terça-feira, setembro 14, 2010

Blog dos leitores (Estratégia 31)



Texto enviado pelo leitor António Campos:

"No período de 2 a 5 de Julho, o Centro Analítico Yuri Levada (mais conhecido por Centro Levada) conduziu uma sondagem de opinião relativa ao movimento oposicionista "Estratégia 31", grupo que organiza manifestações a cada dia 31 para protestar contra a repressão da liberdade de assembleia a e manifestação pacífica, consagrada no artigo 31º da constituição russa. Como é do conhecimento geral, todos os protestos têm sido violentamente reprimidos pela polícia, ao mesmo tempo que eram programadas exactamente para o mesmo dia diversas "contra-acções" levadas a cabo por grupos pró-kremlin ou organizações estatais (os "festivais desportivos" têm sido a opção predilecta dos encarregados de sabotar os protestos).

Este estudo, realizado sobre uma amostra de 1600 russos maiores de idade residentes em 130 localidades do país, e com uma margem de erro máxima de 3,4%, produziu resultados muito interessantes.

À pergunta "Na sua opinião, o estado deve prestar atenção à opinião das pessoas que saem à rua para protestar?", 85% dos inquiridos responderam "sim", contra 8%, que responderam "não" e outros 8% que não responderam. A maior concentração de respostas afirmativas foi encontrada nos inquiridos na faixa etária 40-54 anos, com educação secundária ou superior.

Em contrapartida, 56% dos inquiridos considera que o poder não presta atenção aos protestos dos manifestantes, contra 29%, que acha o contrário. 16% dos inquiridos não responderam à pergunta.

Outro resultado interessante do estudo é dado pelas respostas à pergunta "Na sua opinião, as autoridades agem em relação aos que saem à rua para se manifestar contra as acções daquela de forma demasiado duram demasiado branda ou mais ou menos da forma correcta?". 28% dos inquiridos responderam que a acção do governo é "demasiado dura", o que configura uma subida drástica relativamente às respostas à mesma pergunta em Março (18%). A percentagem dos que consideram que o governo está a agir correctamente manteve-se sensivelmente inalterada de Março a Julho (30% para 32%), tendo-se verificado uma descida drástica dos inquiridos que não têm opinião sobre o assunto (47% para 33%).

Porém, o aspecto mais revelador do inquérito prende-se com as respostas à pergunta "Já ouviu falar do grupo Estratégia 31, que efectua regularmente, nas grandes cidades do país, manifestações em defesa do artigo 31º da constituição sobre a liberdade de assembleia, os quais são regularmente proibidos e dispersados pelas autoridades?" Uns assombrosos 68% dos inquiridos responderam que ouviram falar neste movimento pela primeira vez neste inquérito, e apenas 3% estão bem informados sobre o assunto. 22% dos inquiridos têm apenas uma vaga ideia sobre o movimento. Estes resultados são uma evidência clara do blackout informativo a que a população russa está sujeita, caindo-se na situação bizarra de a voz dos manifestantes ser ouvida mais alto no estrangeiro do que na Rússia.

Outra revelação igualmente interessante do estudo é a de que as acções de protesto deste tipo parecem contar agora com o apoio de 37% da população, contra 15% que manifestam opinião desfavorável. 49% dos inquiridos não têm opinião sobre o assunto, o que demonstra igualmente a generalizada falta de informação sobre o assunto.

Poderá ser ainda cedo para ter uma ideia clara da relevância social e política destas movimentações de opinião. No mínimo, indiciam o ressurgimento da consciência cívica da população, cada vez mais confrontada com a óbvia constatação de que os seus interesses  e os do estado não coincidem. Mas uma coisa parece certa: apesar da censura informativa de que os russos continuam a ser vítimas, estes estão cada vez mais cientes da necessidade de alternativas ao mito do "bom czar" garante da estabilidade. Tal poderá, no médio prazo, representar uma significativa dor de cabeça para o regime, o qual poderá ter que recorrer a mais do que os cassetetes da sua polícia para continuar no poder.

24 comentários:

Maquiavel disse...

Deixem-me adivinhar quem financia este Centro Levada...

Nunca vi pergunta täo falaciosa como "Já ouviu falar do grupo Estratégia 31, que efectua regularmente, nas grandes cidades do país, manifestações em defesa do artigo 31º da constituição sobre a liberdade de assembleia, os quais são regularmente proibidos e dispersados pelas autoridades?" desde o referendo à bandeira da Bielorússia!

É que se calhar esses 68% que nunca ouviram falar do grupo referido no inquérito só conhecem o "outro" grupo Estratégia 31, que anda junto com os neo-nazis e outras personagens, no mínimo "duvidosas", e que näo pede autorizaçäo para se manifestar como é de lei, para depois as autoridades serem forçadas a dispersar a tal "manif ilegal" da única maneira que sabem (à traulitada) para fazer o choradinho da perseguiçäo.

Pois, os "31" dizem que "ai, mesmo que pedíssemos autorizaçäo, näo davam"... pois é, mas nesse caso teriam moral, o que näo têm agora.

