sábado, maio 08, 2010

Reflexões tristes em vésperas da Festa da Vitória


As autoridades russas não poupam meios financeiros e humanos para organizar uma Festa da Vitória com vista a obrigar o mundo a abrir a boca de espanto. O 65º aniversário da vitória do Exército Vermelho na Grande Guerra Pátria (1941-1945), que se realiza no dia 9º de Maio, vai ser assinalado, entre outras iniciativas, com paradas militares em que participarão 71 mil militares.
A principal parada terá lugar na Praça Vermelha de Moscovo, com a exibição de tanques, mísseis, aviões e helicópteros de combate. Um espectáculo para deslumbrar os cerca de 40 chefes de Estado e Governo estrangeiros, convidados especiais e algumas centenas de veteranos da Segunda Guerra Mundial.
Para que as más línguas não interpretem isso como mais uma demonstração de agressividade, foi decidido convidar, finalmente, tropas dos países que combateram com a União Soviética contra o fascismo: Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Polónia, etc., iniciativa que indignou os comunistas russos, pois trata-se do "desfile de tropas da NATO na Praça Vermelha", onde estão sepultados Lénine e Estaline.
E para que nada, mas mesmo nada, falhe, a aviação está pronta para impedir que as nuvens cheguem ao centro de Moscovo, operação que irá custar cerca de um milhão de euros.
As estrelas do pop mais vulgar (equivalente ao pior pimba nacional),  trajando vestes aberrantes e  fazendo de conta que cantam ao vivo, aparecem nos ecrãs de televisão a interpretar canções de guerra, muitas delas outrora interpretadas por grandes cantores e cantoras soviéticos.
Não é meu costume contar o dinheiro alheio, pois cada um gasta-o como quer, mas não posso deixar passar algumas considerações e observações que são feitos por alguns russos a este propósito.
A cidade de Moscovo está muito enfeitada, mas a grande quantidade de polícia em todos os cantos do centro da capital russa faz lembrar uma cidade em estado de sítio. As estradas são cortadas ao trânsito, o que não faz aumentar o entusiasmo de condutores e peões.
Isto coloca a questão: para quem é feita toda a festa se o povo e a maioria dos veteranos só podem ver as celebrações pela televisão?
Além disso, há casos de hipocrisia tão gritantes que nem os órgãos de informação oficiais podem ficar calados. O Presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, afirmou que todos os veteranos de guerra deviam receber um lar condigno até 09 de Maio, mas a promessa continua por cumprir. As autoridades locais não cumprem as ordens do poder central ou cumprem de forma humilhante.
Irina Petrovskaia, crítica de televisão, relatou, aos microfones da rádio Eco de Moscovo, que, numa das regiões de Nijni-Novgorod, as autoridades locais ofereceram prendas aos veteranos de guerra e, depois, o Ministério das Finanças veio exigir que os anciãos pagassem impostos por elas.
Andrei Malakhov, no programa "Que falem!" do primeiro canal de televisão russa, mostrou um veterano de guerra, inválido, que vive num barraco de madeira. Mikhail Zadornov, conhecido escritor satírico, relatou que os veteranos que participam em shows televisivos são convidados a trocar o seu casaco coçado por um novo, que deve ser devolvido no fim do programa.
Tive oportunidade de conhecer numerosos veteranos soviéticos, alguns deles foram meus professores na Universidade de Moscovo. Pessoas simples, humildes, verdadeiros heróis... A eles presto homenagem e felicito-os. A festa é deles e não dos que pretendem tirar dividendos políticos e financeiros da Vitória.

47 comentários:

Unknown disse...

A Grande-Batalha vai dar-se entre Muçulmanos e Judeus.
Qualquer um que ganhe, nós, portugueses, com Papa ou sem Papa, estamos sempre f*…
Pelos vistos a Rússia vai alinhar do lado dos segundos...

Bremm disse...

Cara Maria,

Infelizmente é como pular da frigideira e cair no meio do fogo.

Não me furto em dizer que tais festas feitas com o dinheiro público, são para "inglês ver" (como dizem cá no Brasil).

Jest nas Wielu disse...

Na Net russa se escreve que todos os meios aéreos que vão passar pela praça vermelha representam cerca de 80% daquilo, que ainda consegue voar naquele país.

Se calhar, até pode ser verdade…

Jest nas Wielu disse...

Sobre a problemática da II Guerra Mundial

Em 1945 a alemã Gabriele Köpp tinha apenas 15 anos, quando durante duas semanas foi repetidamente violada pelos soldados soviéticos.

O livro que ela escreveu sobre o seu passado traumático se chama "Warum war ich bloss ein Mädchen?" (http://www.herbig.net/gesamtverzeichnis/
sachbuch/zeitgeschichte/einzelansicht/
browse/3/product/zeitgeschichte/
warum-war-ich-bloss-ein-maedchen.html, ISBN 9783776626292; 16,95 Eur).

