terça-feira, setembro 22, 2009

Blog dos leitores (COMO DEITAR ABAIXO ESTA DUPLA)


A leitora Cristina Mestre enviou a tradução do artigo que publicamos abaixo


"(POLÍTICOS TENTAM EVITAR QUE PUTIN VOLTE A CONCORRER À PRESIDÊNCIA)
21.09.2009 – Jornal Vedomosti

Os partidários do presidente russo Dmitry Medvedev iniciaram uma campanha para impedir que o primeiro-ministro Vladimir Putin volte a candidatar-se ao Kremlin em 2012, escreve hoje o jornal Vedomosti.
Vladimir Putin corre o risco de se converter num líder decrépito ao estilo do antigo chefe comunista Leonid Brejnev, se voltar a ocupar a chefia do estado em 2012, declarou à Reuters Ígor Yurguens, vice-presidente da Associação russa de Empresários e Gestores Industriais (RSPP – sigla russa) e presidente do Instituto de Desenvolvimento Moderno (Insor), cujo conselho patrocinador é encabeçado por Dmitry Medvedev.
No passado 11 de Setembro, Putin deu a entender que poderá candidatar-se às eleições presidenciais de 2012. Se ficar novamente no Kremlin durante dois mandatos consecutivos, terá quase 72 anos em 2024, altura em estes terminam.
A melhor maneira de evitá-lo é fomentar uma competição aberta entre Putin e Medvedev nas eleições de 2012, considera Yurguens, convencido de que na Rússia “há um conflito de interesses” entre os conservadores, partidários de Putin, e os liberais, agrupados em torno de Medvedev. Yurguens definiu a correlação de forças entre ambos os grupos como 70 para 30.
O porta-voz do primeiro-ministro russo, Dmitry Peskov, comentou que é absurdo procurar hipotéticos conflitos entre as equipas de Medvedev e Putin pois, segundo ele, tais grupos não existem. Ambos os líderes deixaram claro que saberão chegar a um acordo em 2012. O próprio Medvedev, numa entrevista à cadeia de televisão norte-americana CNN, pronunciou-se no mesmo sentido.
Um funcionário do Kremlin disse que Yúrguens abusa da sua imagem de perito próximo do presidente. Mas ninguém o vai castigar por isso, acrescentou. O Instituto Insor passa por ser um centro de análise e investigação que trabalha para Dmitry Medvedev. No Verão de 2008, este instituto sugeriu liberalizar o sistema político da Rússia. Pouco depois, o presidente propôs ampliar as atribuições dos partidos.
Um ex-dirigente da RSPP considera que as declarações de Yúrguens contaram com o beneplácito dos seus superiores.
“É uma tentativa de mobilizar o campo político e de ver os ânimos das pessoas”. Um alto responsável do partido Rússia Unida também considera que o recente artigo deu Medvedev, “Avante, Rússia!” e o comentário de Yúrguens perseguem um mesmo objectivo que é a procura de correligionários.
Outro funcionário da Rússia Unida assinalou que ambos os líderes ainda estão acima da batalha ainda que as respectivas equipas rivalizem desde há bastante tempo na área legislativa, na altura das nomeações-chave ou quando se trata do controlo dos canais de televisão. Agora que Yurguens chamou as coisas pelos seus nomes, esta luta poderá tornar-se pública, disse.
O dirigente do Partido Comunista, Guennadi Ziugánov, qualificou na semana passada o artigo de Medvedev como “o acontecimento do mês” e criticou o Gabinete federal por “não responder à sua mensagem básica”. O seu colega Vadim Soloviov também apoia os objectivos de modernização traçados por Medvedev.
Os líderes ocidentais vêem em Medvedev um dirigente mais moderno e esperam que algum dia ele possa converter-se num presidente autónomo, embora dificilmente se atreva a debilitar as posições de Putin, pensa Alexander Rahr, perito do Conselho Alemão de Política Externa.
O politólogo russo Evgueni Minchenko duvida que possa haver competição entre Medvedev e Putin: este último concentra nas suas mãos a maioria dos recursos: finanças, recursos humanos, controlo dos corpos de segurança e meios de comunicação, para além de uma forte imagem de salvador da Rússia. Não obstante, Medvedev poderá aproveitar o facto de Putin já ter esgotado a sua "agenda salvadora" e correr o perigo de se “atolar na rotina”.

Original em: http://www.vedomosti.ru/newspaper/article/2009/09/21/214315"

71 comentários:

MSantos disse...

Talvez e em vez de deitar abaixo a dupla, seja mais importante deitar abaixo só Putin.

Até agora tudo aponta que Medvedev seja mais reformador e aberto a manter o devido equilíbrio entre liberdades e salvaguardar os interesses da Rússia, pois nos outros campos políticos também não existem grandes alternativas.

Mais ou menos por outras palavras foi isto que Mikhail Gorbachov disse numa entrevista recente.

Cumpts
Manuel Santos

Anónimo disse...

Não vejo problema algum na candidatura de Putin.Se o povo o eleger e lhe dá apoio, 10.Um homem forte na frente da Rússia, 10.

Isso é DEMOCRACIA!

Vox disse...

É da essência de uma democracia saudável, a alternância de poder. Quer isto dizer que um cargo político deveria ser ocupado durante o limite temporal de 1, no máximo dois mandatos.
Se esses dois camaradas se preparam para irem alternando o poder entre eles, ad infinitum, é coisa que veremos no futuro. Sobre a capa das "medidas" anunciadas na notícia, pode esconder-se nada mais do que um acordo tácito entre os dois para a divisão do poder (há espaço para 2 e dá para ambos)coisa do género "entente cordiale" ou "gentlemen agreement".
Com relação ao Putin, é notório o apego ao poder. É coisa rara um ex-presidente de uma república, depois de ter ocupado o mais alto cargo da nação, sujeitar-se a ocupar um lugar de hierarquia inferior, tal como o de primeiro ministro. Tamanha devoção pela causa pública, é de louvar (risos)
Isso, enquanto faz tempo de espera, para se recandidatar outra vez ao cargo máximo do país. (mais risos)

Jest nas Wielu disse...

Em Portugal já vimos este tipo de “liberais” (Primavera Marcelista), deu naquilo que deu; na URSS houve a Primavera de Khrushev, também não deu certo (quer para os liberais na altura, quer para a própria URSS alguns anos mais tarde).

Será que Primavera Medvedista também ditará o fim do império gasificado?

A ver, vamos…

anónimo russo disse...

Jest nas Wielu disse...
"Em Portugal já vimos este tipo de “liberais” (Primavera Marcelista), deu naquilo que deu; na URSS houve a Primavera de Khrushev, também não deu certo (quer para os liberais na altura, quer para a própria URSS alguns anos mais tarde).

Será que Primavera Medvedista também ditará o fim do império gasificado?

A ver, vamos…"

È melhor te preocupares mais com a sorte do teu país e dos vossos governantes-roubadores do gas. Voces agora parecem a Russia dos anos 90, mas por alguma razão desconhecida alguns estão muito contentes e chamam orgulhosamente isso de "democracia". Democracia de os politicos fazerem o povo refem dos seus jogos, sem nenhuma preocupação pelo futuro do país?

Anónimo disse...

Medvedev é perigoso. Fará tudo para destruir Putin e ficar ele no poder. A mim não me engana.

Anónimo disse...

Folgo muito que se comece a ver a conspiração e os seus agentes também neste blog: MSantos e JEST e Milhazes, claro. A ver se Putin é mais esperto que vocês.

anónimo russo disse...

Agora eu, pessoalmente, votaria em Medvedev, porque fala mais abertamente dos problemas do país e até há esperança de que passe das palavras ao trabalho. Mas Putin compriu a sua missão histórica, acabando com o poder dos oligarcas e com a vergonha no Caucaso. E para esses fins ele foi bom. Igualmente, por sinal, nunca falo mal do Yeltsin. Porque, embora muitos esqueçam e não compreendam, mas a sua principal missão foi acabar com o comunismo e com o sistema existente, e ele conseguiu. Não se pode construir um país totalmente novo, diversificar a economia etc. nuns 10 anos. Mas, com o tempo, temos todas as chanses.

Anónimo disse...

Eu também acho que Putin não se deve candidatar em 2012. Deve candidatar-se já em 2010. Porquê? Porque Medvedev se deve demitir o mais rapidamente possível. Traidores para a Sibéria! Mas como Putin é boa pessoa talvez opte por enviá-lo para uma ilha quentinha onde possa conspirar à vontade para o resto da vida em poucos metros quadrados.
E agora publique lá os comentários anti-Medvedev se tem tomates para isso, Milhazes.
PUTIN PARA SEMPRE!

Anónimo disse...

Como se algum dia viesse a deixar o poder.

Anónimo disse...

Artigo interessante de Yulia Latynina no Moscow Times, do qual reproduzo um excerto:

[…]“Inteligentes analistas políticos apressaram-se a interpretar o artigo do presidente como se uma fenda se tivesse aberto entre Putin e Medvedev. Esqueçam. Como poderia abrir-se uma fenda entre um homem que detém firmemente todo o poder nas suas mãos e o seu obediente braço-direito que nunca teve poder nenhum desde o início? […]

[…] A Rússia tornou-se totalmente ingovernável. Imaginem se Medvedev quisesse emitir uma ordem de peso (mesmo não considerando algo realmente sério, tal como libertar o antigo CEO da Yukos, Mikhail Khodorkovsky, ou despedir Putin). Considerem o que aconteceria se o governo decidisse reduzir as tarifas alfandegárias. Os contrabandistas assegurar-se-iam de que essa lei não fosse aprovada. Ou o que aconteceria se Medvedev decidisse despedir o presidente da câmara Luzhkov? As rodas do governo local parariam durante um ano inteiro. Se Medvedev levou quatro meses a nomear um substituto para o chefe da polícia de Moscovo, imaginem quanto tempo levaria a substituir alguém como Luzhkov.

