quinta-feira, agosto 12, 2010

Familiares de marinheiros do Kursk sentem-se esquecidos pelas autoridades


O 10º aniversário da tragédia do submarino Kursk foi amplamente assinalado em numerosas cidades da Rússia, mas os parentes dos 118 marinheiros esperam que a sua memória não seja esquecida.
Em Vidiaevo, porto de onde partiu para a última viagem o submarino nuclear russo, a memória dos marinheiros foi assinalada com um minuto de silêncio em todos os vasos de guerra e com uma cerimónia religiosa no templo de São Nicolau.

A catástrofe ocorreu no dia 12 de Agosto de 2000 no Mar de Barents durante manobras navais, mas as causas não foram ainda reveladas pelas autoridades.

Os parentes da tripulação do Kursk esperam que se conserve a memória do heroísmo dos matinheiros.

“Não precisamos de nada do Estado. Só queremos uma coisa: que se recordem dos nossos meninos”, declarou à Interfax Sofia Dudko, mãe de um dos oficiais falecidos.

“Esperavamos que, no 10º aniversário, alguém entrasse em contacto connosco do Ministério da Defesa ou do comando da Armada. Pensámos que algum dos dirigentes do país viesse prestar homenagem à memória dos nossos meninos. Infelizmente...”, acrescentou ela.

“Talvez eles já considerem a morte de 118 marinheiros uma grande tragédia. Embora o naufrágio do submarino, em 2000, nos tenha obrigado a olhar de outra forma para o mundo, para a Armada e para o próprio Estado”, frisou.

Sofia Dudko queixa-se de os familiares dos marinheiros terem sido privados de algumas medidas sociais: Até há pouco tempo, tínhamos descontos nos tratamentos nas casas de saúde, mas a comissão que tratava disso foi dissolvida”.

Citada pelo tri-semanário Novaya Gazeta, Sofia Dudko afirma que as autoridades ainda não terminaram a construção do complexo memorial em São Petersburgo.

Pouco tempo após a tragédia, à pergunta de Larry King da CNN: “O que aconteceu ao Kursk?”, Vladimir Putin, então Presidente da Rússia, respondeu friamente: “afundou-se”.

 

2 comentários:

Nuno B. disse...

Ocorreu talvez em 2000?

Nuno B. disse...

E já agora, não foi o correspondente russo da RTP que na altura afirmou que antes do submarino se afundar, estava debaixo de água?..