segunda-feira, agosto 11, 2008

Perguntas, muitas perguntas e só perguntas

Peço desculpa aos meus leitores, mas tenho tido muito pouco tempo para me dedicar ao blogue, porque o desenrolar dos acontecimentos é vertiginoso na zona do conflito entre a Rússia e a Geórgia.
Mas gostaria de pôr aos meus leitores uma série de perguntas para meditação, pois a situação é extremamente complexa, que não pode ser desenhada apenas com cores preta e branca.
Tenho ouvido dizer que o início da guerra entre a Geórgia e a Rússia se deveu a um "erro de cálculo", "erro crasso", "precipitação" do Presidente georgiano, Mikhail Saakachvili. Mas esta tese não dá resposta nem sequer aproximada a muitas interrogações. Trata-se de um
Suponhamos que Saakachvili tinha planeado esta operação militar de envergadura contra a Ossétia do Sul. Neste caso, pergunta-se: quais os seus objectivos? Com que apoios contava? Não esperava ele uma resposta militar da Rússia?
O principal objectivo pode ser o fim por ele desejado de mudar o formato de intermediários entre a Ossétia do Sul e a Geórgia, ou seja, substituir a mediação russa, que ele considera tendenciosa, por uma mediação mais internacional, que terá não só capacetes azuis russos, mas também dos chamados países amigos da Geórgia. Se assim for, pergunta-se: o lançamento de um ataque militar georgiano poderia conseguir esse objectivo? Duvido, porque o dirigente georgiano, conhecendo minimamente a Rússia, não duvidaria que a resposta fosse a que foi.
Se Saakachvili tinha planeado a operação, deveria ter consultado os Estados Unidos e a NATO, pois certamente não pensaria que, sozinhas, as tropas georgianas seriam capazes de enfrentar os militares russos. Se consultou, os peritos norte-americanos e de outros países da NATO não compreendiam que as coisas iriam acabar como acabaram? Estando os EUA e a NATO envolvidos no Afeganistão e os EUA no Iraque, ainda se sentiam capazes de intervir para ajudar a Geórgia? Se pretendia lançar uma operação militar e esperava uma resposta forte da Rússia, porque razão é que Saakachvili não mandou bombardear o Tunel de Rokski, a única passagem terrestre, rodoviária, entre as Ossétias do Norte e do Sul, a fim de dificultar o poder de manobra às tropas de Moscovo?
Se Saakachvili se envolveu conscientemente na guerra e os seus aliados não o travaram, o dirigente georgiano e os dirigentes da NATO devem sofrer de graves problemas intelectuais e psíquicos.
Neste caso, a Rússia tem razões para exigir a demissão de Saakachvili, mas aqui coloca-se uma questão: e o dirigente georgianoi que vier a seguir será mais pró-Moscovo?
Quanto à posição da Rússia, também ele levanta numerosas interrogações: O que levou Moscovo a realizar fortes manobras militares nas fronteiras militares e a concentrar aí um grande número de tropas nas vésperas do ataque georgiano? Se o Kremlin sabia que Saakachvili pretendia realizar uma operação militar, o que o levou a não reagir imediatamente e a deixar que a artilharia georgiana destruisse Tskhinvali?
talvez ainda seja necessário fazer muitas mais perguntas, mas fico-me por aqui.

33 comentários:

rui disse...

Com efeito há muitas perguntas a fazer. O problema é obter as respostas.
Nomeadamente a uma questão que é colocada de forma implícita no post: o ataque feito pelo exército da Geórgia ter tido origem numa manobra provocatória levada a cabo por agentes russos...
Teoricamente, é possível, mas como provà-lo?
O problema é que as atitudes anteriores da Geórgia tornaram plausível que a explicação para já prevalecente tenha alguma razoabilidade.
Por outro lado, alguma imprensa americana refere a surpresa de toda a gente pela rapidez e dimensão da resposta russa. Será que mais ninguém sabia das manobras militares russas na zona?
O que é certo é que a Russia não procedeu a nenhuma grande concentração prévia de meios indiciando claramente que iria iniciar uma ofensiva militar. Por outro lado, especule-se ou não se foi ou não provocação quem foi à Ossétia chacinar civis foi o exército da Geórgia. Fez lembrar o exército sérvio há uns anos atrás...

Anónimo disse...

