segunda-feira, setembro 27, 2010

China e Rússia reforçam bases de cooperação com petróleo, gás e energia atónica

A Rússia e a China assinaram hoje todo um conjunto de importantes acordos e contratos no quadro da visita de Dmitri Medvedev a esse país. A cooperação irá da esfera do petróleo, gás e átomo até à energia elétrica e exploração de carvão.

Dmitri Medvedev, Presidente da Rússia que se encontra de visita à capital chinesa, considera que, até ao fim do ano, as relações comerciais bilaterais irão atingir os números observados antes da crise de 2008.
Neste ano, iremos compensar o tempo perdido e, ao que tudo indica, chegaremos aos índices da cooperação económica registados antes da crise”, declarou Medvedev numa conferência de imprensa realizada após conversações com o seu homólogo chinês, Hu Jintao.
O dirigente russo apontou como áreas estratégicas de cooperação a energia, incluindo formas de sua poupança, o desenvolvimento de linhas de distribuição, a energia nuclear, bem como a realização de projetos no campo das altas tecnologias.
No campo dos fornecimentos de petróleo, a Rússia irá fornecer, a partir do início do próximo ano, 15 milhões de toneladas de petróleo pelo novo oleoduto construído entre os dois países, mas os chineses querem mais.
A parte chinesa manifestou vontade de aumentar os volumes de compra, mas isso, por enquanto, não passa de um desejo. É preciso encontrar petróleo e garantir o seu transporte”, comentou Nikolai Tokarev, diretor da “Transneft”, consórcio público russo que gere os pipe-lines.
A situação é diferente no que respeita ao gás. Igor Setchin, vice-primeiro-ministro russo, revelou que a China consome 90 mil milhões de metros cúbicos de gás por ano e que a Rússia poderá fornecer quantidades superiores a essa.
Serguei Lavrov, ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, e o seu homólogo chinês, Yan Czechi, assinaram acordos de cooperação em matéria de energia, finanças e recursos marinhos, bem como na luta contra o terrorismo, o separatismo e o extremismo.
Serguei Kirienko, diretor da Agência Atómica da Rússia (Rosatom), anunciou que, no próximo ano, especialistas russos irão dar início à construção de mais dois reatores nucleares na central chinesa de Tianwan e que assinou com o seu homólogo chinês um acordo de cooperação estratégica no uso pacífico da energia atómica.
Dmitri Medvedev sublinhou particularmente que as posições da Rússia e da China coincidem no campo internacional.
Seguimos firmemente a política de parceria estratégica face a todas as questões da ordem de dia internacional, temos uma boa coordenação tanto face às questões internacionais, como regionais. É produtiva a interação em plataformas como os BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), a Organização de Cooperação de Xangai e o G-20”, precisou o líder russo.
P.S. Num encontro com veteranos chineses e russos da SEgunda Guerra Mundial, uma chinesa chamou a Medvedev "Presidente da União Soviética" e comparou-o a José Estaline. Mas o actual dirigente russo tem tanto a ver com o ditador comunista como o seu homólogo chinês Hu Jintao tem a ver com Mao.

2 comentários:

Anónimo disse...

Energia atómica, talvez?

Nuno B. disse...

Uma resposta russa à "Charte européenne" e ao aumento da pressão concorrencial na Europa?