quinta-feira, junho 29, 2006

Oposição ucraniana bloqueia presidência do Parlamento



Deputados do opositor Partido das Regiões (PR) continuam a bloquear, pelo terceiro dia consecutivo, a presidência da Rada Suprema (Parlamento) da Ucrânia, o que tem impedido a realização de sessões plenárias.
A mesa provisória da Rada e representantes do PR realizaram consultas, mas não chegaram a acordo para desbloquear os trabalhos da Câmara Legislativa. "Não se chegou a um compromisso" - declarou Alexandre Moroz, deputado e dirigente do Partido Socialista da Ucrânia, uma das três forças políticas que integram a maioria parlamentar criada pelos partidos que, em Dezembro de 2004, protagonizaram a chamada "revolução laranja".
O grupo parlamentar do PR, que também bloqueou o sistema electrónico de votação do hemicíclo, anunciou que a acção é um protesto contra a "usurpação do poder" por parte da maioria parlamentar, que, segundo a oposição, açambarcou todos os cargos de direcção nos comités e presidência da Rada. Victor Ianukovitch, dirigente do PR, ameaça não deixar funcionar o Parlamento durante mais um mês, o que, segundo ele, "obrigará o Presidente a dissolvê-lo e a convocar novas eleições parlamentares"
"Encontraremos uma solução. O que está a ocorrer não é motivo para dissolver a Rada" - sublinhou Moroz, que se mostrou contrário a que os deputados se reúnam noutra sala que não seja o edifício da Rada.
Ao mesmo tempo, a "coligação laranja" ainda não terminou a distribuição de pastas na Rada e no Governo, o que mantém a Ucrânia numa crise cada vez mais aguda. Aumentam não só os problemas económicos e sociais, mas também o perigo de desintegração do país, com consequências catastróficas para toda a região.

1 comentário:

Da Rússia, de Portugal e do Mundo disse...

Caro Manuel Lopes, o Partido das Regiões, da oposição, foi o mais votado nas eleições de Março, mas, sozinho, ou em coligação com o Partido Comunista, não conseguiram a maioria dos lugares na Rada. Por isso, ficou de fora na distribuição de cargos no Parlamento e na formação do Governo. Discordando disso, ocupou fisicamente a mesa do Parlamento e tomou o controlo da votação electrónica, paralisando assim os trabalhos da Assembleia Legislativa. O dirigente do Partido das Regiões, Victor Ianukovitch, considera que se o boicote continuar durante mais um mês, o Presidente, segundo a Constituição, deverá dissolver o Parlamento e convocar novas eleições. Ora, a lei suprema da Ucrânia não diz que o Presidente deve, mas que pode dissolver o Parlamento, mas Victor Iuschenko já declarou por várias vezes que não o fará, esperando a formação de um governo "laranja".