A revista "Spiegel" escreve que não existem os dados exactos sobre a quantidade de mulheres alemãs violadas pelo exército soviético, o número que aparece em várias publicações aponta para dois milhões de mulheres. Segundo a investigação do Dr. Philipp Kuwert, o especialista de traumas e o chefe do Departamento de Psiquiatria e Psicoterapia do Hospital universitário de Greifswald, a idade média das vítimas de violações soviéticas era de 17 anos e cada mulher foi violada em média 12 vezes. Quase metade das vítimas possui os sindromas pós – traumáticos, incluindo os pesadelos, tendências de suicídio, anestesia emocional. Cerca de 81% destas mulheres adquiriram o efeito negativo directo sobre a sexualidade.

A historiadora Birgit Beck-Heppner escreve que os soldados soviéticos usavam as violações para intimidar as populações alemãs, mostrando que o seu governo e exército já não lhes conseguiam garantir a segurança. Por isso, muitas destas violações eram executados em público.

Ler o artigo completo em inglês:
http://www.spiegel.de/international/
germany/0,1518,680354,00.html

António disse...

O economista Alexei Bayer escreve a propósito das celebrações:

"A Rússia não perdeu a guerra, mas também não a ganhou. Na estreia do narcisista e pseudo-hollywoodesco filme épico de guerra de Mikhalkov, "Queimado pelo Sol 2", cerca de 6.000 membros da elite política, empresarial e do mundo do espectáculo chegaram ao Kremlin em carros de luxo alemães e elogiaram hipocritamente a Grande Vitória. Agora, 65 anos depois de o fumo se ter desvanecido, estes aparentam ter sido os únicos vencedores."


Fait-divers:
Veterano de Kursk recebe apartamento e televisão 65 anos depois:

http://www.themoscowtimes.com/news/article/a-65-year-wait-for-an-apartment-and-tv/405527.html

António Campos

anónimo russo disse...

"A principal parada terá lugar na Praça Vermelha de Moscovo, com a exibição de tanques, mísseis, aviões e helicópteros de combate. Um espectáculo para deslumbrar os cerca de 40 chefes de Estado e Governo estrangeiros, convidados especiais e algumas centenas de veteranos da Segunda Guerra Mundial."




Não se preocupem. A festa não é para deslumbrar alguem. Não se esqueçam que Moscovo tem no máximo 10 % da população da Russa e a parada militar vai haver em todas as maiores cidades do país, inclusive na minha. Vou ir para a festa amanhã com a minha famílha. Que o governo local de Moscovo gasta muito dinheiro para desviar as muvens é problema de Moscovo. Mas Moscovo aínda não é toda a Rússia. Por sinal, aqui nunca há grandes problemas de tránsito (claro que há poucos carros nas ruas a 9 de maio). E a parada militar atrai mesmo muita gente aqui, é bastante isnteressante, especialmente para crianças.

Sobre os veteranos não acho que esteja tudo assim tão mau. Acho que realmente nem todos ainda têm os apartamentos que Medvedev ordenou lhes dar, mas, segundo ouvi, a sua pensão não é assim tão pequena (para Moscovo - talvez, mas não para a província). Por isso é preciso ver cada caso concreto.

PortugueseMan disse...

...A festa é deles e não dos que pretendem tirar dividendos políticos e financeiros da Vitória...


Meu caro, confesso não perceber que dividendos financeiros está você a referir, mas quanto aos dividendos políticos sem dúvida.

Isto é uma mensagem tanto para interior como para o exterior.

Eles fazem com esta dimensão porque podem. Isto é um aviso à navegação. Se o futuro complicar (e isso é um dos futuros que considero muito provável), a Rússia prepara-se.

Demonstrações de força foram recentemente feitas pela China com uma parada semelhante e até os EUA de uma maneira diferente tem subido a parada quando faz demonstrações de força.

Infelizmente assistimos de uma maneira generalizada a cada vez mais a demonstrações de força, a hostilidades, a conflitos, a economias a degradar-se...

Parece que estamos a fazer um "bolo", os ingredientes andam todos aí...

Anónimo disse...

Às vésperas das festividades, Luzhkov foi criticado pelo partido do Kremlin, Rússia Unida, e pelo presidente da Duma, Boris Grizlov.

"Luzhkov não é um historiador, mas o prefeito da cidade. A avaliação política de Stalin nunca pode ser positiva", disse.

Por isso, os veteranos e nostálgicos que queiram render memórias à figura de Stalin em sua faceta militar terão que fazer isso nos museus.

Segundo a pesquisa do Centro Levada, a maioria dos russos (51%) é contrária à presença de cartazes de Stalin nas ruas das cidades e só uma minoria (12%) apóia a iniciativa.

O Kremlin se manteve a margem da polêmica, embora nas últimas semanas tanto o presidente russo, Dmitri Medvedev, como o primeiro-ministro, Vladimir Putin, criticaram publicamente as repressões, deportações e massacres stalinistas, como o de milhares de oficiais poloneses em Katyn.

Os comunistas não se rendem e antecipam que levarão retratos de Stalin e do fundador do Estado soviético, Lenin, durante o Dia da Vitória em Moscou e pendurarão cartazes em São Petersburgo.

Em Vladivostok, capital do Extremo Oriente russo, as autoridades locais não ignoraram os pedidos dos veteranos e pendurarão cartazes de Stalin para o 9 de maio.

