A cimeira russo-cubana, que ambas as partes não se cansam de chamar "histórica", também serviu de pretexto para entrar no Kremlin, esse belíssimo conjunto de edifícios situado no centro de Moscovo.
Não obstante as limitações impostas pelas medidas de segurança, sempre é possível ver algumas das salas mais monumentais do Grande Palácio do Kremlin. Já as visitei várias vezes, mas não perdem a sua grandeza por isso. É pena que as pessoas comuns não tenham acesso a esta obra-prima da arquitectura russa. Sei que não é fácil abrir a residência oficial do Presidente da Rússia ao grande público e que a imagem não é suficientemente completa para transmitir o que se sente ao visitar lugares desses.
Mas se algum dos leitores esttiver interessado em visitar o Kremlin sem sair de casa, recomendo este sítio: http://www.kremlin.ru/articles/kremlin.shtml
Quanto à cimeira proporiamente dita, aqui ficam as minhas impressões que escrevi para a Agência Lusa.
"Os presidentes da Rússia e Cuba, Dmitri Medvedev e Raul Castro, anunciaram hoje no Kremlin que as relações bilaterais adquirem o carácter de “parceria estratégica”.
“Estou seguro de que estamos em boas condições de conferir às nossas relações bilaterais um carácter de parceria estratégica”, declarou Medvedev ao receber o seu homólogo russo no Kremlin, residência oficial do Presidente russo.
Dmitri Medvedev viu-se obrigado a repetir essas palavras, porque Raul Castro se esquecera de colocar no ouvido o auscultador da tradução.
Superado o problema técnico, o dirigente cubano apoiou as palavras de Medvedev.
O Presidente russo frisou, porém, que não está satisfeito com o nível das relações comerciais entre o seu país e Cuba.
“Considero que as nossas trocas comerciais são hoje modestas e poderemos avançar comnsideravelmente. A importância de 239 milhões de dólares não é um nível satisfatório”.
Terminadas as conversações, os dois presidentes assistiram à assinatura de dez documentos a fim de incrementar as relações bilaterais.
Os governos de Moscovo e Havana assinaram um acordo que prevê a concessão a Havana de um crédito de 20 milhões de dólares, que deverão ser gastos na aquisição de produtos russos.
Os ministros das Finanças da Rússia, Alexei Kudrin, e o ministro dos Investimentos Estrangeiros e da Cooperação de Cuba, Rodrigo Malmierca, assinaram um acordo que prevê o fornecimento de 25 mil toneladas de cereais russos a Cuba “na qualidade de ajuda humanitária, para pôr fim à agudeza do problema alimentar”.
Mais tarde, o Kremlin anunciou que essa ajuda poderá ser aumentada até 100 mil toneladas de cereais.
Além disso, dirigentes do Vneshekonombank russo e da companhia cubana Aviaimport assinaram um documento que prevê o fornecimento a Cuba de um avião de passageiros TU-204 CE.
A fábrica de camiões Kamaz assinou com a empresa cubana Tradex um acordo que prevê a criação de uma linha de montagem de veículos pesados russos em Cuba.
O Kremlin não poupou esforços para sublinhar a importância da visita de Raul Castro a Moscovo.
Na véspera, Raul Castro foi recebido no mesmo ambiente informal em que ele e o seu irmão foram recebidos há 25 anos atrás, na casa de campo dos dirigentes soviéticos em Zavidovo, nos arredores de Moscovo, faltando apenas a caça ao veado para repetir quase fielmente algumas das imagens exibidas no filme documental com que, ontem, Medvedev presenteou o seu hóspede.
Nas conversações realizadas em Moscovo, Medvedev estava rodeado de onze ministro e conselheiros que permitiam advinhar as áreas de cooperação prioritárias entre os dois países.
Serguei Lavrov, ministro dos Negócios Estrangeiros, Alexei Kudrin, ministro das Finanças, e Igor Setchin, vice-primeiro-ministro do Governo russo representavam, nas conversações, o “regresso diplomático e económico” à Cuba e à América Latina.
