A polícia de choque russa conseguiu dispersar os milhares de manifestantes que se juntaram no centro da capital russa para protestar contra o assassinato de um adepto da equipa de futebol do Spartak de Moscovo.
Segundo fontes policiais citadas pelas agências russas, as autoridades detiveram 65 manifestantes.
“Foram identificados os que tentaram realizar provocações, nós iremos esclarecer o que aconteceu”, declarou aos jornalistas Vladimir Kolokoltsev, chefe da polícia de Moscovo.
“Depois de determinarmos o que se passou, os adeptos de futebol detidos serão libertados”, acrescentou.
A Praça Manejnaia da capital russa, a poucos metros do Kremlin, transformou-se, ao fim da tarde, no palco de uma verdadeira batalha campal entre manifestantes e polícias.
Cerca de seis mil adeptos de futebol, que se reuniram no local para protestar contra a falta de eficácia da polícia na detenção do assassino de um adepto do clube Spartak de Moscovo, envolveram-se em confrontos com a polícia de choque russa (OMON).
Os incidentes começaram quando os manifestantes espancaram três pessoas originárias do Cáucaso do Norte russo, região de onde é originário o alegado assassino do adepto do Spartak.
Iegor Sviridov foi assassinado a tiro durante confrontos entre um grupo de adeptos do Spartak e originários do Cáucaso do Norte, no passado dia 06 de Dezembro.
A polícia não deteve logo os autores dos desacatos e, na passada terça-feira, mais de mil apoiantes do Spartak manifestaram-se no centro da capital russa a fim de exigir a detenção do autor dos tiros que vitimou Sviridov.
Durante a manifestação, apoiada por grupos nacionalistas russos, foram gritadas palavras de ordem como “Rússia para os russos”, “Moscovo para os moscovitas”.
Na quarta-feira, distúrbios provocados pelos adeptos do Spartak em sinal de protesto contra a atuação da polícia obrigaram o árbitro a suspender temporariamente o jogo da Liga dos Campeões entre o clube de Moscovo e o Zilina da Eslováquia.
O autor dos disparos, bem como outro participante nos confrontos, foi detido pela polícia na quinta-feira. Aslan Tcherkessov, originário do Cáucaso do Norte russo, declarou ter atuado em “legitima defesa”.
Fontes da agência Ria-Novosti revelaram que os confrontos no centro de Moscovo provocaram pelo menos dez feridos, a maioria dos quais caucasianos.
Organizações de defesa dos direitos humanos acusam organizações nacionalistas russas de extrema-direita de estarem por detrás dos desacatos.
“Sem dúvida que a extrema-direita não desempenhou aí o último papel. Pelas declarações das organizações de fãs e pelas declarações de organizações de extrema-direita pode-se concluir que a extrema-direita desempenhou o principal papel na manifestação”, declarou Galina Kojevnikova, dirigente da organização “SOVA”, que luta contra a xenofobia.
Durante a manifestação soaram palavras de ordem como “Rússia para os russos”.
Depois de abandonarem a Praça Manejnaia, grupos de manifestantes entraram no Metropolitano de Moscovo e espancaram passageiros caucasianos.
Um barril de pólvora há muito existente e que as autoridades russas ignoraram. Os problemas nacionais existentes em várias regiões da Rússia e a onda de nacionalismo e xenofobia podem pôr em perigo a própria integridade do país.
Um barril de pólvora há muito existente e que as autoridades russas ignoraram. Os problemas nacionais existentes em várias regiões da Rússia e a onda de nacionalismo e xenofobia podem pôr em perigo a própria integridade do país.
6 comentários:
Obrigado, Sr. Rogozin!
Seria interessante sabermos, Cristina!
Vídeo sobre confrontos em Moscovo:
http://video.mail.ru/inbox/stronciy/37/45.html
Palavra “nacionalista”, na Rússia é um eufemismo para neo-nazi e xenófobo, ontem Aljazeera English mostrou um dos líderes destes “nacionalistas”, que falou em “guerra racial”, nem menos.
««Palavra “nacionalista”, na Rússia é um eufemismo para neo-nazi e xenófobo»»
Não só na Rússia, mas em todo lugar do mundo. E, claro, inclusive na Ucrânia.
Sinto cheiro da CIA e NSA nessa história!
Vocês sabem, isso é conspiração total!
Enviar um comentário