O que isto tresanda é a mais OTPORs e quejandos, que näo säo mais que 5% da populaçäo (as elites) a tentar impor por meios mediáticos os seus ideiais. Por alguma razäo o Valdemiro Pudim fez o Berzovsky fugir...

... mais uma vez se prova que o problema da democracia na Rússia é que as alternativas ao Pudim säo täo autoritárias como ele, mas que servem interesses alheios aos da Rússia, enfim, apenas querem o regresso ao regabofe ieltsiano dos anos 90!

everardo disse...

Este leitor "Antonio Campos" deveria reinventar essa "Estratégia 31" lá nos USA, por sinal muito oportuna. E não só "31" mas todos os dias da semana, pois a situação nos USA é tão pior quanto do Haiti: ninguém sabe o dia seguinte. Se ele deseja passar imagem de uma Russia que não existe, melhor que vá aos USA e exponha aqui. É isso, caro Milhazes. Abraço do everardo.

António disse...

Caro Maquiavel

Deduzo pelo seu comentário que considera que o Centro Levada (uma organização que é levada a sério por entidades como a OMT, o UNDP, a UNICEF, o Banco Mundial, a Organização Mundial da Saúde, a organização Memorial, a Fundação Gorbachev e a Câmara Pública da Federação da Rússia) é uma organização que distorce/falsifica dados estatísticos a soldo de uma entidade estrangeira com uma agenda política hostil aos interesses da Rússia, pelo que as respectivas análises não são credíveis. Estou correcto na minha dedução? Se sim, poderá ser um pouco mais específico na sua acusação, por favor? Seria interessante citar, por exemplo, exemplos nos quais o Centro terá comprovada e deliberadamente viciado sondagens no sentido de sustentar uma posição que se verificou ser diferente da realidade. A bem da credibilidade de quem acusa, claro.

Já agora, tal como foi já referido muitas vezes neste blog, não "é de lei" pedir autorização para realizar uma manifestação. A lei diz simplesmente que os manifestantes deverão NOTIFICAR as autoridades com uma determinada antecedência. Assim, a única entidade que não está neste caso a cumprir a lei é o governo, e não os manifestantes. Sejam eles quem forem. Não entendo portanto a falácia da questão em causa, uma vez que ela reflecte de forma precisa a realidade.

Como já manifestei neste fórum por diversas vezes, atirar barro à parede com acusações vagas e insubstanciadas não é debate. É agit-prop. Para ser Levado a sério, o caro Maquiavel teria que ser mais preciso nas suas acusações e explicar, por exemplo, porque é que considera que oposicionistas como Andrei Illarianov ou Vladimir Ryzhkov "são tão autoritários como Putin" ou "servem interesses alheios aos da Rússia". E já agora, que "interesses alheios" são esses.

Aliás, é curioso que o Centro Levada alegue precisamente o contrário. Como sabe, a organização é um spin-off do anterior VCIOM, o centro estatal de investigação de opinião pública estabelecido por Gorbachev em 1987, na sequência de uma série de tentativas de interferência governamental nos resultados do seu trabalho, com o objectivo de manter a sua independência dos poderes vigentes.

Segue abaixo um link para um interessante artigo do sociólogo russo Alexei Levinson, colaborador do VTSOIM durante 15 anos, que sustenta esta posição e faz uma série de acusações curiosas, a mais interessante das quais é a de que Putin terá tentado interferir pelo menos três vezes no trabalho do Centro, que tinha dados que demonstravam que a sua popularidade era significativamente menor do que a anunciada.

Talvez Levinson seja também funcionário de Berezovsky. Só pode.

http://magazines.russ.ru/nz/2003/5/levin.html

Jest nas Wielu disse...

Na Ucrânia a secreta ucraniana persegue os historiadores ucranianos pelo estudo da história da Ucrânia:
http://ucrania-mozambique.blogspot.com/2010/09/
sovietizacao-total-da-secreta-ucraniana.html

Como tal, sugiro o local onde podem ser vistos os documentos da resistência armada ucraniana, OUN-UPA:
http://blogs.pravda.com.ua/authors/
solodko/4c8f804d604e7/

Cristina disse...

Caro Maquiavel
Ao que parece, está aqui a manifestar o seu apoio aos métodos "avançados" das autoridades russas (traulitadas, ou numa tradução melhor, bastonadas), muito bem expostos por Vladimir Putin à opinião pública mundial numa recente entrevista.
Que o povo russo não se admire de levar bastonadas quando se manifesta, eu ainda entendo pois os seus governantes não têm feito outra coisa ao longo da história. Mas você, que vive numa terra onde os antagonismos se resolvem de outras formas, é lamentável que pense assim.
Quanto ao artigo e à credibilidade do Centro Levada, o António já disse tudo, pouco resta a acrescentar.

Wandard disse...

"Estes resultados são uma evidência clara do blackout informativo a que a população russa está sujeita, caindo-se na situação bizarra de a voz dos manifestantes ser ouvida mais alto no estrangeiro do que na Rússia."