Sr. José Milhazes só me lembro de uma possibilidade que poderia justificar mais ou menos o comportamento do Presidente Georgiano. Ele não quer mais as provincias rebeldes da Geórgia que só lhe trazem problemas. Senão repare, quantos e quantos anos a Geórgia iria que ter de negociar para tentar obter controlo sobre elas, para no fim falhar. Durantes esses longos anos de negociações, a Geórgia veria as suas possibilidade de aderir à NATO e UE frustradas, exactamente pelos problemas causados por essas regiões, que ninguém quer assumir. Quanto tempo a Geórgia perderia assim, mas por outro lado não podia o Presidente Geórgiano chegar e dar pura e simplesmente a a independencia a essas provincias, porque para além do seu futuro politico, poderia quem sabe por em causa algo mais, a sua vida. Tinha que arranjar um bom motivo, algo de novo que viesse modificar a actual situação, e isso foi uma incursão militar que veio reforçar ainda mais a presença militar Russa nessas provincias, e o Presidente Georgiano poderá agora dizer ao seu país que fez tudo ao seu alcance, mas que não é mais possivel a reunificação da Geórgia com essas provincias e que portanto estará na altura da Geórgia seguir com a sua vida. Eu sei é algo rebuscada...

rui disse...

a teoria do Sérgio, a ser plausível, colocaria o presidente da geórgia que se apresenta como um lider democrático e é apoiado no ocidente como tal, ao nivel de qualquer bom torcionário terceiro mundista.
Seria muito mais fácil ( e de certo modo corajoso) fazer um referendo nas regiões em causa e proceder de acordo com os resultados esperados.

Da Rússia, de Portugal e do Mundo disse...

Caro Rui, eu escrevi vários textos para a Lusa e a imprensa russa deu grande cobertura às manobras militares russas no Cáucaso do Norte.
Ao contrário do que escreve alguma imprensa americana, a Rússia não foi tão rápida a responder como poderia. Primeiramente, os militares russos deram a oportunidade aos militares georgianos de tomarem a cidade de Tskhinvali e só depois atacaram. Aqui há muita coisa que "não cola".
Quanto à tese do leitor Sérgio, acho-a pouco provável, ou estamos perante um Saakachvili completamente louco. Os georgianos não lhe perdoariam tal coisa. Aqui, apoio o Rui.

Anónimo disse...

A Rússia não interviu antes pq precisava de uma boa desculpa para arrasar de vez Saakashvilli...que foi o que aconteceu,a Rússia estava aos pulos para intervir verdadeiramente neste assunto,quer para de uma vez por todas reaver a Óssetia e Abkahzia quer especialmente mostrar ás outras Repúblicas o que para aí vem...
Qt ao papel de Saakashvilli realemte é uma incógnita...será louco? Terá alguém uma secret agenda para aqueles lados e o Saakashvilli será o testa de de ferro?

Luís Bonifácio disse...

Isto é mais um remake de um filme muito visto.

Já o vi quano a Polónia "atacou" a Alemanha no dia 1 de Setembro de 1939.
Este filme já foi visto no golfo de Tonkin no ano de 1965.

Etc. etc.

quink644 disse...

A cobertura que foi dada pelo ataque risível e idiota às forças russas, Putin não desejará abrir mão deste incidente sem retirar os seus dividendos, nomeadamente à cobertura que a Geórgia tem dado às repúblicas vizinhas, em grande parte, fomentada pelo presidente georgiano, Mikhail Saakashvili. No seu lugar, também não ficaria satisfeito com um mero cessar fogo georgiano, até porque o seu fogo não constitui qualquer ameaça para as forças russas, exigiria, no mínimo, uma rendição incondicional, o reconhecimento de culpa, indemnizações de guerra e o afastamento do presidente megalómano e convencido que foi o principal responsável por tudo isto. Se eu penso assim, Putin não só não deixará de pensar nisto, como não perderá a oportunidade que lhe é dada para marcar pontos significativos e exemplares na região. É o que se está a verificar e Putin não tem feito mais do que agir na defesa dos interesses russos; podemos não gostar mas no lugar dele teríamos ou deveríamos agir assim... Deixou-se ser atacado e depois, com essa legitimidade, atacou com calma e toda a tranquilidade do mundo. Veremos apenas até onde quer ir... o grande culpado aqui parece-me ter sido o idiota e megalómano Saakashvilli, resolveu colocar-se nos bicos dos pés, sem ver para onde subia, e bateu com a tola no tecto...

Anónimo disse...

