domingo, abril 06, 2014

Rússia prepara-se para forte retrocesso civilizacional



Posso estar muito enganado, mas a Rússia prepara-se para realizar um forte retrocesso civilizacional . A coberto da resposta às sanções ocidentais devido à ocupação da Crimeia, Moscovo ameaça, por exemplo, restabelecer a pena de morte.
Igor Morozov, senador e membro do Comité do Conselho da Federação da Rússia para Assuntos Internacionais, não excluiu a possibilidade de o seu país suspender a moratória sobre a pena de morte se o tentaram excluir da Assembleia Parlamentar da Europa. Além disso, ameaça que a Rússia não irá cumprir as sentenças do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos.
Segundo ele, a Europa perderá uma forte alavanca de pressão sobre o Kremlin, mas o mais importante é que os cidadãos russos passarão a estar ainda menos protegidos em relação aos caprichos dos seus dirigentes. Por exemplo, o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos é o único lugar onde os russos podem encontrar justiça imparcial e não é por acaso que as autoridades russas perdem aí praticamente todos os processos, sendo obrigadas a pagar pesadas multas.
Soa cada vez mais alto o discurso xenófobo e anti-semita na Rússia. Ao mesmo tempo que os dirigentes russos acusam os dirigentes ucranianos de violarem os direitos das minorias, nomeadamente dos judeus, autorizam no seu país campanhas anti-semitas que envergonhariam qualquer país civilizado.
No blogue antes publicado, chama-se a atenção para o facto de a imprensa russa chamar a atenção para o facto de os mais importantes dirigentes actuais da Ucrânia, de Iúlia Timochenko a Vitali Klitchko, terem nas veias sangue judeu.
A 22 de Março, Alexandre Prokhanov, conhecido escritor ideólogo nacional-socialista e anti-semita, dizia numa entrevista ao canal noticioso russo Rossia-24: “Ao apoiarem a Maidan, os judeus na Ucrânia fazem aproximar um novo Holocausto” e a jornalista replica: “Foram os próprios judeus que fizeram aproximar também o primeiro Holocausto”.
Recordo que o Rossia-24 é um canal de televisão público.
Será que o Kremlin não tem outras formas de responder às sanções ocidentais além de despertar os instintos mais primitivo num país onde vivem mais de cem povos?
Ao ocuparem a Crimeia, os dirigentes russos justificaram esse acto com acções análogas perpetradas pelo Ocidente, mas como é que explicam os retrocessos civilizacionais que estão a fazer ao som de uma propaganda chauvinista e nacionalista?
Os dirigentes russos perderam uma oportunidade única de dar uma forte lição de moral ao Ocidente se não tivessem invadido a Crimeia. Se o Kremlin tivesse um pouco mais de paciência, o mundo e os próprios ucranianos viriam de que são capazes os actuais dirigentes de Kiev (recordem-se da “revolução laranja” de 2004) e Moscovo sairia desta crise moralmente mais reforçado. Mas não é esse o objectivo dos senhores que governam a Rússia, eles querem humilhar não o actual regime ucraniano, mas os cidadãos ucranianos, mostrar ao mundo que também são capazes de fazer patifarias. Embora se tentem apresentar como “santinhos” na “observação” do Direito Internacional, comportam-se igual ou pior do que os outros.
Por isso, é desde já evidente que a Rússia com a sua política externa pode assustar os seus vizinhos, mas não faz aliados, pelo contrário: à primeira oportunidade, será apunhalada pelas costas tal como foi a Ucrânia na Crimeia.

P.S. Para que fique claro e evitar que alguns comentadores percam tempo a escrever, não concordo com a explicação de que os “americanos também lincham os negros” (como explicava a propaganda soviética quando era acusada de não respeitar os direitos dos seus cidadãos), nem que no país a ou b fazem o mesmo.

Talvez eu seja lírico, mas continuo a defender que, na política, tanto interna como externa, deve haver o mínimo de moralidade.  

20 comentários:

O Sousa da Ponte - João Melo de Sousa disse...

É um bocado irónico um país decidir retaliar contra os inimigos matando os seus cidadãos. ...

PortugueseMan disse...

Talvez eu seja lírico, mas continuo a defender que, na política, tanto interna como externa, deve haver o mínimo de moralidade.

Estamos de acordo. Portanto um país que vive às custas de outro, deveria ter um pouco mais de respeito por este.

Portanto, parece-me que neste caso é "amor com amor se paga".

PortugueseMan disse...

