Não sou eu que o digo, mas são as primeiras reacções em Moscovo ao chamado plano Sarkozy-Medvedev, acordado hoje.
Há aqui uma coisa muito importante a assinalar, o ponto sobre a "garantia da integridade territorial da Geórgia", que estava na primeira redacção do Plano Sarkozy, proposto em nome da União Europeia, foi substituído por um ponto que prevê "a abertura de discussões internacionais sobre o futuro estatuto e as modalidades de segurança duradoura na Abkházia e na Ossétia do Sul", os dois territórios separatistas pró-russos da Geórgia.
Penso que não será preciso traduzir esta alteração "em miúdos", apenas interpreto isto como o reconhecimento da União Europeia da possibilidade de revisão das fronteiras da Geórgia.
Segundo o documento aprovado no Kremlin, as partes devem comprometer-se também a não "recorrer à força", a "cessar as hostilidades de modo definitivo", assegurar um "acesso livre à ajuda humanitária", as forças militares georgianas devem regressar "ao seu local habitual de acantonamento", enquanto as forças russas devem retirar-se "para as linhas anteriores ao início das hostilidades.
Resta-nos esperar a reacção da Geórgia e dos Estados Unidos para ver o desenvolvimento da situação.
Apenas algumas interrogações: será que o "caso do Kosovo" vai ser mesmo aceite como precedente para a Ossétia do Sul e da Abkházia? E, se for, quem serão os seguintes candidatos à autodeterminação? Se a Rússia conseguir impor as suas posições no conflito com a Geórgia, o que irá acontecer depois, não tentará repetir a receita noutros locais?
Há aqui uma coisa muito importante a assinalar, o ponto sobre a "garantia da integridade territorial da Geórgia", que estava na primeira redacção do Plano Sarkozy, proposto em nome da União Europeia, foi substituído por um ponto que prevê "a abertura de discussões internacionais sobre o futuro estatuto e as modalidades de segurança duradoura na Abkházia e na Ossétia do Sul", os dois territórios separatistas pró-russos da Geórgia.
Penso que não será preciso traduzir esta alteração "em miúdos", apenas interpreto isto como o reconhecimento da União Europeia da possibilidade de revisão das fronteiras da Geórgia.
Segundo o documento aprovado no Kremlin, as partes devem comprometer-se também a não "recorrer à força", a "cessar as hostilidades de modo definitivo", assegurar um "acesso livre à ajuda humanitária", as forças militares georgianas devem regressar "ao seu local habitual de acantonamento", enquanto as forças russas devem retirar-se "para as linhas anteriores ao início das hostilidades.
Resta-nos esperar a reacção da Geórgia e dos Estados Unidos para ver o desenvolvimento da situação.
Apenas algumas interrogações: será que o "caso do Kosovo" vai ser mesmo aceite como precedente para a Ossétia do Sul e da Abkházia? E, se for, quem serão os seguintes candidatos à autodeterminação? Se a Rússia conseguir impor as suas posições no conflito com a Geórgia, o que irá acontecer depois, não tentará repetir a receita noutros locais?
4 comentários:
Realmente é complicado ler os comentários das pessoas que só tomam partido ou pela Rússia ou pelos EUA.Nós pertencemos á UE e é nessa situação que devemos pensar,será que nos interessa ter uma relação tensa com a Rússia por causa dos problemas do separatismo da Ossétia do Sul,situação que já dura há bastante tempo.Qual seria a nossa posição se a Sérvia invadisse o Kosovo para repor a sua integridade territorial?Nem todos os países da UE reconheceram a independencia do Kosovo a começar logo pelo nosso.
Caro Milhazes, estará mesmo a Rússia interessada em (re)abrir uma caixa de pandora que venha a servir as pretensões independentistas da Tchetchenia e de outras republicas da actual Federação? E mesmo, qui ça, levar à separação da Sibéria cumprindo-se o desejo dos americanos?
Caro Nuno Bento, eu sou historiador e jornalista, mas não bruxo. Por isso, acho que a caixa de Pandora já foi aberta há muita.
É necessário e urgente uma discussão por um comité capaz ou especialistas de facto quanto aos direitos fundmentais. Existe primazia do direito de autodeterminação dos povos ou da inviolabilidade das fronteiras nacionais. É claro que neste caso nem um nem o outro são respeitados e face aos inúmeros casos que se parecem levantar neste domínio um pouco por todo o globo a resolução deste dilema torna-se urgente!!
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