sexta-feira, abril 09, 2010

Presidente da Rússia deu início à realização do projeto gasífero Nord Stream


O Presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, deu hoje início à realização do projeto internacional Nord Stream e previu um forte aumento da procura de gás na Europa não obstante a procura de fontes de energia renováveis.
“Estamos todos seguros de que a procura de gás na Europa aumentará”, declarou Medvedev na cerimónia solene organizada na estação Portovaia, nos arredores de São Petersburgo, por ocasião do início das obras do projeto Nord Stream.
O dirigente russo considerou “lógica” essa tendência e sublinhou que o novo gasoduto contribuirá “para o desenvolvimento das infraestruturas energéticas transnacionais e para a exploração conjunta dos jazigos”, para a criação de empregos na Rússia e nos países da União Europeia.
“Mas é necessário garantir a segurança do meio ambiente”, frisou.
O gasoduto Nord Stream, com quase 1.200 quilómetros de comprimento, ligará a Rússia à Alemanha através do Mar Báltico e transportará até 55 mil milhões de metros cúbicos de combustível azul por ano.
O primeiro tubo no fundo do mar foi colocado na passada segunda-feira. Na estação de Portovaia realizou-se a soldura simbólica para assinalar a ligação entre as redes europeias e russas de transporte de gás.
Na cerimónia participaram também Jan Peter Balkenende, primeiro-ministro da Holanda, Gunther Oettinger, comissário europeu da Energia, Aleksei Miller, presidente da Gazprom, e Gerhard Schroeder, antigo chanceler alemão e presidente da comissão de acionistas da empresa operadora Nord Stream AF.
O monopólio gasífero russo, Gazprom, detém 51 por cento das ações da Nord Stream, as empresas alemãs Wintershall Holding e E.On Ruhrgas possuem 20 por cento cada uma, a holandesa Gasunie tem 9 por cento.
A primeira linha do tubo, com capacidade anual de transporte de 27.500 milhões de metros cúbicos, entrará em funcionamento em 2011. A segunda irá ser instalada e duplicará o volume de transporte.
À margem da cerimónia, Aleksei Miller diz não estar preocupado com a concorrência do gás extraído de xistos, cujos jazigos foram descobertos na Polónia.
“Não existem nenhumas premissas para que a extração de gás de xistos possa influir seriamente no mercado europeu e ponha em perigo as posições da Gazprom”, frisou.

17 comentários:

Anónimo disse...

""""À margem da cerimónia, Aleksei Miller diz não estar preocupado com a concorrência do gás extraído de xistos, cujos jazigos foram descobertos na Polónia.

“Não existem nenhumas premissas para que a extração de gás de xistos possa influir seriamente no mercado europeu e ponha em perigo as posições da Gazprom”, frisou.
""""

Duvido muito, a preocupação com essas jazidas da Polónia são grandes por parte da Rússia. Segundo estimativas, elas poderiam suprir a UE pelos próximos 100 anos. Sendo assim, por que os europeus iriam importar gás mais carrro da Rússia se podem fazê-lo dentro da própria UE, sem jogo as chantagens russas em relação ao gás.

HAVOC disse...

Maravilhosa notícia!!!

Eu sempre vibrei com essas alternativas mestres que os grandes estrategistas do Kremilin elaboram e executam!!!

Agora que se dane a Ucrania!!! Vão se arrepender por terem cuspido na cara da Terra-Mãe!!!

Esse novo gasoduto corta o Mar Báltico, em águas internacionais. E isso é muito bom, pois evita problemas diplomáticos.

E eu sempre vibrei com as relações diplomáticas entre a Rússia e a Alemanha. Eu acredito que o país da NATO que a Rússia tem os melhores relacionamentos é com a Alemanha!!!

A Alemanha e a Rússia só tem a ganhar com um grande fortalecimento em suas relações diplomáticas e comerciais.

E o Urso sempre acha uma saída para um problema. O que não irá ocorrer com a Ucrania!!! Quero ver agora como irá ficar Kiev, se a Rússia cortar o fornecimento de gás para a Europa por este país.A Ucrânia acertou um tiro na própria nuca!!!

E a Rússia tem novas alternativas também. E está no extremo oriente, de nome China!!! A Rússia será o grande fornecedor de energia para a China, irá ganhar trilhões de dólares por ano, e com esse dinheiro irá financiar o seu retorno para o lugar que nunca deveria ter saído: O TOPO!!!

PortugueseMan disse...

Duvido muito, a preocupação com essas jazidas da Polónia são grandes por parte da Rússia. Segundo estimativas, elas poderiam suprir a UE pelos próximos 100 anos.

No entanto é própria Polónia que está a renegociar um acordo de fornecimento de gás por mais de 30 anos!

E com aumento de fornecimento anual sempre a aumentar.

Se é a própria Polónia que se apressa em negociar contratos de longo prazo com a Rússia, esta deve temer exactamente o quê?

Anónimo disse...

^^
Segurança energética, caro portuguese man, segurança energética...
Até porque esse contrato foi assinado bem antes da descoberta.
http://news.bbc.co.uk/2/hi/business/8609131.stm

Isso é comum no mundo dos negócios. Por que os EUA assina contratos parecidos com países como o Canadá sendo auto-suficiente em gás?

gogol disse...

Alone hunter

nao se alegre muito, a ucrania sera auto-suficiente em gas em poucos anos com a descoberta de uma gigantesca jazida de gas de nos carpatos.
A russia eh um tigre de papel...em poucos anos ira cair

nuno disse...

portuguese man

o contrato da Polónia com a Gazprom não foi assinado, nem vai ser...

http://www.bloomberg.com/apps/news?
pid=20601085&sid=a0PZ7A5zkBjM

HAVOC disse...

