sexta-feira, dezembro 17, 2010

Sussuros, um livro importante para compreender o estalinismo

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Texto retirado do blog "Água Lisa", com a devida autorização do João Tunes, a quem agradeço desde já o acto solidário de permitir a publicação do seu texto neste blog.

"O que mais valoriza “Sussurros” (*) é a sua forma particular de abordar a opressão comunista durante o período da tirania de Estaline e que eleva este livro do historiador e professor Orlando Figes à qualidade de peça única e incontornável na historiografia sobre a opressão de Estado em versão totalitária. De facto, Figes não enveredou nem pelo desfolhar dos episódios repressivos nem se deteve a entrar na polémica sobre as estatísticas das vítimas e dos carrascos. Exceptuando o tratamento detalhado e central de uma figura de primeira grandeza da vida pública soviética, o escritor Konstantin Simonov, a obra, ao longo das suas mais de setecentas páginas, ocupa-se das figuras comuns, quer dos represaliados (sobretudo estes) como dos coniventes e agentes da opressão, baseando-se em testemunhos orais ou em documentos obtidos, através de uma longa e aturada investigação desenvolvida na antiga URSS junto dos sobreviventes da época estalinista. Ou seja, Figes aborda a opressão contaminante do quotidiano dos cidadãos soviéticos sobretudo nos anos 30 e 40 do século XX e que, de uma forma absolutamente cega, ceifava a eito a sociedade no seu conjunto [escravizando e liquidando intelectuais e pequenos proprietários ou artesãos, por “crime” de pertença de classe; certas nacionalidades suspeitas de “infidelidade étnica atávica” para com a hegemonia russa em que assentava a estrutura multinacional soviética; comunistas e quadros soviéticos dos vários escalões ao sabor dos caprichos absurdos e arbitrários de quotas para cumprir metas de purgas; finalmente, os familiares (mulheres e filhos) dos reprimidos nos casos anteriores e que pagavam por “crime” de serem familiares de “inimigos do povo”]. No fundo, os alvos da repressão estalinista, conforme a uma lógica absolutamente paranóica, eram todos os cidadãos, incluindo os próprios mandantes e agentes da repressão. E, assim, cada cidadão soviético tinha como principal preocupação de sobrevivência, além de confiar no factor sorte, situar-se “correctamente” perante a repressão, sobrevivendo-lhe. E, claro, nem todos se saíam bem, no arbítrio dos acasos, das delações e das embirrações, para além das fatalidades de origens e pertenças. Milhões, muitos milhões, saíram-se mal. Uma parte fuzilada após tortura, a maioria constituindo o exército do trabalho escravo que industrializou a URSS, colectivizou a agricultura, produziu as grandes obras, cumpriu os planos quinquenais, construiu o socialismo, um socialismo de miséria, escravidão, fome, opressão. E, para além dos efeitos imediatos do sistema do GULAG, eventualmente a parte mais grave da repressão, o sistema repressivo, ao tornar aleatória a escolha dos alvos, feriu profunda e irreversivelmente a psicologia, a cultura e o estado emocional dos soviéticos. Até aos tempos actuais, passados vinte anos desde a queda do comunismo. E é nesta compreensão que o livro de Figes atinge uma intensidade e relevância única na historiografia sobre o estalinismo, ao descer do público para o privado, dos dados globais da repressão para as feridas desferidas nas pessoas, nas famílias e nos afectos. A monstruosidade da sociedade estalinista, afinal uma mero caso demonstrativo do que é o comunismo enquanto governo, em que após a fase de sedução social e política invocando os mais nobres ideais e aspirações humanas e sociais se transforma em máquina brutal de conservação de poder, em que o “terror vermelho” se inclui necessariamente no menu do trajecto de domínio, fica melhor exposta pela metodologia utilizada por Figes do que todos os tratados sobre a superestrutura da tirania estalinista. Mas, não havendo história grátis, é bom que se tenha o estômago bem preparado para encaixar os murros emocionais que “Sussurros” proporciona perante as dimensões insuspeitas e reveladas sobre onde chega, pode chegar, a perfídia humana politicamente organizada e cinicamente invocando a defesa suprema dos trabalhadores, do povo, da humanidade.
Terminada a leitura de “Sussurros”, percebida e sentida a lógica brutal do GULAG, ainda com as emoções em sangue, julgo que uma questão tende a assaltar cada um dos seus leitores: o que distinguiu o aparelho carcerário, de campos e de liquidação montado na URSS, dirigido por comunistas, do melhor conhecido aparelho repressivo e de extermínio montado pelos nazis? Julgo que o livro de Figes não deixa escapatória à constatação inevitável de que enquanto a repressão nazi foi selectiva e os seus alvos foram sempre pública e previamente anunciados (os judeus, os homossexuais, os comunistas, os social-democratas, os democratas, as minorias, as etnias consideradas inferiores), a repressão comunista ameaça toda a sociedade, todos os cidadãos, incluindo (!) os comunistas. Por isso mesmo, Estaline pode considerar-se o construtor de uma sociedade única, a do totalitarismo autofágico. Fica para outra altura a discussão sobre o como e o porquê de que quando as experiências comunistas se desviam deste modelo, o do Estado-Polícia desenvolvendo-se em espiral paranóica, estas falham automaticamente e destroem ... o comunismo.
Naturalmente que está subentendido o conselho para quem ainda não escolheu o livro de oferta de natal para um amigo alérgico à mentira e à opressão.