Os nostálgicos da URSS também insistem em devolver a Volgogrado, cidade que foi palco de uma das batalhas mais importantes da Segunda Guerra Mundial, o nome de Stalingrado, apesar de 59% dos russos serem contra a idéia, segundo Levada. EFE

http://g1.globo.com/Noticias
/PopArte/0,,MUL1590816-7084,00-
STALIN+PROTAGONIZA+GUERRA+SIMBOLICA
+NA+RUSSIA.html

Anónimo disse...

Stalin protagoniza guerra simbólica na Rússia

Moscou, 8 mai (EFE).- Os russos se enredaram em uma guerra de símbolos cujo principal protagonista é Stalin e seu polêmico papel na vitória sobre Hitler às vésperas do 65º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial.

"Nós russos somos extremistas. Para uns Stalin é um Deus, para outros um carrasco. Não há meio termo", explicou Serguei Dorenko, popular jornalista e apresentador de rádio, membro do Partido Comunista Russo (PCR), à Agência Efe.

Diversas cidades russas se preparam para comemorar em grande estilo o 9 de maio, Dia da Vitória do Exército Vermelho sobre a Alemanha nazista na Grande Guerra Pátria (1941-1945), episódio soviético da Segunda Guerra Mundial.

O Dia da Vitória é a única festividade local que alcança os cidadãos de todas as classes, ideologias e condições sociais que deixam de lado suas diferenças para fazer um tributo aos 26,6 milhões de russos que morreram na guerra contra o fascismo.

No entanto, este ano a figura do ditador soviético Josef Stalin acabou colada nas festividades por acaso, devido à insistência de alguns setores de pendurar seus retratos pelas ruas.

"Um 9 de maio sem Stalin é simplesmente ridículo. A história da vitória tem muitas caras e sem lembrar Stalin dificilmente será completa", afirmou Ivan Mélnikov, número dois dos comunistas e vice-presidente da Duma (Câmara dos Deputados).

O prefeito de Moscou, Yuri Luzhkov, anunciou há alguns meses que apareceriam cartazes com retratos do ditador, conhecido como "pai dos povos", na capital por causa do Dia da Vitória, iniciativa muito criticada pelos liberais e defensores de direitos humanos que ameaçaram arrancá-los.

Eles lembram que Stalin conseguiu que a União Soviética fosse mantida à margem da disputa mundial por causa do polêmico tratado de não agressão soviético-alemão Mólotov-Ribbentrop (1939), em que repartiu a Europa Oriental com Hitler.

Os liberais também criticam Stalin por não pensar no futuro, debilitar o Exército com expurgos frequentes e não reagir à ameaça crescente hitleriana até que as tropas alemãs invadiram o território soviético no dia 22 de junho de 1941.

"Stalin tem que existir. Não podemos deixar uma das três cadeiras da conferência de Yalta, onde Stalin se sentou junto a Roosevelt e Churchill, vazia. Ao mesmo tempo, para milhões de russos, apenas a menção do seu nome causa dor", acrescentou Dorenko.

"Não somos como os chineses. Nós russos somos muito temperamentais. Não podemos julgar Stalin com porcentagens como eles fizeram com Mao. Uma média de 70% bom, 30% mau", disse.

antónio m p disse...

Há a História e as historinhas. Com estas se tenta apagar um dos acontecimentos mundiais mais importantes para a Humanidade. Mas já não podem, felizmente.

Estou a comentar comentários - para maus entendedores!

Da Rússia, de Portugal e do Mundo disse...

Caro PM, a organização de uma festa com estas dimensões, em toda a Rússia, custa muitos milhões de euros. Empresas de publicidade, de organização de eventos, etc.

PortugueseMan disse...

Caro JM,

Mas isso é bom para as empresas desses ramos. Que também precisam de trabalho para subsistir.

Se o dinheiro é gasto nas economias locais a coisa em si é positiva a meu ver.

Da Rússia, de Portugal e do Mundo disse...

Caro PM, esse dinheiro resolveria alguns problemas sociais prementes, por isso, poderia ser empregue no melhoramento das condições de vida dos veteranos da guerra e do trabalho.

PortugueseMan disse...

Depende da perspectiva que se olhe.

Quantas empresas privadas dos mais variados ramos, têm uma percentagem dos seus negócios dependentes de encomendas do estado?

E muitas vezes quando o consumo privado se retrai, quantas são as empresas que ainda conseguem sobreviver com um ou outro contrato estatal que as permite sobreviver nos tempos mais dificeis?

Se estas empresas acabassem por fechar as portas, quem teria que vir em auxílio dos desempregados e das respectivas familias?

E se calhar do alcool que esse chefe de família vai passar a beber, enquanto está em casa sem fazer nada e a descarregar a sua frustração na mulher que já tem problemas que chegue...

MSantos disse...

A maioria dos ocidentais não consegue reconhecer nas demonstrações de poder efectuadas nas tradicionais paradas militares na Praça Vermelha, já como uma questão cultural, algo que vitaliza a auto-estima da alma russa, além do facto de estarem ligadas mal ou bem, à tradição despótica da Rússia e da omnipresença do Estado forte.

Qualquer grande potência não dispensa as suas manifestações e demonstrações de poder, umas em paradas outras infelizmente em manifestações desse mesmo poder mais reais e duras e por vezes ambas.

