terça-feira, setembro 14, 2010

Parlamento marca eleições presidenciais para 19 de Dezembro




Os deputados da Câmara de Representantes da Assembleia Nacional da Bielorrússia votaram hoje, por unanimidade, a realização de eleições presidenciais a 19 de Dezembro de 2010.
Alexandre Lukachenko, atual Presidente da Bielorrússia, ainda não anunciou se se vai recandidatar pela quarta vez a essa cargo.
“Sinceramente falando, já trabalhei demais. Se encontrarem outro presidente, não tenho medo. Mais tarde ou medo cedo, é preciso encontrá-lo. Se encontrarem, muito bem”, declarou.
“Vêem que há muitos que não gostam do atual presidente, tanto no Ocidente, como no Oriente. Claro que querem imiscuir-se. Não me preocupo com isso, apenas vos digo: não relaxem”, sublinhou.
Porém, ao falar da possibilidade de privatização da propriedade pública no país, Lukachenko frisou: “Essa é a minha política firme (oposição à venda de propriedade pública ao desbarato), eu defendia durante 15 anos e continuarei a fazer o mesmo se tiver a sorte de continuar a ser o presidente deste país”, acrescentou.
Esta tarefa é facilitada pelo fato da oposição ao “último ditador da Europa”, como é conhecido Lukachenko, avançar para as eleições com quatro candidatos.
A oposição acusa-o de estar por detrás da liquidação física dos seus opositores. Há duas semanas atrás, Oleg Bebenin, jornalista bielorrusso, fundador do mais influente sítio da oposição, foi encontrado enforcado na sua casa de campo. As autoridades falam em suicídio, mas os seus colegas não acreditam nessa versão.
A campanha eleitoral e o escrutínio irão decorrer tendo como pano de fundo o agravamento das relações entre Minsk e Moscovo.
Segundo uma fonte diplomática contatada pela Lusa, “a data de 19 de Dezembro foi escolhida para que as eleições se realizem antes do reinício das conversações entre a Bielorrússia e a Rússia sobre o preço do gás e do petróleo”.
O Kremlin lançou uma “guerra informativa” contra Lukachenko, comparando-o a um “padrinho” da máfia.
Minsk reagiu criticando a política do primeiro-ministro russo. Na véspera,  no Youtube, um homem mascarado, que se apresenta como “ex-agente dos serviços secretos russos”, acusou Putin de ter planos para liquidar fisicamente o dirigente bielorrusso.
“Não vale a pena comentar delírios. Parece tratar-se de esquizofrenia eleitoral”, comentou Dmitri Peskov, porta-voz de Putin.

3 comentários:

HAVOC disse...

Até que enfim, notícias sobre o porta-aviões Admiral Kuznetsov!! Ele está de volta, e irá iniciar exercícios militares no Mar de Barents e em 2012 irá para o estaleiro passar por uma modernização...

Com relação á Lukachenko, já está indo tarde!!! Belarus merece coisa melhor... Foram 15 anos de retrocesso, um retorno para a Idade da Pedra. Considero uma cópia fracassada de Slobodan Milosevic, governando um país sem muitas perspectivas.

Mas afinal, o que é Belarus? É um pedaço de terra, que foi doado pelos russos, para seus ascendentes que falavam uma língua um pouco diferente, daquela falada pela Terra-Mãe.

Quem vai dar atenção para um país com 207.600 qulometros quadrados e uma população de 9.700.000 habitantes, e ainda sem saída para o mar?

Belarus não passa de uma imensa fazenda, governada por um caipira psicopata, que rege sua terra, como se fosse sua propriedade!

O futuro ideal para Belarus está escrito aqui ( leiam com atenção!) :

http://en.wikipedia.org/wiki/Union_of_Russia_and_Belarus

Jest nas Wielu disse...

/“Não vale a pena comentar delírios. Parece tratar-se de esquizofrenia eleitoral”, comentou Dmitri Peskov/

Algo parecido a URSS afirmava após o assassinato de Trotsky, Yevhen Konovalets, Stepan Bandera, etc...

António disse...

Essa do caipira psicopata está linda. Não é possível encontrar melhor caracterização para o homem.

No entanto, se os dois países se unissem, a Rússia iria ter que trabalhar muito para atingir os níveis de qualidade das infraestruturas e do sistema de saúde bielorrussos. Por mais maus que sejam, prefiro mil vezes ter um acidente e ser levado para o hospital na Bielorrússia e rezo a todos os santinhos para que tal nunca me aconteça na Rússia.

Caro Jest, não me parece que o vídeo e as suas ameaças sejam credíveis, e só demonstra que Lukashenka se sente cada vez mais isolado.

E a resposta não vai tardar: o cineasta russo Alexander Valov, famoso pelo seu filme pornográfico "Yulia", onde contracenam sósias de Yulia Timoshenko e Mikhail Saakashvilli em cenas escaldantes, está a preparar o seu novo filme "Luka", no qual um sósia do Batka irá demonstrar as suas proezas viris com as camponesas bielorrussas. Espera-se que o lançamento desta obra-mestra ocorra no final do ano, mesmo a tempo das eleições.

António Campos