As três forças políticas que tentam formar um novo Governo de coligação na Ucrânia decidiram suspender por mais uma semana os trabalhos da Rada Suprema (Parlamento) do país para chegar a acordo sobre a distribuição de pastas no executivo.
Os partidos do bloco “laranja” – “Nossa Ucrânia”, do Presidente Iuschenko, Bloco Iúlia Timochenko, da antiga Primeira-ministra, e Partido Socialista – mantêm conversações desde o fim de Março, mas a atribuição de cargos está complicada. Timochenko, enquanto dirigente do partido “laranja” mais votado, pretende ao cargo de Primeira-ministra, o que não é do agrado de parte significativa da “Nossa Ucrânia”. Alexandre Moroz, líder do Partido Socialista, quer dirigir a Rada Suprema, mas o partido de Iuschenko também um candidato para esse cargo.
Segundo a Constituição do país, o Governo deverá estar formado até 27 de Junho. Caso contrário, Iuschenko pode dissolvê-lo e convocar eleições gerais.
A oposição pró-russa tentou impedir a votação sobre o adiamento da formação do executivo atacando a mesa da direcção do Parlamento e arrancando os microfones, mas a proposta da coligação “laranja” foi aprovada por uma escassa maioria de votos.
Os deputados da Rada não abordaram a questão da autorização das manobras militares internacionais “Brisa Marítima”, que deverão iniciar-se na Crimeia, no Sul da Ucrânia, porque na coligação “laranja” existem divergências face a isso e a votação poderia ser desfavorável aos exercícios militares.
Não obstante os protestos das forças de esquerda e pró-russas da Crimeia, começaram a ser descarregados contentores com alimentos e medicamentos para os soldados americanos no porto de Feodóssia. Os manifestantes tentaram impedir os trabalhos, mas a guarda fronteiriça e a segurança do porto barraram-lhes o caminho. No entanto, essa operação foi acompanhada de um ensurdecedor barulho de latas e sinos a tocar a rebate.
O Ministério do Interior da Ucrânia promete castigar os manifestantes, tendo anunciado o envio de 27 processos para os tribunais.
Em Moscovo, a Duma Estatal (câmara baixa do Parlamento russo) ameaça a Ucrânia de que a adesão deste país à NATO terá “consequências muito negativas” para as relações bilateriais”, exigindo que seja feito um referendo no país vizinho sobre essa questão.
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