A participação nas conversações de Mikhail Dmitriev, director do Serviço Federal para a Cooperação Técnico-Militar, mostra que o reatamento dos fornecimentos de armamentos russos a Cuba esteve na ordem de dia.
Segundo o canal televisivo russo RenTV, Moscovo pretende fornecer a Havana sistemas de defesa anti-aérea.
Nikolai Patruchev, secretário do Conselho de Segurança da Rússia, representou o reinício da cooperação entre os serviços secretos cubanos e russos. Na véspera, Medvedev defendeu uma cooperação do sistema de segurança russo com os seus análogos na América Latina.
Raul Castro estava acompanhado de Ramiro Valdes Menendes, ministro da Informática e Comunicação, Ricardo Cabrisas Ruis, vice-presidente do Conselho de Ministros, Rodrigo Malmierca, ministro dos Investimentos Estrangeiros e da Cooperação de Cuba.
Os contactos oficiais para o Presidente cubano terminaram hoje, mas ele regressará a Havana apenas a 04 de Fevereiro.
Segundo a Lusa conseguiu apurar em Moscovo, Raul Castro irá encontrar-se com o novo Patriarca da Igreja Ortodoxa Russa, Kirill.
Kirill esteve em Havana em Outubro de 2008 para benzer o primeiro templo ortodoxo edificado em Cuba, onde, segundo dados oficiais, vivem cerca de três mil ortodoxos, a maioria dos quais originários de antigas repúblicas soviéticas."
“Estou seguro de que estamos em boas condições de conferir às nossas relações bilaterais um carácter de parceria estratégica”, declarou Medvedev ao receber o seu homólogo russo no Kremlin, residência oficial do Presidente russo.
Dmitri Medvedev viu-se obrigado a repetir essas palavras, porque Raul Castro se esquecera de colocar no ouvido o auscultador da tradução.
Superado o problema técnico, o dirigente cubano apoiou as palavras de Medvedev.
O Presidente russo frisou, porém, que não está satisfeito com o nível das relações comerciais entre o seu país e Cuba.
“Considero que as nossas trocas comerciais são hoje modestas e poderemos avançar comnsideravelmente. A importância de 239 milhões de dólares não é um nível satisfatório”.
Terminadas as conversações, os dois presidentes assistiram à assinatura de dez documentos a fim de incrementar as relações bilaterais.
Os governos de Moscovo e Havana assinaram um acordo que prevê a concessão a Havana de um crédito de 20 milhões de dólares, que deverão ser gastos na aquisição de produtos russos.
Os ministros das Finanças da Rússia, Alexei Kudrin, e o ministro dos Investimentos Estrangeiros e da Cooperação de Cuba, Rodrigo Malmierca, assinaram um acordo que prevê o fornecimento de 25 mil toneladas de cereais russos a Cuba “na qualidade de ajuda humanitária, para pôr fim à agudeza do problema alimentar”.
Mais tarde, o Kremlin anunciou que essa ajuda poderá ser aumentada até 100 mil toneladas de cereais.
Além disso, dirigentes do Vneshekonombank russo e da companhia cubana Aviaimport assinaram um documento que prevê o fornecimento a Cuba de um avião de passageiros TU-204 CE.
A fábrica de camiões Kamaz assinou com a empresa cubana Tradex um acordo que prevê a criação de uma linha de montagem de veículos pesados russos em Cuba.
O Kremlin não poupou esforços para sublinhar a importância da visita de Raul Castro a Moscovo.
Na véspera, Raul Castro foi recebido no mesmo ambiente informal em que ele e o seu irmão foram recebidos há 25 anos atrás, na casa de campo dos dirigentes soviéticos em Zavidovo, nos arredores de Moscovo, faltando apenas a caça ao veado para repetir quase fielmente algumas das imagens exibidas no filme documental com que, ontem, Medvedev presenteou o seu hóspede.
Nas conversações realizadas em Moscovo, Medvedev estava rodeado de onze ministro e conselheiros que permitiam advinhar as áreas de cooperação prioritárias entre os dois países.