(*) – “Sussurros”, Orlando Figes, Aletheia Editores."

19 comentários:

António disse...

Li este livro há três anos e é uma pena que tenha levado tanto tempo a chegar aqui. Figes é um dos melhores historiadores da Rússia. E ao que sei, as sua melhores obras, "A People's Tragedy", sobre a revolução russa, e "Natasha's Dance", uma história da cultura russa, não foraam publicadas em português (de Portugal).

Especialmente interessante é a forma como Figes usa a cobardia e o oportunismo de Simonov para ilustrar as vidas de quem se colou ao sistema para sobreviver. E o remorso, no final da vida, por tê-lo feito.

O livro é também um tributo ao trabalho inestimável da organização Memorial, que deu um contributo indispensável à elaboração da obra.

António Campos

Gilberto disse...

Não li esse, até gostaria, mas o melhor livro já feito, em que melhor se compreende o stalinismo é "Os filhos da Rua Arbat"(se não me engano em português lusitano traduziram como "Os Putos(!)da Rua Arbat") -- livro de ficção de Anatoli Ribakov.

Se compreende bem o maquiavelismo e a malevolência do stalinismo sem se precisar recorrer à histeria anti-comunista, nem às mentiras ou às falsificações, tão comuns a esses livros.

Anónimo disse...

Esses livro saiu aqui no Brasil, penso que um pouco antes que em Portugal. Comprei. Li.

É de gelar a espinha. O comunismo e o nazismo são mesmo gêmeos siameses.

Anónimo disse...

"Figes é um dos melhores historiadores da Rússia"

Figes é um dos melhores historiadores SOBRE a Rússia.

É britânico e professor da Univeridade de Londres.

Anónimo disse...

"A tragédia de um povo" existe em português , mas no do Brasil.

Verdadeiro calhamaço de mais de 1000 páginas que disseca fundo o crime que foi o golpe perpetrado pelos carniceiros bolcheviques. É preciso ter estômago. Mas vale a pena.


Ítalo

Anónimo disse...

Esses livros mostram o que todo "esquerdinha" tenta a todo custo omitir: que regimes comunistas/socialistas, para se manterem de pé, só através de uma brutal repressão político/ideológica e que passa também pelo total controle do Estado sobre a vida do cidadão e família. Os socialistas/comunistas "modernos", tentam "dourar a pílula" afimando que querem um socialismo "sem os erros do passado". É realmente a piada do século. Basta olhar a Venezuela, a Coreia do Norte e Cuba de hoje.

Abortos da natureza.

António disse...

Outro excelente livro que recomendo (talvez nalguns aspectos ainda melhor do que este) é o "Night of Stone - Death and Memory in Twentieth Century Russia", da historiadora Catherine Merridale

António Campos

António disse...

No seu website, Figes tem uma secção inteiramente dedicada a este livro, onde é possível encontrar, resenhas históricas, transcrições das entrevistas, facsímiles dos documentos usados, fotos das famílias entrevistadas e até áudio de algumas entrevistas.

A base de dados é exaustiva, mas para os interessados é uma preciosa fonte de referências documentais.

http://orlandofiges.com/whisperers.php

António Campos

Anónimo disse...

É mais um livro do situacinismo, portanto escorrega por a goela abaixo melhor que pão com manteiga, depois há que saber quem este João Tunes o que escreve e da maneira que o faz.

