Caros amigos e leitores, a fim de completar o meu novo livro, decidi publicar sons que não posso transmitir por escrito. Espero que ajude o leitor a mergulhar na época e nas situações.
Cada revolução, cada profunda transformação social profunda tem o seu hino: a Revolução Francesa teve a Marselhesa, o 25 de Abril de 1974 teve a Grândola, vila morena!
Os grandes acontecimentos ocorridos na URSS entre 1985 e 1991 também tiveram o seu hino: "Mudanças! Queremos mudanças!", canção composta e interpretada por Viktor Tzoi, músico e actor de extraordinário que, infelizmente, faleceu muito jovem num acidente de ...viação.
No livro "As minhas aventuras no País dos Sovietes", analiso a importância das artes nas transformações sociais e, por isso, publico a letra desta canção.
Deixo aqui a tradução em versos brancos pois não sou poeta, mas gostaria que os leitores sentissem a força da letra e música desta histórica canção.
Em vez de calor, vidro verde,
Em vez de fogo, fumo.
Do calendário foi arrancado um dia.
O Sol vermelho queima tudo,
O dia arde com ele.
Na cidade em chamas cai a sombra.
Refrão:
Mudanças exigem nossos corações.
Mudanças exigem nossos olhos.
No nosso riso e nas lágrimas,
No pulsar das veias
Há mudanças!
Esperamos mudanças.
A luz eléctrica prolonga o nosso dia
E a caixa de fósforos está vazia.
Mas na cozinha arde a chama azul do gás.
Há cigarros, e chá sobre a mesa,
O esquema é simples.
E nada mais há, tudo está em nós.
Não podemos orgulhar-nos do olho da sabedoria
E de gestos hábeis das mãos,
Não precisamos de nada disso para nos compreender.
Há cigarros, e chá sobre a mesa,
Assim se fecha o círculo.
E, de repente, tememos mudar tudo.
Em vez de fogo, fumo.
Do calendário foi arrancado um dia.
O Sol vermelho queima tudo,
O dia arde com ele.
Na cidade em chamas cai a sombra.
Refrão:
Mudanças exigem nossos corações.
Mudanças exigem nossos olhos.
No nosso riso e nas lágrimas,
No pulsar das veias
Há mudanças!
Esperamos mudanças.
A luz eléctrica prolonga o nosso dia
E a caixa de fósforos está vazia.
Mas na cozinha arde a chama azul do gás.
Há cigarros, e chá sobre a mesa,
O esquema é simples.
E nada mais há, tudo está em nós.
Não podemos orgulhar-nos do olho da sabedoria
E de gestos hábeis das mãos,
Não precisamos de nada disso para nos compreender.
Há cigarros, e chá sobre a mesa,
Assim se fecha o círculo.
E, de repente, tememos mudar tudo.
1 comentário:
Aproveitando a oportunidade de voltar a falar deste livro, quero manifestar-lhe que o li até ao fim com muito interesse, apesar das reservas, digo receios que manifestei em comentário anterior, de resto também ele elogioso.
É manifesto que se preocupou em evitar narrativas panfletárias ou anti-panfletárias que tantas vezes detecto nos seus comentários e neste blogue. E todos nós ganhamos com isso. O seu testemunho pessoal e concreto é o que pode transmitir de mais rico e original: ele mostra-nos o que era a vida e os sentimentos reais dos estudantes estrangeiros na Rússia, o que era a vida de uma família naquele contexto, a solidariedade profissional... Eu que conheci pessoalmente o Carlos Fino e o Carlos Santos Pereira, fui particularmente sensível ás referências que lhes faz.
Que será feito desse extraordinário Santos Pereira? Aqui o adjectivo merecia ser soletrado para salientar a conotação de homem "extra" - de grande caracter - e "ordinário" - para fazer jus ao vocabulário que não se inibia de usar para designar quem o merecia!
Aceite enfim os meus cumprimentos e não estranhe as minhas críticas futuras e passadas - "homens do norte" apreciam a sinceridade.
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