Muito
se escreveu sobre Nelson Mandela após a sua morte. Para uns morreu
um quase deus, um homem sem mácula, nem pecado. Para outros, morreu
um revolucionário terrorista, autor de atentados que fizeram vítimas
mortais. Mas, para mim, Mandela foi um grande ser humano, cuja vida e
obra deve ser cuidadosamente analisada, à luz do seu tempo e da
situação política e social então existente.
É
verdade que Nelson Mandela apelou, como outros revolucionários
sul-africanos, à violência para derrubar o apartheid e participou
em actos de terror para pôr fim a esse regime, considerando que as
formas pacíficas para alcançar esse objectivo não eram
suficientes.
Isso
aconteceu numa época em que o colonialismo reinava ainda numa parte
significativa do Sul do Continente Africano e a luta contra ele se
travava dentro de uma guerra fria entre super-potências. Por isso,
sendo eu contra a violência, compreendo que, nessa altura, não
havia outras possibilidades de derrubar o regime segregacionista e
racista existente na África do Sul. Não duvido que, noutras
condições, a luta de Mandela e do Congresso Nacional Africano
tomaria formas menos violentas.
Prova
disso é que, quando foi libertado e, depois, chegou ao poder,
Mandela tudo fez para que não se repetisse o que tivera acontecido
em Angola, Moçambique, Guiné-Bissau e Zimbabué, ou seja, tentou e
conseguiu impedir uma guerra civil e outros desvarios sociais e
políticos. É de salientar que, nas três ex-colónias portuguesas,
os movimentos e partidos que saíram da guerra colonial se envolveram
em sangrentas guerras civis, que mataram muitos milhares de pessoas.
O
papel de Mandela é tanto mais importante se tivermos em conta que
ele evitou a perseguição e fuga da população branca, como
aconteceu nas ex-colónias portuguesas.
E
há um aspeto de suma importância: Nelson Mandela chegou ao poder e
abandonou-o democraticamente, não se agarrou a ele como a lapa ao
rochedo, fenómeno muito frequente em África, nomeadamente nas já
citadas ex- colónias lusas, onde os dirigentes só abandonam o poder
em posição horizontal, esquecendo-se da verticalidade que é
respeitar os direitos dos cidadãos dos seus países.
O
dirigente sul-africano soube evoluir à medida que a situação no
seu país mudava, para ele não havia cartilhas, embora não
escondesse a sua simpatia pelo marxismo-lenismo. Foi coerente com os
seus princípios, mas não foi dogmático, nem teimoso.
É
isto que o distingue não só de muitos dirigentes africanos, mas
também de muitos líderes e seguidores de regimes ditatoriais de
direita e de esquerda no mundo. Nós conhecemos alguns em Portugal,
que, hoje, são considerados políticos coerentes apenas porque se
confunde coerência com teimosia e cegueira política.
Obrigado
Nelson Mandela por não teres sido nem um deus, nem um diabo, mas um
homem com letra maiúscula, um homem bom.
para muitos,um grande homem,PAZ HÁ SUA ALMA
ResponderEliminarR.I.P
ResponderEliminarum grande homem sem duvida. se duvidam e só comparar a africa do sul com o zimbabúe. enfim sem duvida uma perda triste.
ResponderEliminarSem dúvida, um grande homem
ResponderEliminarhttp://www.midiasemmascara.org/artigos/cultura/14756-o-verdadeiro-nelson-mandela.html