Estes resultados mostram a real abrangência deste movimento, que pelo visto não atrai o interêsse do cidadão comum e sim de um grupo que deve ter uma certa estrutura por trás com objetivos não tão claros à população em geral.

Bem, mas já que buscou citar as pesquisas realizadas pelo Instituto em Julho aqui vai mais uma da qual retirei algumas questões:

Pesquisa realizada para avaliar os índices de aprovação do governo e para avaliar a situação no país, realizada no período de
23 a 26 julho 2010, tendo sido entrevistados 1.600 russos com idades entre 18 em mais de 130 departamentos de 45 regiões do país. Distribuição das respostas para algumas perguntas deste estudo é dada com uma percentagem do total dos entrevistados. Estatística de erro dos dados neste estudo não ultrapassaram 3,4%:

Perguntados se o país estava indo na direção certa vemos um crescimento no comparativo de maio 2009 com 42 % respondendo que sim contra julho 2010 em que 50% dos entrevistados responderam positivamente, ou seja houve um acréscimo de 8% de entrevistados com resposta favorável ao governo, enquanto negativamente caiu de 39% para 29% no mesmo comparativo.

Perguntados se aprovavam as atitudes de seu presidente, no mesmo período citado acima encontramos 72% para 72%, é claro que existem variações dos percentuais entre os meses e os que desaprovam 23% para 26%.

O índice de aprovação de Putin de 78% para 77% contra 18% para 21%.

Mesmo com queda a maioria dos entrevistados aprova tanto o presidente quanto o primeiro ministro, se esta pesquisa refletir o sentimento da população....

Existem tanto pesquisas quanto matérias favoráveis e desfavoráveis à imagem da Rússia, porém depende do interêsse de quem as quer publicar, infelizmente repito o que sempre comentei neste blog, que parecem sempre procurar os pontos negativos para aqui expor, é o que sempre tem ocorrido.

Abraço,

António disse...

Caro Wandard, seria talvez útil perceber como é que decidimos se uma coisa atrai o nosso interesse (ou não) se nunca tivermos ouvido falar nela. Eu cá não entendo.

E de novo acusações vagas? Não acha, caro Wandard, que se explicasse às pessoas o que é exactamente essa "certa estrutura por trás" e os "objectivos não tão claros à população em geral" a sua credibilidade sairia muito beneficiada? Caso contrário correrá o risco de ser considerado apenas mais um daqueles agitadores...

A ignorância sobre o Estratégia 31 e os elevados índices de popularidade do primeiro-ministro são ambas faces da mesma realidade: o monopólio de Putin sobre os meios de comunicação de grande alcance.

E já que estamos no assunto, porque é que continua a chamar "imagem da Rússia" à imagem de Putin? É um tique nervoso? Ou será que o caro Wandard tem, usando as suas próprias palavras, uma "certa estrutura por trás" que o manda dizer essas coisas?

António Campos

PortugueseMan disse...

...Existem tanto pesquisas quanto matérias favoráveis e desfavoráveis à imagem da Rússia, porém depende do interêsse de quem as quer publicar, infelizmente repito o que sempre comentei neste blog, que parecem sempre procurar os pontos negativos para aqui expor, é o que sempre tem ocorrido.

Caro Wandard,

Não é bem o procurarem sempre os pontos negativos, mas sim a opinião negativa sobre o que se passa na Rússia por parte dos autores dos artigos publicados.

Se por exemplo você enviasse um texto para o JM, constatando alguma situação positiva, ele seria publicado, havendo possivelmente um equilibrio de notícias negativas/positivas.

A maioria dos artigos são do autor deste blogue e como já se falou aqui, o JM tem uma visão menos positiva da Rússia e naturalmente é isso que o blogue reflete.

O António Costa tem uma visão completamente negativa, de tal forma que chega a fornecer informações incorrectas, sendo importante apontar as falhas, pois nesse caso já não é uma questão de informação que estamos a falar...

Você e bem mostrou uma informação positiva sobre o mesmo tópico.

Quem lê, vê as duas perspectivas e tira as suas conclusões, e sejam elas quais forem, serão sempre baseadas com toda a informação que foi colocada. Neste caso o seu contributo foi positivo e importante.

Cumprimentos,
PortugueseMan

MSantos (algures...) disse...

Cara Cristina

Esclarecendo um ponto muito importante e não querendo fazer de advogado de defesa do Maquiavel, penso que, pelo menos pela minha parte, ao atacarmos a oposição russa que segundo os nossos pontos de vista não merece qualquer crédito, não estamos a defender o governo de Putin.

Será inocente ou tendencioso encarar esta dita oposição como uma força competente e verdadeiramente interessada em defender o Estado russo quando estes ditos liberais aparecem juntos e fazem alianças tácticas com elementos extremistas nada recomendáveis, além do seu saudosismo e defesa do período nada abonatório dos anos Ieltsin bem como estarem sempre espaldados por organizações estrangeiras que defendem interesses alheios aos russos.

Acho que será muito claro para todos, embora claro está os partidários não o queiram admitir, que a oposição russa existente não merece qualquer credibilidade e isso é a verdadeira tragédia da Rússia actual.

