Rússia iniciou construção de oleoduto rumo ao Pacífico

Operários russos começaram, hoje, a montagem do oleoduto que irá transportar petróleo da Sibéria Oriental até à costa do Pacífico e, depois, distribuirá este combustível por países como China, Japão e Coreia do Sul.
A gigante “serpente”, que terá um comprimento superior a quatro mil quilómetros, deveria passar, segundo o projecto original, a apenas 800 metros do Lago Baikal, a maior reserva de água potável do mundo.
Porém, esta semana, depois de numerosos protestos de ecologistas, cientistas e dirigentes das regiões por onde irá passar o gasoduto, que temiam que fugas de combustível pudessem poluir o Baikal, Vladimir Putin, Presidente da Rússia, decidiu aumentar a distância entre a “serpente” e o lago em 40 quilómetros. Perante numerosas câmaras de televisão, o dirigente do Kremlin aproximou-se de um mapa da Sibéria e desviou para Norte o traçado da nova conduta.
O desvio alongará o oleoduto em cerca de 900 quilómetros e o preço da obra poderá encarecer em mais mil milhões de euros, rodando, na totalidade, os 16 mil milhões de euros, mas Putin diz estar preocupado com as gerações futuras.
A nova conduta, que deverá estar concluída até 2011, permitirá a Moscovo não só aumentar significativamente os fornecimentos de combustível a economias crescentes como a China, mas também diversificar os seus mercados de escoamento.
Devido ao aumento dos preços do petróleo e do gás nos mercados mundiais, a Rússia vê cair-lhe em cima uma autêntica “enxurrada” de euros e dólares, mas o problema é que o Governo de Moscovo não sabe o que fazer com tanta divisa. Criou um fundo de estabilização, mas não investe o dinheiro, pois receia que ele desapareça devido à corrupção.
Por isso, por enquanto, os dirigentes russos apenas se decidiram investi-lo na aquisição de títulos de tesouro de países estrangeiros, entre os quais está Portugal.