A Rússia e a China assinaram hoje todo um conjunto de importantes acordos e contratos no quadro da visita de Dmitri Medvedev a esse país. A cooperação irá da esfera do petróleo, gás e átomo até à energia elétrica e exploração de carvão.
Dmitri Medvedev, Presidente da Rússia que se encontra de visita à capital chinesa, considera que, até ao fim do ano, as relações comerciais bilaterais irão atingir os números observados antes da crise de 2008.
“Neste ano, iremos compensar o tempo perdido e, ao que tudo indica, chegaremos aos índices da cooperação económica registados antes da crise”, declarou Medvedev numa conferência de imprensa realizada após conversações com o seu homólogo chinês, Hu Jintao.
O dirigente russo apontou como áreas estratégicas de cooperação a energia, incluindo formas de sua poupança, o desenvolvimento de linhas de distribuição, a energia nuclear, bem como a realização de projetos no campo das altas tecnologias.
No campo dos fornecimentos de petróleo, a Rússia irá fornecer, a partir do início do próximo ano, 15 milhões de toneladas de petróleo pelo novo oleoduto construído entre os dois países, mas os chineses querem mais.
“A parte chinesa manifestou vontade de aumentar os volumes de compra, mas isso, por enquanto, não passa de um desejo. É preciso encontrar petróleo e garantir o seu transporte”, comentou Nikolai Tokarev, diretor da “Transneft”, consórcio público russo que gere os pipe-lines.
A situação é diferente no que respeita ao gás. Igor Setchin, vice-primeiro-ministro russo, revelou que a China consome 90 mil milhões de metros cúbicos de gás por ano e que a Rússia poderá fornecer quantidades superiores a essa.
Serguei Lavrov, ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, e o seu homólogo chinês, Yan Czechi, assinaram acordos de cooperação em matéria de energia, finanças e recursos marinhos, bem como na luta contra o terrorismo, o separatismo e o extremismo.
Serguei Kirienko, diretor da Agência Atómica da Rússia (Rosatom), anunciou que, no próximo ano, especialistas russos irão dar início à construção de mais dois reatores nucleares na central chinesa de Tianwan e que assinou com o seu homólogo chinês um acordo de cooperação estratégica no uso pacífico da energia atómica.
Dmitri Medvedev sublinhou particularmente que as posições da Rússia e da China coincidem no campo internacional.
“Seguimos firmemente a política de parceria estratégica face a todas as questões da ordem de dia internacional, temos uma boa coordenação tanto face às questões internacionais, como regionais. É produtiva a interação em plataformas como os BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), a Organização de Cooperação de Xangai e o G-20”, precisou o líder russo.
P.S. Num encontro com veteranos chineses e russos da SEgunda Guerra Mundial, uma chinesa chamou a Medvedev "Presidente da União Soviética" e comparou-o a José Estaline. Mas o actual dirigente russo tem tanto a ver com o ditador comunista como o seu homólogo chinês Hu Jintao tem a ver com Mao.
2 comentários:
Energia atómica, talvez?
Uma resposta russa à "Charte européenne" e ao aumento da pressão concorrencial na Europa?
Enviar um comentário