De um lado tem um governo despótico, corrupto que está a mergulhar o país numa imensa estagnação. Do outro lado tem forças que pretenderão fazer o mesmo saque, apenas em sentido contrário e orientando a Rússia numa via contrária aos seus próprios interesses.

Mais uma vez, o problema russo só poderá ser resolvido de dentro.

Espero que não venha a cair no maniqueísmo redutor e tendencioso de julgar que quem ataca a oposição existente tem forçosamente de estar ao lado de Vladimir Putin.

Cumpts
Manuel Santos

Wandard disse...

"E já que estamos no assunto, porque é que continua a chamar "imagem da Rússia" à imagem de Putin? É um tique nervoso? Ou será que o caro Wandard tem, usando as suas próprias palavras, uma "certa estrutura por trás" que o manda dizer essas coisas?"

Caro Antonio,


Agora quem faz acusações vagas é você, como já citou em postagens anteriores que os nicks fossem as mesmas pessoas, lamento se fez alguma referência a mim nestas colocações errou redondamente.

Não sou russo nem tenho negócios na Rússia, da mesma forma que nunca fui beneficiado e muito menos prejudicado por qualquer dos regimes governamentais deste país contemporâneos à minha existência.

Acredito que você seja empresário e provavelmente com negócios no leste europeu, e suponho que o atual regime russo não lhes seja favorável, digo o que acabei de escrever, analisando as suas postagens, a forma como relaciona certos dados e determinados relacionamentos que costuma citar ou personagens que busca defender.

" A ignorância sobre o Estratégia 31 e os elevados índices de popularidade do primeiro-ministro são ambas faces da mesma realidade: o monopólio de Putin sobre os meios de comunicação de grande alcance."

Aqui, o Caro Antonio de certa forma entra em contradição pois o próprio Instituto apresenta pesquisas tanto positivas quanto negativas em relação ao governo, no caso dele ele buscou as negativas e eu as positivas, se o Putin interfere em todos os meios, então porque não torceu a pesquisa que você postou favorável a ele.

"
Não acha, caro Wandard, que se explicasse às pessoas o que é exactamente essa "certa estrutura por trás" e os "objectivos não tão claros à população em geral" a sua credibilidade sairia muito beneficiada?"

Caro Antonio,

Não preciso defender ou provar a minha credibilidade diante das pessoas que me conhecem e sinceramente dentro do ambiente deste blog sempre fiz comentários relativos a assuntos dos quais detenho conhecimento e que salvo algumas informações de âmbito militar e por vezes geopolítico acredito que não seja desconhecida dos habitantes do continente europeu, visto que teoricamente são mais politizados e detentores de uma educação e conhecimento superiores à população do meu próprio país, sendo esta conhecedora da estrutura por trás à qual me referi sem ilusões e que sem dúvida alguma você sabe muito bem qual é, mas certamente continuará mantendo o seu posicionamento na defesa dos seus interêsses.

Wandard disse...

Caro PortugueseMan,

Concordo com você, porém defendo a posição que o Sr. Milhazes como um Jornalista bastante conhecido e respeitado, deveria usar este espaço de forma a contribuir com a divulgação de informações da Rússia, mas de forma imparcial, publicando artigos tanto positivos como negativos pois pouco importa que o Regime seja o Soviético, seja Putin, Medvedev ou qualquer outro que seja simpático ou manipulável pelos Estados Unidos e aliados, mas infelizmente não se dissocia a nação do governo e quando se busca apenas publicar o que está errado ou podre, o que aparece é o nome do país e não o povo, a imagem negativa fica para o país.

Não acredito que o Sr. Milhazes publique algo que venha a enviar, pois até quando lhes escrevi para saber como comprar um de seus livros não obtive resposta.

Agradecido pelo seu comentário.

Abraço,


Wandard

Da Rússia, de Portugal e do Mundo disse...

Caro Wandard, está ser injusto. Primeiro, eu sempre disso que publicava textos escritos pelos leitores desde que escrito sem insultos e calúnias pessoais.
Quanto ao meu livro, não me recordo de não lhe ter respondido, mas pode comprá-lo através da publicidade publicada no meu blog.
Como vive no Brasil, eu realmente não sei como o adquirir nesse país.

Maquiavel disse...

Cristina, ao que lhe parece eu disse isso? Entäo releia o que escrevi.
O MSantos antecipou-se, e expös talvez com maior sagacidade que eu prório. Eu seria mais brusco, acredite.

Destaco, porque concordo a 300%:
"Acho que será muito claro para todos, embora claro está os partidários não o queiram admitir, que a oposição russa existente não merece qualquer credibilidade e isso é a verdadeira tragédia da Rússia actual.

De um lado tem um governo despótico, corrupto que está a mergulhar o país numa imensa estagnação. Do outro lado tem forças que pretenderão fazer o mesmo saque, apenas em sentido contrário e orientando a Rússia numa via contrária aos seus próprios interesses.

Mais uma vez, o problema russo só poderá ser resolvido de dentro.