Sobre os gastos, seria já bom que a Rússia fosse exclusiva neste ponto, mas também temos que ver a relação custo/benefício. Para eles isto vai trazer um fôlego moral além do prestígio internacional e se qualquer nação se inibisse de fazer qualquer coisa até corrigir todas as injustiças sociais no seu seio (ainda para mais na dimensão da Rússia), provavelmente nunca faria nada. Aqui o óptimo é inimigo do bom.

Cumpts
Manuel Santos

José Manuel disse...

A vitória não foi apenas da Rússia mas sim de todos os povos da UNIÃO SOVIÉTICA. Por isso faz mais sentido serem também os veteranos dos restantes países da URSS a participar na marcha. A Rússia naão deve monopolizar esta data.
Quanto às figuras em destaque, deveria ser homenageado o principal obreiro da Vitória que foi o Marechal Zhukov.

filme da parada de 1945:
http://www.youtube.com/watch?v=MD9fqcFijUA

anónimo russo disse...

Stalin - anti-stalin, comunistas - liberais e outros - fora de Moscovo esta festa é, pelos vistos, muito menos politizada, e isso é muito bom. Pelo menos, aqui, na minha cidade de Rostov-na-Donu, não vi nenhum retrato de Stalin, mas vi muitas e muitas crianças que, junto com os seus pais, assistiram à parada militar e à parte mais interessante e mais impressionante dela: a passagem da tecnica militar (ou como se chamar a isso em portugues). S-300, misseis "Tochka -u" (Точка-у), se não me engano, tanques (antes não vi tanques nas paradas militares aqui, deve ser, porque receavam danificar o asfalto (mas não danificaram na realidade, embora de volta já iam nas plataformas numa das ruas não longe da rua central). E isso não foi "para o inglês ver". È uma festa popular, para todos. Uma festa patriótica, e isso é bom. Porque num país do tamanho e de multinacionalidade da Rússia deve existir patriotismo. E aqui isto foi apenas uma festa, mas uma festa em que participaram muitos, uma festa sem politica, sem demonstrar nada a nuinguem, mas uma festa necessária.

Anónimo disse...

À comentadora Maria,

Respeito os seus receios mas não me revejo neles nem no seu ainti-semitismo.

João Moreira

Anónimo disse...

Caro Milhazes,

Não me ofenda que haja festejos. O que tem de ser salientado é a precaridade em que vive grande parte da população e os gastos excessivos e o protagonismo que as autoridades responsáveis pretendem trasmitir.

João Moreira

Ricardo disse...

Bem-vindo a Rússia capitalista, não éra isso que todo ocidente queria?!

Anónimo disse...

Perguntei a uma amigo russo que vive em Portugal se viu o desfile na televisão e a sua resposta foi inesperada:
"Vi um bocado, mas senti cá uma tristeza...
Tudo isto, disse ele, não é muito diferente dos tempos soviéticos. O Kremlin utiliza a data simplesmente para reforçar o poder, os veteranos são um mero instrumento nas suas mãos. Era melhor se gastassem os milhões em casas ou outros bens para os poucos veteranos que restam.
Esta gente do Kremlin diz : "A nossa Vitória". Nossa, porquê? Eles não fizeram nada para se alcançar a Vitória. Podiam da mesma forma comemorar a vitória sobre Napoleão, ou a vitória sobre os tártaros...."
Isto é uma enorme operação de propaganda para reforçar o poder na Rússia"
José L.

Pippo disse...

Quanto a gastos desnecessários, ora, se não estou em erro, o Estado português vai gastar uma pequena fortuna com a vinda do Papa; a Câmara Municipal de Lisboa gastou umas somas razoáveis a encomendar e colocar cartazes gigantescos para celebrar a vinda de Sua Santidade (para quê, pode-se saber?); e os funcionários públicos de Lisboa e do Porto tiveram dispensa do trabalho, com a sóbvias consequências ao nível da produtividade (e diz o Governo que os funcionários públicos não podem ser aumentados por causa do mau estado das Finanças Públicas!).

Em França, todos os anos há um enorme desfile militar para se comemorar a Tomada da Bastilha (a mesma que deu origem ao Regicídio e ao Terror). Quanto dinheiro se gastará nisso?

O desfile de 9 de Maio custou dinheiro? Claro que sim, deve ter custado uma fortuna, assim como o custam uma série de iniciativas semelhanmtes por esse mundo fora. E todos esses países poderiam usar esses fundos em prol da população.

Deveria a Rússia comportar-se de forma diferente? Porquê?

António disse...

É difícil arranjar justificação mais hipócrita para os gastos astronómicos nas celebrações do que a que afinal são benéficos porque impulsionam a economia local. Tal seria verdade numa economia transparente e aberta à livre concorrência, mas nunca no município de Moscovo, onde os contratos camarários custam várias vezes mais do que o normal só para suportar os gastos com todos os subornos e kickbacks envolvidos. E sendo assim, não é preciso ser muito esperto para perceber que, como sempre, os beneficiários são muito poucos e sempre os mesmos.

No entanto, o Manuel Santos tocou num ponto importante: num país onde a população tem muito pouco de que se orgulhar, os benefícios intangíveis associados à moral não devem ser negligenciados. Ainda que me pareça que o seu objectivo principal não seja esse, mas sim qualquer coisa com um carácter um bocadinho mais estalinista: associar à liderança o prestígio da vitória. A mensagem é subliminar, mas bastante clara.