E quando os mecanismos de governação param de funcionar, os líderes são forçados a se manterem ocupados com ilusões de actividade: escrever artigos inspiradores, considerar propostas de bloggers desconhecidos e mudar o nome de restaurantes inofensivos.”

http://www.themoscowtimes.com/opinion/article/383915.html

António Campos

Pippo disse...

E ainda dizem que na Rússia não há liberdade!
Esse artigo da Yulia Latynina é mais cáustico do que uma entrevista dirigida pela Manuela Moura Guedes!

Será que a população russa sente necessidade de deitar abaixo o Duo Dinâmico? Não me parece. A Rússia não vive pior hoje do que vivia há 10 anos atrás, ou vive? Em termos de política internacional, passou de alvo de chacota para um poder a ter em grande conta (curiosamente, ocorreu o contrário com os EUA, mas isto é só um aparte).

Bem vistas as coisas, se calhar nem a Rússia nem os russos ficaram a perder com Putin/Medvedev. Outras potências, bem mais "democráticas", sofreram amargamente com os seus presidentes livremente escolhidos.

antonio everardo disse...

Quero fazer compreender que tanto faz ficar ao cargo um minuto como mil anos. A questão não é o tempo, e sim que ações positivas foram (serão) executadas. Não podemos comparar o Pinochet, do Chile, com Putin, essa é a comparação dos adversários. Cargo público já diz, se o povo aceitar democraticamente (apesar d’eu não sê-lo) , não há crime nenhum. Agora, se os opositores de Putin não sabem “ganhar” eleição, a estória é outra, muito parecida com “inveja”. Abraço ao José Milhazes. E outra, eu não sou “anônimo”. Essa burocracia “bloggiana” me atrapalha. Antonio Everardo

Jest nas Wielu disse...

A Europa deve defender a Geórgia

Vinte anos após a queda do comunismo e da Cortina de Ferro, 12 intelectuais europeus defendem a necessidade absoluta da UE em defender a soberania e independência da Georgia.

Em português:
http://ucrania-mozambique.blogspot.com/2009/09/europa-deve-defender-georgia.html

Ler original em inglês:
http://www.guardian.co.uk/commentisfree/2009/sep/22/europe-georgia-russia

Ler o comentário em russo:
http://www.ng.ru/columnist/2009-09-22/100_eugeorgia.html

p.s.

2 António Everardo

Francamente não fica bem dizer, que a oposição russa “não sabe ganhar as eleições”, que tenha “inveja”, etc. Vejamos os factos:

1. Todos os canais da TV são pró – Kremlin.
2. Maioria dos jornais também (Nezavisimaya gazeta é uma exepção).
3. Rádio que dá voz à oposição é só “Eco do Moscovo”.
4. Quem financia a oposição vai para cadeia (Khodorkovsky), pfr, não diga que “Khodor roubou”, porque se ele roubou, o que fez Abramovich?
5. Liberdade de reunião – quase não há, permissões legais não são concedidas, reunião sem permissão aparece OMON;
6. Liberdade relativa apenas na Net, mesmo assim não sei por quanto tempo (ver o projecto de passar do domínio ru para o domínio rf com a necessidade de se registar no Ministério de Justiça, etc).
7. Olhando tudo isso, pode-se falar honestamente sobre “inveja”?
8. Não me parece, IMHO, obviamente.

Anónimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Roman disse...

O Sr. António Campos mais uma vez está-se a arriscar de ficar ridículo. Digo não a ele (não vale a pena), mas aos outros leitores, com intento de esclarecer a situação. É que já há muito que na internet russa considera-se de mauvais ton de citar os autores como Latynina, Kasparov, Alekseeva & Cº, pois são os ultraliberais extremamente radicais. Os tais “chacais a alimentarem-se ao pé das embaixadas estrangeiras” (© Putin). Mas na minha opinião, é muito bem que na Rússia há estes tipos, que andam a escrever aquelas merdas todas (desculpem, mas não consegui encontrar a palavra mais certa), pois enquanto eles fazem aquilo, o povo russo sempre votará pelos Putin e Medvedev. Também não acho que haja algum atrito entre os dois, aliás são os políticos e mídias ocidentais que procuram a meter uma cunha entre eles.

anónimo russo disse:

Igualmente, por sinal, nunca falo mal do Yeltsin. Porque, embora muitos esqueçam e não compreendam, mas a sua principal missão foi acabar com o comunismo e com o sistema existente, e ele conseguiu.

Aqui não posso concordar consigo. É que para “acabar com o comunismo” não era preciso de entregar toda a indústria do estado aos oligarcas e meter o povo na miséria. Além disso não foi o Yeltsin que governava o pais na altura, mas sim a “família”, nomeadamente a filha Tatiana, junto com os oligarcas, como p. ex. o “famoso” Berezovski. O grande mérito do Putin foi que ele conseguiu acabar com aquela porcaria. Agora latyninas, kasparov’s e companhia têm saudades daqueles tempos “democráticos”. É daí que tem origem o seu ódio. São simplesmente canalhas.

Anónimo disse...

O problema é exactamente esse. O duo é tudo menos dinâmico, salvo no que toca aos interesses da respectiva clique. Como disse um comentador há tempos aqui neste blog, as “rendas” aumentaram percentualmente bastante, mas um aumento de 100% ou 200% de quase nada continua a ser muito pouco. Muito pouco este que foi também erodido pela inflação acentuada. Aliás, quem conhece bem a Rússia “profunda” e não as duas grandes metrópoles, sabe perfeitamente que em 10 anos não mudou grande coisa. As estradas estão cada vez mais degradadas e o que se poderá dizer de um governo que em 10 anos, com os cofres cheios de petrodólares, não consegue sequer instalar água corrente em todos os hospitais do país? Horrendo.

Todos os grandes projectos (os tais projectos nacionais) pariram um rato, a Gazprom é um dinossauro decrépito endividado até ao pescoço, com uma produtividade que dá vontade de rir, incapaz de explorar as próprias reservas de gás e com uma infra-estrutura a cair de podre, e a corrupção está agora em níveis tais que fazem Yeltsin parecer mais a madre Teresa.

E como se viu com o impacto da crise internacional na Rússia, a economia continua a estar totalmente dependente da venda de hidrocarbonetos. Coisa aliás que Yegor Gaidar, no seu livro “Colapso de um Império” chama “administração criminosa”, quando se refere à semelhante postura económica soviética, que aliás foi uma das razões fundamentais do colapso da URSS.

Como disse e muito bem Alexander Lebedev numa entrevista à Bloomberg que vi noutro dia, “certamente algo mudou na Rússia: está 10 anos mais velha”. Impagável.

Aliás, o diagnóstico do presidente no seu discurso “inspiracional” é, na sua globalidade, bastante acertado. Pena é que há 10 anos atrás Putin andava a dizer exactamente a fazer o mesmo diagnóstico. E os resultados estão à vista.

Quanto à liberdade dos meios de comunicação: o Moscow Times é um jornal em inglês dirigido essencialmente a expatriados, sem qualquer impacto significativo na opinião pública. Nisso, a classe dirigente é muito boa: entenderam que, para influenciar a opinião pública, só os meios de comunicação de grande penetração nacional é que contam. Assim, toleram a existência de meios marginais, dificultando a sua exposição ao público, mas barram o acesso às vozes dissidentes/críticas nos meios de âmbito nacional. É por isso que nem Putin nem Medvedev aceitaram submeter-se ao escrutínio nacional em debates com políticos da oposição. Com tudo isto, cria-se a ilusão de que os meios de comunicação são livres e pluralistas. Tal como diz Lilia Shevtsova, uma "simulação de democracia", quando se refere ao sistema político vigente.

António Campos

MSantos disse...

"Folgo muito que se comece a ver a conspiração e os seus agentes também neste blog: MSantos e JEST e Milhazes, claro. A ver se Putin é mais esperto que vocês."

Queria desde já deixar uma saudação muito especial aos meus colegas conspiradores e companheiros de luta, Jest e José Milhazes.

Só poderão ter descoberto o nosso complot através de escutas.

:o)

Cumpts
Manuel Santos

MSantos disse...

"Considerem o que aconteceria se o governo decidisse reduzir as tarifas alfandegárias"

Pois é! Este é que é um dos aspectos principais da questão.

O poder que gere actualmente o Kremlin, e pondo juízos de valor de lado, decidiu que a Rússia terá de controlar em pleno a sua economia e para tal nunca permitirá que esta seja submergida pelas potentes economias ocidentais pela mesma lógica de não deixar correr o seu atleta a prova dos 1200 metros quando o rival inicia a partida a 200 metros da meta.

Por outras palavras, o Kremlin não quer submeter a sua economia à actual globalização enquanto esta sua economia não estiver preparada para tal.

