O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia chamou hoje o embaixador da Tailândia na capital russa para lhe manifestar “desilusão” e “perplexidade” face à decisão do trinbunal tailandês de extraditar o traficante de armas Victor But.
“Foi manifestada desilusão e perplexidade extremas a propósito da sentença, politicamente motivada, do Tribunal de Apelação da Tailândia que contradiz a decisão anteriormente tomada pelo Tribunal Criminal desse país, em Agosto de 2009, que recusou a extradição de But para os Estados Unidos por insuficiência de provas de culpa do cidadão russo”, lê-se num comunicado publicado hoje na capital russa.
Antes, Serguei Lavrov, chefe da diplomacia russa, declarou que a Rússia irá lutar pelo regresso de Victor But ao seu país.
“Lamentamos a decisão, em meu entender, não jurídica, política, tomada pelo tribunal de apelação na Tailândia. Segundo a informação de que dispomos, a decisão foi tomada sob forte pressão do exterior. Isso é triste”, comentou Lavrov.
O ministro russo assinalou que a Rússia tem prestado apoio a Victor But, acrescentando que “estivemos em contacto com os seus advogados, com a sua família”.
“Garanto-vos que continuaremos a fazer todos os possíveis para conseguir o seu regresso à pátria”, concluiu.
Um tribunal de recurso tailandês aceitou hoje o pedido das autoridades norte-americanas para extraditar o traficante de armas russo Victor But, conhecido como o “comerciante da morte”.
But, antigo oficial da Força Aérea Soviética, que terá inspirado o personagem protagonizado por Nicolas Cage no filme “Senhor da Guerra”, está detido desde março de 2008 em Banguecoque, mas o pedido de extradição foi inicialmente recusado por um tribunal de Banguecoque.
“O tribunal decidiu mantê-lo sob detenção para que seja extraditado para os Estados Unidos", afirmou o juiz Jitakorn Patanasiri.
Segundo um dos advogados do traficante de armas, But só poderá ser extraditado depois da decisão sobre um segundo pedido de extradição para os Estados Unidos que está a ser analisado no tribunal tailandês.
Porém, advogados russos contatados pela Lusa em Moscovo consideram que esse obstáculo é facilmente superável, pois Washington deverá retirar o segundo pedido de extradição, porque o primeiro já foi aceite.
But foi detido num hotel da capital tailandesa depois de se ter encontrado com agentes norte-americanos que se fizeram passar por responsáveis das FARC (guerrilha colombiana) que procuravam comprar armas.
Se o "senhor da guerra" for extraditado para os EUA e forem provadas as acusações, poderá ser condenado a 180 anos de prisão.
O advogado russo de Victor But já propôs às autoridades de Moscovo que troquem o traficante de armas por espiões americanos. Quantos espiões valerá tudo o que sabe esse homem, que fala fluentemente português, pois trabalhou como conselheiro militar do MPLA e forneceu armas à UNITA?
5 comentários:
Pena também não terem prendido aquele que vendeu um reactor nuclear à Coreia do Norte.
Cumpts
Manuel Santos
O desejo ferrenho de Moscovo em salvar o seu homem é compreensível, sabe de mais e contará tudo aos americanos ao troco de uma redução de pena.
p.s.
A cadeia tailandesa não é uma “pêra doce”, lembro de ver a cara dele na TV na altura da sua prisão e agora, homem perdeu alguns bons quilos…
Este Sr.Viktor devia ser extraditado para a Rússia e devia ser julgado no seu país.
Não esquecer que ele forneceu o exército americano em sucessivos voos para Bagdad após a invasão.
De facto os EUA querem esconder o Sr.Viktor de qualquer coisa, pois ele andou pelo mundo a fazer guerras cujos beneficiários foram aliados objectivos dos EUA!
O Canal 7 da televisão da Tailândia no seu serviço informativo das 17:00 horas de ontem (10.00 GMT) dedicou um espaço ao empresário russo Victor But, que apresentou como implicado no atentado de 11 de Setembro de 2001 em Nova Iorque.
“Victor But, agente secreto do KGB, membro de um destacamento de missões especiais e intérprete da Força Aérea soviética, após a desintegração da URSS, passou a dedicar-se a um negócio escuro. Vendia armas em quantidades gigantescas em África, América do Sul e Médio Oriente. Nunca se interessava em nome de que objectivos se combatia num ou noutro país. Vendeu armas a ambas as partes dos conflitos, só se preocupando com os lucros. Armava terroristas no mundo inteiro. Os serviços de inteligência dos EUA dispõem de provas que But teve a ver com os atentados de 11 de Setembro de 2001 em Nova Iorque”, afirmou o apresentador no material da TV tailandesa.
O vídeo foi montado com base nas reportagens sobre a prisão do empresário, as audiências no tribunal e excertos de um filme de Hollywood sobre traficantes de armas.
Fonte: RIA Novosti
"que apresentou como implicado no atentado de 11 de Setembro de 2001 em Nova Iorque"
Há falta de melhor, aqui temos um ótimo culpado.
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