No blogue "Vias de Facto" está acompanhado, só por muito boa gente e por fazer parte de gente muito boa o Doutor Milhazes foi repescar esta obra.

O Bloco de Esquerda é assim mesmo, tipo rede de arrasto apanha tudo.

Já votei BE, espero fazê-lo mais vezes, mas não é por estes troca tintas.

Cristina disse...

Não precisava o Sr. Francisco Lucrécio de dizer que vota BE: vê-se muito bem. É pena é que não ame o seu país e não veja quão pernicioso para este pode ser a política e a ideologia de extrema-esquerda: há muitos exemplos no mundo, quer no século XX, quer no XXI, do que fizeram estas forças quando chegaram ao poder. Não gostaria de viver num país assim e creio que nem o Sr. Francisco gostaria se tais ideias fossem levadas à prática. A esquerda vive numa permanente e bem intencionada ilusão: acha que substituindo o actual sistema político e económico pelo seu próprio sistema, as pessoas passarão a viver melhor e a ser felizes: triste ilusão, que já nos fez perder muitas gerações inutilmente.

Maquiavel disse...

Sra. Cristina, a esquerda a sério deu-nos o modelo nórdico, implementado desde 1917 na Suécia, e que manteve os altos níveis de vida até nas crises dos anos 70, 80, e 90. É um modelo baseado no pleno emprego.

Por mero acaso, os países que o implementaram estäo no topo do desenvolvimento humano e em termos monetários. O pato bravo do PM sueco está a tentar neoliberalizar a Suécia, mas näo pode pör o pé em ramo verde que cai do poleiro!

Quem se afastou do modelo, como a Isländia, acabou como em 2008, e já voltou aos eixos, com medidas de esquerda, e está a sair da crise em grande.

O Brasil de Lula tirou umas ideias desse modelo, e o nível de vida médio disparou. E näo por causa do petróleo, porque esse já era explorado me parece desde a Ditadura.

Estaline é apenas um facínora autoritário na continuaçäo da brutalidade czarista, que já vem de longe, e ela sim moldou a mentalidade russa. Mai nada!

Seguindo o seu triste raciocínio sobre o que pretende a esquerda actual, entäo a direita actual o que quer é continuar a obra de Hitler.

Pippo disse...

Se calhar, Maquiavel, Cristina, etc., o que vocês poderiam começar por definir é o que é a "Esquerda" e a "Direita".

É que parece-me que esses termos, ainda que muito usados, são-no abusivamente. Melhor seria usarmos termos tais como "Liberal" ou "Conservador" (na política e nos costumes, por exemplo), Capitalista e Socialista, etc. Porque "Esquerda" tanto é a social-democracia (a verdadeira) como é a "Esquerda" do Pol Pot...

Anónimo disse...

'O Brasil de Lula tirou umas ideias desse modelo, e o nível de vida médio disparou. E näo por causa do petróleo, porque esse já era explorado me parece desde a Ditadura."

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk


DE ONDE TIROU ESTE DISPARATE Ó "MANUEL"?????????


O bêbado que nos governou 8 anos foi o presidente que mais lucros deu aos banqueiros, empresários e multinacionais na história do Brasil.


NãO MEXEU UMA VÍRGULA nas reformas econômicas feitas pelo seu antecessor.

Pobre europeu inocente, que acha que o Brasil evolui devido ao corrupto do Lula!!!!! Lula só se manteve no poder pela incompetência da nossa oposição(parecida com a que vcs têm em Portugal), e À cOMPRA DE VOTOS COM BILHõES DE REAIS DE DINHEIRO PÚBLICO.

kkkkkkkkkkkkk!

ah! e Hitler era de ESQUERDA.


Nunca se esqueça disso, comuna.


nazismo=comunismo.


Ambos Totaliários, coletivistas, anti-liberais, anti-democracia representativa, anti-capitalistas, e ESTATISTAS. Além do que o comunismo é genocida. igual ao irmão gêmeo.

Anónimo disse...

'O Brasil de Lula tirou umas ideias desse modelo, e o nível de vida médio disparou. E näo por causa do petróleo, porque esse já era explorado me parece desde a Ditadura."

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk


DE ONDE TIROU ESTE DISPARATE Ó "MANUEL"?????????


O bêbado que nos governou 8 anos foi o presidente que mais lucros deu aos banqueiros, empresários e multinacionais na história do Brasil.