...Os dirigentes russos perderam uma oportunidade única de dar uma forte lição de moral ao Ocidente se não tivessem invadido a Crimeia. Se o Kremlin tivesse um pouco mais de paciência, o mundo e os próprios ucranianos viriam de que são capazes os actuais dirigentes de Kiev (recordem-se da “revolução laranja” de 2004) e Moscovo sairia desta crise moralmente mais reforçado...

E para quê? para continuar a subsidiar a Ucrânia? Já estivemos onde estamos hoje, retirando a Crimeia. Exactamente na Revolução Laranja.

Ganhos morais? e vamos andar nisto até quando?

Os russos enterram lá dinheiro e ainda cospem neles?

Agora o Ocidente cheio de moral a espalhar a democracia por meio mundo, vai ter a oportunidade de dar uma lição aos russos e ver como se transforma a Ucrânia num lindo país.

TBrites disse...

Olá...

O problema está precisamente na existência da "moralidade"...

Abr

Anónimo disse...


Tendo a dizer que paira pelo texto um delírio cósmico...Será mesmo assim, Zé Milhazes ?

João Pedro

PortugueseMan disse...

Relativamente ao "retrocesso civilizacional" e à questão da pena de morte.

Bem, estamos a falar de muitos "ses" não é verdade? se a Europa fizer isto, nós poderemos fazer aquilo. Estamos numa guerra de palavras, e você consegue captar isto e pronto já imagina um país com execuções sumárias e coisas semelhantes.

E andamos nisto, você consegue captar a parte negativa da mensagem e ainda a amplifica. Isto é uma guerra de palavras, estamos na base das hipóteses, é nisto que estamos, onde é que está o retrocesso? sabe onde está? diga-me se o Iraque, se a Líbia ou Síria estão melhores do que há uns anos.

Você é tão negativo, que é como se eu dissesse, "estou a pensar em comprar uma arma", você pensaria logo, se estou a pensar uma arma é porque quero matar alguém.

Calma, se calhar penso em comprar uma arma para auto-defesa, para caçar.

Mas você, salta logo para o pior cenário possível.

Retrocesso Civilizacional por uma guerra de palavras em cenários hipotéticos? por favor meu caro...

Unknown disse...

Sera que a Russia voltará a ter um regime totalitário, como a ex-URSS, até a onde Putin que erá levar a Russia, segundo Andrei Illarionov, ex-braço direito de Putin na area economica poderá levar a Russia a um confronto com Ocidente, ou sejaa 3ª GM, pelo o menos foi o ele diz na entrevista ao jornal Expresso a 14 de Março de 2014.

Europeísta disse...

Isso que estamos vendo é reedição da URSS e da Guerra Fria! Sem dúvida, a Rússia vive um grande retrocesso histórico e moral. Putin governará como um líder autoritário. Adeus ao pouco de democracia que ainda existe na Rússia. Vem aí mais um império do mal!

Unknown disse...

Bom dia,
Vimos hoje mais um passo na escalada de violencia na Ucrania, no leste da Ucrania já inicios de influência de Moscovo, será que realmente a Russia tem um plano de fragamentar aquele pais? E qual será as consequências para o resto da Europa?

Pippo disse...

"Os dirigentes russos perderam uma oportunidade única de dar uma forte lição de moral ao Ocidente se não tivessem invadido a Crimeia. "

Claro, perderiam na geopolítica e geoestratégia, a Crimeia seria cercada e bloqueada pela NATO, e a Rússia, no alto da sua moralidade, iria fazer o quê? Entrava em guerra com a NATO para fazer prevalecer os seus "direitos" decorrentes de um "tratado" assinado com a Ucrânia... daqueles tratados que se rasgam?

JM, a política internacional não se rege por moralismos, e aqueles que a isso se apegam, sem se valer da força de aconomia ou das armas, são comidos. Essa é a realidade, e o meu caro já deveria saber isso.

Da Rússia, de Portugal e do Mundo disse...

Caro Pippo, quando a Rússia estiver a levar com a mesma moeda, não se queixem. Quem semeia ventos...

Pippo disse...

Caro JM, a Rússia já foi paga com a mesmíssima moeda! Ou será que não tem estado atento ao evoluir da Europa de Leste nos últimos 23 anos?

Quem é que fomentou a guerrilha chechena?
Quem é que apoiou as "revoluções coloridas"?
Quem é que expandiu a NATO à revelia do garantido a M. Gorbatchev?
Quem é que, sucessivamente, humilhou a Rússia na arena internacional?
Quem é que, sucessivamente, e à revelia do Direito Internacional (que agora parece ser sagrado!) e ao contrário do alertado pela Rússia, interveio, frequentemente de forma violenta, nos assuntos internos dos outros Estados?

