O
primeiro-ministro, Mikola Azarov, foi à Rada Suprema (Parlamento) da
Ucrânia tentar convencer os deputados a não apoiarem a exigência
de demissão do seu governo, apresentada pela oposição.
Azarov
fez algumas promessas para tentar “pôr água na fervura”.
Primeiro, anunciou que, na próxima semana, serão reatadas as
conversações com a União Europeia a fim de analisar a questão das
compensações a Kiev pelas perdas que a economia ucraniana sofrerá
depois de assinar o Acordo de Associação com a UE. Segundo ele,
Durão Barroso teria dito, na véspera, que Bruxelas estava de acordo
em analisar essa questão.
Além
disso, o primeiro-ministro ucraniano, prometeu fazer alterações no
seu governo, prevendo-se que um dos primeiros membros a ser
substituído será o Ministro do Interior, devido à acção violenta
da polícia de choque contra os manifestantes da oposição durante o
fim de semana.
O
Parlamento, como era previsível, não apoiou a moção de censura,
porque a oposição e o Partido Comunista da Ucrânia não chegaram a
acordo sobre uma moção comum. Ou melhor, o presidente da Rada não
permitiu que o projecto do PCU fosse a votos e colocou à votação a
moção de censura da oposição pró-europeia, que não recebeu os
votos dos comunistas. A oposição pró-ocidental afirma que teria
apoiado a moção comunista se ela fosse a votos, o que permitiria
formar uma maioria contra o governo.
O
PCU está claramente contra a aproximação da Ucrânia em relação
à Europa e é completamente a favor da integração do país no
Tratado Aduaneiro, constituído por Rússia, Bielorrússia e
Cazaquistão, mas discorda da forma como Azarov e Ianukovitch geriram
todos estes processos.
A
oposição precisava do apoio de 226 deputados para ver a sua moção
aprovada, mas receberam apenas 186, porque os comunistas se juntaram
ao Partido das Regiões, principal força de apoio de Ianukovitch no
Parlamento, e chumbaram esse documento.
A
oposição pró-europeia apelou aos seus apoiantes a cercarem o
edifício da Administração do Presidente para exigir a demissão
dele e da Rada Suprema. Arseni Iatzniuk, um dos principais líderes
da oposição, declarou que Ianukovitch se encontra lá e que só
partirá para a China amanhã e não hoje, como fora anunciado.
Além
disso, é de salientar que manifestantes da oposição impedem o
funcionamento do governo, pois bloquearam todos os ministérios.
Mikola
Azarov prometeu que, amanhã, irá realizar-se uma reunião do
gabinete de ministro no edifício do governo e ameaçou recorrer à
força se o edifício continuar a ser bloqueado.
“Vós
tendes advogados inteligentes, estes compreendem que vós violais não
só a Constituição, mas também o Código Penal. Estamos abertos ao
diálogo. Estamos prontos a conversar com os manifestantes... Nós
estendemo-vos a mão. Se nos mostrarem o punho, garanto que temos
força suficiente”, ameaçou ele.
Por
enquanto, a situação continua instável e indefinida, sendo difícil
prever como irá desenvolver-se. Uma coisa é certa: se o poder
recorrer uma vez mais às forças policiais, a situação poderá
tornar-se incontrolável.
O título diz que "Parlamento da Ucrânia derrota moção de confiança ao governo ucraniano", mas o texto diz que "o Parlamento, como era previsível, não apoiou a moção de censura".
ResponderEliminarEntão, que que é que ficamos?