Serguei Lavrov, ministro dos Negócios Estrangeiros, Alexei Kudrin, ministro das Finanças, e Igor Setchin, vice-primeiro-ministro do Governo russo representavam, nas conversações, o “regresso diplomático e económico” à Cuba e à América Latina.
A participação nas conversações de Mikhail Dmitriev, director do Serviço Federal para a Cooperação Técnico-Militar, mostra que o reatamento dos fornecimentos de armamentos russos a Cuba esteve na ordem de dia.
Segundo o canal televisivo russo RenTV, Moscovo pretende fornecer a Havana sistemas de defesa anti-aérea.
Nikolai Patruchev, secretário do Conselho de Segurança da Rússia, representou o reinício da cooperação entre os serviços secretos cubanos e russos. Na véspera, Medvedev defendeu uma cooperação do sistema de segurança russo com os seus análogos na América Latina.
Raul Castro estava acompanhado de Ramiro Valdes Menendes, ministro da Informática e Comunicação, Ricardo Cabrisas Ruis, vice-presidente do Conselho de Ministros, Rodrigo Malmierca, ministro dos Investimentos Estrangeiros e da Cooperação de Cuba.
Os contactos oficiais para o Presidente cubano terminaram hoje, mas ele regressará a Havana apenas a 04 de Fevereiro.
Segundo a Lusa conseguiu apurar em Moscovo, Raul Castro irá encontrar-se com o novo Patriarca da Igreja Ortodoxa Russa, Kirill.
Kirill esteve em Havana em Outubro de 2008 para benzer o primeiro templo ortodoxo edificado em Cuba, onde, segundo dados oficiais, vivem cerca de três mil ortodoxos, a maioria dos quais originários de antigas repúblicas soviéticas."
9 comentários:
"Moscovo pretende fornecer a Havana sistemas de defesa anti-aérea."
Eu ainda não tinha visto referências a isto.
Sabe dizer-me se foi indicado algo em concreto? algum tipo de sistema específico?
Está a querer saber demais. Se eu soubesse mais, mais tinha dito aos leitores.
Pronto.
Obrigado na mesma.
Esqueceu-se do toucinho e do chá e de Medvedev vestido para caçar em veludo verde cotelê...Também gostei de o ver de blusão racing com o team Kazaz. Putin pode ser o Czar do povo, mas Medvedev tem nobreza inata: é super fotogénico.O kremlin vai ficar com uns bons retratos para a posteridade.
Do toucinho assado com pão negro escrevi ontem. Não sei se beberam só chá, porque o toucinho, que se trata de um prato tipicamente ucraniano e foi oferecido aos irmãos Castro há 25 anos, porque Nikita Khrutchov era ucraniano, pede uma vodkazinha. Mas trata-se de um grande petisco, embora eu prefire toucinho fumado.
Raio de dieta a minha!
os esquerdinhas estão tendo espasmos orgásmicos
Desculpe, mas não encontrei o seu toucinho de ontem...
Quanto ao do Presidente, está tudo no site do Kremlin, fotos do chá e tudo.
E afinal quando chega a tão esperada monumental delegação russa a Lisboa? O Sócrates está tão apertadinho que qualquer notícia de investimento e cooperação lhe saberá que nem ginjas.
Mas, José Milhazes, Nikita morreu em 71 - e o própio Brezhnev que também era ucraniano morreu em 82 -, portanto, creio que há algum erro quanto esses 25 anos que irmãos Castro foram recebidos em Moscou.
Caro Hugo, há 25 anos, Raul Castro esteve no funeral de Tchernenko, secretário-geral do PCUS. Quanto à caçada dos irmãos Castro, ela ocorreu antes, no início dos anos 60. Tem razão, pois o meu texto não é de todo claro. Como correspondente da Lusa, eu escrevi numerosos textos sobre essa visita, mas aqui no blog publiquei apenas dois. E devo ter confundido.Desculpe.
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