Estatal de Moscovo.
Alguns são acusados de atirar garrafas de
plástico contra a polícia, outros de terem virado cabines de WC públicas
ou resistido pela força, mas todos são acusados de "desordens em
massa".
A oposição acusa a polícia de ter provocado os confrontos, que não provocaram nem mortos, nem feridos.
Outro
líder da oposição, o advogado Alexei Navalnii, que tem denunciado
numerosos casos de corrupção, está a ser julgado por ser crime e poderá
incorrer numa pesada pena de prisão.
O conhecido economista
Serguei Guriev, antigo reitor da Escola de Economia da Rússia, que nunca
se envolveu em iniciativas da oposição, decidiu ficar em Paris,
receando ser preso se regressar ao país.
Guriev, que foi um dos
autores de um relatório independente onde se afirmava que o magnata
russo, Mikhail Khodorkovski, tinha sido injustamente julgado, começou a
ser alvo das autoridades judiciais, que consideram haver indícios de que
o economista recebeu dinheiro por esse relatório, o que ele nega.
Uma
sondagem hoje publicada pelo Instituto Levada- Tsentr mostra que cerca
de 45 por cento dos estudantes e 38 por centos dos homens de negócios
russos tencionam emigrar.
As organizações de defesa dos direitos
do homem acusam o Kremlin de ter lançado uma ofensiva contra as
liberdades dos cidadãos, considerando que é cada vez mais visível a
influência dos "siloviki" (antigos e atuais agentes dos serviços
secretos) nas estruturas do poder.
2 comentários:
Podendo nao la voltar penso que poucos seriam os que tinham vontade de o fazer a Russia pode ser muito boa mas e para quem nao conhece o mundo fora dela.
Podendo ter a escolha de nao la voltar penso que poucos seriam os que voltariam a Russia pode ser muito boa mas e para quem nao conhece o mundo fora dela, ainda para mais quando sabemos que nestes casos a sentenca ja esta dada mesmo antes do fim do julgamento e assim que se condenam os pressos politicos.
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