À primeira vista, é difícil encontrar uma relação de causa-consequência no título deste post, mas, na Rússia, até o melhoramento do nível de vida da população pode provocar “problemas”.
O diário económico russo Vedomosti informa que no país se faz sentir “uma aguda falta de automóveis de marca estrangeira”. Nos primeiros seis meses de 2006, as vendas dos stands aumentaram em 50%, totalizando 400 mil viaturas, e a procura foi ainda maior.
Segundo os peritos citados pelo jornal, semelhante aumento da procura está ligado “ao aumento da riqueza entre os cidadãos e os preços altíssimos do imobiliário”. O Comité de Estatítisca da Rússia informa que “nos primeiros cinco primeiro meses do ano, os rendimentos reais da população sofreram um aumento de 10,5% em relação ao mesmo período do ano passado”, “a quantidade de pessoas com capacidade de comprar artigos de longa duração subiu de 8 para 13%”.
Além disso, os créditos bancários descem e tornam-se cada vez mais acessíveis.
Porém, o aumento brusco do preço do imobiliário é um dos mais importantes factores que levam os russos a adquirir automóveis. Nos primeiros seis meses deste ano, o preço das habitações em Moscovo sofreu um aumento de 30%.
Como não há dinheiro para comprar casas e apartamentos, então o dinheiro vai para automóveis, mas estrangeiros. “Os vendedores não conseguem responder a todos os pedidos, os produtores estrangeiros não podem aumentar bruscamente os fornecimentos, há falta de comboios para o transporte de carros”.
Nesta situação, a fábrica da multinacional Ford na Rússia aumenta o preço dos seus automóveis, mas os russos que querem adquirir um Ford Focus ou um Honda Civic têm de esperar entre 6 e 9 meses. Quanto a modelos mais caros, como Bentley ou Rolls Royce, tem de se esperar um pouco mais.
Mas esta falta de automóveis não só provoca “água na boca” dos grandes produtores, mas dá origem a “novas esferas de negócio”, ou melhor, ao renascimento de velhas formas de ganhar dinheiro: quem quiser ter um automóvel estrangeiro novo em 2 ou 3 meses, pode comprar os primeiros lugares da fila de espera por 350-750 euros.
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