António Campos

Unknown disse...

http://tilesexperts.com/wordpress/os-illuminati/reporter-do-acidente-do-aviao-polones-foi-esfaqueado-e-morto-no-hospital/


Repórter do Acidente do Avião Polônes foi Esfaqueado e Morto no Hospital

Unknown disse...

Alguém já viu o vídeo dos sobrebiventes do acidente em Smolensk sendo supostamente assassinados????????

http://www.youtube.com/watch?v=FEx7HL4H5yk&feature=player_embedded#

Anónimo disse...

Festa por festa, e o Brasil iludido para 2014 e 2016!

anónimo russo disse...

António disse...


"...No entanto, o Manuel Santos tocou num ponto importante: num país onde a população tem muito pouco de que se orgulhar..."



E no seu país a população tem muito mais de que se orgulhar? Especialmente agora? Mais uma vez você revela a sua russofobia oculta e a sua falta de conhecimento.

anónimo russo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
anónimo russo disse...

Anónimo disse...

"Perguntei a uma amigo russo que vive em Portugal se viu o desfile na televisão e a sua resposta foi inesperada:
"Vi um bocado, mas senti cá uma tristeza...
Tudo isto, disse ele, não é muito diferente dos tempos soviéticos. O Kremlin utiliza..."


Eu cresci na União Sovietica e posso dizer que a Rússia atual nada tem a ver com a União Sovietica. Mas até não me surpreendem as palavras do seu amigo (se isso é verdade): com tanta parcialidade que por vezes os media ocidentais mostram quando falam da Rússia, não é de surpreender que as pessoas que perderam a ligação com a Rússia pensem assim.


Mais uma vez quero dizer para aqueles que aínda não compreendem: 9 de maio é uma festa geral na Rússia onde as pessoas podem passear, ver o desfile militar (o que é interessante), onde os parques estão repletos de crianças.
Os senhores que fazem de farois da democracia aqui não acham que já estão a exagerar um pouco? Deixem a Rússia festejar as suas festas em paz.

PortugueseMan disse...

...É difícil arranjar justificação mais hipócrita para os gastos astronómicos nas celebrações do que a que afinal são benéficos porque impulsionam a economia local. Tal seria verdade numa economia transparente e aberta à livre concorrência...

Por falar em hipocrisia, por acaso lembrei-me de que você nem abriu o bico para se preocupar com o dinheiro que a Rússia vai enterrar na Ucrânia e aí até poderia falar em gastos astronómicos porque o são mesmo.

Nem o ouvi falar a dizer que desta vez é que a Gazprom vai à falência, porque além de "falta de eficiência", não está a cobrar preços de mercado como o faz qualquer "economia transparente e aberta à livre concorrência"...

Agora se você é capaz de dizer que a minha afirmação é hipocrita, eu para evitar de o chamar de aldrabão e mentiroso, vai-me dar pormenores de como e onde esse dinheiro está a ser gasto e mostrar a hipocrisia da minha resposta.

Anónimo disse...

Anónimo russo:
Olhe, o meu amigo russo não perdeu a ligação com a Rússia, regressou de lá há poucos meses e as suas fontes de informação são a televisão russa (por cabo), a internet russa e não os jornais ocidentais.
Você não concebe é que um russo diga mal do Kremlin, mas esse é um problema seu.
Eu também conheci a União Soviética e a Rússia actual e sei muito bem do que estou a falar.
Se, no dia 9 de Maio, data muito respeitável, as pessoas vão para as ruas e praças com as crianças ver os desfiles, descansar e festejar, tal não implica que o Kremlin, tal como disse o meu amigo, utilize a data para fazer propaganda.
José L.

anónimo russo disse...

Anónimo disse...
Anónimo russo:

1."Você não concebe é que um russo diga mal do Kremlin, mas esse é um problema seu."


Talvez seja por que eu vejo quase todos os dias na internet essas histéricas de "descontentes" (90% dos quais são de Moscovo). Histericas e opiniões radicais. Só que há uma coisa que não me permite respeitar tais "oposicionistas" - gritar sabem muito bem, mas sugerir algum programa sério para o desenvolvimento do país não são capazes (um programa viavel). Graças a deus, quando eles saem para as ruas para "lutar contra o regime sangrento" no maximo podem juntar uns 500 apoiantes no centro de Moscovo, e aqui, na província, parece que simplesmente não existem.



2."Eu também conheci a União Soviética e a Rússia actual e sei muito bem do que estou a falar.
Se, no dia 9 de Maio, data muito respeitável, as pessoas vão para as ruas e praças com as crianças ver os desfiles, descansar e festejar, tal não implica que o Kremlin, tal como disse o meu amigo, utilize a data para fazer propaganda."



