A Rússia e a Arménia assinaram um protocolo sobre a introdução de alterações ao acordo bilateral de 1995 sobre a base militar russa em Giumri, que prevê o prolongamento da vigência desse documento.
O acordo, assinado em 1995, previa a permanência da base durante 25 anos, ou seja, até 2020, mas esse prazo foi agora alargado até 2040.
A assinatura do documento teve lugar na capital arménia após conversações entre Serge Sarguissian, Presidente da Arménia, e o seu homólogo russo, Dmitri Medvedev, que se encontra em visita de Estado a esse país da Transcaucâsia.
A base, que faz parte do sistema unificado de defesa anti-aérea da Comunidade dos Estados Independentes, está equipada com complexos de mísseis S-300 e caças Mig-29. Aí estão aquartelados cerca de cinco mil militares russos.
O acordo prevê o seu prolongamento automático por um período de cinco anos se nenhuma das partes o denunciar até seis meses antes do seu termo.
Além disso, como a base russa, além de defender os interesses estratégicos da Rússia, garante, juntamente com as Forças Armadas da Arménia, a segurança deste país, Moscovo compromete-se a fornecer armamentos modernos.
A existência desta base provoca sérias preocupações no Azerbaijão, que mantém um diferendo territorial com a Arménia em torno de Nagorno-Karabakh.
O diário russo Nezavissimaia Gazeta escreve hoje que o Azerbaijão poderá responder a este acordo russo-arménio com o acolhimento de uma base militar turca na república autónoma de Nakhitchevan, enclave azeri situado entre a Arménia e a Turquia.
Quanto à solução do problema de Nagorno-Karabakh, enclave arménio em território azeri que proclamou a sua independência em 1990, Medvedev afirmou que a Rússia tenciona continuar os esforços de mediação para conseguir a solução política desse problema.
“Continuamos prontos a continuar a nossa missão de intermediação, a ajudar nesse processo, a contribuir para a busca de uma solução política com base em acordos aceitáveis para todas as partes”, frisou o Presidente russo.
Moscovo e Erevan assinaram também um acordo sobre a construção de mais um bloco na Central Nuclear da Arménia, controlada pela Rússia.
Moscovo tem vindo a perder influência na Transcaucásia e resta apenas a aliança estratégica com a Arménia. O problema é que ela faz deteriorar as relações entre a Rússia e o Azerbaijão, pois Baku convence-se cada vez mais que o Kremlin não é um intermediário neutro no conflito em torno de Nagorno-Karabakh, como pretende fazer crer.
Além disso, é de salientar o papel crescente da Turquia na região.
13 comentários:
E estes S-300 serão...
...não vou dizer!
:o)
Cumpts
Manuel Santos
Essa base é muito importante para a Rússia, fica á apenas 9 quilometros da fronteira com a Turquia e a 140 quilometros da fronteira com o Irã!
O que as pessoas tem que entender é que, em um conflito entre Armenia e Azerbaijão, a Rússia irá sempre defender a Armênia, pois é um país mais alinhado á Rússia, além de não ser muçulmano.
Mais o mais importante sobre esta base é que ela serviria de apoio vital, em um novo conflito com a Geórgia, pois fica á menos de 40 quilometros da fronteira com este país. E também seria estratégica em qualquer tipo de agressão contra a Rùssia, partindo do Mar Negro. As coordenadas da base são: 40°44'59.69"N 43°51'25.36"L.
E para corrigir o post, o MIG-29 não é um bombardeiro, mas sim um avião caça de superioridade-aérea.
Ahahah! Deixe-me adivinhar... ARMAS OFENSIIIIVAS!!! :oD
Já agora, "bombardeiros Mig-29"??? E eu a pensar que eram caças...
JM, que o Azerbaijão permita a construção de uma base turca no Nakhitchevan é absolutamente irrelevante pois, com ou sem base, Ancara já disse várias vezes que interviria se o Nakhitchevan fosse atacado pela Arménia.
E a questão prende-se precisamente em saber quem será o iniciador do próximo conflito. O Azerbaijão tem vindo a rearmar-se a uma escala alucinante, com o orçamento da Defesa quase similar a todo o orçamento de Estado arménio. Já por várias vezes os líderes azeris têm dito que querem resolver a questão, com o resultado óbvio da recuperação do Nagorno-Karabakh. Portanto, adivinha-se que venha a ser Baku, e não Yerivan, a iniciar a próxima guerra.
O espantoso não é o papel crescente da Turquia na região mas sim que esse papel não seja ainda maior. A iniciativa lançada por Turgut Ozal perdeu vigor, por incapacidade turca, mas agora, com uma economia mais pujante e novas directrizes na sua Pol. Ext., a influência turca no Cáucaso será naturalmente reforçada. Resta apenas à Rússia manter-se fiel aos seus aliados tradicionais e nesse campo, não há dúvida que a Arménia é uma excelente aposta.