Espero que não venha a cair no maniqueísmo redutor e tendencioso de julgar que quem ataca a oposição existente tem forçosamente de estar ao lado de Vladimir Putin."

Wandard disse...

Sr. Milhazes,

Agradecido pela resposta, se cometi alguma injustiça no meu comentário desculpo-me respeitosamente. Na época que escrevi a respeito do livro se não me engano foi por e-mail, neste período ainda não havia a disponibilização do link no blog. Assim que possível tentarei contatar a editora ou solicitar a compra através de amigos em Portugal.

Abraço,

António disse...

Caro Wandard,

Se tem vindo a ler os meus posts este tempo todo, sabe muito bem que as minhas acusações são muito bem fundamentadinhas, detalhadas e justificadas. Quanto a quem publica posts com diversos nicknames, essa é, como sabe, uma consequência trágica do anonimato. Quando as pessoas se escondem atrás de um computador a atirar pedras, têm carta branca para fazerem o que lhes dá na gana, em especial, desfrutarem do milagre da multiplicação dos nicknames. E seríamos todos muito ingénuos se achássemos que tal não acontece. Ou o caro Wandard acha que não?

E falando de ingenuidade, o caro Wandard teria que ter mesmo muita para achar que eu seria estúpido ao ponto de investir um tostão na Rússia sabendo o que lá se passa. Já agora, se quer mesmo saber, posso dizer-lhe que todos os meus investimentos são num BRIC, mas num país que efectivamente merece fazer parte desse clube. Para entrar nele (e para me apetecer ser um investidor estrangeiro lá), a Rússia tem primeiro que se livrar dos gangsters que a raptaram e prometem ficar.

Relativamente ao centro Levada, convém perceber que a empresa faz estudos de opinião pública, ou seja, recolhe dados de entrevistas e compila estatísticas com base nos mesmos, e que a sua separação do VTSIOM em 2003 resultou fundamentalmente do desejo de independência de interferência estatal. O assalto de Putin aos meios de comunicação não estaria completo se a entidade responsável por tomar o pulso da opinião pública fosse imune a manipulações. E a melhor forma que Yuri Levada encontrou de evitar esse assalto foi sair e criar uma empresa privada. E manipular uma empresa privada que não pretende ser manipulada, só através dos métodos habituais do kremlin (subornos, intimidação, inspecções fiscais, ameaças de extremismo, espancamentos, processos judiciais fabricados, etc.), o que acredito que seja um pouco mais difícil neste caso, dado o nível de exposição internacional que o centro Levada tem. Putin pode ser muita coisa mas parvo não é. Ele sabe que enquanto conseguir manipular os media, não lhe fará grande mossa ser mais difícil manipular as sondagens.

António disse...

Parte 2

Seja como for, a função do centro não é a de dar imagens "positivas" ou "negativas". É apenas perguntar às pessoas o que acham disto ou daquilo e publicar os resultados. Obviamente, se a opinião dos inquiridos for positiva, os números revelá-lo-ão. O importante aqui (e sinceramente não vejo qualquer contradição) é que AMBAS as sondagens revelam clara e consistentemente uma coisa: que a população continua influenciada por meios de comunicação que cantam a versão oficial das coisas. A prova clara é o nível de popularidade de Putin, em simultâneo com o desconhecimento generalizado das acções de protesto. É preciso uma evidência mais clara do que isto?

A internet está devagarinho a mudar as coisas. O ciberespaço é o único local na Rússia onde é possível ler notícias que não sejam propaganda. Na crise dos incêndios, nos canais controlados pelo Kremlin, só se viam "notícias" com o primeiro-ministro corajosamente a pilotar aviões-cisterna, a confortar os aldeãos cujas casas tinham sido destruídas e a distribuir promessas de compensação à esquerda e à direita. Infelizmente para o regime, existem agora o YouTube e o LiveJournal, onde é possível ver as coisas que a NTV não mostra. O nível de penetração da internet é ainda muito baixo, mas as coisas têm forçosamente que mudar, já que manipular o ciberespaço não é tão fácil como controlar meia dúzia de estações de televisão.

E caro Wandard, para ser sincero, nunca esperei que esclarecesse minha a dúvida sobre as misteriosas "certas entidades". Sei que é melhor escrever um parágrafo enorme sem dizer absolutamente nada do que clarificar uma acusação obscura, que o iria obrigar a dar uma data de explicações que dificilmente conseguiria sustentar com factos. E isso fugiria ao objectivo principal da acção de atirar o barro à parede a ver se pega, não é? Eu entendo.

É pena. Pelo menos os teóricos da conspiração do 11 de Setembro são corajosos ao ponto de serem todos conhecidos e apontarem com clareza o dedo a quem consideram culpados. Posso duvidar da lógica deles nalguns aspectos, mas sou obrigado a tirar-lhes o chapéu pela honestidade e coragem que demonstram.

António Campos

Wandard disse...

" Sei que é melhor escrever um parágrafo enorme sem dizer absolutamente nada do que clarificar uma acusação obscura, que o iria obrigar a dar uma data de explicações que dificilmente conseguiria sustentar com factos. E isso fugiria ao objectivo principal da acção de atirar o barro à parede a ver se pega, não é? Eu entendo."

