Reconversão de prisões em centros comerciais

Em nome do melhoramento da situação nas prisões

É do conhecimento geral de que a situação nas prisões russas é extremamente precária, pouco tendo evoluído em relação aos "campos de recuperação" soviéticos.
O Serviço Penitenciário Federal da Rússia decidiu começar a alterar a situação anunciando a transformação de 70 prisões urbanas em centros comerciais com a participação de companhias estrangeiras. Em compensação, serão construídos novos presiduários fora das cidades com todas as condições de segurança e higiene para os reclusos, o contribuirá para resolver o problema da superlotação nas prisões do país.
"A lei estabelece um mínimo de quatro metros quadrados de superfície por recluso, mas, na realidade, ficamos aquém dos três" - declarou ao diário Kommersant Alexandre Sidorov, porta-voz do Serviço Penitenciário. Segundo o projecto, em troca do território da prisão "Butirka", que ocupa 3,4 hectares no centro de Moscovo, os investidores construirão um novo estabelecimento prisional de 130 mil metros quadrados fora da capital russa.
Além de ter maior superfície, a nova prisão deverá possuir todas as condições e comodidades de um centro prisional moderno. "Segundo os nossos cálculos, o preço no mercado de um metro quadrado das nossas prisões é comparável com o de uma vivenda de luxo" - declarou Sidorov.
Especialistas do sector imobiliário estão de acordo em que o edifício da prisão "Kresti" (Cruzes) de São Petersburgo é ideal para ser transformado num hotel e promete rápido retorno dos investimentos. Mas o Kommersant adverte os possíveis interessados no projecto do Serviço Penitenciário que tanto a "Kresti", como a "Butirka" foram declarados monumentos nacionais de história e arquitectura e, por conseguinte, não podem ser sujeitas a grandes remodelações.
Não obstante este pormenor, o exemplo russo poderá ser útil para Portugal. Por exemplo, o Ministério da Justiça poderá utilizar a boa localização e a área do Estabelecimento Prisional de Lisboa ou a Prisão de Caxias para resolver alguns dos problemas do sistema penitenciário português.