quarta-feira, setembro 04, 2013

Presidente russo disposto a encontrar-se com representantes de minorias sexuais



  

O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, mostrou-se aberto a um encontro com representantes da Liga de Lésbicas, Homossexuais e Bissexuais, numa entrevista hoje divulgada.
"Se alguém se quer encontrar comigo, tenha a vontade, mas, por enquanto, não houve qualquer pedido. Temos muitos grupos, diferentes organizações, uniões. Regra geral, encontro-me com todos os que pedem e propõe a discussão de qualquer problema importante. Por enquanto, não há propostas. Por que não?", acrescentou.
"Garanto-lhe que trabalho com pessoas dessas, por vezes condecoro-as com medalhas e ordens pelos êxitos numa ou noutra esfera. Temos relações absolutamente normais, não vejo nada de especial aqui", frisou.
"Dizem que Piotr Tchaikovski era homossexual, mas a verdade é que nós gostamos dele não por isso, mas por ser um grande músico? Não vale a pena fazer de uma mosca um elefante, no nosso país não se passa nada de terrível", disse Putin.
O Presidente russo frisou que "as pessoas de orientação sexual não tradicional são cidadãos de pleno direito da Rússia".
Vladimir Putin prometeu que, durante os Jogos Olímpicos de Inverno de Sotchi ninguém será discriminado, realçando também que as autoridades russas garantirão a segurança dos atletas e espetadores.
Os dirigentes russos têm sido alvo de fortes críticas internacionais devido à aprovação de uma lei que proíbe a propaganda do homossexualismo entre menores. Porém, Putin afirmou hoje que ela não visa prejudicar os interesses das minorias sexuais, "mas resolver o problema demográfico do país".

A polícia de São Petersburgo retirou uma tela que representa os presidentes russo, Vladimir Putin, e norte-americano, Barack Obama, nus e encerrou o Museu do Erotismo que a expôs na véspera da Cimeira do G20.
"Ontem (terça-feira) à noite, a polícia confiscou o quadro Confronto entre Rússia e Estados Unidos e selou o museu", declarou hoje à AFP Alexandre Donskoi, fundador do museu.
Segundo imagens disponíveis na internet, a tela representa os dois presidentes exibindo gigantescos órgãos sexuais.
Donskoi afirmou que a polícia foi alertada pelo deputado local Vitali Milonov, conhecido por ter sido o autor de uma lei controversa que pune a "propaganda homossexual perante menores", recentemente promulgada por Vladimir Putin.
Outro centro fundado por Alexandre Donskoi em São Petersburgo, o Museu do Poder, foi encerrado na semana passada e numerosas telas foram confiscadas, entre as quais quadros que representam Vladimir Putin e o seu primeiro-ministro, Dmitri Medvedev, com vestes femininas.
O pintor Pavel Altunin, autor da exposição, fugiu da Rússia e pediu asilo político em França.
São Petersburgo acolhe na quinta-feira uma cimeira do G20, tendo como fundo tensões russo-americanas a propósito de uma provável intervenção militar na Síria.

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