sexta-feira, setembro 28, 2007

Quanto custam as promessas na Ucrânia?

Os partidos ucranianos que poderão eleger deputados nas legislativas de domingo fizeram promessas irrealistas mas não explicaram onde vão buscar o dinheiro para as cumprir, segundo peritos do Instituto de Estudos Económicos e Consultas Políticas da Ucrânia.

A conclusão tem por base cálculos dos preços das promessas eleitorais efectuados por especialistas do instituto com base nos programas dos partidos políticos e nas declarações dos seus dirigentes durante a campanha.

O Bloco de Vladimir Litvin e o Partido Comunista da Ucrânia são os recordistas em promessas.

O preço das promessas do Bloco de Vladimir Litvin varia entre 185 e 190 mil milhões de grivnas (30 e 31 mil milhões de euros). Mas se a esses números se somar os aumentos salariais prometidos por essa força política, o total será de 500 mil milhões de grivnas (83 mil milhões de euros).

As promessas dos comunistas custariam cerca de 290 mil milhões de grivnas (48 mil milhões de euros). Por exemplo, o Partido Comunista propõe que se gaste 23% do PIB na educação, ciência e agricultura, o que os especialistas consideram completamente irrealista.

Os planos do Partido das Regiões, ao qual as sondagens dão a vitória no escrutínio, poderão custar ao erário público cerca de 200 mil milhões de grivnas (33 mil milhões de euros).

Os custos das promessas contidas nos programas eleitorais dos blocos "Iúlia Timochenko" e "Nossa Ucrânia", segundo os peritos, são sensivelmente iguais: 100 e 105 mil milhões de grivnas (16 e 25 mil milhões de euros), respectivamente.

Mas se as forças políticas pró-ocidentais concretizarem a promessa de pôr fim ao serviço militar obrigatório no país, terão de gastar mais 100 milhões de grivnas (16 mil milhões de euros).

Ao tirar conclusões de todas as promessas, os especialistas chamam a atenção para uma tendência: nenhuma força política explica onde vai buscar os meios para o seu cumprimento.

"O Orçamento de 2007 é de 205 mil milhões de grivnas (34 mil milhões de euros). Cada um pode acrescentar a esse número o custo das promessas e tirar conclusões sobre o seu realismo em 2008", concluem os especialistas do Instituto de Estudos Económicos e Consultas Políticas da Ucrânia.

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