Os partidos da “revolução laranja”, que elegeram Victor Iuschenko para Presidente da Ucrânia, conseguiram, finalmente, chegar a um acordo sobre a formação de um Governo de coligação. Este anúncio foi feito por Iúlia Timochenko da tribuna do Parlamento ucraniano depois de dois meses de intensas conversações.
Iúlia Timochenko, dirigente do bloco político homônimo e força mais votada nas parlamentares de Março entre os “laranjas”, será Primeira-ministra. O Partido Nossa Ucrânia, do Presidente Iuschenko e segundo mais votado, fica com o cargo dirigente da Rada Suprema (Parlamento), que será ocupado por Iúri Iekhanurov, actual Primeiro-ministro interino. O Partido Socialista, terceiro entre os “laranjas”, teve de se contentar com a pasta de vice-Primeiro-ministro.
De fora da esfera do poder fica o Partido das Regiões, força pró-russa dirigida por Victor Ianukovitch, que venceu as parlamentares com maioria relativa. O acordo entre Ianukovitch e Iuschenko foi inviabilizado, nomeadamente, devido à política externa desses dois políticos. Enquanto o primeiro defende uma aproximação à Rússia, o segundo prefere a NATO e a União Europeia.
Para aceitar a coligação “laranja” e travar as ambições políticas de Iúlia Timochenko, que já dirigiu o Governo ucraniano após a “revolução laranja” de 2004, Iuschenko conseguiu arrancar para si a prerrogativa de nomear o Ministro do Interior e de não submeter o programa do Executivo à aprovação da Rada Suprema. Isto é importante tendo em conta o facto de a reforma política, que entrou em vigor no passado 1 de Janeiro, ter feito transitar numerosos poderes do Presidente para a Rada e o chefe do Executivo ucraniano.
Resta esperar se esta nova coligação “laranja” não voltará a ser rapidamente vítima das ambições políticas como foi a primeira em 2005.
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