segunda-feira, outubro 25, 2010

Estudante guineense refugia-se na embaixada do seu país em Moscovo

Um estudante finalista guineense refugiou-se na embaixada da Guiné-Bissau para não cair nas mãos dos Serviços de Imigração da Rússia. Celestino Nhagh e mais cinco estudantes querem regressar ao seu país, mas o Governo de Bissau não envia o bilhete de avião prometido.
“Fui obrigado a refugiar-me na embaixada do meu país, pois encontro-me ilegal na Rússia e posso ser detido pela polícia”, declarou Celestino à Lusa por telefone.
O estudante guineense, que terminou um curso universitário na cidade de Voronej, situada a sul de Moscovo, teve de abandonar a residência estudantil a 28 de Setembro passado e foi detido pelos Serviços de Imigração da Rússia por “residência ilegal” no país.
“Estive algumas horas na esquadra e foi-me dado uma autorização para eu me deslocar à nossa embaixada, onde hoje me encontro refugiado”, explicou ele.
“Sei que provoco sérios incómodos à embaixada, pois ela é muito pequena, tem pouco espaço. Eu durmo na sala”, reconhece o estudante guineense.
A Embaixada da Guiné-Bissau, devido a dificuldades económicas, encontra-se instalada num apartamento de três assoalhadas num dos bairros de Moscovo.
“Mas não tenho outra saída, não tenho para onde ir, pois posso ser novamente preso”, sublinha Celestino.
Mais cinco estudantes guineenses encontram-se numa situação idêntica e escondem-se em casas de amigos, pois a representação diplomática não tem condições para os acolher a todos.
Celestino Nhagh contou à Lusa que o embaixador guineense em Moscovo já contatou várias vezes o Governo de Bissau, mas o problema continua por resolver.
“Telefonámos para o Ministério da Educação e um dos seus dirigentes disse-nos para que as nossas famílias paguem os bilhetes de regresso, mas elas não têm meios, vivem com dificuldades”, afirma ele.
Este problema repete-se anualmente e irá continuar, pois na Rússia estudam cerca de 245 estudantes da Guiné-Bissau, encontrando-se, presentemente, 06 numa situação de não conseguirem regressar ao país.
Os bolseiros guineenses que vão estudar para a Rússia com bolsas do Governo de Moscovo recebem mensalmente 1200 rublos (cerca de 30 euros), quantia claramente insuficiente para se viver no pais, e muito menos para poupar para o bilhete de avião de regresso.

6 comentários:

Cristina disse...

Lamentável, de facto.
Recordo-me de quando trabalhava na embaixada de Moçambique em Moscovo, foi com grande dificuldade que conseguimos fazer voltar a Maputo um estudante que já há meses não conseguia sair da Rússia. A questão complica-se pelo facto de as autoridades russas exigirem uma coisa bem estranha: um visto de SAÍDA, ou seja, caso a pessoa esteja ilegal, tem que se legalizar primeiro, pagar a respectiva multa, pedir um visto e só depois pode sair. Se, porventura, a entidade do país de origem se atrasar a marcar os bilhetes de avião, muitas vezes os prazos do visto de saída (geralmente 10, 15 dias) expiram antes das outras formalidades e o estudante tem de voltar à estaca zero e pedir outro visto...Para os que estão fora de Moscovo, longe das embaixadas, a dificuldade é ainda maior...
Quando será que a Rússia simplifica os procedimentos de imigração? Já não basta a desumana "reguistratsia", como se tem de percorrer um calvário para entrar ou sair do país...

Cristina disse...

Já agora, por que é que para nós, portugueses (ou outros europeus), a Rússia tem que ser diferente da América no que respeita à imigração?
Um amigo meu português foi aos EUA pela primeira vez em viagem particular. Bastou inscrever-se no site do respectivo serviço norte-americano uns dias antes da viagem, preencher um formulário à entrada do país e, pronto, já lá estava sem qualquer problema.
Experimentem fazer o mesmo com a Rússia e vão ver o que vos espera....

Anónimo disse...

Concordo Cristina.

Os russos são uns miseráveis.

Quando acabou a URSS deviam ter sido divididos em várias repúblicas e ter libertado aqueles povos.

Cristina disse...

Isso já não sei se seria boa ideia. Iria dar guerras de certeza, não se esqueça que os povos da Rússia são muitíssimos e de religiões diferentes. O problema não está no número de povos "federados" mas na organização do Estado em si. O Estado russo parece que considera os cidadãos criminosos e violadores da lei à partida e, por isso, toca a complicar para que os cidadãos vejam quem manda e não se lembrem de exigir direitos. Aliás, mesmo que exijam, não adianta nada. O melhor é oferecer um ramo de flores ou qualquer outra coisa inocente aos funcionários, assim, sim, as coisas resolvem-se.

Anónimo disse...

Brasil ocupa a 69ª posição em ranking da Tranparência Internacional

DA BBC

O relatório anual da ONG Transparência Internacional, divulgado nesta terça-feira, indica que o país melhorou no ranking internacional sobre o tema.


O Brasil ocupava no ano passado (2009) o 75º lugar entre 180 países no Ranking de Percepção da Corrupção da Transparência Internacional.


A Rússia me piorou!!!!!
Estava em 146 ano passado, decaiu para 154 em 2010. E isso entre 178 países.

Está entre os mais brutalmente corruptos do mundo, ao lado de Guiné-Bissau!

Jest nas Wielu disse...

Geórgia ocupa a 69ª posição em ranking da Tranparência Internacional e a 4ª posição no espaço pós - soviético.