Caro Antonio,

Infelizmente ou você entende ou não quer entender, a explicação ou a confirmação que você quer, está em um documento chamado "Agenda Externa", de um certo país que você bem conhece. Esta agenda que não é apenas uma, é dividida por continentes e países, é possível que tenha sido revisada e atualizada para o contexto geopolítico atual, mas a que tive a oportunidade de ler foi em 1991 e mostra de forma bem clara que os problemas da Rússia nesta década tem outros culpados, além da "Terapia de Choque" de Gaidar e dos erros dos economistas ortodoxos como Andrei Shleifer,David Lipton ou até mesmo um dos mais amados pelo povo boliviano :))))(Jefrey Sachs), que piada. A abertura comercial foi uma catástrofe para a indústria russa que acostumada ao modelo soviético foi apanhada de calças curtas pelo oportunismo e voracidade de um grande número de empresários ocidentais ávidos em por as mãos nos recursos e no mercado do velho urso caído. Liberalização descontrolada dos preços que corroeu o poder de compra dos cidadãos russos, promessa de crédito dos bancos estrangeiros, motivo que levou Gorbatchev a ceder a todas as exigências americanas e que virou fumaça caindo mais de 80% entre 1991 e 1998, sem falar que a política de privatização de Ieltsin (entre um gole e outro) só rendeu pouco mais de 9 bilhões de dólares aos cofres russos em 1997, e claro não podemos esquecer dos oligarcas. Porém como disse esta agenda permite visualizar o que realmente aconteceu além dos fatos que resumidamente citei e claro que você conhece muito bem.

Com todo o respeito nem todos os dados que postou em inúmeros comentários anteriores estão absolutamente corretos, observei vários comentários que retrucaram suas colocações, dos quais não participei porém pesquisei os dados e pude verificar qual deles se encontrava dentro da realidade.

"
E falando de ingenuidade, o caro Wandard teria que ter mesmo muita"

Agradeço imensamente esta observação, pois vejo que meu treinamento apesar do tempo ainda conserva algumas habilidades funcionais. Neste caso pode levá-lo a pensar quem pode ser ingênuo ou ingênuo quer se fazer parecer.

Abraço,

António disse...

Ó caro Wandard, tenha paciência. Já escrevi posts atrás de posts a explicar detalhadamente o que aconteceu na década de 90 e a desfazer os mitos do "assalto estrangeiro" à economia russa. Se não os leu, sugiro que o faça e, se achar por bem, conteste-os ponto por ponto com argumentos válidos, em vez de continuar a cantar a ladainha dos "empresários ocidentais vorazes", cuja suposta voracidade, aliás, não lhes terá rendido nada, uma vez que as empresas foram todas parar, em negociatas viciadas, às mãos dos barões vermelhos e dos oligarcas. Não me obrigue a explicar tudo outra vez.

O problema da Rússia de então é muito semelhante ao problema actual. Ninguém quer iniciar reformas que ameacem os privilégios da classe dominante. A única diferença é que agora os ladrões são outros, ou os mesmos envergando uma casaca diferente.

O escândalo de Harvard, fomentado pelo Andrei Shleifer (não lhe dá vontade de rir que até este fulano seja russo? É irónico, não é?) passou muito para além da incompetência. Esteve em causa fraude, desvio de fundos e insider trading. Quais as consequências que este caso teve para o programa de reformas? Muitas, mas essencialmente ao nível da reputação dos reformadores. A meu ver, o impacto mais importante verificou-se sobre Dmitri Vasiliev e a nascente Comissão do Mercado dos Valores Mobiliários que o mesmo dirigia. Este organismo era uma das poucas agências executivas totalmente controladas pelos reformadores. Vasiliev estava a travar uma batalha solitária contra os barões vermelhos, os oligarcas e os burocratas no governo, tentando estabelecer um conjunto de regras para criar um mercado financeiro moderno e funcional. O escândalo arruinou a reputação de Vasiliev e enfraqueceu-o politicamente. A páginas tantas, a comissão foi absorvida pelo gabinete do primeiro-ministro, onde passou a ser gerida por incompetentes e por potenciais geradores de conflitos de interesses. As reformas foram travadas. Por outro lado, Vasiliev era virtualmente o único a opor-se à excessiva dependência do governo de Yeltsin sobre o mercado obrigacionista doméstico, que era, a todos os níveis, um gigantesco esquema de ponzi à moda do Bernard Madoff, e que levou ao colapso de 1998.

António disse...

A Rússia precisava nessa altura de exemplos de honestidade e transparência, e olhava para os consultores ocidentais para os obter. Fatalmente, o escândalo de Shleifer acabou por contribuir para arruinar a reputação dos reformadores e dar o poder aos oportunistas e criminosos (russos) com ligações à burocracia. Depois, foi o que se viu.

