Nos últimos dias, temos assistido a uma guerra de palavras entre a Rússia e a União Europeia sobre o gás natural russo. Bruxelas considera que é necessário diversificar as fontes de abastecimento desse hidrocarboneto para que Moscovo não use isso como arma política. O exemplo da "guerra do gás" entre a Rússia e a Ucrânia, quando o Kremlin "fechou as torneiras", ainda está fresco na memória.
O Kremlin responde que o problema não reside aí, mas no facto de os países da UE impedirem a empresa pública russa Gazprom de aceder às redes de distribuição de gás na Europa.
"Mesmo durante a guerra fria, quando o mundo vivia no limiar da guerra nuclear mundial, os contratos com a Europa eram cumpridos à risca. De que perigo de dependência da Rússia se pode falar hoje, quando a situação no mundo mudou de forma radical?" - perguntou Putin uma conferência de imprensa, após um encontro com a chanceler alemã, Angela Merkel, e respondeu: "a Europa é o parceiro natural e mais próximo e a cooperação energética com os países europeus não tem dois ou três anos, mas dezenas".
Mas Putin voltou a ameaçar a Europa caso esta não abro os mercados internos de gás às empresas russas: "ouvimos constantemente falar do perigo de uma hipotética dependência da Rússia, de que é necessário limitar o acesso das companhias russas aos mercados europeus. Compreendam-nos e coloquem-se na nossa situação. O que devemos fazer ao ouvir diariamente o mesmo? Começamos a procurar novos mercados".
2 comentários:
A renacionalização das empresas na Rússia já está a produzir efeitos. Vladimir Putin não tem qualquer problema em actuar com cada vez mais chantagem, um estilo que aumenta na exacta medida em que aumentam as renacionalizações.
Um problema em crescendo para o qual só agora a EU se sensibiliza. Como sempre atrasada...
Deve ser esse pragmatismo e bom senso que exige Putin quando ameaça cortar fornecimentos ou deslocá-los para outras paragens caso não aceitem as suas condições.Posição muito curiosa para quem na Sibéria não deixa os Chineses (os amigos chineses) entrarem na produção.E assim vamos indo, querendo ser ultramodernos e civilizados, oferecendo a mão a quem quer bem mais do que o braço.
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