NãO MEXEU UMA VÍRGULA nas reformas econômicas feitas pelo seu antecessor.

Pobre europeu inocente, que acha que o Brasil evolui devido ao corrupto do Lula!!!!! Lula só se manteve no poder pela incompetência da nossa oposição(parecida com a que vcs têm em Portugal), e À cOMPRA DE VOTOS COM BILHõES DE REAIS DE DINHEIRO PÚBLICO.

kkkkkkkkkkkkk!

ah! e Hitler era de ESQUERDA.


Nunca se esqueça disso, comuna.


nazismo=comunismo.


Ambos Totaliários, coletivistas, anti-liberais, anti-democracia representativa, anti-capitalistas, e ESTATISTAS. Além do que o comunismo é genocida. igual ao irmão gêmeo.

MSantos disse...

Concordo com as afirmações do Maquiavel e Pippo.

Eu pessoalmente vejo no ideal da esquerda, em sentido lato, o objectivo da participação popular (de todos) em todos os campos da sociedade, partilhando deveres e direitos e mais importante de tudo a igualdade de oportunidades.

Para mim, a direita é mais "desonesta" pois mesmo que o não admita tem sempre a crença de que o povo terá de ser sempre dirigido e comandado por uma elite que poderá ser por nascimento (aristocratas) ou por razões económicas (burguesas).

Essencialmente a visão de direita identifica-se com o conservadorismo em termos de costumes e liberalismo económico. A esquerda é antagónica ou seja, são liberais em termos de costumes e tendem a limitar a liberdade económica.

Foi exctamente o meio termo destas duas correntes que nos trouxe os melhores sistemas de governação que existiram e sempre com o objectivo último, de esquerda, de igualdade de oportunidades que o Maquiavel muito bem referiu.

Lamentavelmente esta esquerda moderada, democrática e devidamente liberal, com conta peso e medida, em termos económicos, desapareceu do panorama político actual. Para mim é indiferente que seja socialista ou social democrata apenas com a ressalva desta social democracia ser o oposto do partido português com o mesmo nome.

Temos então as forças de direita, muito radicalizadas, altamente neoliberais e estranhamente mesmo com o comunismo defunto vai para 20 anos a apontarem-nos esta constante ameaça, e para mim isto é inquietante pois revela contas a ajustar, ódio e uma nítida tendência anti-democrática camuflada pois querem obliterar toda a esquerda ou seja todo um quadrante político.

Paralelamente as forças de esquerda assumida são partidos extremistas, sem qualquer credibilidade e honestidade, vivendo utopias que já se revelaram impraticáveis. No entanto não constituem a ameaça presente dado a sua pouca expressão e o seu programa ideológico contribuir mais para o anedotário do que para a alternativa. em Portugal são os exemplos evidentes PCP e BE.

Cumpts
Manuel Santos

Anónimo disse...

CRISTINA DISSE……««««««««Não precisava o Sr. Francisco Lucrécio de dizer que vota BE: vê-se muito bem. É pena é que não ame o seu país »»»»»»»».


Cristina; antes que responda à ridicularização que consegue fazer de si própria neste comentário.

Desafio-a que tenha ao menos coragem de reconhecer a verdade quando é confrontada com a mesma.

A Senhora é useira e vezeira em colocar aqui comentários de vulgaridade medíocre, coscuvilhice politica, inventar factos, criar situações, falsear a história, parece até que por um acto de vingança ou ajustes de contas do passado.

Para depois quando é confrontada com a verdade e o rigor histórico, silencia-se. É uma muito desprestigiante para quem pretenda ser levado a sério, numa Senhora ainda é mais grave.

Porque caluniar, servir-se de calhandrices, fabricar falsidades, é sinonimo de falta de honestidade e de cultura.

Mas para se amar um país tem que se ser de direita?

Foi a esquerda que levou as coisas à actual situação? Diga qual o país que está a braços com problemas económicos, financeiros e sociais em que os partidos de Esquerda tivessem feito parte do governo?

O que entende por amor ao país? Será estar envolvido em escândalos de corrupção, falências fraudulentas, favorecimentos políticos, arruinar a vida a milhares de pequenos Industriais, de Agricultores, Comerciantes, Pescadores, em beneficio dos grandes interessas económicos e financeiros, atirando com centenas de milhares de pessoas para a miséria e o desemprego?

São estes os seus Patriotas?