Se isso poderá acontecer face à burocracia, corrupção, falta de cultura empreendedora e outros males, isso será outra questão.

Exactamente a mesma razão porque determinados media estão a classificar Obama de "vândalo económico" por estar a impôr taxas de importação a pneus chineses de modo a salvaguardar interesses americanos e já ter adiantado que outras medidas proteccionistas virão.

E há que acabar com o mito de que a palavra "proteccionismo" é um crime brutal pois quando se trata de defender uma economia de outra que faz batota ou jogo sujo para ganhar, é perfeitamente legítimo.

Cumpts
Manuel Santos

anónimo russo disse...

Roman disse...
"O Sr. António Campos mais uma vez está-se a arriscar de ficar ridículo. Digo não a ele (não vale a pena), mas aos outros leitores, com intento de esclarecer a situação. É que já há muito que na internet russa considera-se de mauvais ton de citar os autores como Latynina, Kasparov, Alekseeva & Cº, pois são os ultraliberais extremamente radicais"

Foi o que eu queria dizer, mas voce me antecipou.

Quanto ao Yeltsin, é a minha opinião que a sua principal missão histórica foi acabar com o sistema sovietico-comunista. Já no fim da sua primeira presidéncia parecia que não tinha saude e, talvez, fosse dificil para ele governar sozinho ou fazer alguns passos radicais. Mas ele era muito diferente no início dos anos 90, quando tinha grande apoio da população. Quanto à miséria, eu gostaria de ver alguem outro no lugar do Yeltsin. È que, ao escolher o caminho de uma auténtica revolução, já não havia outra escolha se não derrubar todo o sistema existente e construir um novo, com todas as consequencias. Claro que houve muitos erros. Claro que não foi nada bom o primeiro ministro Gaidar, como dizem, receber pelo fax de Washington os planos das reformas económicas. Mas naquela altura muitos dos cidadãos comuns ainda acreditavam na honestidade dos EUA e outros, mais pequenos. Olhavam para eles como para umas fontes da demócracia, um exemplo da vida próspera e acreditavam ingenuamente nas suas boas intenções para com a Rússia.

anónimo russo disse...

António Campos disse...
"O problema é exactamente esse. O duo é tudo menos dinâmico, salvo no que toca aos interesses da respectiva clique. Como disse um comentador há tempos aqui neste blog, as “rendas” aumentaram percentualmente bastante, mas um aumento de 100% ou 200% de quase nada continua a ser muito pouco. Muito pouco este que foi também erodido pela inflação acentuada. Aliás, quem conhece bem a Rússia “profunda” e não as duas grandes metrópoles, sabe perfeitamente que em 10 anos não mudou grande coisa."

Que disparate! Há quanto tempo você vive na Rússia?

anónimo russo disse...

Sr. Campos disse...
"As estradas estão cada vez mais degradadas".

Francamente, depois destas palavras nem sei se acredito que o sr. vizita às vezes a Rússia. Outra coisa é que se rouba muito o dinheiro que o governo dá para esses fins, aumentando os preços e nem sempre construindo bem, exatamente para depois ter oportunidade de as mesmas companhias consertarem as estradas que construiram há algum tempo, mas mesmo assim quem vive na Rússia e não está cego, vê que uma das coisas que mais se constroi são exatamente as estradas. Pelo menos, na minha região, que não é Moscovo nem São Petersburgo. E quanto aos hospitais, deve ser foi nalgum dos artigos da Latinina que encontrou essa informação. Eu admito que nalguma clínica veterinária na Sibéria pode não haver agua corrente, isso sim. Ou ate numa aldeia remota pode haver algo semelhante, mas no lugar onde eu vivo nem nas aldeias nunca vi nem ouvi isso.
Enfim, posso concluir que o sr Campos é um radical que não se sabe porque se meteu nessa causa ingrata de lutar por alguma coisa que nem entende bem num país que, pelos vistos, nem conhece bem. Graças a deus, não é russo.

Anónimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

António Campos

Concordo plenamente consigo. Óptima caracterização da situação, com conhecimento de causa. É, de facto, a verdade em poucas palavras. Vê-se que consegue ver para além da "opinião pública" criada pelos dirigentes russos e que às vezes se manifesta deste blog.
João Mestre

Gilberto disse...

""Mas Putin compriu a sua missão histórica, acabando com o poder dos oligarcas e com a vergonha no Caucaso.""

[RISOS]

Gilberto disse...

""E ainda dizem que na Rússia não há liberdade!
Esse artigo da Yulia Latynina é mais cáustico do que uma entrevista dirigida pela Manuela Moura Guedes!""

Fala serio, Pippo. Esse jornal eh em ingles, fazendo um peso tiragem x fruencia na lingua, nao atinge nem 0,001% da populacao.[risos]

Liberdade seria ele poder dizer isso em rede nacional, as 8 da noite no Canal 1. Como ocorre no Brasil, na Europa e em paises com democracias minimamente civilizadas.

Gilberto disse...

Put-Med atrasou a Russia em decadas. Jogou o futuro do pais na lata do lixo.

-- O crescimento da Russia nos ultimos anos foi nao-sustentavel, um voo de galinha. Seu PIB vai cair 10%.

-- Sua dependencia de hidrocarbonetos eh HUMILHANTE.

-- O desindustrializou de forma escandalosa. Foi mais entreguista que Yeltsin. A segunda maior economia industrial do planeta, hoje eh um pais do terceiro mundo, com uma industria sucateada e em processo de desindustrializacao.

-- A Lada ta indo "pras cucuias", a mando das grandes montadoras como Ford, Renault, etc. Vide a cidade de Toliati.

-- O poder dos oligarcas nunca foi tao grande. Nem em Yeltsin.

-- O pais teve um retrocesso nas liberdades individuais e de imprensa.

-- A producao cientifica da Russia nunca caiu tanto na historia, quanto em Put-Med.

-- O pais esta sem rumo e sem perspectivas.

E Putin foi um bom governante? Ora, fala serio! Nao sejam ridiculos. Se dispam dos fetiches e paixoes e analizem friamente os dados e a historia.

Sejamos honestos.

Gilberto disse...

Eu nunca vi Putin num debate na TV, com um oposicionista de verdade.

Nunca vi ele ser confrontado. Eu nao sei o que ele pensa. Se eh burro, se eh inteligente... Ninguem sabe.

O que se sabe eh que como administrador, foi um desastre colossal.

Roman disse...

um governo que em 10 anos, com os cofres cheios de petrodólares, não consegue sequer instalar água corrente em todos os hospitais do país?

Não faz sentido nenhum de repetir sempre a mesma coisa. Arranje-me mais umas tretas dessas, mas mais frescas, pois fazem-me rir imenso.

Dizendo sinceramente já começo a ter dúvidas das capacidades intelectuais do Sr. Campos. Com persistência mórbida andar a repetir as mesmas coisas - isso não é brincadeira, meus amigos. Será que estamos a perder o nosso caro Senhor António Campos? O tal relicto da guerra fria e o invectivador do regime sangrento do Putin? Que pena! O farol da democracia está-se a apagar.

anónimo russo disse...

Anónimo disse...
António Campos

"Concordo plenamente consigo. Óptima caracterização da situação, com conhecimento de causa. É, de facto, a verdade em poucas palavras. Vê-se que consegue ver para além da "opinião pública" criada pelos dirigentes russos e que às vezes se manifesta deste blog."

A opinião pública é criada pelas realidades da vida aqui, em primeiro lugar. È até engraçado ver estrangeiros a ensinar algo a nós, quando se trata da situação na Rússia. Há quanto tempo é que voces vivem aqui? Eu, pessoalmente, há mais de 30 anos, desde que nasci. E voces?

"Gilberto Mucio disse...
Put-Med atrasou a Russia em decadas. Jogou o futuro do pais na lata do lixo.

-- O crescimento da Russia nos ultimos anos foi nao-sustentavel, um voo de galinha. Seu PIB vai cair 10%.

-- Sua dependencia de hidrocarbonetos eh "

Há quanto tempo que vive aqui, menino? Se não tivesse receio de a minha mensagem ser apagada pelo sr. Milhazes, o aconselharia a ir rebolar, o que voces muito bem sabem fazer. Infelizmente, alem disso, pouco sabem.

anónimo russo disse...

Gilberto Mucio disse...
Put-Med atrasou a Russia em decadas. Jogou o futuro do pais na lata do lixo"


Nos últimos 8 anos PIB da Rússia cresceu 70 %. Não acho possivel discutir a sério com você. Preocupe-se com o seu país que tem inúmeros problemas e que, mesmo com a queda do PIB russo de 8,5 % este ano, vai continuar atras.

anónimo russo disse...

Anónimo disse...
António Campos

"Concordo plenamente consigo. Óptima caracterização da situação, com conhecimento de causa. É, de facto, a verdade em poucas palavras. Vê-se que consegue ver para além da "opinião pública" criada pelos dirigentes russos e que às vezes se manifesta deste blog.
João Mestre"



A "opinião pública" russa é criada, em primeiro lugar, pelas realidades da vida. Não seria errado pensar que voces entendem melhor que nós o que se passa aqui?

Anónimo disse...

Italo está a ficar fã de Medvedev. Nunca me enganou: é um comunista encapuçado.

anónimo russo disse...

Gilberto Mucio disse...


" O poder dos oligarcas nunca foi tao grande. Nem em Yeltsin."