A Rússia não tem a culpa de ter um presidente excelente estratéga e muito inteligente, já a Geórgia tem toda a culpa de ter um Presidente pouco inteligente, nada estratega e completamente submisso aos EUA. Caro José Milhases, não me diga que este Presidente foi democráticamente eleito pois todos sabemos que não o foi, assim como o Presidente Ucrâniano foi cuidadosamente colocado no poder pelos EUA, se o KGB quisesse matar aquele personagem Ucraniano tê-lo-ia feito com a maior das facilidades, sabe isso tão bem como eu. Agora é a minha vez de colocar as questões: 1-Porque é que as tropas Geórgianas atacarma alvos civis? 2- Porque é que um Presidente que dis que quer o cessar fogo, chama as tropas que mantém no Iraque? Porque é que os tanques Georgianos estão todos alinhadinhos, em posição de ataque e camuflados? Quais os verdadeiros interesses dos EUA na Geórgia, Océtia e Abkasia?

Da Rússia, de Portugal e do Mundo disse...

Caro leitor, anónimo. Se Saakachvili não foi eleito democraticamente Presidente, o que dizer da eleição de Dmitri Medvedev?

Simões disse...

Estou realmente convencido que o objectivo era aniquilar Tskhinvali, e não tenho grandes dúvidas que Saakashvili seja louco. Trata-se de limpeza étnica, e o corte de sinal dos media russos na Geórgia terá tido como objectivo esconder o crime a nível interno, por forma a salvaguardar a presidência e poder transformar os russos nos únicos maus da fita, passe a expressão.
Já em relação à reacção russa, parece-me que também não havia grande interesse de Moscovo em mudar o status quo da Ossétia, mas o ataque georgiano a isso obriga. Daí que a Rússia tem de decidir se assume responsabilidade pelas repúblicas separatistas ou não.
Por último, é com agrado (e sem surpresa) que aqui se consegue manter uma discussão civilizada acerca desta guerra. O ruído nos media e na blogosfera tem sido imenso.

Anónimo disse...

No meio de tantos artigos que têm sido escritos nos últimos dias que desinformam mais do que informam (a começar pelo artigo de destaque de hoje do Público "Rússia bombardeou capital da Geórgia"), é muito bom finalmente dar de caras com este espaço onde são apresentados factos que levam o leitor a pensar pela sua própria cabeça. Obrigada pela sua seriedade jornalística, aguardo novos posts sobre o tema!

José Leite disse...

O novelo de dúvidas vai demorar o seu tempo a ser desatado. No entanto, caro José Milhazes, as suas interrogações são as do mundo inteiro.

Aguardemos o que o futuro reserva e talvez se possa aquilatar melhor a génese do processo.

Da Rússia, de Portugal e do Mundo disse...

Caros leitores, há mais uma questão que gostaria de pôr aqui. Moscovo defende a criação de Um Tribunal Internacional para julgar os crimes na Ossétia do Sul. Não tenho nada contra, mas gostaria apenas de colocar mais uma pergunta. Não seria útil alargar a jurisdição dessa tribunal aos crimes cometidos na Tchetchénia? Ou os tchetchenos são menos do que os ossetes?

quink644 disse...

Caro José Milhazes, tudo o que seja investigar crimes de guerra ou, o que para mim é o mesmo, uso despropositado de força sobretudo contra civis, me parece muito bem, seja na Ossétia, na Thechénia ou em qualquer lugar...
Poderá parecer estranho estas distinções todas, mas, como sabe, na guerra há erros e estes podem ser cometidos quer contar militares quer contra civis...
Vou mais longe, no caso do Darfur, por exemplo, sou defensor de uma ingerência militar externa, pois sou da opinião que a comunidade internacional tem a obrigação de proteger aqueles que se encontram absolutamente desprotegidos e entregues à sua má fortuna. É aqui que a ONU mais tem falhado...

Anónimo disse...

Em todos os planos a georgia fez exatamente aquilo que os russo queriam. Claro que a resposta foi pronta, e antecipada, isto trata-se de geoestrategica onde nao ha ponto sem nó. Agora que o Iraque está a arrefecer convem criar outra zona de conflitos para haver comercio de armas. A quem e que isso interessa?
A todos nós..

Anónimo disse...

Acompanhei o conflito por várias cadeias noticiosas, desde sexta-feira até hoje de madrugada, e não me parece que, neste momento, haja "cabeça fria" para se encontrarem respostas válidas - ambos os lados estão numa guerra de propaganda que parece já ter contaminado os meios de informação pró-ocidentais e pró-russos, com algumas saudáveis excepções.