Mesmo após 14 anos negociando, a Rússia permanece sendo como a única grande economia mundial que ainda não faz parte da OMC ( ou WTO).

A Rússia está ficando cada vez mais impaciente com Washington. Essa é a política imperialista que faz somente aumentar o ódio pelos Estados Unidos. Qual é o real objetivo? Como pode o mundo permitir uma economia, como a Rússia, fora dos grandes acordos comerciais que tanto impulsiona a diplomacia no mundo geoestratégico?

Enquanto isso, seguindo a sua agenta política peçonhenta, o Embaixador de Washington na Colômbia, William Brownfield, revelou que seu país já estava firmando acordos militares com dois países latinoamericanos. Brownfield disse que os acordos “já estavam prontos”, que permitiriam uma expansão militarista dos Estados Unidos na região.

Também foi concretizado no final de 2009 um acordo entre EUA e Panamá, para estabelecer 11 bases militares operativas para “lutar contra o narcotráfico”.

É o tipo de política expansionista, agressiva e hostil, que a NATO e seus países fantoches tanto patrocinam.

Quem é o vilão do planeta? O Irã ou os Estados Unidos? Quem tem ogivas nucleares? Os Estados Unidos ou o Irã?

E quem é o mais perigoso? Os Estados Unidos ou o Irã???

Anónimo disse...

"Alone Hunter";

Não comemore a venda de gás russo aos europeus, o gás acabará nalgum dia e os russos estarão na idade da pedra.

... e na verdade a Rússia trocará as commodities para importar manufacturados europeus (que envolve maior valor agregado), os russos não estão a ganhar como você tanto imagina.

PortugueseMan disse...

segurança energética...
Até porque esse contrato foi assinado bem antes da descoberta.


Sim é segurança energética, isto porque o primeiro afectado pelo a abertura do Nord Stream é exactamente a Polónia e estes estão ver como é que vão garantir a sua segurança energética.

Simples: não vão.

E nada tem a ver com a descoberta ou não da hipótese de sacarem gás pelo novo método, pois estas notícias só estão a saltar agora mais devido ao começo do pipeline.

...Por que os EUA assina contratos parecidos com países como o Canadá sendo auto-suficiente em gás?

Você chama de segurança energética depender de terceiros?

eu não.

PortugueseMan disse...

o contrato da Polónia com a Gazprom não foi assinado, nem vai ser...

Se não vai ser será a Polónia a decidir. O risco já é deles mesmo.

Não é por isso que vai deixar de comprar gás à Rússia. O que estes contratos procuram é garantir que a sua parte do fornecimento esteja reservado para o seu país.

Não havendo contrato,não há garantias de fornecimento, tudo depende da oferta e procura e a Rússia não estará obrigada a vender a eles, caso tenha mais clientes para o mesmo gás.

E com a entrada em funcionamento do Nord Stream, a Rússia pode se quiser, deixar de vender gás à Polónia e deixá-la de usar como país de trânsito para fornecer a Alemanha.

Basta para isto arranjar clientes alternativos e neste momento é o que têem.

PortugueseMan disse...

Caro JM,

Já concerteza sabe do avião com o Presidente Polaco...

hummes disse...

portuguese man,

esqueceu das descobertas das jazidas de gás de xisto na polonia? O pais será autosuficiente em gás. Nao será dependente mais do gás (sujo) russo.

Anónimo disse...

"E com a entrada em funcionamento do Nord Stream, a Rússia pode se quiser, deixar de vender gás à Polónia e deixá-la de usar como país de trânsito para fornecer a Alemanha."

Mas isso é impossível, porque a credibilidade russa como um bom fornecedor estaria em jogo. E duvido que eles arriscariam isso.

Pippo disse...

Anónimo das 13:36, o Nord Stream destina-se, precisamente, a eliminar a Polónia e os países bálticos como países de trânsito (ou melhor, bloqueadores) entre a Rússia e a Alemanha. Foram aliás estes os países que mais criticaram a decisão alemã de se associar à Rússia pois não só perderam influência como deixaram de poder exercer as suas vingançazinhas contra Moscovo.

Se a Polónia não desejar o gás russo, nada obsta a que Rússia deixe de vender gás à Polónia. Não existe nenhum risco quanto à crebilidade do fornecedor dado não existir qualquer quebra de compromisso. O compromisso é com a Alemanha e Holanda. A Polónia, se pagar, entrará no negócio, caso contrário fica de fora.

PortugueseMan disse...

Mas isso é impossível, porque a credibilidade russa como um bom fornecedor estaria em jogo

Estaria porquê? A Rússia vende simplesmente.

Se optar por vender mais à China e vender menos à Polónia qual o problema?

Se não há contrato de fornecimento, não há obrigações.

A Polónia não tem a obrigação de comprar gás à Rússia e a Rússia não tem obrigação de vender à Polónia.

Daí a razão porque a Polónia estar a negociar um contrato a longo prazo com a Rússia.

nunao disse...

portuguese man

o mundo dos negócios é mais complexo do que: """Se optar por vender mais à China e vender menos à Polónia qual o problema?"""

Aliás, acho que essa preocupação é provisória, em breve países como a Polónia serão autosuficientes em gas

PortugueseMan disse...

Aliás, acho que essa preocupação é provisória, em breve países como a Polónia serão autosuficientes em gas

Óptimo, nesse caso não necessitam de andar atrás dos russos para fazer contratos de longo prazo e escusavam de terem feito tudo o que podiam para impedir o lançamento do Nord Stream.

A não ser que a sua teoria, não passe disso mesmo, uma teoria.

Porque os actos são factos e não me parece que seja a Rússia que esteja a bater à porta da Polónia para lhes vender um pouco de gás...