Agora ela só está a dar o troco, com juros, e o JM parece muito ressabiado face a isso.

Já sei que me vai dizer que não posso usar o argumento de que "nos EUA lincham os negros", mas é exactamente isso que se passa, e o meu caro JM parece estar cego para essa realidade: todos os outros fazem, e quem não o faz mas pode fazer, é trucidado.

Acredito que o JM gostaria de ver a Rússia rebaixada à condição de lixo e tratada como micro-Estado ou Estado Neutralizado, ah, mas muito democrático e isso!, contudo, quem observa a realidade de uma forma, digo eu, mais pragmática, sabe bem que Moscovo nunca aceitará ir por esse caminho.
Aonde é que isso levará a Rússia é uma incógnita, mas a realidade internacional é assim, e é nela que a Rússia se governa.

Anónimo disse...

"Se o Kremlin tivesse um pouco mais de paciência, o mundo e os próprios ucranianos viriam de que são capazes os actuais dirigentes de Kiev (recordem-se da “revolução laranja” de 2004) e Moscovo sairia desta crise moralmente mais reforçado"


J M .
Pode esclarecer o que pretende dizer com isto?


Fica muito mal a um Jornalista com conhecimentos profundos da realidade Russa, saber das humilhações e das ameaças que o país foi submetido nos ultimos vinte anos por parte da NATO, fazer uma declaração destas.


Ignora que aquilo que aconteceu na Ucrânia foi uma afronta à Rússia, perpetrada por um golpe sujo com a participação da UE/NATO/ EUA?


Desconhece que os embaixadores da UE que se deslocaram a Kiev para assinar os "acordos" de 21 de Fevereiro o fizeram de má fé?


Tinham unicamente como objetivo entregar o poder aos golpistas (como aconteceu) porque de outra forma exigiam que fosse cumprido aquilo que assinaram.


Mais; se Yanokovich não tivesse fugido, tinha sido preso, depois apresentavam-no no TPI de Haia como um trofeu.

E a frota Russa saia da Crimeia escoltada por os navios da NATO a pedido dos golpistas de Kiev.


JM vai desculpar-me.

Quer ainda mais paciência da parte dos Russos que aquela que têm tido consigo?


Porque se fosse na América ou em qualquer outro país da UE que o JM fizesse este tipo de declarações há muito tempo que tinha sido expulso.


Portanto tem que agradecer a generosidade e a benevolência do povo e do governo Russo.


C Carapeto


Paulo disse...

É incrivel a confusão dos comentários, quando se mistura opinião com facto ou wishfull thinking.

A Russia moscovita sempre foi um império agressivo, desde que, ainda sob o dominio Mongol, destruiu Novgorod e se lançou na conquista do Oriente.

As coisas realmente importantes não se discutem.
As duas Russias, a razão porque existe uma separação tão clara entre os russos do norte e os russos do sul (reduzida com a junção das duas durante o império dos czares e da sua continuação, o império comunista).


O que estamos a ver, é nada mais que a velha Moscóvia, os russos do norte a bater nos russos do sul.

Exactamente o mesmo que aconteceu quando na década de 1930 os comunistas russos assassinaram 6 milhões de ucrânianos, matando-os à fome.

Tinham a atenuante de terem colocado no leme da nação russa-comunista, um criminoso de delito comum georgiano chamado Dugashvilli.

Os russos são nostálgicos. Gostam de líderes crueis e criminosos. Se o líder do Kremlin não mostrar ser forte e cruel, então é porque não é um bom líder.

O Putin, fartou-se de tentar matar ursos e mostrar a peitaça para convencer os russos de que era homem.

Mas os russos não acreditaram.
Esta era a única forma de evitar o continuo declinio nas pesquisas desde 2008.

Pippo disse...

"O que estamos a ver, é nada mais que a velha Moscóvia, os russos do norte a bater nos russos do sul.

Exactamente o mesmo que aconteceu quando na década de 1930 os comunistas russos assassinaram 6 milhões de ucrânianos, matando-os à fome."

Ui, falando em deturpar os factos!

As guerras intra-russas na Idade Média são guerras entre cidades-Estado, similares às guerras feudais na Europa Ocidental. Não revelam nem maior nem menor agressividade da parte desta ou daquela cidade (pois todas se atacavam mutuamente) mas sim maior ou menos eficácia, tanto militar como política (pois muitas destas uniões foram efectivadas através de alianças matrimoniais, por exemplo).