Parece que você não entende mesmo de que se trata.

" Gilberto Mucio disse...
Eu nunca vi Putin num debate na TV, com um oposicionista de verdade.

Nunca vi ele ser confrontado. Eu nao sei o que ele pensa. Se eh burro, se eh inteligente... Ninguem sabe.

O que se sabe eh que como administrador, foi um desastre colossal."

Por sinal, Putin gasta horas em conversas com jornalistas estrangeiros, dá vastas entrevistas e até publica artigos. Mas não é de admirar que você nada sabe disso, como pouco entende (se não está fingindo) daquilo que se passa na Rússia. Repito, já acho excusado falar a sério com voce. Mas por enquanto é engraçado.

Anónimo disse...

Caro Manuel Santos, o tema central do artigo de Yulia Latynina é a ingovernabilidade do país. Se as tarifas sobem ou descem é irrelevante para a questão. O ponto fundamental é que, face à corrupção instalada até às mais altas instâncias, é totalmente impossível tomar decisões que façam frente aos interesses instalados. Mudar seja o que for, através das tais reformas que o tal duo dinâmico (esta deu-me mesmo vontade de rir) anda a prometer há 10 anos sem fazer nada, é um sonho de lunático. A menos que haja interesse em acabar com a corrupção, coisa que não é provável que aconteça, uma vez que tal vai contra os interesses da classe dirigente.

Aos pseudo-patriotas russos e não russos que por aqui abundam, tenho a dizer o seguinte: em vez de andarem com esgares de cão raivoso a ladrar que os oposicionistas só escrevem “merdas”, convido-os a apresentarem argumentos fundamentados de que os mesmos estão enganados no que dizem. Tenho ainda a esperança que o número de neurónios funcionais nas vossas cabecinhas dêem um dia para mais do que papaguear a propaganda oficial e dizer que cada um que discorda de sua majestade é um espião americano. Se eu estiver enganado, ai da Rússia. Se forem todos como vocês, o país não tem a mínima hipótese.

Esta questão faz-me lembrar um episódio de há algum tempo, em que o Economist publicou um artigo sobre um obscuro trader (e “multi-bilionário”) chamado Gennady Timchenko, fundador da empresa Gunvor, que é responsável pela colocação no mercado de 30 a 40% do petróleo da Rosneft. Na peça, eram descritas as ligações entre Putin e Timchenko, sendo igualmente feitas acusações de subornos a altos dirigentes para desviar o trading de petróleo para a Gunvor. O senhor Timchenko processou o Economist por difamação, sem saber no que se estava a meter. O processo durou uma manhã. Após o Economist ter montado uma defesa arrasadora, os advogados do queixoso optaram imediatamente por desistir do caso, em troca do silêncio do jornal e de uma semi-desculpa publicada. Obviamente, o dono de uma empresa misteriosa com meia dúzia de empregados, que factura 70 mil milhões de dólares por ano (sim, leram bem) e cuja estrutura accionista é virtualmente desconhecida, estava tudo menos interessado em expor os seus tentáculos num tribunal público inglês. Sabe-se lá o que o homem teria que admitir…

Para finalizar, a minha solução provocatória para os problemas da Rússia: Putin e Khodorkovsky devem trocar de lugar. Já.

António Campos

Anónimo disse...

Já agora, só um pequeno exemplo, retirado dum artigo do Washington Post, uma vez apelidado de “Pravda do Potomac”, com data de Outubro de 2008, relativamente às tais “clínicas veterinárias na Sibéria”:

[…] Nos Estados Unidos, com uma população de 303 milhões, 650 pessoas morreram de tuberculose em 2007. Na Rússia, com 142 milhões de habitantes (presume-se – nota do autor do comentário), morreram uns assombrosos 24.000 no mesmo ano. Será uma coincidência que, de acordo com Gennady Onishchenko, o médico responsável máximo da área da saúde pública na Rússia, apenas 9% dos hospitais de tuberculose cumprem as actuais normas de higiene, 21% não têm água corrente fria ou quente, 11% não têm sistema de esgotos e 20% têm falta de medicamentos para a tuberculose? Dificilmente.[…]

http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/content/article/2008/10/03/AR2008100301976.html

Se após absorver esta informação, e ao mesmo tempo sabendo que a junta no poder aumentou as despesas orçamentais em defesa em 26% em 2009, estando-se ao mesmo tempo escandalosamente nas tintas para o bem-estar da sua população, se continuarem a aparecer neste blog piadas de gosto duvidoso invocando “duos dinâmicos”, serei forçado a concluir que os respectivos autores sucumbiram há muito a um profundo coma mental.

António Campos

Cristina Mestre disse...

Segundo as últimas declarações de Medvedev (ontem, na Universidade de Pittsburgh), este "está disposto a trabalhar em qualquer cargo, se isso for útil para o país".
Pelos vistos,Medvedev está disposto a ceder pacificamente o lugar a Putin. O actual presidente disse também que nunca quis ser presidente.
http://news.mail.ru/politics/2923592 (em russo)

Cristina Mestre

Gilberto disse...

A falta de argumentos dos fanaticos e fetichistas, diante de dados concretos, eh gritante. ;)

Tiago disse...

Caro António Campos;

Os dados à reseito da saúde na Rússia, realmente são assustadores.
Sempre pergunto-me o que a Rússia andou a fazer com os petrodolares que não esteve a melhorar a vida do povo?!

A expectativa de vida estagnou-se em 65 anos e a mortalidade infantil e adulta, é altíssima.

Há estimativas de 3 milhões de russos infectados pela Sida. O governo está a fingir que ela não existe!

Todo o crescimento económico russo infelizmente parece não ter feito melhorias na qualidade de vida do povo russo.

Fico a pensar como melhorarão a qualidade de vida com tanta corrupção?!

Em Londres há aprox 200.000 russos, conheci alguns, muitos vieram de regiões distantes de Moscovo e retratam a vida de forma muito diferente da Capital.

Em tempos amargos de crise o rublo perdeu 35% face ao dolar; a produção industrial caiu 27%; o Pib do 1 semestre foi-se 10,2%; o desemprego passou de 10%. Tudo isto num país que viveu as maravilhas dos preços de energia altos e não soube canalizá-los ao desenvolvimento.

Medvedev e Putin são parceiros na "pilhagem do povo russo", pois é o que está a parecer, espero que não. O povo russo não merece nenhum deles actualmente.



Cumprimentos

Pippo disse...

O artigo do TWP é interessante pois compara o nível sanitário actual com o da URSS. Deveria, isso sim, comparar com o nível a que estava em 1993 ou 1995, pois toda a gente sabe que nos tempos da URSS as coisas eram melhores.
Também, ao referir-se ao arsenal desactualizado empregue na Geórgia, o autor ignora que o 58º Exército tem, ao contrário de unidades de 1ª linha, equipamento suficiente para aquele palco de guerra, daí o usarem T-62, por exemplo.

A Rússia tem problemas? É verdade. Muitos, e bem conhecidos. Tem problemas no campo da saúde? Tem, e graves. Mas não é a única.

A maior potência mundial tem 45 milhões de habitantes que não podem usufruir de cuidados de saúde, e boa parte da população recusa-se sequer em ouvir falar em corrigir esse problema. Em meia década não foram capazes de normalizar Nova Orleães.
Se fosse com a Rússia, que atravessou uma crise abissal, isso seria espectável, mas para um país que combate duas guerras simultâneas e sustenta sociedade militares privadas com contratos bilionários, isso é inadmissível.

Mas quer queiramos quer não, e com ou sem coma mental, o facto é que o Duo Dinâmico (eu sei, a expressão é mesmo para ser engraçada, estilo Batman e Robin) conseguiu fazer com que a Rússia passasse de um pseudo-Estado para um Estado que já voltou a ser respeitado e temido na esfera internacional.

Em 1996, a Rússia rendeu-se aos Chechenos, em 2008 já ninguém põe em causa o dimínio russo do Norte do Cáucaso; em 1995 e 1999 a Rússia rendeu-se à NATO na questão jugoslava, em 2008 a NATO rendeu-se à Rússia na questão da Geórgia, em 2009 até a ajudou a capturar um navio onde (dizem as más línguas) seguiam perigosos mísseis de defesa anti-aérea), e resta saber quanto tempo demorará para que se renda na questão da Ucrânia.

Penso que, com ou sem corrupção, inevitavelmente acabará por haver um investimento nas condições de vida da população, pois sem população não é possível governar. Mas penso que, para já, a prioridade dos governantes é restabelecer o Estado, sem o qual nada se consegue.

Anónimo disse...

Toda a gente sabe que nos tempos da URSS as coisas eram bem melhores. Hm . Pelos vistos toda a gente menos Yuri Maltsev, economista no Instituto Mises, que num artigo escrito há umas semanas, usa o sistema de saúde soviético para argumentar contra a socialização dos cuidados médicos. Recomendo vivamente a sua leitura. Aproveito para transcrever alguns excertos:

“O sistema teve muitas décadas para funcionar, mas a apatia generalizada e a baixa qualidade de trabalho paralisaram-no. Nas profundezas da experiência socialista, as instituições de cuidados de saúde estavam pelo menos cem anos atrasadas em relação à média dos EUA. Além disso, o meu-cheiro, os gatos a passear nos corredores e a ausência de sabão e produtos de limpeza ajudavam a uma impressão global de desespero e frustração que paralisavam o sistema.”