Caros Pippo e Alone, peço desculpa, pois claro que os MIG-29 são caças e não bombardeiros.
Para aviões que têm a função de caça também é comum o uso da designação "caça-bombardeiro" e aqui a 2ª palavra reflecte a função de ataque ao solo.
O termo único "bombardeiro" aplica-se a aviões que têm a função de ataque ao solo mas não a capacidade de efectuar missões de caça.
Por exemplo, o TU-22M é um bombardeiro táctico, o B-52 um bombardeiro estratégico.
Para o MIG-29 quer a designação de caça ou caça-bombardeiro estão correctas.
Cumpts
Manuel Santos
Para quem tiver interesse:
Se forem ver nas fotos de satélite, a base de Gyumri está situada numa antiga fortaleza em forma de estrela (modelo Vauban). Ainda se vêm os bastiões e tudo.
Uns 500m mais a sul está um forte de estrutura circular (Sev Ghul) e a uns 600m mais a norte está um imponente polígono, tambem ele uma estrutura defensiva.
Ou seja, toda a zona faz parte de um complexo defensivo que se mantém há quase dois séculos.
Já agora, na foto, o aeroporto de Shirak, uns km mais a SE da base, parece ter uns 16 Sukhoi-25 (ou seja, o total da esquadra deste tipo de aparelhos da FAA), uns Aero L-39, e o que parece ser um Mig-25 (velhinho!) e um MiL-24 (para além de um MiL-8/17)
Caro JM,
...Under a bilateral agreement, Russia will supply the plant with fuel and take away the nuclear waste....
http://en.rian.ru/world/20100821/160285719.html
Está a par deste acordo? quando é que foi celebrado? é que não vi noticiado que o Irão tenha concordado com este esquema. E nestes anos que passaram, o Irão sempre arrastou os pés para aceitar isto.
É possível ocorrer uma intervenção turca no caso de um ataque da Armenia mas provavelmente esta guerra caso venha a ocorrer partirá do Azerbaijão e a Rússia socorrerá a Armenia e neste caso pode se tornar bastante complicado para a Turquia um envolvimento militar contra a Rússia, principalmente no estágio de relações no qual as duas nações hoje se encontram. Os acordos que a Rússia tem costurado últimamente com os países da antiga esfera soviética revelam um desenho estratégico bastante cuidadoso. Até então todas as instalações tem sido de cunho defensivo.
Abraço,
PM, foi exactamente isso que eu li nas notícias, ou seja, o Irão recebe o combustível nuclear e o lixo nuclear é processado pela Rússia.
Realmente estranhei que não fosse aqui noticiado mas enfim, o JM não é o Super Homem...
Sobre a questão da central nuclear iraniana, a Rússia pretende manter o circuito fechado de modo a que nenhuma matéria físsil vá parar a mãos iranianas. Surpreendentemente para mim, até os EUA aplaudiram, não sei se sinceramente ou de uma forma cínica pois Israel já declarou que esta situação é inaceitável.
Para um Irão que deseja possuir armas nucleares, obviamente que terão alguma na manga pois a existência de 3000 centrifugadoras de urânio serão para alguma coisa.
Cumpts
Manuel Santos
Ligado também a este assunto foi anunciado hoje que o Irão pretende pôr por meios próprios, um homem no espaço dentro de 10 anos.
Na minha leitura pessoal, tal como anseiam possuir armas nucleares através duma capa de um programa nuclear civil, estão agora a tentar obter um míssil ICBM ou míssil balístico intercontinental.
Se assim fôr, a República Islâmica passará a ter armas nucleares estratégicas que inclusivé poderão ameaçar os EUA.
Se ainda se poderá antever um Irão com armas nucleares táticas no intuito de se defenderem contra possíveis intervenções de outras nações, obviamente que este cenário será inaceitável para os Estados Unidos e Israel e sem qualquer dúvida levará a um ataque preventivo em larga escala.
Cumpts
Manuel Santos
"Se ainda se poderá antever um Irão com armas nucleares táticas no intuito de se defenderem contra possíveis intervenções de outras nações, obviamente que este cenário será inaceitável para os Estados Unidos e Israel e sem qualquer dúvida levará a um ataque preventivo em larga escala."
Caro Manuel,
Um ataque ao Irã arrastará a Rússia e os americanos não vão querer pagar para ver.
Abraço,
Ainda bem.
É preciso impedir que os muçulmanos ou os geórgios judaizantes controlem aquela área geo-política!
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