Duas coisas me parecem de assinalar: a Rússia voltou atrás no propósito de, eventualmente, ocupar Gori, e os seus navios não vão entrar em águas georgianas (aparentemente para não gerar conflitos com a Ucrânia), permanecendo em águas russas (mesmo que possam ter poder para, à distância, atacar navios em águas georgianas).

Voltar atrás em afirmações que se revelaram impopulares junto de "vizinhos" e da opinião pública mundial, pode demonstrar (apesar de tudo) algum cuidado por parte da Rússia em não "exagerar" na dose.

Independentemente da situação militar, parece que a Geórgia está com mais problemas a lidar com os refugiados do seu lado do terreno. Mesmo sem poder (ou dever) dar apoio militar à Geórgia, acho que a comunidade internacional devia oferecer apoio humanitário aos refugiados que se deslocaram para sul (Tiblisi). Será que Saakashvili ainda não pediu esse tipo de ajuda para não fragilizar a sua posição ainda mais junto dos seus cidadãos?

Anónimo disse...

O meu comentário, nesta saga infeliz do Cáucaso, vai no sentido de pensar na situação inóspita em que se encontram europeus e notrte-americanos. Seja quem for que iniciou a contenda (e concordo que o Presidente Saakashvili é um "wild card" com paciência reduzida) fê-lo numa altura em que, quer as tropas norte-americanas, quer as europeias estão em consideráveis esforços, mas também numa fase da política destas duas regiões, onde a falta de liderança e engenho pode deixar a Geórgia em maus lençóis.
A meu ver o cálculo do Presidente georgiano de que a presença internacional seria incontornável depois da agressão Russa, pode sair malograda. Mesmo os seus esforços para pintar o cenário com expressões fortes de “invasão”, “aniquilação” e “conquista territorial”, poderá não ser suficiente para fazer mexerem a pesada máquina burocrática europeia.
Senão vejamos: em França, (que ocupa presentemente a Presidência da União Europeia) as relações com a Rússia de Putin decorreram sem problemas de maior, com Chirac, e Sarkozy parece mais interessado no Mediterrâneo do que na vizinhança de leste. Apesar do anunciado regresso a NATO, a França não deverá estar disposta a colocar-se no terreno nas fronteiras com Moscovo. Em Berlim, a chanceler Merkel deixou bem claro que o seu criticismo à Rússia (presente no inicio do seu mandato para se distanciar da imagem pró-Russa de Schroeder) não poderá ser confundido com antagonismo a Moscovo através de alinhamentos com Washington em matérias de alargamento da Aliança Atlântica. O Reino Unido de Gordon Brown já tem problemas suficientes com a Rússia e duvido que queira liderar na defesa da pequena Geórgia. Para além dos três grandes, será de relevo a posição dos três estados bálticos, da Polónia (vizinha da Ucrânia) e da Suécia. Mas sós, estes países poderão pouco, quer dentro da UE, onde a Política Europeia de Segurança e Defesa exige um consenso, quer contra a poderosa Rússia.
Resta a mediação diplomática que deverá conseguir pôr termo às hostilidades, mas não sem que antes a Rússia atinja os seus objectivos estratégicos que incluem destruir a imagem do Presidente Saakashvili quer na Geórgia, quer no Ocidente e enfraquecer consideravelmente a capacidade militar da Geórgia que, com investimento americano, tinha renovado o seu exército. No final, a Rússia deixa uma imagem de parceiro internacional unilateralista e intervencionista que pouco é capaz de contribuir para a segurança na Europa. É um parceiro de pouca confiança para Europeus e americanos e esta situação reforçará por bastante tempo os argumentos daqueles que querem uma posição de força contra a Rússia e não com ela.

Anónimo disse...

..e falei cedo demais, sobre o cuidado da Rússia: http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/7554507.stm

Fomá_Fomitch disse...

Caro José, parece-me unânime que esta guerra é mais orgulho nacionalismo russo. Estes territórios aparentemente não tem nenhuma riqueza material ou estratégica que coloquem problemas à Rússia, logo não passa de mais uma afirmação de orgulho nacionalista por parte de Moscovo.
O que me intriga a mim é como é que o Presidente da Geórgia foi capaz de fazer semelhante asneira? Há meses que se pressente que a Rússia está à espera de tal asneira ou mesmo de a inventar para poder ter alguma “legitimidade” para responder.
Todas as questões colocadas são pertinentes e toda a gente está à espera de perceber se o Presidente Georgiano saiu recentemente de um hospício, se foi encorajado à D. Sebastião por um qualquer Filipe e depois abandonado, ou ainda se isto tem outra qualquer manobra por trás de controlo dos militares Georgianos por parte de alguém de influencia Russa? Será isto possível caro José?