“A irresponsabilidade, expressa pelo popular ditado russo “eles fingem que nos pagam e nós fingimos que trabalhamos” resultou numa abjecta qualidade de serviço, corrupção generalizada e enorme perda de vidas.”

“Com vista a receber uma atenção mínima pelos médicos e paramédicos, os doentes tinham que pagar subornos. Testemunhei um caso de um doente “não-pagante” que morreu a tentar atingir um lavabo ao fim de um longo corredor após uma cirurgia cerebral. Anestesias estavam geralmente “indisponíveis” para abortos ou pequenas cirurgias dos ouvidos, nariz, garganta e pele. Esta circunstância era usada como um meio de extorsão por burocratas médicos sem escrúpulos.”

“Após setenta anos de socialismo, 57% de todos os hospitais russos não tinham água corrente e 36% dos hospitais localizados em áreas rurais não tinham nem água nem saneamento. Não é espantoso que o governo socialista, ao mesmo tempo que desenvolvia a exploração espacial e armas sofisticadas, ignorava totalmente as necessidades básicas dos seus cidadãos?”

E há mais: http://mises.org/story/3650

Ah, já agora, caro Pippo, os meus sogros são mais dois que também não sabiam que as coisas na URSS eram bem melhores. São ambos médicos formados e com profunda experiência no sistema de saúde soviético, para o qual trabalharam a maior parte das suas vidas. Aliás, a minha sogra está aqui por dtrás do meu ombro enquanto escrevo, e pediu-me para lhe dizer que achou muita graça ao seu comentário.

António Campos

Anónimo disse...

Quanto à premissa de ninguém pôr em causa o “domínio russo do Cáucaso do norte” remeto para o recente artigo da Nezavisimaya Gazeta”, que exprime a opinião que a situação na região está a descambar numa “guerra civil sem restrições” "de contornos político-religiosos", onde ninguém está a salvo, situação essa que a administração russa decidiu ignorar, achando, nas palavras do artigo “que tudo se vai resolver por si”.

http://www.ng.ru/editorial/2009-09-23/2_red.html

António Campos

Pippo disse...

Curiosa a opinião dos seus sogros, pois contradiz a opinião das minhas professoras, as quais, entre outras coisas, tinham profunda experiência, enquanto utentes, do "antes" e "depois", da URSS, nomeadamente nos serviços de saúde.

Evidentemente que os serviços médicos não se comparavam aos dos EUA. Aliás, que eu saiba, na URSS, mal ou bem, toda a gente tinha direito a ter cuidados de saúde. Nos EUA dependiam (e dependem) do seguro de saúde (o que, a par dos processos judiciais, talvez explique muita coisa).

Mas fiquei sem perceber: afinal, agora os serviços estão melhor ou pior?

Pippo disse...

Quanto ao Cáucaso, para já nunca conheci uma guerra que não "transitasse para o plano político". Todas as guerras são políticas, mesmo as religiosas.
A guerra civil no Cáucaso, como o artigo a caracteriza, varia muito de local para local. Na Chechénia os insurgentes não têm uma esperança de vida elevada, talvez por culpa das tácticas adoptadas pelos Kadirov; na Ingushétia e Daguestão, onde os dirigentes locais são mais "moles", a insurgência tem crescido.

Já agora, convém esclarecer, para que os leitores não fiquem com más ideias, que na maior parte das vezes a insurgência ganha as guerras.
Tirando situações de genocídio, as dificuldades que o Estado enfrenta para debelar um grupo de guerrilha/terrorismo são imensas, logo para começar porque o Estado TEM de ELIMINAR a insurgência, ao passo que aos insurgentes basta-lhes RESISTIR para ganhar.

Ora, uma das condições essenciais para que a resistência permaneça é ter o apoio da população. Quando eles começam a atacar a população de forma indiscriminada, isso significa que não estão a conseguir penetrar na população.

Usando tácticas militares e políticas "modernas" (sem recurso ao genocídio), assim de repente só me lembro de um caso no qual o Estado ganhou, que foi a da insurgência comunista na Malásia. E nessa ocasião, os insurgentes tinham dois problemas: eram comunistas num país muçulmano, e pertenciam à minoria étnica chinesa. Ou seja, não só traziam uma ideologia ateia para um país muçulmano religioso como não tinham base de apoio populacional.

Na Chechénia as condições são diferentes, e mesmo assim os russos obtiveram uma vitória maior do que a maioria dos países que enfrentaram problemas semelhantes.

SEja como for, esta questão já foi bastante debatida num post anterior e está a sê-lo, de certo modo, num post mais recente relativo ao assassinato do clérigo muçulmano Ismail Hadji Bostanov.

anónimo russo disse...

António Campos...

Seria interessante saber, quando a mente inflamada do senhor deixará finalmente de o empurrar para a procura de mais uns artigos, muitas vezes de qualidade duvidosa, e o sr. resolverá encarar a vida real:) Tudo isso já se torna um pouco cansativo.

P.S. Sobre aquele "amigo do Putin", é uma anedota muito velha e conhecida por todos há muito.

Sobre a Nezavíssimaya Gazeta (Jornal Independente), eu, apos sequir algum tempo as suas publicações (análises dos peritos militares), não posso levar a sério muito daquilo o que eles publicam. Porque, inclusive, se não me engano, há um ano e meio anunciaram a derrota da Rússia no caso da Guerra com a Geórgia. E continuam a fazer rir os especialistas sérios.

MSantos disse...

António Campos, até posso concordar com quase tudo mas se Kodorkhovsky tivesse prevalecido, provavelmente a GAZPROM já não existiria e os lucros do petrólio e gáz estariam a correr para as contas da EXXON MOBIL.

Provavelmente foi por isto que não lhe perdoam.

Um dos habituais participantes deste blog já uma vez apresentou um documento que creio era de 1998 em que a EXXON se preparava para receber crude russo para o refinar, tal e qual os países do terceiro mundo em que vendem o seu crude por tuta e meia às sete irmãs e depois estas obtêm os lucros na refinação e na cotação do barril.

Obviamente não estou a justificar com isto tudo o resto que está mal.

Cumpts
Manuel Santos

MSantos disse...

"A Rússia tem problemas? É verdade. Muitos, e bem conhecidos. Tem problemas no campo da saúde? Tem, e graves. Mas não é a única."

Caro Pippo

Pegando neste parágrafo e no resto que disse, todos os males endémicos da Rússia e os podres da pretensa elite que a governa infelizmente e embora em outras escalas correspondentes ao tamanho de cada país, se encontra tristes paralelismos com os nossos países de uma forma que não existiam quando era o Ocidente e URSS.

Algumas pessoas neste blog estão muito revoltadas com o situacionismo na Rússia e creio ser na melhor das intenções assim como tenho de compreender pois provavelmente se aí vivesse ainda me revoltaria mais.

No entanto temos de às vezes, ter algum distanciamento e analizar todo o contexto local e mundial assim como os enormes problemas que este país herdou e também os séculos que criaram a mentalidade russa com tudo de positivo e negativo.

Talvez não lhes seja mesmo possível por agora everedarem pelos modelos "democráticos" ocidentais. Não esquecer o terrível trauma que ganharam com os anos 90.

Talvez por isso líderes de mão de ferro estilo o ex-KGB Putin sejam tão populares.

Outras comparações que não são devidas e são muitas vezes apresentadas é por exemplo dizer que uma República Checa nos mesmos anos progrediu muito mais que a Rússia.

E é verdade.

Só que temos de ver que ao contrário da Rep. Checa, a Rússia atravessa 2 imensos continentes quase impossibilitando redes de estradas e comunicações, é multi-étnica por vezes no sentido negativo da palavra, população dispersa, indústrias entregues a si próprias etc.

Isto tudo para dizer que talvez o alienígena russo não seja assim tão diferente.

Cumpts
Manuel Santos

MSantos disse...

Caro António Campos

Na situação do Cáucaso, o que sugere que as autoridades russas façam?

Cumpts
Manuel Santos

anónimo russo disse...

Tiago disse...
Caro António Campos;

"Os dados à reseito da saúde na Rússia, realmente são assustadores.
Sempre pergunto-me o que a Rússia andou a fazer com os petrodolares que não esteve a melhorar a vida do povo?!

A expectativa de vida estagnou-se em 65 anos e a mortalidade infantil e adulta, é altíssima.

Há estimativas de 3 milhões de russos infectados pela Sida. O governo está a fingir que ela não existe!

Todo o crescimento económico russo infelizmente parece não ter feito melhorias na qualidade de vida do povo russo."

È louvavel esse ardor em colher os dados na internet, mas as pessoas que vivem na Rússia, vivem na vida real, e estimam a situação se baseando na vida real, principalmente. Se tudo fosse mau, nenhum Putin conseguiria manter-se ao poder.

Um pequeno detalhe: nos últimos 10 anos as receitas per capita aumentaram duas vezes, e, acho, uns 90% da população sentiu isso.

anónimo russo disse...

António Campos disse...
Já agora, só um pequeno exemplo, retirado dum artigo do Washington Post, uma vez apelidado de “Pravda do Potomac”, com data de Outubro de 2008, relativamente às tais “clínicas veterinárias na Sibéria”

Sem dúvida, o Washington Post é o farol de toda a humanidade progressiva e um dos poucos lugares onde se pode encontrar a informaçáo verdadeira sobre a Rússia, alem, claro, da Nezavissimaya Gazeta e de alguma Guardian:) Sem Dúvida.

