segunda-feira, agosto 26, 2013

Não tencionamos combater com ninguém - Lavrov

As ameaças dos países ocidentais de desferirem um golpe militar contra a Síria contradiz os acordos conseguidos na Cimeira do G-8 em Loug Erne, declarou hoje Serguei Lavrov, ministro russo dos Negócios Estrangeiros.
"Estas ações são contraditórias dos acordos alcançados pelos líderes dos Estados na Cimeira de Loug Erne em junho passado. Na declaração dessa cimeira, está claramente escrito que qualquer informação sobre o uso de armas químicas na Síria deve ser investigada de forma pormenorizada e profissional", declarou Lavrov, numa conferência de imprensa exclusivamente decidada à situação na Síria.
Para o chefe da diplomacia russa, o Ocidente está a tentar substituir os peritos e o Conselho de Segurança da ONU.
"Os resultados dessa investigação devem ser apresentados no Conselho de Segurança da ONU. E os participantes do G-8 que recusam esse acordo tentam, no fundo, chamar a si o papel de investigadores e do Conselho de Segurança", frisou.
Lavrov acrescentou que os peritos da ONU não têm poderes para decidir quem é o culpado do emprego de armas químicas e que isso é prerrogativa do CS da ONU.
"Os inspetores têm o mandato para determinar se foram ou não empregues substâncias químicas proibidas pelas convenções internacionais. Não é da competência deles decidir quem empregou essas substâncias: se o Governo ou um dos numerosos grupos da oposição", disse.
Intervir na Síria sem acordo da ONU seria uma "grosseira violação" do Direito Internacional, sublinhou.
O chefe da diplomacia russa criticou os países do Ocidente por acusarem o regime de Damasco de "ter ultrapassado a linha vermelha" sem apresentarem provas do uso de armas químicas.
"Até agora não podem apresentar provas, mas assinalam que a 'linha vermelha' foi ultrapassada e não se pode perder mais tempo", afirmou, respondendo às declarações vindas de Washington, Londres e Paris de que têm "provas irrefutáveis" do emprego dessas armas.
Depois de afirmar que o regime de Damasco não tinha qualquer vantagem no emprego de armas químicas, Lavrov considerou que a "histeria" sobre o emprego de armas químicas visa sabotar a convocação da conferência internacional sobre a Síria e favorece a oposição síria e os adeptos da solução militar.
"Não há dúvidas que a histeria iniciada trabalha contra a convocação desse fórum. Talvez este seja um dos objetivos dos autores dessas notícias", acrescentou.
Para Lavrov, a oposição claramente não quer conversações e declara que só aceita a capitulação incondicional do regime.
"Semelhantes posições irão ganhar força devido à potente campanha informativa que se desencadeou a favor da solução da crise síria", sublinhou.
Lavrov recusou-se repetidas vezes a responder à pergunta de como a Rússia agiria em caso de uma intervenção armada na Síria, frisando que basta olhar para a posição de Moscovo tomada face a casos semelhantes para compreender qual será a reação russa.
"Não tencionamos combater com ninguém", disse.
Nos casos do Iraque e da Líbia, o Kremlin limitou-se a protestar contra as intervenções militares dos Estados Unidos e NATO.

1 comentário:

Pedro Lopes disse...

Quem anda de facto a usar armas químicas?

http://www.wnd.com/2013/08/video-shows-rebels-launching-gas-attack-in-syria/#64v3zAkkZSjfa8ir.99

Quem ajudou Saddam a usar armas químicas contra o Irão?

O Lambe-botismo ao Sionismo Americano é coisa que mete mesmo nojo. E muitos patetas voltam a cair na esparrela, por mais vezes que mintam e com mentiras cada vez mais óbvias.

A lógica de serem as forças de Assad a usar armas químicas é ZERO.
Eles estavam em clara vantagem face aos rebeldes, iam agora cometer uma loucura dessas.