O
Presidente da Rússia, Vladimir Putin, mostrou-se aberto a um encontro
com representantes da Liga de Lésbicas, Homossexuais e Bissexuais, numa
entrevista hoje divulgada.
"Se alguém se quer encontrar comigo,
tenha a vontade, mas, por enquanto, não houve qualquer pedido. Temos
muitos grupos, diferentes organizações, uniões. Regra geral, encontro-me
com todos os que pedem e propõe a discussão de qualquer problema
importante. Por enquanto, não há propostas. Por que não?", acrescentou.
"Garanto-lhe
que trabalho com pessoas dessas, por vezes condecoro-as com medalhas e
ordens pelos êxitos numa ou noutra esfera. Temos relações absolutamente
normais, não vejo nada de especial aqui", frisou.
"Dizem que Piotr
Tchaikovski era homossexual, mas a verdade é que nós gostamos dele não
por isso, mas por ser um grande músico? Não vale a pena fazer de uma
mosca um elefante, no nosso país não se passa nada de terrível", disse
Putin.
O Presidente russo frisou que "as pessoas de orientação sexual não tradicional são cidadãos de pleno direito da Rússia".
Vladimir
Putin prometeu que, durante os Jogos Olímpicos de Inverno de Sotchi
ninguém será discriminado, realçando também que as autoridades russas
garantirão a segurança dos atletas e espetadores.
Os dirigentes
russos têm sido alvo de fortes críticas internacionais devido à
aprovação de uma lei que proíbe a propaganda do homossexualismo entre
menores. Porém, Putin afirmou hoje que ela não visa prejudicar os
interesses das minorias sexuais, "mas resolver o problema demográfico do
país".
A polícia de São Petersburgo retirou uma tela que representa os
presidentes russo, Vladimir Putin, e norte-americano, Barack Obama, nus e
encerrou o Museu do Erotismo que a expôs na véspera da Cimeira do G20.
"Ontem
(terça-feira) à noite, a polícia confiscou o quadro Confronto entre
Rússia e Estados Unidos e selou o museu", declarou hoje à AFP Alexandre
Donskoi, fundador do museu.
Segundo imagens disponíveis na internet, a tela representa os dois presidentes exibindo gigantescos órgãos sexuais.
Donskoi
afirmou que a polícia foi alertada pelo deputado local Vitali Milonov,
conhecido por ter sido o autor de uma lei controversa que pune a
"propaganda homossexual perante menores", recentemente promulgada por
Vladimir Putin.
Outro centro fundado por Alexandre Donskoi em São
Petersburgo, o Museu do Poder, foi encerrado na semana passada e
numerosas telas foram confiscadas, entre as quais quadros que
representam Vladimir Putin e o seu primeiro-ministro, Dmitri Medvedev,
com vestes femininas.
O pintor Pavel Altunin, autor da exposição, fugiu da Rússia e pediu asilo político em França.
São
Petersburgo acolhe na quinta-feira uma cimeira do G20, tendo como fundo
tensões russo-americanas a propósito de uma provável intervenção
militar na Síria.
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