PortugueseMan disse...

Em relação à tuberculose e de acordo com Organização Mundial de Saúde e a organização USAID, a situação tem vindo a melhorar.

OMS:

Successful fight against tuberculosis in south-western Russia

By the end of the 1990s, the tuberculosis epidemic had reached alarming proportions across the Russian Federation. Orel district, in the south-western part of the country, was no exception. "The TB situation in the region was very bad, especially from 1999 to 2000," said Dr Boris Kazyenny, chief doctor at Orel District Tuberculosis Dispensary in the regional capital.

This photo story shows how Orel district, using the World Health Organization (WHO)-recommended Directly Observed Treatment Strategy, known as DOTS, has brought the epidemic under control...


http://www.who.int/features/2007/orel_tb_hospital/en/index.html


USAID:

Russia ranks 11th on the list of 22 high-burden tuberculosis (TB) countries in the world. After years of gradual decline, TB incidence doubled during the 1990s, but since 2000, the annual growth in the number of new cases has been smaller...

...Russia initiated DOTS (the internationally recommended strategy for TB control) in 1995, and population coverage has increased annually, reaching 45 percent by 2004 and 100 in 2007Case detection remains low, particularly for sputum smear-positive (SS+) cases, though it increased from 15 percent in 2004 to 49 percent in 2007...

...USAID assistance in Russia began in 1998 with the objective of helping the government implement DOTS, reduce TB mortality, morbidity, and disease transmission. Through its partners, USAID has expanded DOTS, helped the Ministry of Health and Social Development (MOHSD) incorporate routine TB control into the health system, and provided training on internationally recognized TB diagnostics. USAID funding for TB programming in Russia totaled $7.1 million in fiscal year (FY) 2008. While this is a small percent of the total TB control program funding, it supports important interventions in target areas...

...USAID has played a major role in building political commitment in Russia for TB control and prevention based on the DOTS strategy. In partnership with WHO and others, USAID helped establish and support the High-Level Working Group on TB. At the program level, USAID support has expanded DOTS coverage to all of Russia’s territories. Achievements also include:

Implemented modern TB control systems in nine provinces, resulting in improved treatment success rates of up to 75 to 80 percent...

...Trained 2,297 health professionals in TB-related issues in FY 2007...

...Assisted five regions to obtain approval from WHO’s Green Light Committee (GLC) for DOTS-Plus treatment for MDR-TB for more than 5,400 patients in 2007...

...Improved infection control in six central province laboratories and provided equipment for 12 microbiological laboratories...


http://www.usaid.gov/our_work/global_health/id/tuberculosis/countries/eande/russia_profile.html

Dado que são referidos artigos de um site americano, um mês depois do conflito da Geórgia, e sendo os EUA o principal apoiante da Geórgia, eu gostaria de ver mais dados sobre a tuberculose e sobre a sua evolução na Rússia, sem ser pelos olhos de jornais americanos e de jornalistas frustrados sem compreenderem como é que a Rússia com um punhado de soldados tuberculosos, com SIDA e material enferrujado, consegue vencer em escassos dias, um país devidamente treinado, equipado e financiado pelos os EUA.

Portanto gostaria que alguém me indicasse se os dados da Organização Mundial de Saúde, sobre a Rússia estão incorrectos.

Lá diz que a situação é má, mas tem vindo a melhorar desde sensivelmente o ano 2000 e tem havido bons progressos em várias àreas.

Se não é assim, gostaria que me dessem dados que indicam como o artigo do Washington Post diz que a coisa está a piorar a olhos vistos.

Caro JM,

Você por acaso alguma vez referiu ou pesquisou dados sobre a tuberculose na Rússia?

anónimo russo disse...

Cristina Mestre disse...
Segundo as últimas declarações de Medvedev (ontem, na Universidade de Pittsburgh), este "está disposto a trabalhar em qualquer cargo, se isso for útil para o país".
Pelos vistos,Medvedev está disposto a ceder pacificamente o lugar a Putin. O actual presidente disse também que nunca quis ser presidente."


Se lermos o texto inteiro, podemos fazer conclusões contrárias:) Senão, como entender as palavras seguintes:

«Если я буду хорошо работать, если у меня все будет получаться, если мне будет доверять российский народ, почему не выставиться. Это нормально абсолютно», — сказал Д.Медведев.
´
Desculpe aqualidade da tradução, não sou professional.

"Se eu trabalhar bem, se consequir tudo, se o povo da Rússia continuar a confiar em mim, porque não se candidatar? Seria absolutamente normal."

anónimo russo disse...

P.S.

Cristina Mestre disse...
Segundo as últimas declarações de Medvedev (ontem, na Universidade de Pittsburgh), este "está disposto a trabalhar em qualquer cargo, se isso for útil para o país".
Pelos vistos,Medvedev está disposto a ceder pacificamente o lugar a Putin. O actual presidente disse também que nunca quis ser presidente."


"O actual presidente disse também que nunca quis ser presidente"

Para falar a verdade, repetiu o que já tinha dito na Rússia, que, antes, não pensava em ser presidente. Neste caso, disse literalmente o seguinte: "nunca tive ambições presidenciais sobranaturais"

Anónimo disse...

Cristina Mestre:
oxalá fosse verdade, mas não é. Como explica que na semana passada tenha dito que se iria recandidatar em 2012?Pois que se não está agarrado ao poder nem quer ser Presidente, que se demita. Esperemos sentados. É tudo treta. Foi Putin que o escolheu para ser PR. Podia ter escolhido outro. Infelizmente, escolheu mal.

Roman disse...

Gilberto Mucio disse:

Fala serio, Pippo. Esse jornal eh em ingles, fazendo um peso tiragem x fruencia na lingua, nao atinge nem 0,001% da populacao.[risos]

A jornalista Latynina trabalha para o jornal “Novaya Gazeta”, cujo patrocinador é Lebedev, também já mencionado pelo Sr. António Campos (são amigos dele). A versão de impressão tem auditório de 1.650.000 das pessoas ( http://www.smi.ru/sources/16/ ), para além do sítio na internet. Este jornal foi muitas vezes apanhado a publicar desinformação e mentiras. Por isso várias vezes ficou multado:
http://www.nta-nn.ru/news/item/?ID=70124
http://pda.lenta.ru/most/2004/12/20/novaya/
http://newsru.com/russia/11Dec2001/ng.html
http://federal.udm.ru/news/28-06-2004/ppp1.html
http://www.gazeta.ru/2004/12/20/kz_m143231.shtml
http://www.kommersant.ru/region/novosibirsk/page.htm?year=2007&issue=004&id=193097&section=7046
http://2000.novayagazeta.ru/nomer/2000/14n/n14n-s00.shtml
http://2000.novayagazeta.ru/nomer/2000/21n/n21n-s05.shtml
http://2001.novayagazeta.ru/nomer/2001/01n/n01n-s04.shtml
http://2001.novayagazeta.ru/nomer/2001/19n/n19n-s04.shtml
http://2001.novayagazeta.ru/nomer/2001/28n/n28n-s13.shtml
http://2001.novayagazeta.ru/nomer/2001/35n/n35n-s06.shtml
http://2001.novayagazeta.ru/nomer/2001/53n/n53n-s13.shtml
http://2001.novayagazeta.ru/nomer/2001/77n/n77n-s19.shtml
http://2001.novayagazeta.ru/nomer/2001/78n/n78n-s03.shtml
http://2002.novayagazeta.ru/nomer/2002/42n/n42n-s13.shtml
http://2002.novayagazeta.ru/nomer/2002/73n/n73n-s05.shtml
http://2004.novayagazeta.ru/nomer/2004/04n/n04n-s20.shtml
http://2004.novayagazeta.ru/nomer/2004/93n/n93n-s15.shtml
http://2005.novayagazeta.ru/nomer/2005/55n/n55n-s17.shtml
http://2006.novayagazeta.ru/nomer/2006/17n/n17n-s16.shtml
http://www.smi.ru/text/00/05/25/236701.html
http://agentura.ru/press/?col=1&id=1067271060
http://lenta.ru/most/2004/10/12/kirienko/
http://vestnik.rosneft.ru/21/article22.html

Roman disse...

