domingo, setembro 20, 2009

Avó diz “não definitivo” à transferência da família para Portugal


Olga Zarubina, avó da menina russa que foi retirada a família adoptiva portuguesa, disse à Lusa que a sua decisão de não se mudar para Portugal com a família é “definitiva e irreversível”.
Na semana passada, a avó de Alexandra, esteve no Porto e em Braga a convite do grupo “Pela Alexandra”, organização que luta pelo regresso da menina russa a Portugal, para estudar no local as propostas feitas por autarcas e homens de negócios portugueses à família Zarubina.
Entre as propostas, estava a oferta de um apartamento pela autarquia portuense, de um café para Natália, mãe biológica de Alexandra, explorar e apoio económico à mudança da família Zarubina da Rússia para Portugal.
“Não quero ir para lado nenhum , para um país estranho, a minha pátria é a minha casa e a minha família irá continuar a viver aqui, em Pretchistoe”, declarou, por telefone, à Lusa Olga Zarubina.
A avó de Sandra recusou-se a compartilhar as impressões da sua viagem a Portugal, repetindo constantemente que “o não é definitivo”, “não saio daqui para lado nenhum”.
Esta posição é compartilhada por Natália Zarubina, mãe de Sandra.
“Não vamos para lado nenhum, vamos continuara viver aqui. A Alexandra sente-se bem e tudo irá correr da melhor forma”.
Natália revelou à Lusa que Aleksei, seu namorado ucraniano que trabalhava em Portuhgal, se juntou, há alguns dias atrás, à família Zarubina na aldeia de Pretchistoe.
“Ainda não posso dizer quando será o casamento, porque ainda falta tratar da papelada, mas tudo irá ser resolvido”, acrescentou.
Olga e Natália afirmaram desconhecer a decisão, tomada na véspera pelo Presidente russo, Dmitri Medvedev, de ordenar ao procurador-geral e ao comissário para os Direitos da Criança para “analisarem" o emprego da legislação sobre protecção dos menores, nomeadamente quando do divórcio dos pais ou quando vivam separadamente, como no caso de Alexandra Zarubina.
Segundo o diário Komsomolskaia Pravda, o Presidente russo, Dmitri Medvedev, decidiu “esclarecer a essência e as causas dos dramas familiares que há vários anos chamam a atenção da opinião pública russa”.
“Não ouvimos falar disso, mas isso até pode ajudar a resolver alguns dos nossos problemas”, comentou Natália Zarubina.
Iúri Kudriavtsev, vice-presidente da Câmara Municial Pervomaisk, em cuja freguesia se situa a aldeia de Pretchistoe, admite a possibilidade de Alexandra ser retirada da família, devido ao comportamento da mãe:
“Estamos a pensar nisso, mas... olhe se nós dermos a guarda à avó, praticamente nada mudará. A mãe continua na mesma família... Vamos desterrar a mãe?”, declarou Kdriavtsev, numa entrevista à Rádio Liberdade.
“Essas declarações não foram feitas a rádio nenhuma, é tudo mentira. Eu telefonei para a câmara e disseram-me que ninguém tinha feito essas declarações”, frisou Olga Zarubina à Agência Lusa.
“Eles não têm razões para retirar a menina da nossa família”, concluiu.

9 comentários:

Anónimo disse...

Só para dizer que o comportamento da avó Olga é mais que compreensível. Quem não faria o mesmo, nas circunstâncias dela?

Anónimo disse...

Pagaram-lhe a viagem e tudo, para ela poder verificar pelos seus próprios olhos a seriedade das propostas... pobre e mal agradecida!

Catarina Ribeiro disse...

Nem sei o que dizer... Será que ninguém pergunta a Alexandra o que ELA REALMENTE quer?

Tantas situações menos relevantes em que as crianças são ouvidas... será que esta criança não tem o direito de ser ouvida?? Como está explicito nos Direitos das Crianças???
Ela parece um boneco nas mãos dos adultos...que têm o futuro nas mãos... Não é justo.
José Milhazes, o que podemos fazer?
Acredita que recorrer ao tribunal Europeu ajudará?

Da Rússia, de Portugal e do Mundo disse...

Cara Catarina, eu sou jornalista, não sou advogado, por isso, não sei quais são as possibilidades da justiça europeia neste caso.

Anónimo disse...

O nosso mto obrigado Sr. José Milhazes por manter-se e tentar manter-nos informados do caso Alexandra. Gostava imenso de poder ver a nossa princesinha crescer na terra onde nasceu,uma vez q tal não me parece que irá ser possivel, pior ainda será entrega-la a uma instituição, seria demasiado macabro para uma criança daquela idade.Tal como o Sr.José Mlihazes já havia referido, para que todas as ajudas conseguidas cá, faze-las chegar á nossa Xaninha, para que esta sinta que não tá esquecida pelos portugueses.
Não deixe de acompanhar este caso Sr. José p.f.
Bem Haja...

Teresa disse...

Prof. José Milhases,

Mais uma vez, agradeço-lhe as notícias da Alexandra, infelizmente, não aquelas, que muitos de nós, desejariam.
Obrigada

Graça Lobato disse...

Obrigada Sr. Milhazes por nos dar noticias da Xaninha.

Peço a Deus que se abram os horizontes, o bom senso prevaleça, pois só queremos a felicidade de uma criança e de duas familias.

Bem haja por estar sempre a dar-nos noticias e acompanhar a menina.

Agradeço-lhe do coração.

Graça Lobato

GENINHA disse...

Sr. Milhazes,

Os maiores agradecimentos por todas as informações que nos possa dar ref. à Xaninha !

Bem haja !

Anónimo disse...

Em resposta ao Anonimo das 23:34,
Agora ja nao e mais compreensivel que a Sra. Olga nao se quis encontrar com a familia Pinheiro, nem sequer ver a casa onde a Alexandra foi criada. Acho que a avo nao tem nada que dizer acerca da Alexandra porque a crianca legalmente nao esta a cargo da Olga, mas sim da Natalia. Se a Natalia tem problemas psicologicos e financeiros como tem, entao a Alexandra deve ser retirada daquela casa ou a Olga tem de legalmente adoptar a Alexandra.
Como uma idosa com problemas familiares pensa que se portugueses abandonarem a crianca fara tudo um mar de rosas, e de chorar.