quinta-feira, março 10, 2011

Diplomacia russa considera inadmissível ingerência militar na Líbia


Serguei Lavrov, Ministro russo dos Negócios Estrangeiros, declarou hoje que é inadmissível a ingerência militar nos assuntos internos tanto dos países africanos, como dos Estados de outros continentes.

“Na Carta da ONU e noutros documentos do Direito Internacional está claramente escrito que cada povo tem o direito de definir o seu destino, não sendo admissível a ingerência nos seus assuntos internos, tanto mais militar”, precisou ele, numa conferência de imprensa em Moscovo.

Segundo ele, a Rússia espera receber uma análise da situação na Líbia depois do relatório do representante especial do secretário-geral da ONU para esse país.

“Há alguns dias atrás, o secretário-geral da ONU nomeou o seu representante especial para a Líbia e nós esperamos que ele vá, urgentemente, à região e estude a situação humanitária na Líbia. Vamos esperar o relatório desse enviado para fazer um quadro mais claro do que ocorre nesse país, do que se passa com os refugiados que fugiram para os Estados vizinhos, um quadro geral”, acrescentou Lavrov.

Lavrov revelou que a reunião do “Quarteto para o Médio Oriente” (Rússia, Estados Unidos, União Europeia e ONU), marcada para março, foi adiada a pedido de Washington.

Porém, ele frisou que a Rússia está contra pausas no processo de paz no Médio Oriente, principalmente tendo em conta os acontecimentos nessa região e no Norte de África.

“Não aceitamos os argumentos de que, tendo em conta os acontecimentos no Médio Oriente, no Norte de África, na Líbia, Egito, Tunísia e noutros países, é necessário fazer uma pausa no processo de conversações entre Israel e a Palestina. Acho exatamente o contrário. É necessário triplicar, decuplicar os esforços para, na situação atual, voltar à mesa das conversações”, frisou.

No início de setembro de 2010, os Estados Unidos conseguir organizar conversações diretas entre israelitas e palestinianos, mas elas foram rapidamente interrompidas, quando terminou a moratória sobre a construção de aldeias hebraicas na margem ocidental do Jordão.

AS tentativas de reatamento dessas conversações não deram até agora resultado.

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