Curiosamente, a única pessoa que comprou um activo estatal a preço de saldo e que transformou uma empresa a cair de podre num gigante internacional exemplo de transparência e boa gestão (e no segundo maior contribuinte fiscal da Rússia a seguir à Gazprom) está a apodrecer na prisão, sujeito a acusações fabricadas e a calúnias regulares do primeiro-ministro. É engraçado que este faça, para as câmaras, o mesmo tipo de acusações veladas que muitos comentadores aqui gostam de fazer, do tipo "o homem tem sangue nas mãos", sem explicar com clareza o que isso quer dizer. Ora se tem, porque é que não o acusam formalmente desses crimes? Deixe-me responder: porque essas acusações não passam de difamação propagandística. Atirar o tal barro à parede a ver se pega.

Seja como for, caro Wandard, e como já tive oportunidade de o demonstrar ad nauseam, a realidade é infelizmente muito mais complexa do que pretende afirmar, e atribuir as culpas a "agentes estrangeiros hostis à Rússia" sem ir ao fundo do assunto é uma falácia sem base factual que só ajuda a mascarar a realidade e a encobrir os verdadeiros culpados.

António Campos

António disse...

Infelizmente para si, caro Wandard, eu e muitos outros sabemos, tal como muito bem afirmou, que os seus níveis de ingenuidade são consideravelmente inferiores aos que pretende fazer parecer.

Aliás, tal é demonstrado pelas suas tácticas de argumentação, partilhadas por muitos dos seus amigos anónimos, que são decalcadas palavra por palavra do manual de desinformação dos siloviki: criação de dúvida nas cabeças menos informadas, atirando para o ar insinuações e listas de factóides sem NUNCA ir ao fundo da questão. E eu até entendo, porque ir ao fundo da questão implicaria ter em conta e analisar todos os factos, o que deitaria facilmente por terra a pretensa validade das insinuações. E lá ia o objectivo por água abaixo.

Nos tempos do NKVD e do KGB, desinformação deste género era moeda corrente bastante eficaz, uma vez que o controlo dos meios de comunicação era absoluto e a sociedade era totalmente fechada. Agora, tornou-se um pouco mais difícil fazer o mesmo, pelo que abafar as vozes críticas exige um bocadinho mais de sofisticação, não é?

Não sei quem o caro Wandard é na realidade, nem conheço os seus objectivos ou filiações. Sinceramente, não sei se pertence ou não à equipa de brigadistas que enxameiam todos os blogs por este mundo fora que se atrevem a publicar comentários críticos aos poderes vigentes na Rússia, tentando sufocar o debate com tácticas em tudo semelhantes às que o caro Wandard e os seus amigos utilizam. Para si, é uma das claras vantagens do anonimato. O caro Wandard poderá dizer o que lhe apetecer e os seus leitores serão obrigados a dar-lhe o benefício da dúvida.

Eu já não me posso gabar do mesmo. Conheço pessoalmente diversos leitores e participantes neste fórum, que sabem quem eu sou, o que faço e quais as minhas competências e filiações (ou ausência delas), sabendo também que assino os comentários com o meu nome verdadeiro. Alguns até sabem onde vivo e onde trabalho. Estive presente ao vivo e a cores em praticamente todas as oportunidades criadas pelo José Milhazes para debater face a face as problemáticas discutidas neste blog. Como era de prever, NENHUM dos meus pretensos "opositores" supostamente residentes na área se dignou a aparecer. Da primeira vez, tal surpreendeu-me um bocadinho; mas das outras vezes, considerando o contexto, concluí que esta ausência faz todo o sentido.

Ao final do dia, talvez a nossa diferença fundamental resida no que entendemos por "russofilia". Para mim, enquanto entusiasta da Rússia, russofilia envolve o dever de lutar pela exposição da podridão social e política, como condição fundamental para se alcançar uma sociedade melhor. Para si, caro Wandard, russofilia é o conceito soviético: fingir que está tudo bem e desviar a atenção pública das responsabilidades dos autores do desastre, culpando, sempre que possível, o "sabotador estrangeiro".

Deixo então aos leitores deste blog a tarefa de decidir qual de nós é o verdadeiro russófilo.

António Campos

MSantos (algures...) disse...

Acho inqualificável vir alguém para aqui fazer alegações sobre eventuais identidades ou intenções simplesmente porque não são conhecidos pessoais do proprietário do blog ou de alguns leitores, retirando-lhe só por isso legitimidade de participar.

Creio que até o José Milhazes concordará comigo que mesmo as vozes do governo russo, siloviki, FSB e cia se poderão fazer ouvir aqui pois o debate livre de ideias faz-se não excluindo ninguém.

Realmente essa sua obssessão sobre quem pensa diferente de si é mórbida, Campos.
Lembro-me quando você entrou por aqui adentro alguém ter afirmado que a sua atitude de perfeito "bullying" era para intimidar opositores e establecer a sua verdade e realmente depois de tudo isto constato que realmente é isso mesmo. Mas teve azar, pois encontrou quem lhe faz frente e não se agacha só porque você "berra" mais alto.

