Rússia dá inicío à construção da sua primeira central nuclear flutuante do mundo

Serguei Ivanov, primeiro vice-primeiro-ministro russo, anunciou hoje que o seu país começou a construir a primeira central nuclear flutuante do mundo, que entrará em funcionamento em 2010.

“Começámos a construir centrais nucleares flutuantes. A primeira plataforma atómica começará a produzir energia em 2010” – garantiu Ivanov numa reunião com o Presidente russo, Vladimir Putin.

A primeira central fornecerá electricidade aos estaleiros navais de Severodvinski, porto do Norte da Rússia, mas, segundo Ivanov, “existem planos para construir sete centrais dessa classe, que poderão ser utilizadas no Norte da Rússia e no Extremo Oriente”.

O vice-chefe do Governo russo sublinhou que já há vários países interessados em adquirir centrais nucleares flutuantes russas.

Segundo a imprensa russa, a China é um dos compradores mais interessados, tendo por isso investido neste projecto.

“É importante que a tecnologia utilizada nas centrais flutuantes seja a mais moderna” – comentou Putin.

A central flutuante, que utilizará urânio pouco enriquecido (5%), estará equipada com dois reactores, terá uma potência de 70 megawatts e gererá o mesmo volume de energia que uma central atómica terrestre.

Além de poder fornecer electricidade a uma cidade com 250 mil habitantes, a central poderá ser utilizada para desalinização de água do mar, aquecimento, permitindo, anualmente, economizar 200 mil toneladas de carvão e 100 mil de petróleo.

A central enriquecerá o urânio a menos de 20%, o que faz com que não viole os acordos da Rússia com a Agência Internacional de Energia Atómica.

Em 1968, os Estados Unidos puseram em funcionamento uma central flutuante (Surgis) na zona do Canal do Panamá, mas foi desactivada em 1976 devido aos altos custos de manutenção.