O mesmo jornal é considerado pela associação da impressão periódica como um dos mais preconcebidos ( http://www.gipp.ru/print.php?id=747 ).
Agora digam-me, que não são as merdas, que estes gajos andam a escrever. Ou querem mais provas?
Também há canais de televisão “oposicionistas”, p.ex. REN-TV, que tem cobertura de Kaliningrad até a Yuzhno-Sakhalinsk e auditório potencial de 95 milhões ( http://www.smi.ru/sources/568/ )
E agora internet:
http://politportal.ru/
http://www.novayagazeta.ru/
http://www.publicverdict.org/
http://cato.ru/
http://www.grani.ru/
http://vazhno.ru/
http://newtimes.ru/
http://www.prognosis.ru/
http://ogoniok.com/
http://www.sova-center.ru/
http://izbrannoe.info/
http://www.echo.msk.ru/
http://ej.ru/
http://stengazeta.net/
http://newsru.com/
http://runewsweek.ru/
http://www.kasparov.ru/
http://www.akzia.ru/
http://hrights.ru/izd.htm
http://prison.org/
http://crj.ru/
http://4cs.ru/
http://ikd.ru/
http://www.gdf.ru/
http://hroniki.info/
http://www.mhg.ru/news/
http://er-vnezakona.ru/
http://www.memo.ru/servnews.htm
http://og.ru/
http://gorby.ru/
http://demos-center.ru/news
http://rybakov.spb.ru/
http://oborona.org/news/
http://www.rprf.ru/
http://proizvol.info/
http://zaprava.ru/
http://realigion.ru/
http://pravdabeslana.ru/
http://www.kolokol.ru/
http://www.votas.ru/
http://khodorkovsky.ru/
http://hrw.ru/russian/
http://www.ryzkov.ru/
http://www.vestnikmostok.ru/
http://www.libertarium.ru/
http://ags.demokratia.ru/news/
http://linia.org/
http://www.sutyajnik.ru/news/
http://www.hro.org/
http://demdefence.net/
http://epochtimes.ru/
http://ds.ru/
http://liberal.ru/
http://moscor.ru/
http://diktatu.net/
http://k3k.ru/
http://www.transparency.org.ru/
http://www.amnesty.org.ru/pages/news-index-rus
http://good.cnt.ru/
http://yabloko.ru/
http://www.civitas.ru/
http://domd.ru/
http://www.sps.ru/
http://democrat-info.ru/
http://arbatov.ru/
http://www.cjes.ru/
http://reitingnovostei.ru/
http://daproject.ru/
http://partinform.ru/
http://antikom.ru/
http://www.nemtsov.ru/?id=5737
http://www.iamik.ru/
http://sobkorr.ru/

É só isto, que consegui encontrar dentro de dez minutos. Chega? Ou querem mais?

Roman disse...

Anónimo disse...

Italo está a ficar fã de Medvedev. Nunca me enganou: é um comunista encapuçado.

Na sua opinião apoiar a politica do governante russo significa ser comunista? Parece que o estimado Sr. Anónimo está “um bocado” atrasado.))

António Campos disse:

Aos pseudo-patriotas russos e não russos que por aqui abundam, tenho a dizer o seguinte: em vez de andarem com esgares de cão raivoso a ladrar que os oposicionistas só escrevem “merdas”, convido-os a apresentarem argumentos fundamentados de que os mesmos estão enganados no que dizem.

Prefiro ser o cão do que o chacal, (pelo menos o primeiro tem alguma simpatia). O Sr. quer ver argumentos? Já vai os ver, não se preocupe.

Tenho ainda a esperança que o número de neurónios funcionais nas vossas cabecinhas dêem um dia para mais do que papaguear a propaganda oficial e dizer que cada um que discorda de sua majestade é um espião americano. Se eu estiver enganado, ai da Rússia. Se forem todos como vocês, o país não tem a mínima hipótese.

O Sr. pode ter esperanças quantas quiser, mas da minha parte sou a afirmar, que “o número de neurónios funcionais na minha cabecinha” permite-me chegar a conclusão, que nunca ficarei de acordo com a Sua atitude. Assim como a maioria do povo russo. Portanto é o Sr. é que não tem mínima hipótese nas Suas tentativas de nos inculcar a ideia de que temos de viver de modo como o Sr. quer, como quer o Ocidente na face do seu governador – EUA.

Para finalizar, a minha solução provocatória para os problemas da Rússia: Putin e Khodorkovsky devem trocar de lugar. Já.

Claro! A Rússia não pode ser governada pelo russo! Já que isto aconteceu, é preciso urgentemente substituir pelo não-se-pode-dizer-de-que-raça! E ainda por cima pelo irrepreensívelmente honesto!
Mas realmente isso já não tem graça nenhuma. Estas últimas palavras do muito estimado Sr. Campos é simplesmente um cuspo na cara do povo russo! É incrível, como é que uma pessoa (além disso estrangeira) pode ter tanta impudência para dizer tais coisas?!

Roman disse...

Relativamente ao artigo do washingtonpost que o Sr. Campos referiu devo dizer umas coisas. Eu, de propósito, durante bastante muito tempo estava a procura na internet russa os dados relativos ao assunto, ou sequer as palavras ditas pelo Gennady Onishchenko (é logicamente supor, que este, sendo russo, primeiro devia dizer elas em russo e, nesse caso, na net devia haver alguma informação, ainda mesmo que fosse nos sítios “liberais”). O resultado – ZERO! Única coisa que encontrei era… a tradução russa do mesmo artigo do washingtonpost! ( http://www.inosmi.ru/stories/01/07/19/3013/244430.html )
Essa é mentira insolente e cínica (em relação aos hospitais). Será que vale a pena pensar na credibilidade das Suas fontes de informação, hein, Sr. Campos! Não era o Sr. que falava da propaganda?

Eu tenho lido muitos artigos dos tablóides ocidentais e posso dizer que só acerca de 20 % das peças têm alguma coisa a ver com realidade na Rússia. O resto é 10% de verdade, 40% de mentira e 50% das apreciações. Estas percentagens variam-se um bocadinho de artigo para artigo. É assim que funciona a democracia ocidental em relação à Rússia. Infelizmente.

No que diz respeito a tuberculose, aqui é preciso mencionar umas coisas, para esclarecer a situação. Na Rússia efectivamente existe o problema com tuberculose. Há muito tempo. Mas, primeiro, não se pode esquecer do clima, que tem o seu efeito negativo, segundo, a maioria dos doentes são presos, devido às más condições nas cadeias (é verdade) e terceiro, é preciso ver os dados todos em dinâmica.

Aqui podem ver a mortalidade no período 1985-1997

http://www.tuberculosis.ru/images/smertnost-1.gif

Já aqui no 1995-2006

http://vestnik.mednet.ru/images/stories/007/071405.png

E agora a incidência de doença

http://vestnik.mednet.ru/images/stories/007/071403.png

Quem sabe pensar bem, vai compreender de que se trata.

Roman disse...

Cristina Mestre disse...

Pelos vistos, Medvedev está disposto a ceder pacificamente o lugar a Putin.

Será que leu bem esta frase: “Так, отвечая на вопросы аудитории, российский президент снова не исключил, что будет баллотироваться на выборах главы государства в 2012 году.”?

Gilberto Mucio disse...

A falta de argumentos dos fanaticos e fetichistas, diante de dados concretos, eh gritante. ;)

Tratar desrespeitosamente as pessoas desconhecidas por fanáticos e fetichistas – isso é que se chama “a falta de argumentos”. Sente-se, tem nota má.

Tiago disse...

Sempre pergunto-me o que a Rússia andou a fazer com os petrodolares que não esteve a melhorar a vida do povo?!..............

António Campos disse...

Toda a gente sabe que nos tempos da URSS as coisas eram bem melhores. Hm . Pelos vistos toda a gente menos Yuri Maltsev,…………….

Nem tenho vontade de discutir. Continuem a estudar o Washington Post. Só vejam aqui alguns links com a estatística para perceber quem é o Estaline, quem é o Gorbachev, quem é o Yeltsyn e quem é o Putin.

http://pics.livejournal.com/sl_lopatnikov/pic/00021a6a

http://www.gks.ru/bgd/free/b01_19/IssWWW.exe/Stg/d000/i000100r.htm

http://burkov49st.livejournal.com/2192.html

E porque é que o Sr. Campos anda a citar os tipos esquisitos? Agora este Maltsev, quem é que é? Qual é o prestígio que deve ter para mim ou para qualquer outra pessoa o traidor que abandonou o seu pais há décadas, e todo este tempo anda a cagar para a sua terra de natal? Já a Sua sogra pode ser uma boa pessoa, mas o que tal engraçado achou ela? Eu, pessoalmente, não acho nada engraçado no comentário do Sr. Pippo. Não acho, porque vivia naqueles tempos e sei que cada um tinha a assistência médica logo que precisasse. Tudo gratuitamente e com qualidade (mesmo que fosse dentista). Não era preciso de estar à espera de uma operação cirúrgica durante dois anos, como actualmente em Portugal. E as filas, nunca as viu no seu país?

Pippo disse...

A Rússia tem problemas? É verdade. Muitos, e bem conhecidos. Tem problemas no campo da saúde? Tem, e graves. Mas não é a única.

Estou de acordo pleno consigo. Mas digo mais. A Rússia, a sua sociedade, actualmente está “doente”. Mas está-se a recuperar! Desde que o Putin tomou o cargo. Só cegos e surdos, ou canalhas politicamente engajados não podem não ver isto. Se na altura o Putin não se tornasse presidente, a Rússia não existia, tal como nós a conhecemos (quer dizer nas mesmas fronteiras). Claro que para alguns indivíduos isto é sonho azul, mas não para o povo.

Anónimo disse...

Caro Manuel Santos, eu nunca afirmei que a solução para os problemas da Rússia é a transição imediata para um regime democrático. Aliás, existem exemplos de sobra de transições democráticas que não resultaram em sucesso económico e aumento de bem-estar da população. Por outro lado, por exemplo, foi quando a Coreia do Sul se converteu num regime autoritário, em inícios da década de 70, que o seu crescimento económico disparou. Singapura é outro exemplo de um regime autoritário que foi capaz de promover um forte crescimento económico. Mesmo a China pode ser encarada como um bom exemplo.

