segunda-feira, abril 13, 2015

Orações contra a crise



A recuperação da economia da Rússia parece não estar para breve, por isso todos os meios são bons para se resolverem os problemas do país: desde as orações pelas casas hipotecadas até ao combate ao fast food ocidental.
Os irmãos Mikhailkov, Andron e Nikita, ambos conhecidos realizadores russos de cinema, decidiram “expulsar” cadeias de fast foot ocidentais como a Mac'Donalds da Rússia criando um equivalente, mas de cozinha russa: “Comemos em Casa!”.
A esposa de Andron já detém uma cadeia de restaurantes de luxo em Moscovo.
O projecto, que foi acompanhado de um pedido de apoio ao governo russo no valor de cerca de mil milhões de rublos (cerca de 20 milhões de euros), foi enviado ao Presidente russo em Março e recebeu o apoio imediato do Kremlin. Ele prevê a construção de uma fábrica de produtos alimentares nacionais, 41 cafés e lojas em Moscovo e em duas regiões dos arredores,
Há uns anos atrás, Iúri Lujkov, então presidente da Câmara de Moscovo, patrocinou a criação da rede “Russkoe Bistrô” com o objectivo de levar à falência a Mac'Donalds na capital russa, mas, não obstante as regalias fiscais e a autorização de venda de bebidas alcoólicas, ela rapidamente faliu, enquanto o número de cadeias de fast foot ocidentais continuou a aumentar por todo o país.
A propósito, Iúri Lujkov já veio propor os seus produtos para o novo projecto "patriótico".
A Igreja Ortodoxa Russa também não quer ficar atrás nas iniciativas patrióticas. O governo russo decidiu organizar um programa para substituir os produtos alimentares ocidentais, cuja importação foi proibida como resposta às sanções impostas à Rússia pela ocupação da Crimeia, por carne, fruta e legumes russos.
A fim de ajudar os camponeses, a Igreja Ortodoxa decidiu instituir orações pela produtividade agrícola.
Esperamos que as orações ajudem os lavradores que querem trabalhar em paz”, anunciou o sacerdote Roman Bogdossarov, vice-dirigente do Patriarcado de Moscovo para a interação da Igreja Ortodoxa e da opinião pública, acrescentando que “o campesinato foi sempre toda a força da Santa Rússia”.
Outro sacerdote ortodoxo de Moscovo, Vselovod Chaplin, decidiu, desde Março, instituir uma oração para pedir a ajuda de Deus para “ajudar aqueles que têm dificuldade em pagar a hipoteca pela habitação”.
A crise atinge particularmente milhares de famílias que pediram aos bancos empréstimos em moeda estrangeira para comprar habitação própria. Com a forte desvalorização do rublo, ocorrida no início deste ano, muitos russos deixaram de poder pagar as prestações mensais.
Quando os russos em dificuldades não depositam esperança nos seus dirigentes, resta-lhes Deus.




9 comentários:

KillZOG disse...

O Milhazes é definitivamente um pateta, perdido para todo o sempre.

Só vomita porcaria neste blog, cada vez mais rasteiro e de baixo nível.

Da Rússia, de Portugal e do Mundo disse...

Mais um anónimo "corajoso". Isso é dor de alguma coisa?

Miguel disse...

Faz-me lembrar quando os americanos decidiram rebatizar as "french fries" como patriotic fries, deitando vinho francês para a sarjeta.
Tudo porque a França não apoiava a invasão do Iraque, sob falsos pretextos, como a história veio esclarecer...

Anónimo disse...

Faz lembrar quando os americanos decidiram chamar "patriotic fries" às "french fries" e deitar vinho francês pela sarjeta abaixo.
Tudo porque a França estava contra a invasão do Iraque...

Anónimo disse...

No início do texto, é "fast food", não "fast foot".

