quinta-feira, fevereiro 15, 2007

Bielorrússia aumenta taxas de trânsito para o petróleo russo


O Governo da Bielorrússia decidiu aumentar em mais de 30% o preço das taxas de trânsito do petróleo russo que é exportado pelo gaseoduto Drujba para a Europa Ocidental. Além disso, Minsk procura com a Lituânia fontes alternativas de abastecimento de crude.

O Ministério da Economia anunciou que, a partir de hoje, a Rússia terá de pagar 2,6 dólares por cada tonelada de petróleo exportado para a Polónia e a Alemanha, 1,26 dólares pelo trânsito para a Lituânia e 1,14 para a Ucrânia.

Segundo as autoridades bielorrussas, este aumento de taxas de trânsito trará anualmente à economia do país 50 milhões de dólares, número que ainda está muito longe do prejuízo provocado pelo aumento do preço do petróleo russo importado pela Bielorrrússia, calculado em cinco mil milhões de dólares pelo Presidente Alexandre Lukachenko.

“Se o Presidente russo se lembrou da passagem para relações de mercado, nós, como compensação, pedimos à Rússia que nos pague em moeda convertível pelos serviços que, antes, eram grátis” – declarou Lukachenko na semana passada, e enumerou: “Tem-se em vista o trânsito (do petróleo e mercadorias), a cooperação militar e o enclave russo de Kalininegrado”.

O Ministério da Defesa da Rússia usufrui gratuitamente de duas bases militares na Bielorrrússia: a Estação de Prevenção de Ataques de Mísseis “Volga” e o Centro de Comunicações “Antei”, que garante as comunicações com os submarinos russos que navegam no Atlântico.

Por enquanto, a Rússia não pretende responder com sanções. “Por enquanto ainda não se pode falar em medidas de resposta” – declarou German Gref, Ministro do Desenvolvimento Económico da Rússia, mas sublinhou que o aumento de tarifas só pode entrar em vigor com o acordo da Rússia.

“Se essas taxas estiverem dentro do quadro existente de indexação, considero-as aceitáveis” – conclui Gref.

Porém, Semion Vainchtok, director da Transneft, empresa que detém o monopólio do trasnsporte do petróleo russo através dos oleodutos, ameaçou com a construção, em ano e meio, de um novo pipe-line para o Mar Báltico, ladeando o território bielorrusso.

Receando retaliações da parte de Moscovo, o Governo bielorrusso tenta diversificar as fontes de abastecimento de hidrocarbonetos.

“A Bielorrússia está pronta a analisar a proposta da Lituânia sobre a possibilidade de utilizar o porto de Klaiped e os caminhos de ferro lituânos para organizar o fornecimento de petróleo à Bielorrússia por via marítima” – declarou Mikhail Ossipenko, director do consórcio bielorrusso Belneftekhim.

“A Bielorrússia e a Ucrânia estão sujeitas às manipulações do senhor Putin. A criação de semelhante sistema permitirá prevenir-se contra bloqueios petrolíferos da parte da Rússia”.

Ao mesmo tempo, a Lituânia tenta ser o elo de aproximação do Governo bielorrrusso à União Europeia.

“Poderíamos ser os vossos advogados em Bruxelas e no diálogo com a União Europeia” – declarou Edminas Bagdonas, embaixador lituâno em Minsk, sublinhando: “a Lituânia, enquanto membro da UE, apoia a sua política e está à espera de propostas concretas da parte bielorrussa”.


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