Uma vez você questionou-me sobre qual era o meu interesse em participar neste blog, já com uma suspeita segunda intenção. Agora sou eu e penso que muita gente deverá questionar o que é que leva um cidadão português que apesar dos laços com a Bielorússia presumo, a ter um interesse para lá do doentio em assuntos internos de outro país, tudo como se fosse uma questão pessoal de honra ferida.

Também não quero saber pois para mim é irrelevante.

Dado deduzir que também me incluiu no rol dos opositores "inexistentes" devo-lhe dizer que os livros que o José Milhazes lançou versam mais que tudo temas predominantemente africanos que muitas vezes não são aqui discutidos. Aliás, sobre os temas de África não tenho memória em que você tenha metido a colherada.
E também no meu caso particular, haver um factor que talvez você tenha a sorte de estar liberto: eu trabalho.
E vejo esse mesmo meio de sustento ameaçado por motivos das barabaridades que você vem para aqui defender.

No entanto até pode aí vir um novo livro ou uma nova oportunidade em que poderei participar.

E aí será muito engraçado de verificar se você mantem essa petulância frente a um "opositor", cara a cara, olhos nos olhos.

Tal como outro companheiro que por aqui anda, caro Campos, até esse momento, a conversa entre nós acabou.

Melhores cumprimentos
Manuel Santos
(nome fidedigno)

MSantos (algures...) disse...

Wandard

Apenas um reparo:

Jeffrey Sachs realmente acreditava no modelo que na altura implementava.

No entanto com o passar dos anos e o resultado das terapias de choque e respectiva ultraliberalização dos mercados, mudou a sua opinião.

Recordo-me de há uns tempos atrás de um texto em que criticava o neoliberalismo de Hayek, defendendo a necessidade e reforço do Estado social.

Jeffrey Sachs é um bom exemplo de como alguém bem intencionado pode defender uma ideia errada e de como a bondade e grandeza dos homens serão sempre superiores às ideologias.

Cumpts
Manuel Santos

Wandard disse...

"Seja como for, caro Wandard, e como já tive oportunidade de o demonstrar ad nauseam, a realidade é infelizmente muito mais complexa do que pretende afirmar, e atribuir as culpas a "agentes estrangeiros hostis à Rússia" sem ir ao fundo do assunto é uma falácia sem base factual que só ajuda a mascarar a realidade e a encobrir os verdadeiros culpados."

Caro Antonio,

Sinto muito, mas a sua repetição dos fatos já anteriormente relatados e com alguns detalhes de forma bastante resumida, por mim apontados no último post não provaram nem muito menos confirmaram os seu posicionamento e muito menos a culpabilidade a quem procura creditar pelo desastre ocorrido na Rússia nos anos 90. O documento que citei eu possuo caso você o desconheça, apesar de acreditar que você o conhece devido a certos relacionamentos que como citei antes, suponho que você possua, em virtude da propriedade com que costuma argumentar a defesa de certos personagens descritos em suas postagens, já que preferiu desviar ou não fazer quaisquer colocações a respeito do mesmo, optando por descarregar de forma estratégica uma verborragia sem fim de acusações em relação à idoneidade dos leitores que fazem oposição aos seus comentários e postagens.

" Nos tempos do NKVD e do KGB, desinformação deste género era moeda corrente bastante eficaz, uma vez que o controlo dos meios de comunicação era absoluto e a sociedade era totalmente fechada. Agora, tornou-se um pouco mais difícil fazer o mesmo, pelo que abafar as vozes críticas exige um bocadinho mais de sofisticação, não é?'

" Para si, caro Wandard, russofilia é o conceito soviético:"

Bem acredito que você tenha aprendido bem a utilizar a técnica da desinformação, pois a tem praticado com maestria em seus comentários.

Agora, solicito que busque manter o nível de respeito com o qual sempre o procurei tratar evitando recorrer a estigmas como as referências acima destacadas. Acima de tudo felicito-o pela sua excelente condição de empresário, que lhes permitir estar presente a todos os eventos que descreveu, infelizmente para mim não é possível pois possuo emprego, família e inúmeras responsabilidades e atividades que impossibilitam de participar de forma presente destes debates, além de não ser residente em Portugal e nem no continente euroupeu, situação que todos que frequentam este blog desde quando aqui comecei a postar comentários conhece muito bem.

Para mim a Russofilia não é nem nunca foi um conceito soviético, nunca tive nenhuma ideologia política, e muito menos a soviética.

Mas se o que você pratica é "Russofilia" com o que costuma escrever, só posso dizer que o povo russo está em situação extremamente desvantajosa com esta contribuição.

Mas não se preocupe, haverá oportunidade de estarmos presentes em um destes debates, e espero que haja tempo e espaço suficiente para as discussões sem a limitação de caracteres digitados e com a possibilidade da utilização de todo o arsenal de conhecimento, informações e eloquência disponível.

Wandard disse...

Caro Manuel,

Agradecido pela observação, apenas ressalvo que citei Sachs por está ligado à situação comentada e entendo perfeitamente que erros em projetos, ou decisões erradas podem acometer qualquer um, pois afinal somos humanos e falíveis.

Grande abraço,