Miguel disse...

http://fingirqueacredito.blogspot.pt/2015/04/bullying-jose-milhazes-3.html

José Milhazes, no seu post "Orações contra a crise", descreve e enumera uma série de "patetices" feitas para combater a crise na economia russa, desde orações a boicotes às cadeias de fast-food ocidentais. Começa por dizer, perentoriamente, que a recuperação da economia russa não parece estar para breve. A verdade é que a economia russa foi fortemente afetada pelas sanções internacionais e pelo preço do petróleo e, ainda que Putin e Siluanov digam que "o pior já passou" a situação continua delicada. De notar, não obstante, que o desempenho económico tem vindo a melhorar. No primeiro trimestre, ao contrário de todas as expectativas, a economia russa cresceu 0,4%. O rublo, que chegou a atingir quase os 1 USD = 70 RUB, no início deste ano, parece estar a recuperar terreno.
De acordo com a francesa AFP, o rublo tem recuperado - a níveis de início de Dezembro de 2014 - apesar da cotação do petróleo estar relativamente estável. A AFP atribui a valorização da moeda russa ao cessar-fogo na Ucrânia, avisando porém, que um eventual reatamento do conflito possa mandar o rublo para os níveis de finais de Janeira, chegando quase aos 70 RUB por 1 USD. Talvez por isso, Poroshenko tenha cada vez mais dificuldades em manter o acordo de Minsk II.

José Milhazes continua o seu post descrevendo uma iniciativa privada, com apoio governamental, para substituição dessas cadeias - maioritariamente norte-americanas - por alternativas russas, enumerando uma série de "projetos" que falharem nesse objetivo.

Continua dizendo que "o governo russo decidiu organizar um programa para substituir os produtos alimentares ocidentais, cuja importação foi proibida como resposta às sanções (...) por carne, fruta e legumes russos". Até aqui parece-me uma medida extremamente oportuna e relevante, podendo possibilitar novos acordos com países terceiros - vários países da América do Sul mostraram-se imediatamente dispostos a substituir os produtos europeus - ou fomentar a produção interna.

Quando existe ou é percecionado um "inimigo comum" externo, é normal assistir-se a uma união e consenso interno. A Rússia não é exceção. Obviamente que o encerramento de várias dúzias de restaurantes da McDonald's não será por motivos sanitários e de higiene pública, como alegado pelas autoridades responsáveis. Trata-se obviamente de uma retaliação às sanções e à conjuntura atual.
Na altura que Bush se preparava para invadir o Iraque, pouco depois do 11 de Setembro, poucos foram os países que discordaram de tal iniciativa, mesmo havendo provas concretas e irrefutáveis de armas de destruição maciça no arsenal de Saddam. A França foi um deles. Na altura, iniciou-se uma forte campanha patriótica nos EUA, anti-França, motivado pela posição contrária à segunda guerra do Iraque. Um pouco por todo o lado, as batatas fritas (em inglês "french fries") foram renomeadas como "freedom fries", mesmo na cafetaria do congresso norte-americano. Repetiam-se imagens de empregados de restaurantes a despejar vinho francês pelas sarjetas da rua, como se fosse um ato necessário para ajudar o "esforço de guerra".
A haver um país que protege e diferencia as empresas e produtos nacionais, esse país é os EUA. Veja-se o caso das multas milionárias a bancos estrangeiros ou a questão dos fundos abutres da Argentina. A influência e as políticas estatais norte-americanas são, quase exclusivamente, para proteger os seus interesses - não só geo-estratégicos - mas obviamente também económicos.
(continua)

Anónimo disse...

A Economia russa não dá sinais de melhorar?

http://observador.pt/especiais/sabe-qual-e-a-moeda-que-mais-sobe-em-2015/

Guilherme Morgado disse...

Sr. Milhazes, quanto à economia Russa não dar sinais de recuperação, veja ao menos o artigo de hoje do jornal (de Edgar Caetano) que lhe dá trabalho e deixe de fazer as afirmações imbecis que nos tem habituado. Por favor, seja anti Putin seja anti Rússia, seja o que quiser, isso é lá consigo, mas a sua dialéctica já se torna uma agonia, um enjôo, um vómito!

Anónimo disse...

O artigo do Observador é um tanto ... estranho, assim como o proprio projecto Observador. No entanto, artigos sobre o "rebound" da economia Russa são varios a cerca de umas semanas no Bloomberg, mas o historiador/jornalista/professor/.. whatever não deve frequentar tais fontes.