Cumprimentos

albl disse...

"orgulho nacionalismo russo" ? Será mesmo só isso ? O oleoduto BTC não terá tb uma qualquer influência nisto tudo ? Regra geral os "orgulhos nacionais" têm sempre uma razão económica por trás. De acordo com uma noticia da BBC das 15:47 o preço do crude estará já a subir, como consequência do conflito.

Anónimo disse...

Caro José Milhazes,

Estou procurando obter maiores detalhes sobre a guerra da Geórgia e Rússia. Quero parabeniza-lo pela cobertura, ler todas as opiniões,de forma clara e de forma civilizada,está sendo de grande ajuda.
Gostaria de saber se posso colocar o link do seu blog na minha página?
Saudações,

Alvi-Negro disse...

Como referi num comentário anterior, faz todo o sentido falar da questão chechena. Se não vejamos, tanto a Ossétia do sul como a Chechénia querem ser independentes, em ambos os locais se cometeram crimes de guerra (em qual deles os piores...) e a atitude da Rússia é completamente dispar nos dois casos. Quanto ao tribunal internacional concordo que a haver que julgasse também os crimes russos na Chechénia.

Anónimo disse...

Meu caro Alvi-Negro, mas isso seria absolutamente imprescindível... Se vir o meu comentário das 15:44 isso está lá e ainda vou mais longe... Penso que, de uma vez por todas, devemos lutar para não serem sempre os mesmos a sofrer...
Veja o video: http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/7554507.stm “The Georgian president runs for cover as he visits a bomb site” e veja o herói Saakashvili a fugir como um rato daquilo em que lançou o seu povo…
É deprimente… Mas elucidativo.

Fomá_Fomitch disse...

Caro albl, não me parece que seja os 100km do BTC que passa na Ossetia do Sul a origem deste conflito, é demasiado redutor. A mãe Rússia quer de novo os filhos que deu para a adopção! Já quanto à evolução do preço do preço do petroleo está totalmente enganado pois apesar de ter havido pressão para a subida com o conflito, hoje o brent (referencia para o mercado europeu) fechou nos 111,53USD , ou seja em USD o preço caiu, em Euros é fazer a conta pois o USD também se valorizou face ao Euro.

Cumprimentos

Anónimo disse...

Todo por una cerveza
Escrito por: Yoani Sanchez en Generación Y , Agosto,11,2008


Falta mucho para que llegue el momento de jubilarme; no obstante, he leído con detenimiento la propuesta de Ley de Seguridad Social que será discutida por el parlamento. Como muchos cubanos, decidí saltar sin red y ganarme la vida de manera freelance, pues la garantía de una futura pensión me resultaba muy lejana, comparada con los apremios económicos del presente.

Al mirar la nueva propuesta de subida de las pensiones, reparo en los simbólicos números que pretenden compensar el aumento –en cinco años– de la edad de jubilación. Leo, boquiabierta, que una educadora de preescolar que se jubile después de aplicada la nueva legislación sólo ganará treinta y cinco pesos más que otra que se pensione mañana mismo. Además de ver pospuesta la fecha de su merecido descanso, recibirá un risible aumento equivalente a 1.40 cuc.

Dicho con toda la crudeza que la situación merece: esta señora trabajará ahora cinco años más y eso le alcanzará, cuando finalmente deje su vínculo laboral, para tomarse una cerveza mensual. Tal vez a la educadora jubilada no le gusta el alcohol o su médico se lo haya prescrito, entonces podrá destinar esa “notable” subida en su renta para comprarse un tubo de pasta o un desodorante. Sería simpático y dramático a la vez si la hipotética señora se lanzara a la calle coreando la pregunta “¿Todo esto sólo para una cerveza?”.

É isto o pais e sistema politico maravilha? Pior que o capitalismo selvagem.

Anónimo disse...

Eu acho que aquilo que o Zé Milhases quer dizer é que as tropas da Georgia que atacaram a Ossétia, são tropas russas disfarçadas.

Anónimo disse...

O que o senhor Zé Milhazes quer dizer é que foram soldados russos com fardas da Georgia a atacar a Ossétia.