Não me identifico com ladrões e políticos demagogos

Cont……

Anónimo disse...

Deduzo daqui que o seu grande problema é de ordem epistemológica “ porque vive alheada da acção e da natureza humana”.
Na área politica já demonstrou que está alucinada por este modelo que vai levar a humanidade à catástrofe.

E neste sentido escusado será discutir com alguém privado da razão.
Na medida em que os seus comentários reflectem a sua profunda ignorância em perceber as causas da actual crise, e em apontar os responsáveis por ela.

Depois tem outras dificuldades, por exemplo ; não sabe distinguir o que é liberdade e violência, enreda-se em contradições e falsidades, tentando impor às outras pessoas as absurdidades saídas do seu pobre imaginário.

Ignora (faz de conta) que a fome, a exclusão social, o analfabetismo, o desemprego e tudo o que prive o ser humano de um mínimo de conforto e bem estar, são outras tantas formas de violência e privação da liberdade?

Mas em que mundo está a viver? Para ignorar que estes dramas humanos se têm vindo agravar dolorosamente nos últimos anos atingindo cada vez mais pessoas, graças às medidas neoliberais impostas por o grande capital financeiro?

.««««««««« A esquerda vive numa permanente e bem intencionada ilusão: acha que substituindo o actual sistema político e económico pelo seu próprio sistema, as pessoas passarão a viver melhor e a ser felizes: triste ilusão, que já nos fez perder muitas gerações inutilmente»»»»»»».

A Esquerda não vive de ilusões, sabe que é uma alternativa viável e credível ao neoliberalismo sufocante em vigor.

Nos países onde a Esquerda tem assumido o poder nos últimos tempos tem tido a capacidade de resolver os problemas herdados da direita, retirando milhões de pessoas da miséria e do obscurantismo.

A direita com que se identifica está a viver num estado alucinogénico profundo, sem ter a noção que é responsável pelo desastre actual.

Ainda não compreendeu isso? A sua miopia é assim tão grande?


Também não tenho que achar que este sistema deva ser substituído. A realidade está ai para prova-lo , a humanidade muda o rumo das coisas ou cai no abismo.

Chegou a hora desta direita cadavérica largar o poder. Não saem a bem saem a mal. Os primeiros sinais já começam a aparecer.

Anónimo disse...

Como diziam aqueles narros perdidos de bêbados na minha terra. O fado enduca e o vinho enstroi.

Aqui é igual.

Mas que caldeirada é esta?

Esquerda é esquerda e direita é direita não podem existir meios termos. Ou se está com os trabalhadores contra o grande capital ou se está com o grande capital contra os trabalhadores.

Foi assim que os renovadores comunistas por essa Europa fora se diluíram com os Socialistas e estes se mesclaram com a Social-Democracia e esta guinou ainda mais para a direita, fundiu-se com a Democracia-Cristã, para no fim se renderem todos ao capitalismo/neoliberal, resultando naquilo que está à vista.

Esse conceito utópico que o mercado resolve tudo está provado que é uma pura falácia. Em sentido contrário também é pura ilusão pensar-se que com o desenvolvimento que as relações sociais atingiram, que toda a gente possa ser empregado do Estado, seria repetir os erros do passado.
Há sectores da economia que está provado que só funcionam bem em mãos privadas. Como o pequeno comercio a pequena industria o artesanato a agricultura familiar etc.

Em contrapartida os grandes Centros de produção esses devem estar sob o controle Estatal. Afim de eliminar o poder e a influencia dos grandes grupos económicos. E proporcionar uma distribuição mais justa da riqueza produzida .
Não escrevi igual distribuição da riqueza!

Sou um Marxista que já pus a foice de parte. Uso tractor.

Pedro disse...

"Há sectores da economia que está provado que só funcionam bem em mãos privadas. Como o pequeno comercio a pequena industria o artesanato a agricultura familiar etc.

Em contrapartida os grandes Centros de produção esses devem estar sob o controle Estatal. Afim de eliminar o poder e a influencia dos grandes grupos económicos. E proporcionar uma distribuição mais justa da riqueza produzida .
"

Esta visão coicide a 100% com a minha. E Curiosamente nunca me senti de esquerda nem comunista.

O que diz nessa frase é correctissimo.
No entanto é necessário que se encontrem mecanismos de transparência e de rigor, e que impeçam tipos mediocres (Como o Socrates) de chegar ao poder.