A comissão de investigação polaca das causas da queda do avião do Presidente da Polónia, Lech Kaczynski, atribui responsabilidades na tragédia tanto aos pilotos polacos, como aos controladores aéreos russos.
Porém, ela sublinha, num relatório hoje publicado, que “as principais causas da catástrofe deveram-se à parte polaca”.
O Tupolev 154 M despenhou-se nos arredores da cidade de Smolensk, a oeste de Moscovo, a 10 de abril de 2010. A queda do aparelho provocou a morte do Presidente Kaczynski, bem como 96 tripulantes e passageiros, entre os quais se encontravam numerosos altos funcionários polacos.
A comissão considerou que o controlador aéreo russo, que se encontrava no num aeródromo militar de Smolensk, “deu ordens erradas à tripulação”.
Por isso, acrescentam os membros da comissão, “não foi possível entrar automaticamente na segunda tentativa de aterragem”.
Além disso, ela concluiu que o aeródromo “não estava preparado para receber vasos aéreos com segurança”.
Por exemplo, o sistema de iluminação do aeródromo era “insatisfatório”.
Porém, a comissão reconheceu também que os pilotos polacos não estavam bem preparados para conduzir o aparelho.
Os pilotos “não reagiram ao sinal do sistema de aproximação perigosa do solo, nomeadamente aos avisos do tipo “PULL UP”, emitido pelo TAWS”, lê-se no documento divulgado.
Segundo ela, “o trabalho da tripulação foi caótico, nele intrometeram-se terceiras pessoas que entraram na cabine, o comandante, que pilotava o aparelho, estava sobrecarregado com comunicações via rádio”.
No entanto, a comissão sublinha que “a tripulação não foi sujeita a pressões para aterrar”.
“Os erros na preparação dos pilotos, o nível da sua preparação criavam ameaça à realização de voos. O controlo do seu treino foi insuficiente”, sublinha a comissão.
Ela considera também que foi um erro a escola especial de pilotos polacos ter renunciado aos “navegadores russos”, que dominam a língua russa.
Segundo os membros da comissão, “os aparelhos funcionavam normalmente”.
O relatório da comissão de investigação, que contém 328 páginas, foi elaborado sob a direção de Eji Miller, ministro do Interior da Polónia, e recebeu o apoio de todos os 34 membros.
O Comité de Aviação da Rússia já prometeu responder a este relatório. Em declarações antes feitas, dirigentes desse comité lançaram para cima dos pilotos polacos as responsabilidades pela queda do avião.
2 comentários:
Há aqui umas contradições um pouco estranhas, nomeadamente quando se afirma que “intrometeram-se terceiras pessoas que entraram na cabine" e ao mesmo tempo se acrescenta que "a tripulação não foi sujeita a pressões para aterrar".
Então se não foi sujeita a pressões, o que é que foram fazer estranhos à cabine? Foram visitar o posto de pilotagem e ver aquele montão de botõezinhos luminosos?
Outra contradição:
A comissão considerou que o controlador aéreo russo, que se encontrava no aeródromo militar de Smolensk, "deu ordens erradas à tripulação". Contudo, como é que os pilotos poderiam ter recebido uma ordem em condições, fosse ela certa ou errada, se "a escola especial de pilotos polacos [tinha] renunciado aos “navegadores russos”, que dominam a língua russa"?
Enfim, apesar de tudo, pelo menos os polacos reconhecem agora que a culpa está nas suas mãos, ainda que tenham tentado empurar um bocado a responsabilidade para o outro lado...
Enfim, já se percebeu onde está a asneirada, mas é preciso algo para salvar a face.
Agora cada um tira as conclusões que quiser.
O assunto é capaz de morrer aqui. Os polacos já fizeram o seu relatório e deitam um bocadinho das culpas para os russos, deviam ter colocado umas lâmpadas novas, ter cortado a relva e dar uma pintadela para dar bom aspecto.
Isto é político, não há nada a fazer. É deixar morrer o assunto, que os jornais estão sempre à procura de notícias novas.
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