O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, reuniu o Conselho de Segurança do seu país para analisar a crise nas relações russo-georgianas, provocada pela prisão de quatro oficiais russos, acusados de "espionagem". "Querem provocar a Rússia. Na Geórgia estão a ser detidos e lançados para a prisão militares nossos", declarou o dirigente, que comparou o seu homólogo georgiano, Mikhail Saakachvili, a Lavrenti Béria, o mais sanguinário chefe dos serviços secretos soviéticos (KGB), de origem georgiana.
“É completamente evidente que tentam beliscar dolorosamente, provocar a Rússia. Isto deve ser claro para todos. E, pelos vistos, os que fazem isso, consideram que a direcção anti-russa da política externa corresponde aos interesses do povo georgiano. Mas penso que não é assim” – continuou Putin, concluindo as suas declarações com acusações indirectas à NATO e Estados Unidos: “essas pessoas pensam que, sob a protecção dos seus patrocinadores estrangeiros, podem-se sentir-se confortavelmente e em segurança. Mas será mesmo assim?”
O comando militar russo na Geórgia vai mais longe nas ameaças e entra na retórica belicista. "As tropas russas estão em alto estado de alerta. Caso sejam desencadeadas acções contra os militares russos, estamos prontos para qualquer tipo de acção, incluindo o emprego de armas a matar", declarou o general Andrei Popov, comandante das tropas russas aquarteladas na Geórgia, sublinhando ainda que "correm perigo os russos que se encontram no país".O general recordou que na Rússia existe uma lei "sobre o estado de emergência" que determina que os territórios dos quartéis, independentemente de se encontrarem na Rússia ou no estrangeiro, são parte do país e qualquer ataque de tropas de outro Estado é "uma agressão que deve ser travada através de todos os meios".
Estas declarações das autoridades de Moscovo foram feitas depois do Ministério do Interior da Geórgia ter revelado novas provas contra os quatro oficiais russos, detidos quinta-feira. São filmagens e gravações de conversas telefónicas que as autoridades afirmam provar que os militares russos estiveram também ligados a actos terroristas.
Tbilissi acusa os oficiais da explosão de postes de alta tensão eléctrica, fundamentais para o fornecimento de electricidade à Geórgia, da via-férrea em Caspi (tudo isso em 9 de Outubro de 2004) e do oleoduto em Khachuri (17 de Novembro do mesmo ano).As autoridades revelaram também testemunhos de três georgianos que cumprem penas de prisão por um atentado em Gori (Geórgia Oriental) em 2005. Segundo eles, a explosão de um carro minado nessa cidade - que provocou a morte de 3 pessoas e 18 feridos, bem como significativos danos materiais - teria sido organizada sob a direcção de Roman Boiko, um dos oficiais detidos.
Vano Merabichvili, ministro do Interior da Geórgia, declarou que Anatoli Sinitsin, oficial que se refugiou no quartel-general das tropas russas aquarteladas na Geórgia, participou igualmente na organização desse acto terrorista.
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