quinta-feira, junho 08, 2006

Coligação "laranja" adia formação de Governo



As três forças políticas que tentam formar um novo Governo de coligação na Ucrânia decidiram suspender por mais uma semana os trabalhos da Rada Suprema (Parlamento) do país para chegar a acordo sobre a distribuição de pastas no executivo.

Os partidos do bloco “laranja” – “Nossa Ucrânia”, do Presidente Iuschenko, Bloco Iúlia Timochenko, da antiga Primeira-ministra, e Partido Socialista – mantêm conversações desde o fim de Março, mas a atribuição de cargos está complicada. Timochenko, enquanto dirigente do partido “laranja” mais votado, pretende ao cargo de Primeira-ministra, o que não é do agrado de parte significativa da “Nossa Ucrânia”. Alexandre Moroz, líder do Partido Socialista, quer dirigir a Rada Suprema, mas o partido de Iuschenko também um candidato para esse cargo.

Segundo a Constituição do país, o Governo deverá estar formado até 27 de Junho. Caso contrário, Iuschenko pode dissolvê-lo e convocar eleições gerais.

A oposição pró-russa tentou impedir a votação sobre o adiamento da formação do executivo atacando a mesa da direcção do Parlamento e arrancando os microfones, mas a proposta da coligação “laranja” foi aprovada por uma escassa maioria de votos.

Os deputados da Rada não abordaram a questão da autorização das manobras militares internacionais “Brisa Marítima”, que deverão iniciar-se na Crimeia, no Sul da Ucrânia, porque na coligação “laranja” existem divergências face a isso e a votação poderia ser desfavorável aos exercícios militares.

Não obstante os protestos das forças de esquerda e pró-russas da Crimeia, começaram a ser descarregados contentores com alimentos e medicamentos para os soldados americanos no porto de Feodóssia. Os manifestantes tentaram impedir os trabalhos, mas a guarda fronteiriça e a segurança do porto barraram-lhes o caminho. No entanto, essa operação foi acompanhada de um ensurdecedor barulho de latas e sinos a tocar a rebate.

O Ministério do Interior da Ucrânia promete castigar os manifestantes, tendo anunciado o envio de 27 processos para os tribunais.

Em Moscovo, a Duma Estatal (câmara baixa do Parlamento russo) ameaça a Ucrânia de que a adesão deste país à NATO terá “consequências muito negativas” para as relações bilateriais”, exigindo que seja feito um referendo no país vizinho sobre essa questão.

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