Quanto a apelidar os comunistas de "comunistas RUSSOS" numa nação "russa-comunista" e que "mataram N milhões de ucranianos"... então quer dizer que só os russos é que eram comunistas??? Ou que os comunistas eram todos russos??? E os ucranianos, não o eram? E não me diga que no Holomodor só morreram ucranianos, pois metade das mortes ocorreram fora da Ucrânia e afectaram outrs populações. E em todo o caso, foi uma fome provocada por más políticas económicas, como já aqui foi debatido e esclarecido N vezes.

Paulo disse...

As guerras intra-russas eram guerras entre cidades estado ?

Meu caro, você precisa urgentemente de uma cura de estudo de História da Russia.

Quando o estado «Rus» é criado, ele institucionaliza-se quando o Principe Oleg transfere a capital de Novgorod para Kiev.

Esse estado ou espécie de confederação tem por isso a sua capital no sul, por causa das relaçoes com o império bizantino, mas a rivalidade entre Kiev e Novgorod manteve-se sempre.

Novgorod continuará a ser a grande cidade do norte e Kiev a grande cidade do sul.

Com a chegada dos Mongóis, o equilibrio implode e todas ou quase todas as cidades do estado Rus passam a ser estados tributários dos Mongóis.

No entanto, os Mongóis tinham uma administração descentralizada e quando o seu poder já se encontrava em decadência, eles apoiam um poder nascente na cidade de Moscovo.

Moscovo destruirá Novgorod como principal potência do norte, ao mesmo tempo se se liberta dos Mongóis e inicia uma politica de expansão para oriente.

A Muscóvia (criada com o apoio mongol) volta as costas à Europa, mas volta também as costas à Russia ocidental e do Sul, que cairá durante séculos sob a influência da confederação da Polónia-Lituânia.

É esta separação que existe até hoje. Ela foi patente por exemplo na guerra civil que se seguiu à II guerra mundial.

Quanto ao genocídio dos ucrânianos no inicio da década de 1930, ele misturou o ódio da Muscóvia contra a Ucrânia, com a necessidade de implementar o sistema de colectivização da agricultura.

Estaline (georgiano) queria impor o sistema comunista e os russos que o rodeavam, consideravam os ucrânianos como um povo perguiçoso.

O resultado, foi o roubo das colheitas ordenado por razões políticas.
Como os ucrânianos eram perguiçosos deveriam trabalhar mais para não morrer de fome.

Como sabemos, até 6 milhões de ucrânianos morreram de fome.

A culpa não foi dos comunistas nem dos russos do norte.

A culpa foi dos próprios ucrânianos, que morreram de fome por gosto e perguiça.


Como o José Milhazes já disse, numa frase que utilizo várias vezes:

A Rússia é um país com um passado imprevisível.

O chato, é que há outros russos que não os da Muscóvia a escrever a História da Rússia.

Pippo disse...

Paulo, obrigado por me ter ensinado tanto sobre a História da Rússia. Eu não conhecia nada disso. Nem nunca tinha ouvido falar de Tver, Riazan, Suzdal, Vladimir nem nenhuma das outras CIDADES-ESTADO (pois era isso que elas eram na prática!) em que a Rússia estava dividida.

Também desconhecia que a Moscóvia tinha sido criada com o apoio mongol. Tinha conhecimento de que a Moscóvia tinha aumentado a sua importância com esse apoio, mas não a sua criação. Mais uma vez, obrigado.

Desconhecia igualmente que a Moscóvia havia voltado as costas à Europa. Presumo que os conflitos constantes com os Livónios, a fundação de Arkhangelsk (para comerciar com a Inglaterra), etc., tenha tido lugar na Ásia ou quem sabe em África!

Gostei dessas do "o ódio da MUscóvia contra a Ucrânia" e a dos "russos que o rodeavam, consideravam os ucrÂnianos como um povo peRguiçoso." Era um ódio tão grande, tão grande, mas mesmo tão grande, que os russos decidiram tornar-se todos comunistas e colocar à frente do país um georgiano sociopata só para poderem matar uma data de ucranianos à fome. Poderiam tê-los fuzilado ou enviado para campos de morte na Sibéria, como fizeram com alguns milhões de russos (a Moscóvia também se odeia imenso a si própria, como sabe!), mas preferiram mata-los à fome para punir a sua pre…, perdão, peRguiça (ou será que também se escreve com dois “ss”?)