Você, talvez, conheceu alguma coisa, mas eu cresci aqui. Há uma coisa que me provoca já a vontade de vomitar: quando alguns dos "descontentes", "discordantes" etc. vêem por todo o lado a "mão sangrenta do Kremlin", até onde ela não está presente. Como neste caso. Que de mau fez o Kremlin? Não devia festejar a vitória? Desconfio que se não tivesse desfiles, logo surgiriam alguns "descontentes" a enxergar a "mão sangrenta do Kremlin" que quer desintegrar o país etc etc etc. Neste caso o poder agiu exatamente como devia ter agido. Porque é a maior festa nacional e, alem disso - 65 anos da vitória, talvez já um dos últimos aniversãrios para aqueles veteranos que aínda estão vivos.


Antes de falar dos "truques propagandistas do Kremlin", seria interessante saber se você viu aquela vasta entrevista de Medvedev, que já foi mencionada neste blog, que ele deu ao redator do "Izvestia". Ele disse muitas coisas interessantes e bastante razoaveis. Mas eu não vi lá muito propagandismo, pelo menos algum propagandismo maior que aquele a que quaisquer politicos ocidentais recorrem muitas vezes.

Anónimo disse...

Ao comentador Pippo:

Sim, deveria fazer diferente.
Quanto a Portugal e aos exemplos citados, não concordo com as iniciativas tomadas, sejam cartazes, tolerâncias, etc. A Constituição vigente diz que o Estado é laico (diz, mas não executa). Hoje, li que os hospitais e as escolas públicas vão estar encerradas (desconheço se, por arrastamente, os/as privados/as). Ou seja, vai ser concedido um "feriado religioso" aos alunos, aos professores e a restantes funcionários públicos.
Quanto "ao que um faz eu também posso fazer" é um dos males que padece este País. Tome o exemplo da freguesia que decide erguer uma instituição/serviço público para deixar obra; a vizinha, para não se sentir depreciada, lança-se numa outra igual ou maior, para não ser esquecida e manter protagonismo. A questão não é tanto "o fazer" mas mais o que fica... para benefício, por pagar, por sustentar!

João Moreira

Nuno B. disse...

Caro JM,

permita-me que discorde do tom de insatisfação que recobre este seu poste.

Claro que há necessidades sociais gritantes, mas penso tb que seria de destacar o desfile das tropas da NATO na Praça Vermelha, algo que seria impensável há 15-20 anos atrás.

A guerra fria acabou. Novas coligações desenham-se para as guerras do sec XXI.

Afinal, a influencia crescente da China e o fundamentalismo islâmico não estarão a aproximar a Rússia do mundo ocidental?


Cumprimentos.

Pippo disse...

Ao leitor João Moreira:

Não concordo consigo. A Rússia deveria ser diferente porquê? Tem alguma obrigação moral "extra" que os outros não tenham?
Se a França comemora a tomada da Bastilha com desfiles, não vejo motivos para que a Rússia não comemore a vitória sobre os nazis. Parece-me mais lógico celebrar uma vitória sobre um agressor fanático do que comemorar a mera queda do Antigo Regime.

Todos os povos têm o direito de ter as suas celebrações, e todos os regimes ou aqueles que detêm o poder usam essas celebrações (até as mais insignificantes, de aldeia) para seu benefício. É humano, quer queiramos ou não.

A questão é saber se, para os russos, estas celebrações fazem sentido. Se não fazem, então temos um problema; se fazem, então vamos dizer o quê?

António disse...

Parte 2

Promete ser interessante.

Quanto à Gazprom, não há novidade nenhuma. Anda ao sabor das flutuações dos mercados energéticos. Hilariantes foram as suas preocupações ambientais em relação ao potencial de exploração de gás de xistos na Europa e nos Estados Unidos. Seria talvez mais vantajoso para a Rússia que essas preocupações se dirigissem aos problemas ambientais no próprio território russo, que são avassaladores. Ficaríamos todos a ganhar.

Quanto aos tais pormenores sobre os gastos nas celebrações, tendo em conta que numa economia é tão transparente como a Gazprom e que estamos a falar tão só do município mais corrupto da Rússia e do país mais corrupto da Europa e um dos mais corruptos do mundo, parece-me natural que quem profira afirmações absurdas sobre como o Espírito Santo fez dos concursos de adjudicação das celebrações uma excepção à regra tenha necessariamente que suportar o ónus da prova.

Como dizia Carl Sagan, "extraordinary claims require extraordinary evidence".

António Campos

António disse...

Dá-me imenso prazer assistir a membros da corja lacaia afogarem-se no próprio vómito. Mas sinceramente, espero que os patrões destes senhores estejam a seguir atentamente o seu desempenho neste blog, quanto mais não seja para perceberem que o seu dinheiro está a ser muito mal gasto. E, quem sabe, talvez os substituam por gente um bocadinho mais sofisticada, para ver se isto anima alguma coisita.

Ainda assim, foi positivo ter-me sido tão simpaticamente dada uma oportunidade de comentar o desconto no gás da Rússia ao seu novo satélite ucraniano. O que muita gente não sabe é que este desconto vai ser compensado através de uma redução nas tarifas que a Gazprom paga ao estado russo. Por outras palavras, o custo vai ser suportado pelo orçamento do estado, ou seja, pelos contribuintes. Fica então aqui mais um excelente exemplo da estratégia de privatização dos lucros e da nacionalização das perdas que os que detêm os recursos gostam tanto de exercer. E quem os pode censurar? Eles podem!

