Discursando no Fórum Internacional de São Petersburgo, Putin justificou essa proposta como o facto de “o mundo mudar a olhos vistos”.
“Os países que ontem pareciam irremediavelmente atrasados, hoje tornam-se as economias que mais rapidamente se desenvolvem no mundo. E se, há 50 anos atrás, 60% do PIB mundial pertencia aos países do “G-7”, hoje, passa-se exactamente o contrário, cerca de 60% do PIB mundial é produzido fora das fronteiras deles” – frisou o dirigente russo.
Segundo Putin, os países em vias de desenvolvimento ocupam nichos não só no comércio de mercadorias, mas também nos serviços, aumenta a concorrência por parte de “novos jogadores” nos sectores das altas tecnologias.
“Nesta situação – considera Vladimir Putin – sente-se de forma cada vez mais aguda o desequilíbrio no desenvolvimento da economia mais global, o precipício crescente entre países pobres e ricos”.
“Estou convencido que nada se resolve com palavras gerais sobre a “distribuição justa” de recursos e investimentos. Nos interesses de um desenvolvimento estável é necessário formar uma nova arquitectura das relações económicas internacionais, baseadas na confiança e na integração mutuamente vantajosa” – continuou o dirigente russo, e rematou: “Por isso, sem esquecer a concorrência saudável, devemos avançar para a formação de interesses comuns, interligados”.
No Fórum Económico Internacional de São Petersburgo, que pretende ser uma espécie de “Davos russo”, Vladimir Putin defendeu também que o rublo se deve transformar num meio internacional de pagamento a fim de “diversificar o sistema monetário”.
Segundo Putin, “o actual sistema financeiro, baseado numa ou duas moedas, não reflecte as necessidades actuais e estratégicas da economia global, visto que as flutuações desses moedas influem negativamente nos recursos financeiros dos países e de alguns ramos da economia”.
“A resposta a esse desafio é uma: o aparecimento de várias moedas mundiais de reserva, vários centros financeiros” – concluiu Putin.
O Fórum de São Petersburgo, onde participam administradores de numerosas empresas multinacionais, tem por objectivo mostrar as grandes potencialidades do mercado russo.
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