Anónimo disse...

Não acho que os dirigentes russos sejam grandes democratas, tal como não acho que o tipo da Georgia o seja (e os dirigentes europeus também já se tinham apercebido disso). Mas acho engraçadas as criticas que fazem à Rússia por esta não querer o alargamento da NATO até às suas fronteiras. Lembrem-se que ainda hoje os EUA mantêm o embargo a Cuba (que é uma ilha das Caraíbas afastada umas centenas ou mesmo milhares de kilometros da costa dos EUA) só porque tem um governo comunista (sim, porque a história dos misseis já foi há 50 anos e foi uma resposta a acções americanas na europa). Se fossem os Russos a quererem instalar mísseis anti-míssil em Cuba queria ver se a atitude americana seria tão "calma" como tem sido a da Rússia!
Enfim, nem tudo o que é americano é bom nem tudo o que é russo é mau e vice-versa.

Aurora disse...

Caro José Milhazes

É evidente que Saakachvili, Medeved e o envenenado ucraniano não foram eleitos com todo o rigor «democrático», e isto para não falar de Bush presidente da »pátria da democracia» e de outros que por aí andam.
Quanto a tribunais, Moscovo tem o mesmo direito que os USA, porque que é que o TPI não alargou a sua jurisdição aos crimes cometidos no Iraque, Afeganistão, Palestina , ETC...?

Aurora disse...

Já agora o José Milhazes podia dar uma pequena lição de história ao Luís Bonifácio das 12.18

Anónimo disse...

Sr. MILHASES,

Porque é que M. Sask.vili atacou nesta altura ? Muito simples.Porque ainda há umas semanas atrás a Oposição Georgiana se manifestava duramente e ameaçava derrubá-lo, após as eleições "mafiadas". Como bom gansgter que é o Mikhail pensou 3 coisas.Primeiro arranjar um inimigo para "unir" a Nação,silenciar a oposição, e apresentar-se como salvador da Pátria ! Não é o que fazem todos os "artistas" do mesmo género? Quantos filmes destes já vimos. Segundo ataque de "surpresa" durante os Jogos Olímpicos em que está toda a gente distraída. Terceiro, ao lançar-se numa fuga-em-frente podia ao mesmo tempo,correndo mal,apresentar-se como vítima e "pressionar" os "patrões e amigos" (é lembrar que foi promovido na "revolução Rosa" pelos Milhões do sr . Soros!)a irem socorre-lo !
O grande problema destes "cérebros" é que normalmente pensam que os planos são "perfeitos" e depois dá tudo torto e nós ficamos a pensar em "grandes Planos" de pormenores obscuros, mas não é nada disso.Tem tudo a ver com planos pessoais, ambições desmedidas e erros de cálculo !
Aliás, diga-me, não foi o que se passou com o bando de ultras do sr. Bush jr. e a triteza do Iraque ?Esses "básicos" Não tinham um plano "perfeito" ? Não mentiram descaradamente ? A familia Bush não é do Texas e está ligada ao petroleo ?
Acredite o Mikhail é um reles aldrabão e malandro. O resto são histórias.......
Cumprimentos. M. Àlvares

Anónimo disse...

A Russia neste momento não deve-se envolver em acções militarista como o fazem os Estados Unidos. Deve sim tornar-se um agente activo na pacificação de conflitos de regiões, aquelas que no passado eram consideradas o bloco da União das República Socialistas Sovieticas, porque isso da uma desnião que poderá ser aproveitada pelo o Ocidente.

Anónimo disse...

Penso que há 3 hipóteses para explicar a jogada do presidente georgiano: 1ª Hipótese - Ingenuidade: face à crescente contestação interna, procurou simultaneamente unir o país em seu redor, esperando ao mesmo tempo que "forçaria" a NATO a vir em seu auxílio. 2ª Hipótese: A ofensiva georgiana teve origem numa manobra provocatória de agentes russos, como disse o Rui. Pode não querer dizer nada, mas recordo-me que poucos dias antes do ataque, a Rússia alertara para o perigo iminente de um conflito na região. Ou seja, não foram apanhados de calças na mão pelo ataque georgiano. E claro, a Rússia é quem tem mais a ganhar com o caos, porque enquanto a Geórgia estiver dividida, ocupada ou politicamente instável nunca entrará na NATO e na UE... 3ª Hipótese: O presidente georgiano é louco... o faz lembrar outro georgiano célebre também não era propriamente são...