Com esta negociata paga pelo russo comum, Putin pensa ter dado um golpe de mestre. Uma vez que o trato prevê a construção de mais duas centrais nucleares, Moscovo manterá o monopólio nuclear no país, limitando, em conjunto com a base em Sevastopol e a subsidiodependência, a soberania da Ucrânia, refreando igualmente o ímpeto reformista sobre a altamente corrupta rede de gás ucraniana e as reformas democráticas em geral, o que afastará a Ucrânia do mundo ocidental, da União Europeia e da NATO. Pimba!

Mas pode sair-lhe o tiro pela culatra. Os descontos no gás têm efeito imediato, enquanto que o acordo da base de Sevastopol expira em 2017 e o novo acordo só entrará em vigor após esta data. Tendo em conta que os partidos da oposição já afirmaram as suas intenções de anular o acordo logo que cheguem ao poder, Yanukovich poderá ter agarrado Putin pelos tomates. Agora, é do interesse de Moscovo que Yanukovich ou outro dignatário do Partido das Regiões permaneça no poder até 2042. E quem sabe quanto mais a Ucrânia poderá exigir a Moscovo, sabendo que a Rússia é agora vista como sua refém?

Anónimo disse...

O senhor Milhazes pergunta:

"Isto coloca a questão: para quem é feita toda a festa (...)"?

Para os do costume, os políticos e todos aqueles que, os mesmos políticos ganham com estas coisas.

Como a política vive à custa da "ilusão" a festa tem a "sua razão de ser". Eis a explicação para a sua pergunta.

Vox disse...

Resposta ao Jest Nas Wielu.

Isso que referiu acerca das violações é 100 % verdade. Aliás, foi até permitido a título excepcional, um número elevadíssimo de abortos na Alemanha, nessa altura (para cima de 200.000).
Mas não foi só na Alemanha: por exemplo, a mulher do comunista jugoslavo Milovan Djilas queixou-se pessoalmente ao monstro Estaline acerca das violações cometidas pelos "libertadores" do "Glorioso" Exército vermelho sobre mulheres jugoslavas. Djilas estava presente e a besta do Estaline disse mais ou menos isto "então os homens marcham milhares de quilómetros por entre ferro, fogo e sangue e não podem ter um gesto de carinho ..." e isto, enquanto atrevidamente, afagava a mulher do Djilas.
E na Polónia, onde uma divisão inteira do Exército Vermelho, foi mandada vestir com uniformes do Exército polaco, para se passarem por "libertadores polacos" que teriam lutaram ao lados dos "libertadores soviéticos"?
A russificação da menina Alexandra Tsiklauri estás concluída.
Saudações.

Jest nas Wielu disse...

2 Vox 01:18

Sim, a Xaninha foi bem russificada, sem dúvida, já não entende o português e ameaça bater a sua cadela preferida: “agora, como te dou!!!”

António disse...

Já agora, uma notícia bastante esclarecedora que infelizmente passou despercebida neste blog:

As autoridades alemãs, e agora a SEC americana, estão a investigar um caso de corrupção envolvendo executivos da HP, que alegadamente efectuaram subornos no valor de 8 milhões de euros a funcionários do Ministério Público russo, num contrato de fornecimento de equipamento informático avaliado em 35 milhões de euros.

Ora esta notícia seria apenas mais do mesmo, não fosse o Ministério Público ele próprio uma das entidades responsáveis pela investigação de crimes de corrupção na Rússia.

Daria vontade de rir, não fosse a coisa tão séria e as implicações tão profundas...

António Campos

PortugueseMan disse...

É incrivel como você destila veneno por todo o lado e é incapaz de prosseguir uma conversa normal sem recorrer ao insulto quem não concorda com a sua opinião.

O seu ódio é tanto, que você só pode ser uma pessoa com problemas.

...O que muita gente não sabe é que este desconto vai ser compensado através de uma redução nas tarifas que a Gazprom paga ao estado russo. Por outras palavras, o custo vai ser suportado pelo orçamento do estado, ou seja, pelos contribuintes...

Só não sabe quem não quer. Essa indicação foi dada a nível político.

E está correcto. O que me espanta essa sua atitude. A Gazprom não poderia ser prejudicada por opções políticas. Mas claro que você quanto a isso não vai dizer nada...

...Com esta negociata paga pelo russo comum, Putin pensa ter dado um golpe de mestre. Uma vez que o trato prevê a construção de mais duas centrais nucleares, Moscovo manterá o monopólio nuclear no país, limitando, em conjunto com a base em Sevastopol e a subsidiodependência, a soberania da Ucrânia, refreando igualmente o ímpeto reformista sobre a altamente corrupta rede de gás ucraniana e as reformas democráticas em geral, o que afastará a Ucrânia do mundo ocidental, da União Europeia e da NATO. Pimba!...

Parece que você está um pouco deslocado da realidade. Quem pede gás subsidiado é a Ucrânia, independentemente de quem esteja aos comandos do país, porque eles não têm hipótese.

E é uma parvoice pensar que 2 centrais nucleares é razão seja para o que fôr.

Mas numa coisa está certo e devia ser debatido, porque razão a Rússia deverá dar tanto dinheiro a um país seja ele qual fôr. Não deveria dar e muito menos a um país tão dividido como a Ucrânia.