Portanto, para além de me ensinar História, o que muito aprecio pois sou um tipo com a 4ª classe mal feita, ainda me ensina humor com boa ortografia, o que é duplamente apreciado.

Mais uma vez, um muito bem-haja.

Roman disse...

Ai meu Deus do Céu! Outra vez estes reveladores de “verdades” e da “história alternativa”. Já agora, estou com uma dúvida, sou um russo do Sul ou um do Norte? Não, esperem, deixem-me adivinhar – sou mesmo um mongol! Nem mais! Mas essa dos “ucrânianos perguiçosos” foi do melhor!

Ó amigo Paulo! Deixa-la, não vale a pena de te esforçares. A gente que anda por aqui não é dos teus colegas trolhas e conhece bem a história verdadeira. A tua propaganda não vale nem um figo podre. Continua a elucidar os trabalhadores do sector da construção civil, pois hoje em dia eles têm pouca coisa para fazer.

Caro Pippo, good trolling, parabéns! Com esta gente é mesmo impossível discutir à sério.

Abraço.
Roman

Paulo disse...

A ideia generalizada de que os ucrânianos são torpes lerdos e perguiçosos, é a ideia comum de muitos russos do norte.

O ódio racista dos russos do norte, é conhecido, público e nem a imprensa ligada ao sub mundo russo se coíbe de a notíciar.

Refiro a Muscóvia (antigo grão ducado) e não da Moscóvia (região de Moscovo), porque falamos de História.
A diferenciação tem que ser feita.

Os termos Moscovia, Moscovie, Moskovia seriam aceitáveis.

Esta distinção também existe na língua inglesa.

A Muscóvia virou as costas à Europa durante o seu periodo de expansão para o extremo oriente. Evidentemente que não deixou de guerrear a ocidente.

Portugal estava de costas para a Europa, mas não deixou de participar em campanhas na Europa contra os turcos e até ao lado dos russos contra os mesmos turcos.

O argumento é naturalmente inválido.

A expansão da Muscóvia foi claramente apoiada pelos Mongóis, aos quais a Muscóvia pagava tributo.
O que não impediu que se tenham voltado contra a mão que os ajudou a erguer-se apenas dois anos após a tomada de Novgorod.
Só depois começa a expansão para leste, com Kazan e Astrakhan.

E Arkhangel, foi estabelecida pela República de Novgorod e não pelo Grão Ducado de Moscovo.

E por amor de Deus, CIDADES ESTADO ?

A República de Novgorod era uma cidade-estado ?

Nesse caso Portugal era o quê, um bairro ?

Por amor de Deus, em vez de tentar descredibilizar quem diz coisas desagradáveis encontrando gralhas no texto, era melhor correr a comprar uma versão revista da História da GRANDE GUERRA PATRIÓTICA. Porque parece que a que utiliza ainda é do tempo do camarada Barreirinhas ...

Pippo disse...

"A República de Novgorod era uma cidade-estado ?
Nesse caso Portugal era o quê, um bairro ?"

Esparta, Atenas, Tebas, Corinto... todas estas eram cidades-Estado, independentemente do território que ocupavam, incluindo colónias.
Roma também era uma cidade-Estado que se expandiu, tal como Veneza, que era uma cidade-Estado apesar do seu império insular.

Os Principados e Repúblicas russas operavam como cidades-Estado e eram nomeados pelas cidades-capital, ao contrário de Portugal que nunca se chamou (mas deveria chamar-se! :o) ) Reino ou Império de Lisboa.

Mas se a si lhe incomoda a designação, no problem. Chame-lhe principados, Estados, etc., não altera os factos.
Nem altera o facto de andarem todos em guerra uns contra os outros, Norte vs Norte, Norte vs Sul, e só não houve muito Sul vs Sul porque o Sul era Kiev e pouco mais, e mesmo assim houve tareia entre Kiev e a "agressiva" Galícia, que chegou inclusive a conquistar Kiev no princípio do séc. XIII...

Quanto a Arkhangelsk ... a cidade foi fundada em 1584 por Ivan IV. Por essa altura, Novgorod já era. O que os Novgorodianos fundaram foi um mosteiro (do Arcanjo), o que é "ligeiramente" diferente de uma cidade comercial.

Obrigado, mais uma vez, por me dizer que tipo de literatura de História devo ler. Aquilo que eu tenho andado a consultar é tudo dos tempos do grande camarada Estaline, escrito pelo camarada Béria e com ilustrações neo-realistas do grandes camaradas Mao e Kim Il-Sung.