O tipo de regime não é tão importante como a estabilidade do mesmo, ou as nuances entre regimes. Especificamente, o que se verifica é que regimes orientados para o mercado, dominados por tecnocratas e relativamente livres de corrupção (sejam eles autoritários ou não) têm mais hipóteses de ser bem sucedidos. Por outro lado, quando as condições para uma democracia estável e durável não existem, uma transição democrática tenderá a prejudicar o crescimento económico.
Assim, a questão política interessa apenas na medida em que o regime é ou não capaz de promover o bem-estar da respectiva população. E, verdade seja dita, tendo em conta os factores citados acima, o regime russo não teve sucesso em nenhum dos pressupostos onde assenta o tal crescimento económico.

Independentemente do facto de se ter ou não tornado mais democrático ou transparente. A economia tornou-se menos competitiva, uma grande parte das empresas foi usurpada pelos burocratas estatais, que aliás dominam o regime, e a corrupção disparou para níveis nunca antes vistos. Para não falar do niilismo legal prevalecente mencionado por Medvedev. Não é de surpreender portanto que, a julgar pelo estado do país e pela magnitude do impacto da crise económica mundial na Rússia, que o apregoado crescimento económico tenha pés de barro, fundamentando-se apenas numa maré extremamente favorável dos preços dos combustíveis. Crescimento esse aliás que começou aceleradamente logo a seguir ao crash de 1998, à boleia da subida dos preços de petróleo, e não com a subida de Putin ao poder.

É por isso que indicadores como o estado das estradas, Sayano-Shushenskaya, a água corrente nos hospitais, a tuberculose, a SIDA e a expectativa de vida, os aumentos galopantes da criminalidade violenta, sinistralidade nas estradas e alcoolismo, bem como o facto de 30% dos lares russos ainda não terem saneamento básico são tão importantes quando confrontados com factores tais como petróleo a mais de 140 dólares o barril, a obscura erosão de 80 mil milhões de dólares da Gazprom, a compra de activos de oligarcas a preços astronómicos, o desmembramento da Yukos, o sifonamento de receitas da venda de hidrocarbonetos através de intermediários obscuros (Gunvor, RosUkrEnergo e outras) e o aumento galopante de gastos em defesa.

O clima internacional favorável da primeira década do século XXI foi assim em larga medida desperdiçado (criminosamente, muitos argumentarão). O diagnóstico de Medvedev, feito por Putin 9 anos antes, reconheceu aos olhos de toda a gente a incapacidade dos governos dessa década em promover o bem-estar social. Só se esqueceu de apontar o dedo aos responsáveis, os quais, inexplicavelmente, continuam a “governar”.

António Campos

anónimo russo disse...

António Campos disse...

"Quanto à premissa de ninguém pôr em causa o “domínio russo do Cáucaso do norte” remeto para o recente artigo da Nezavisimaya Gazeta”, que exprime a opinião que a situação na região está a descambar numa “guerra civil sem restrições” "de contornos político-religiosos", onde ninguém está a salvo, situação essa que a administração russa decidiu ignorar, achando, nas palavras do artigo “que tudo se vai resolver por si”.

http://www.ng.ru/editorial/2009-09-23/2_red.html"


Li o artigo. È menos dramatico que voce descreve, embora um pouco histérico. Mas não há nada de novo, só com uma certa énfase e por outras palavras.

Como já disse, quanto ao Caucaso, aconselho a esperar uns 15-20 anos, essas coisas não se resolvem num ano.

anónimo russo disse...

António Campos disse...
"Caro Manuel Santos, eu nunca afirmei que a solução para os problemas da Rússia é a transição imediata para um regime democrático. Aliás, existem exemplos de sobra de transições democráticas que não resultaram em sucesso económico e aumento de bem-estar da população. Por outro lado, por exemplo, foi quando a Coreia... etc., etc., etc."


Por mais que o senhor quisesse que assim fosse, qualquer pessoa séria entende perfeitamente, que aínda é demasiadamente cedo para tirar algumas conclusões. Nada se faz em uns 10 anos, quando se trata de um estado e da economia dele naquelas condições em que a Rússia se encontrava nos anos 90. Tambem, pelos vistos, o senhor se informa sobre o estado das coisas na Rússia por um modo bastante esquisito, citando cempre as fontes mais engajadas e póuco olhando para a vida real. Alem disso, exagera muito nas questóes que não entende muito bem. Enfim, não entende a situação muito bem. Voce não pode ser nem é especialista em todos os assuntos sobre que escreve, tanto mais que é estrangeiro o que só dificulta o entendimento das coisas.

Anónimo disse...

Outra declaração a reter de Medevedev: o mais importante para ele é...o amor. Vejam bem ao que se presta para se armar em santo. Falta só vestir-se de rosa, tal como a Xaninha. E depois, lembrar-se: amor com amor se paga. Que o Altissimo lhe dê todo o amor que merece.

Cristina Mestre disse...

Ao anónimo russo:
Embora o actual presidente tivesse de facto dito que se poderá recandidatar, continuo a achar que ele irá ceder o poder a Putin. Algumas partes do seu discurso pareceram-me de um político inseguro. Ora, ser inseguro na Rússia equivale a perder o poder. Também me parece que as ideias expressas ultimamente por Medvedev (que pessoalmente acho justas) não têm tanto acolhimento na Rússia como as ideias de Putin. Controlando este último os "siloviki", não é provável que Medvedev continue no poder no próximo mandato.

Da Rússia, de Portugal e do Mundo disse...

Caros leitores, no que respeita às presidenciais russas, muito ainda pode acontecer. A luta pelo lugar entre os grupos que apoiam Medvedev e Putin ja começou, mas ainda é cedo para tirar conclusões.

MSantos disse...

"Caro Manuel Santos, eu nunca afirmei que a solução para os problemas da Rússia é a transição imediata para um regime democrático."

Nem eu nunca o associei a tal, meu caro.

E relativamente aos exemplos que apresentou eu adiciono os seguintes:

- Crescimento e melhoria económica em resultado do golpe de estado de Pinochet, no Chile.

- Industrialização plena e massiva de um país rural que se encontrava em pleno séc. XIX por Josef Stalin.

- Crescimento económico e pleno emprego em 1939 para um país acabado de vir de uma situação de miséria 6 anos antes por Adolf Hitler.

Há só aqui uma coluna que falta e que geralmente os economistas não consideram que é o custo humano (não só em mortes) que para mim é o principal factor "económico".

Sobre a China ser um bom exemplo, bem...

Pode não parecer mas sou um liberal e apesar de todos os defeitos prefiro o regime russo que usa a economia de mercado (mal ou bem) tendo em vista o fim último do desenvolvimento do país e do seu povo a um regime comunista que usa o pior do capitalismo para explorar e delapidar grande parte do seu próprio povo.

E muitas vezes choca-me ver liberais, ultra-liberais, conservadores, direitistas a preferirem defender um regime comunista contra o regime russo só porque se serve do mais baixo capitalismo (não estou a dizer que seja o seu caso).

Cumpts
Manuel Santos

Anónimo disse...

Cristina Mestre:
Bruto também era "inseguro", e César é que se lixou.

anónimo russo disse...

Cristina Mestre disse...
"Ao anónimo russo:
Embora o actual presidente tivesse de facto dito que se poderá recandidatar, continuo a achar que ele irá ceder o poder a Putin. Algumas partes do seu discurso pareceram-me de um político inseguro. Ora, ser inseguro na Rússia equivale a perder o poder. Também me parece que as ideias expressas ultimamente por Medvedev (que pessoalmente acho justas) não têm tanto acolhimento na Rússia como as ideias de Putin. Controlando este último os "siloviki", não é provável que Medvedev continue no poder no próximo mandato."


Eu tenho outra opinião. Tanto mais que não sei em que divergem tanto as pontas de vista de Putin e Medvedev. È que na época quando Putin era presidente os desafios que a Rússia enfrentava eram um pouco diferentes e, especialmente no início do seu mandato, o país era diferente. Sóbre os ditos "siloviki" eu acho que alguns dão demasiada importáncia a essa categoria semi-mitica (quer dizer, o tal controlo forte sobre "siloviki" quer do lado de Putin, quer do Medvedev não me parece nada óbvio, são os funcionários que podem ser demitidos, e nada mais, não podem garantir o poder de quem quer que seja).

Jest nas Wielu disse...

Saúde soviética:

De um lado, é verdade que ninguém morria de gripe / apendicite / intoxicação alimentar (etc, etc, etc), pelo facto de não ter o dinheiro (seguro de saúde). Mas também é verdade, que para que qualquer operação séria correr bem, era necessário trazer “prendas” aos médicos (flores & chocolate para as senhoras, conhaque & caviar para os homens; o dinheiro era recebido por todos por igual).

Estou falar sobre a situação na parte europeia da URSS, pois na Ásia Central, Cáucaso, Azerbaijão e arredores as coisas eram bem piores.

anónimo russo disse...

Jest nas Wielu disse...
Saúde soviética:


"Estou falar sobre a situação na parte europeia da URSS, pois na Ásia Central, Cáucaso, Azerbaijão e arredores as coisas eram bem piores."

No Caucaso se situavam centros balneares (ou como se chama isso) mais importantes do país, inclusive na Abkházia. Quanto aos hospitais comuns, acho que não eram pior que em qualquer outro lugar do país.

Anónimo disse...

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