...Mas pode sair-lhe o tiro pela culatra. Os descontos no gás têm efeito imediato, enquanto que o acordo da base de Sevastopol expira em 2017 e o novo acordo só entrará em vigor após esta data. Tendo em conta que os partidos da oposição já afirmaram as suas intenções de anular o acordo logo que cheguem ao poder, Yanukovich poderá ter agarrado Putin pelos tomates. Agora, é do interesse de Moscovo que Yanukovich ou outro dignatário do Partido das Regiões permaneça no poder até 2042. E quem sabe quanto mais a Ucrânia poderá exigir a Moscovo, sabendo que a Rússia é agora vista como sua refém?...

Mas você vive neste mundo? Não interessa qual o poder político na Ucrânia desde que esta continue a necessitar de gás subsidiado.

A Ucrânia pode anular o que quiser de acordos desde que esteja disposta a abdicar do gás subsidiado.

Como é que você vê a Rússia refém da Ucrânia... é absurdo.


Quanto aos tais pormenores sobre os gastos nas celebrações, tendo em conta que numa economia é tão transparente como a Gazprom e que estamos a falar tão só do município mais corrupto da Rússia e do país mais corrupto da Europa e um dos mais corruptos do mundo, parece-me natural...

Ah...

Parece-lhe "natural"...

Pois é, não precisa de gastar mais texto, para dizer isto. Ficou tudo dito não é verdade?

António disse...

Aposto que depois desta é que o ilustre PM vai ser despedido de uma vez por todas :) Só não o será se os respectivos patrões forem tão inteligentes como ele. O que não me surpreenderia muito...

Ok, vou explicar mais devagarinho: a Gazprom não "vai à falência" porque de facto não vai vender gás a preços abaixo do mercado, o que fará com que os indivíduos que a continuam a ordenhar para proveito próprio não sofrerão nem uma beliscadura com a negociata, indo a factura aterrar direitinho nos lares dos contribuintes.

Não sabemos quem pediu o quê a quem. Least of all o ilustre PM. O que sabemos é que Putin pensa ter comprado a Ucrânia (há quem lhe ande a chamar a nova anschluss, à semelhança do que Hitler fez com a Áustria) a troco de favores financeiros. E aliás, não é preciso ser um génio para perceber que a manutenção do monopólio nuclear (que é, senão a principal, uma das principais alternativas ao gás) fará com que a Ucrânia fique de uma vez por todas dependente da Rússia para satisfazer as suas necessidades energéticas.

Qualquer pessoa com a quarta classe entende também que há uma probabilidade não negligível de a coisa rebentar na cara de Putin. Tendo em conta que os custos anuais do deal para a Rússia se estimam em 4 mil milhões de dólares em "subsídios" da venda do gás, que têm efeito imediato, Putin poderá ter até lá torrado mais de 20 mil milhões e ver o acordo rasgado na sua cara na altura da sua aplicação à base de Sevastopol em 2017.

António Campos

PortugueseMan disse...

...a Gazprom não "vai à falência" porque de facto não vai vender gás a preços abaixo do mercado...

Mas isso não foi dito logo. Não se sabia como é que a coisa seria feita, até ter havido um esclarecimento político sobre quem iria fazer esse desconto e como.

E nessa altura a questão estava no ar, como é que a Gazprom poderia fazer um desconto político.

NESSA altura, eu não o vi aqui a falar sobre a Gazprom. O que teria sido interessante...

...Não sabemos quem pediu o quê a quem...

Isto é piada concerteza. Só pode.

...O que sabemos é que Putin pensa ter comprado a Ucrânia (há quem lhe ande a chamar a nova anschluss, à semelhança do que Hitler fez com a Áustria) a troco de favores financeiros...

Por acaso até tem razão, de uma forma muita resumida pode-se dizer isso. Com o dinheiro que a Rússia enterra ali, ainda durante este ano vamos começar a ver algo a passar para as mãos dos russos.

E para mim a primeira da lista seria a Antonov.

o nuclear é apenas mais um negócio. Não interessa a dependência energética de um país que não ganha para pagar as suas contas.

Tendo em conta que os custos anuais do deal para a Rússia se estimam em 4 mil milhões de dólares em "subsídios" da venda do gás, que têm efeito imediato, Putin poderá ter até lá torrado mais de 20 mil milhões e ver o acordo rasgado na sua cara na altura da sua aplicação à base de Sevastopol em 2017.

Você tem um problema em perceber as coisas, QUEM está em dificuldades económicas é a Ucrânia.

E nos próximos anos é que vamos ver a REAL factura que a Ucrânia terá que pagar por esta ajuda energética.

Faz-me confusão como é que alguém possa pensar que a Ucrânia esteja com algum tipo de vantagem neste negócio. Eles não têm nada. A Ucrânia está falida.

HAVOC disse...

Gostaria de algum dia ver a Parada da Independencia de Portugal... Deve ser uma Parada Gay!!!

kkkkk!!!!!

Pippo disse...

Gay no sentido de alegre, bonito? Sem dúvida! E comemora-se sobretudo no dia 1 de Dezembro.

Mas se for Gay no sentido da Avenida da Liberdade em S. Paulo, Brasil, não, de facto não é.

MSantos disse...

:o)